segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tubohotel

Hotel no México é feito com tubos de concreto reciclados

Uma noite de alojamento no Tubohotel custa cerca de R$ 65,00




Divulgação
Tubohotel
Os tubos são bastante térmicos e mantêm a temperatura confortável
São Paulo - Embora a ideia de dormir dentro de um tubo de concreto provavelmente não pareça ser atraente, o escritório de arquitetura T3arc encontrou uma maneira de tornar esta experiência não apenas confortável, mas também única.
Construído em apenas três meses, o Tubohotel, aberto em 2010, é um destino de férias com preço acessível. O hotel está localizado a cerca de 45 minutos ao sul da Cidade do México, dentro de uma horta orgânica na aldeia de Tepoztlan, em Morelos. Os quartos do hotel estão empilhados em forma de pirâmide, o que reflete a pirâmide asteca de El Tepozteco com vista para a cidade.
A construção toda foi criada a partir de tubos de concreto reciclados. Os tubos são bastante térmicos e mantêm a temperatura confortável tanto durante o dia, quanto à noite. A disposição dos tubos foi aleatória com respeito à topografia.
O conceito de hotel em tubos foi ideia do arquiteto alemão Andreas Strauss, que criou o Dasparkhotel em 2006. Os arquitetos do T3arc se inspiraram em Strauss e ampliaram a ideia criando módulos triangulares de dois andares. Pelo empilhamento de um tubo superior em dois tubos-base, eles foram capazes de criar uma exibição visual impressionante, sem afetar o meio ambiente natural.
O Tubohotel oferece 20 quartos de concreto, cada um medindo 2,44 m de largura e 3,5 m de comprimento e são mobiliados com uma cama queen size, mesa de luz, ventilador, uma gaveta de baixo da cama e cortinas para manter uma certa privacidade. Os quartos têm vista para um pátio central, completamente cercados por exuberantes árvores nativas. Os quartos não possuem banheiros mas os hóspedes têm acesso a duas casas de banho comuns, porém privativas, localizado na propriedade do hotel.
Uma noite de alojamento no Tubohotel custa cerca de R$ 65,00.

Oceanos afetados pelo clima

Oceanos afetados pelo clima

11/07/2011
http://agencia.fapesp.br/14154




Aquecimento promovido pelas mudanças climáticas reduz a quantidade de carbono absorvida pelos oceanos, aponta estudo publicado na Nature Geoscience (reprodução)


Agência FAPESP – Os oceanos têm papel fundamental no cenário global de mudanças climáticas. São responsáveis por consumir cerca de um terço de todas as emissões de carbono promovidas pela ação humana, reduzindo o dióxido de carbono atmosférico que está associado ao aquecimento do planeta.
Mas por quanto tempo os oceanos continuarão a sequestrar o carbono antrópico nos níveis atuais é uma grande incógnita. Estudos feitos chegaram a resultados conflitantes sobre em que níveis as alterações no clima afetam esse sequestro.
Uma nova pesquisa, cujos resultados foram publicados neste domingo na revista Nature Geoscience, fornece evidências observacionais para concluir que as mudanças climáticas estão afetando negativamente a absorção de carbono pelos oceanos.
“A conclusão é que os oceanos estão consumindo menos carbono justamente por causa do aquecimento promovido pelo próprio carbono na atmosfera”, disse Galen McKinley, da Universidade de Wisconsin-Madison, um dos autores do artigo.
O novo estudo difere de anteriores pela extensão de dados tanto em relação ao espaço como ao tempo. Os pesquisadores não se limitaram a determinadas áreas e extrapolaram os resultados para regiões maiores, mas utilizaram dados da maior parte do Atlântico Norte e do período de 1981 a 2009.
Com a grande amostragem, os cientistas identificaram um elevado grau de variações naturais que frequentemente mascara padrões de mudanças a longo prazo, o que pode explicar por que estudos anteriores apresentaram resultados antagônicos.
“Como os oceanos variam muito, precisamos de dados de pelo menos 25 anos para realmente identificar os efeitos do acúmulo de carbono na atmosfera. Essa é uma questão muito importante: o que é variação natural e o que é mudança climática”, disse McKinley.
Nas últimas três décadas, o aumento no dióxido de carbono atmosférico tem sido largamente equilibrado pelo aumento correspondente no dióxido de carbono dissolvido na água do mar.
Mas o novo estudo mostra que as temperaturas mais elevadas estão diminuindo a absorção de carbono em uma grande área no Atlântico Norte subtropical. A água mais quente não é capaz de manter tanto dióxido de carbono como a mais fria.
Os pesquisadores destacam a importância de se ampliar os dados para utilização em novos estudos e a expansão da análise para outros oceanos.
O artigo Convergence of atmospheric and North Atlantic carbon dioxide trends on multidecadal timescales (doi: 10.1038/ngeo1193), de Galen McKinley e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Geoscience em www.nature.com/ngeo

