terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Erosão do solo eleva ameaça do aquecimento global, alerta ONU


De acordo com estudo do Pnuma, faixa mais superficial do solo armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono


Reuters | 13/02/2012 15:31


Foto: Getty Images
Erosão do solo: cerca de 24% das terras do planeta já sofreram declínio na produtividade ao longo dos últimos 25 anos
O aquecimento global ficará pior à medida que a agricultura acelerar a taxa de erosão do solo, reduzindo a quantidade de carbono que o solo é capaz de armazenar, informou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nesta segunda-feira.
O solo contém quantidades enormes de carbono na forma de matéria orgânica, que fornece os nutrientes para o crescimento das plantas e melhora a fertilidade da terra e o movimento da água.
A faixa mais superficial do solo sozinha armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono - três vezes mais que o nível atualmente contido na atmosfera, informou o Livro do Ano 2012 do Pnuma.

"O carbono do solo é facilmente perdido, mas difícil de ser reposto", diz o relatório.

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"Os estoques de carbono no solo são altamente vulneráveis às atividades humanas. Eles diminuem de forma significativa (e em geral rapidamente) em resposta às mudanças na cobertura do solo e no uso da terra, tais como desmatamento, desenvolvimento urbano e o aumento das culturas, e como resultado de práticas agrícolas e florestais insustentáveis.
Tais atividades podem decompor a matéria orgânica. Quando isso ocorre, parte do carbono é convertido em dióxido de carbono -- gás do efeito estufa que é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global - e ele é perdido do solo.
Cerca de 24 por cento das terras do planeta já sofreram declínio na saúde e na produtividade ao longo dos últimos 25 anos em razão do uso insustentável do solo, disse o Pnuma.
Desde o século 19, aproximadamente 60 por cento do carbono armazenado nos solos e na vegetação foi perdido como resultado das mudanças no uso da terra, tais como limpar a terra para a agricultura e para as cidades.
À medida que a demanda global por alimentos, água e energia aumente drasticamente, como se prevê, o solo ficará sob uma pressão cada vez maior.