ECOLOGIA
Ato público no Rio chama atenção para reuso da água na agricultura
Evento promovido por ambientalistas e pelo deputado estadual e ex-ministro do Ambiente Carlos Minc (PT) ressaltou a importância da agricultura familiar e orgânica
PUBLICADO EM 21/03/15 - 17h04
Na véspera do Dia Mundial da Água, que será comemorado amanhã (22), um ato público realizado na manhã de hoje (21), na Feira Orgânica e Cultural do bairro da Glória, zona sul do Rio, chamou atenção sobre os benefícios da reutilização da água.
Promovido por ambientalistas e pelo deputado estadual e ex-ministro do Ambiente Carlos Minc (PT), a manifestação foi realizada na feira para ressaltar a importância de uma parceria ecológica com a agricultura familiar e orgânica.
Com um kit ecológico, formado por uma mangueira com furinhos acoplada a um galão de água, os ambientalistas irrigaram canteiros de hortaliças pelo sistema de gotejamento de água, demonstrando, na prática, a simplicidade do método para economizar água na agricultura.
Segundo Minc, 70% da água no Brasil destinam-se aos setores de agricultura e pecuária. Do restante, 20% são para indústria e 10% para consumo humano. "Se usássemos sistemas de reuso de água de chuva e de gotejamento em irrigação, por exemplo, poderíamos economizar 80% da água hoje utilizada na agricultura."
“Quando usa muito mais água do que é necessário, você 'lava o fundo de fertilidade' da terra, tirando dela muitos elementos importantes para a própria agricultura”, ressaltou.
Para o ex-ministro, neste momento de carência de água, particularmente no Sudeste brasileiro, o emprego de tecnologia simples e barata de gotejamento pode contribuir para o país conservar melhor “esse bem maior da vida”.
Ele lembrou que não se pode igualar, em matéria de consumo de água, o agronegócio com a agricultura familiar e orgânica, “responsável por apenas 10% do montante de água utilizado anualmente pela agropecuária no Brasil”.
Minc, que também já foi secretário do Ambiente do Rio, durante o governo de Sergio Cabral, elogiou o acordo de gestão compartilhada da Bacia do Rio Paraíba do Sul, firmado pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais com a Agência Nacional de Águas (ANA).
“Foi o acordo possível. Na verdade, os três estados têm culpa no cartório. Todos desmatam as margens dos rios, jogam neles esgotos sem tratamento, desperdiçam água, mas não se pode transformar a questão ambiental em guerra de torcidas, estado contra estado. Você tem de aproveitar um momento como esse e fazer projetos comuns de tratamento de esgoto, reflorestamento das margens, além de evitar jogar lixo químico nos rios”, acrescentou.