Ecoparade nos parques urbanos

Ecoparade










































Data: de 08/07 até 31/07
Local: Parque de São Paulo: Aclimação, Buenos Aires, Burble Max, Ibirapuera, Independência, Jardim da Luz, Trianon (Pontos Eco Base)



São Paulo receberá, com o apoio da secretaria do Verde e do Meio Ambiente, um movimento de intervenção urbana que utiliza arte e solução ambiental como ferramentas para sensibilizar e engajar os cidadãos no correto encaminhamento do lixo que não é lixo.
A partir de 18 de junho, a cidade de São Paulo será palco do movimento de conscientização para a educação ambiental, o ECOPARADE. Entre os dias 08 e 15 serão instaladas em oito parques da cidade de São Paulo 30 ECO BASES personalizadas por artistas de diferentes segmentos.
Trata-se de um movimento para construção de valor e transformação da relação das pessoas com a questão do lixo. A intervenção urbana promete chamar a atenção do público. O comitê curador é formado pela Re9 – empresa privada de educação para sustentabilidade -, Fabrício Dorado Soler, advogado especialista em gestão ambiental (USP), perito habilitado junto à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, Olívio Guedes – diretor do Mube (Museu Brasileiro de Escultura), Rafael Highraff, artista renomado com exposições em grandes galerias do mundo, Coletivo 132 – casa atelier que reúne artistas do grafite paulistano e internacional. Junto a eles, participa também a SP Urbanismo – Comissão Cidade Limpa, para garantir o modo de exibição de logomarcas e divulgação do evento, conforme prevê a lei.
Personalizadas por artistas do grafite, artistas plásticos e convidados, durante 90 dias as ECO BASES ficarão expostas em pontos estratégicos de São Paulo a fim de sensibilizar as pessoas ao correto encaminhamento dos resíduos. Nesse período o serviço de coleta seletiva resgatará os resíduos nas ECO BASES e encaminhará paras as cooperativas de catadores que receberão gratuitamente e converterão em dinheiro para investir na qualificação profissional de seus cooperados. Os resíduos serão rastreados através de um serviço de auditoria ambiental que irá gerar relatórios publicados em diversos canais de comunicação.
Ao final do movimento as obras replicadas nas ECO BASES serão leiloadas e a renda revertida para entidades a escolha dos artistas.
Maiores informações acessem o site.




ABNT lança norma internacional para gestão da energia

ABNT lança norma internacional para gestão da energia

Postado em 11/07/2011 às 11h11

http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/2901


Aliada da produção, a eficiência energética reduz danos ambientais e garante maior competitividade no mercado l Foto: Monster Commercial

 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) lançou na última quinta-feira (7), a norma ABNT NBR ISO 50001:2011 – Sistemas de gestão da energia – Requisitos com orientações para uso. A publicação é uma adoção da norma ISO 50001:2011 – Energy management systems - Requeriments with guidance for use. Publicada no dia 15 de junho pela International Organization for Standardization, a ISO 50001 foi muito aguardada pelo setor por propor um impacto positivo no uso de 60% da energia no mundo.
A norma especifica requisitos para implementação e manutenção de um sistema de gestão da energia, com o propósito de habilitar organizações de todos os portes a buscarem a melhoria contínua de seu desempenho energético.
Aliada da produção, a eficiência energética reduz danos ambientais e garante maior competitividade no mercado, por isso é questão prioritária para organizações em todo o mundo.
Alberto Fossa, coordenador da Comissão de Estudo Especial de Gestão e Economia de Energia (ABNT/CEE-116) e chefe da delegação brasileira na ISO, explica os principais focos da norma. “O desempenho está baseado em três pontos específicos: uso (aspecto qualitativo da energia, que inclui também o comportamento humano, entre outros); quantidade (aspecto quantitativo da energia, envolvendo o consumo e sua redução); e eficiência energética (aspecto tecnológico e vinculado ao balanço entre os recursos energéticos despendidos e os resultados obtidos num determinado processo)”.
Outro objetivo é garantir disponibilidade de suprimento de energia, aumentando a competitividade e contribuindo para reduzir o impacto das mudanças climáticas. A melhoria contínua do desempenho energético resultará na diminuição do consumo global de energia.
Para todas as organizações
Eduardo Lima, secretário da Comissão de Estudo da ABNT, que atua como espelho do Comitê da ISO, informa que a norma poderá ser aplicada por organizações de todos os tipos e tamanhos, independentemente de condições geográficas, culturais ou sociais. O sucesso de sua implementação dependerá, entretanto, do compromisso em todos os níveis e funções e, especialmente, da alta direção.
A norma recomenda às organizações vários procedimentos como, por exemplo, adoção de critérios de eficiência na compra de equipamentos, estruturação e cuidados adicionais na operação e manutenção de equipamentos, conscientização e treinamento sobre os aspectos vinculados ao uso adequado da energia.
“As organizações deverão definir um padrão inicial de uso da energia em seus processos e atividades e adotar ações de melhoria ao longo do tempo, com foco no nível de consumo e na eficiência energética”, esclarece Lima.
A importância da norma é também destacada pelo secretário-geral da ISO, Rob Steele: “Um melhor desempenho energético pode proporcionar benefícios rápidos para uma organização, maximizando o uso de fontes energéticas e reduzindo o custo e o consumo de energia. Também fará contribuições positivas para reduzir o esgotamento dos recursos energéticos e atenuar os efeitos do uso de energia em todo o mundo, como o aquecimento global”.
Apoio a políticas públicas
A norma internacional deverá ser também uma aliada dos governos nas políticas públicas destinadas a promover o uso eficiente de energia. É o caso, no Brasil, do Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030), lançado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que estipula uma redução de 10% do consumo de energia no país até 2030 e considera a eficiência energética como um fator fundamental para equacionamento do suprimento nos próximos anos.
Também o Plano Nacional de Eficiência Energética (Pnef), ainda em elaboração, terá na nova norma uma ferramenta importante para disseminação dos conceitos de eficiência energética no país, particularmente no setor industrial.
Na opinião de Alberto Fossa, que é consultor do Procobre, a nova norma ainda deverá estimular a indústria e consumidores a aumentarem o uso de produtos eficientes, como os motores elétricos identificados com o selo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). “Prevemos que a maioria das empresas adotará a ABNT NBR ISO 50001 como forma de demonstrar ao mercado seu compromisso com a sustentabilidade. A sociedade encontra-se mais sensibilizada com o tema das alterações climáticas e tem identificado de forma mais contundente diferenças entre empresas responsáveis e não responsáveis”, ele conclui. As informações são da ABNT.
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Dinamarqueses vão importar lixo para geração de energia

11/07/2011 - 08h19

Dinamarqueses vão importar lixo para geração de energia


A produção de biogás e outros produtos a partir de lixo está dando tão certo na Dinamarca que o país deve importar resíduos a partir de 2016.
Nesse ano ficará pronta uma nova usina de processamento de lixo da cooperativa Amagerforbrænding, hoje a segunda maior do país.
A ideia é comprar resíduos de países do norte e do leste da Europa, como Alemanha e Polônia, para dar conta da capacidade total da usina.
Hoje, a Dinamarca processa 100% do lixo que produz em empresas privadas e em cooperativas sem fins lucrativos (esse é o caso da Amagerforbrænding).
A população separa o lixo em casa e também leva os recicláveis até postos de troca.
"Os dinamarqueses estão bastante acostumados a trocar garrafas de plástico e latas de alumínio por moedas", disse à Folha a ministra do Clima e Energia da Dinamarca, Lykke Friis.
A Amagerforbrænding processou no ano passado cerca de 400 mil toneladas de lixo, ou 400 caminhões carregados todos os dias.

Editoria de Arte/Folhapress

ADEUS AOS FÓSSEIS
O tratamento de lixo reduz a emissão de CO2, principal gás do aquecimento global.
Além disso, no caso da Dinamarca, o biogás produzido a partir do lixo substitui os combustíveis fósseis que seriam usados para aquecimento das casas.
De acordo com Vivi Nør Jacobsen, da cooperativa, 4 kg de lixo processados na usina equivalem a 1 l de óleo para aquecimento das casas.
"A atividade da usina está dentro da proposta do governo de acabar com o uso de combustíveis fósseis no país até 2050", explica Jacobsen.
A Amagerforbrænding também tem uma proposta de aproximar o processamento do lixo da sociedade.
A nova fábrica será em Copenhague, assim como a atual, que é de 1970 e se destaca por ser limpa e colorida.
A diferença é que a usina que será inaugurada ficará ainda mais perto do palácio real dinamarquês e funcionará como um espaço público, tendo até pista de esqui.

"Queremos mostrar que uma usina de processamento de lixo não precisa ser feia e fedida", explica Jacobsen.
No Brasil, algumas iniciativas de reciclagem funcionam bem. Por exemplo, quase todas as latinhas de alumínio são recicladas no país.

Os lixões a céu aberto continuam predominando no Brasil pelo menos até 2014.
Esse é o prazo final estipulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada no ano passado, para que todos os lixões sejam completamente fechados.
O objetivo é ter aterros sanitários para os resíduos que não possam ser tratadas - e reaproveitar o restante.
A jornalista SABINE RIGHETTI viajou a convite do Consórcio do Clima da Dinamarca

Para os índios, o desenvolvimento do planeta é sempre insustentável

Índio albino cresce longe de sua aldeia

Com problemas de visão e necessidade de acompanhamento médico, Vanderlei Fernandes, de 20 anos, mora em um abrigo no Rio desde os 4

10 de julho de 2011 | 0h 00

a
autoria: Pablo Pereira - O Estado de S.Paulo
Ele é torcedor do Flamengo, adora Ronaldinho Gaúcho, curte o funk de Os Hawaianos e gostaria de assistir a shows dos MCs Sapão e Marcinho, funkeiros de sucesso no Rio. Nascido em uma aldeia guarani no litoral paulista, Vanderlei Fernandes tem 20 anos e uma história de traumas, resistência e superações.
Fabio Motta/AE
Fabio Motta/AE
Trajetória. Vanderlei Fernandes, de 20 anos









Com albinismo, dificuldades de visão e necessidade de acompanhamento médico especial, Vanderlei teve uma infância difícil. Não pode viver em sua aldeia, em São Sebastião (SP), onde moram seus pais e avós. Hoje, adulto, ele continua visitando a tribo, mas o tipo de vida na aldeia e a exposição ao sol de sua pele frágil podem lhe causar problemas graves de saúde.
Não bastassem as dificuldades da vida, a condição indígena de Vanderlei o obrigou a passar por uma adversidade adicional: a tutela da burocracia de organismos de Estado, como Fundação Nacional do Índio (Funai) e Fundação Nacional de Saúde (Funasa). E sofreu. Continua sofrendo, sentindo-se ameaçado.
Nos últimos meses, o jovem guarani tem vivido desconfiado. O comportamento foi agravado por mais um capítulo do pesadelo da insegurança juvenil de ver a casa onde mora ser invadida, em dezembro do ano passado, por policiais que investigavam denúncias de irregularidades na Casa do Índio, no bairro da Ribeira, na Ilha do Governador, onde vive desde criança.
Em 1996, aos 4 anos, Vanderlei começou a sofrer com a burocracia da máquina pública federal ao ser envolvido em uma ação judicial de adoção na Justiça Federal de São Paulo. Ainda menino, teve de aprender a superar os limites de sua condição de criança com necessidades especiais. Sua avó, que pela cultura de seu povo tem ascendência sobre as crianças da família tribal, foi sua protetora contra a força das leis dos brancos. Em abril de 1996, o Estado contou a história da disputa pelo menino albino.
Vanderlei não gosta de falar sobre o processo de guarda, que terminou por ficar com sua família índia, nem de comentar a invasão policial. Nem gosta de estranhos. E parece ter pânico diante de situações confusas.
O episódio da invasão policial ao abrigo da Ilha, há meses, não foi o primeiro. A polícia havia entrado na Casa em 2002, provocando medo entre os abrigados, quando acompanhou representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que investigavam denúncias de maus-tratos no abrigo.
"São denúncias absurdas", rebate Eunice Cariri, fundadora da Casa, que existe desde 1942. Indigenista aposentada, ela tem 76 anos. Afirma que a instituição é vítima de perseguições políticas. "O que querem é o prédio. Procuram motivos para tomar a Casa, que foi construída em mutirão por nós com a ajuda dos próprios índios", diz a indigenista. "Mas não conseguem. Nessa pressão, já me tiraram um DAS (cargo público). Para mim, não tem qualquer problema. Tenho minha renda. Mas com isso, na verdade, o que fizeram foi tirar ajuda dos índios necessitados", lamenta Eunice.
Habituada às divergências entre brancos e suas leis e os índios e seus diferentes hábitos e culturas, ela liderou a resistência da Casa quando o menino foi alvo da disputa na Justiça Federal em São Paulo. Um casal paulista pedia a adoção, mas a autoridade da avó prevaleceu. E o menino Vanderlei permaneceu no abrigo fluminense, onde estudou e recebe acompanhamento neurológico e de fonoaudiologia.
Dificuldade. Dias atrás, o agora jovem Vanderlei venceu mais uma vez a introversão e concordou em se mostrar um pouco ao Estado, depois de 15 anos da primeira reportagem, quando, aos 4 anos, ainda apresentava dificuldades para falar.
Após algumas horas de tentativas de conversa, frustradas - e de ouvir de longe a entrevista feita com representantes da Comissão de Amigos da Casa do Índio -, ele abriu uma caixa de papelão, do tamanho de uma embalagem de sapatos e tirou dela fitas cassete. Ao som de suas músicas preferidas, sorriu, divertiu-se e contou que gosta de futebol.
A música mexe com ele. Ao som do funk, Vanderlei muda o semblante. E topa falar de outros prazeres e de sonhos de adolescente. Como o desejo de ver o Flamengo jogar. Ele torce por Ronaldinho Gaúcho. "Eu grito gol", diz ele, que foi alfabetizado em português, em escolas da Ilha. "Eu parei de estudar. Estava repetindo", explica.
A TV é hoje a ligação do rapaz com seu Flamengo. Ele nunca foi ao Maracanã ver seu time em campo. E esse é mais um dos desejos escondidos do jovem que não gosta muito de sair de casa. Mas sairia, sim, diz ele, também para assistir a um show de funk com MC Sapão, outro de seus ídolos na música.
"Gostaria de ver um show", confessa, curtindo a música no pequeno aparelho de som que toca as fitas cassete. Mais à vontade, dança ao som do ritmo preferido. Dos Hawaianos, ele tem um hit na ponta da língua.
"Eu gosto do Vem Quicando", afirma, sentado na cama do salão térreo na Rua Pires da Mota, que fica a cerca de 20 minutos de carro do Aeroporto do Galeão. Nos palcos, Os Hawaianos que encantam Vanderlei dançam e cantam com seus integrantes de cabelo pintado de branco, como os fios que cobrem Vanderlei.
Entre os amigos da casa, muitos convivendo com ele há anos, Vanderlei é brincalhão e comunicativo. "É alegre", conta Anita dos Santos, de 20 anos, que foi morar na casa ainda bebê, com a mãe, Maria Clara. Anita e a mãe, que sofre de distúrbios neurológicos, são índias kaiuá, de uma aldeia de Mato Grosso do Sul.
A menina foi criada na Casa e concluiu o ensino médio em escolas do bairro. Hoje, Anita tem curso de computação na Faculdade Estácio de Sá da Ilha e página no Facebook. E se prepara para prestar um concurso nas Forças Armadas. "Quero seguir a carreira militar", diz ela, que já trabalha na função de "cuidadora" na Casa.
A cargo de Anita e de 14 colegas "cuidadores" estão jovens índios oriundos de diversas aldeias. Como o xavante Januário, de 47 anos, que sofre de hipotireoidismo. Ele ocupa seu tempo com trabalhos manuais e pinturas. "Estamos planejando fazer uma exposição dele", conta Eunice.
Também xavante, o adolescente Mario Juruna, de 14 anos, neto do ex-deputado Mario Juruna, vive lá há seis. "Quero ser advogado", conta, ao lado de Leandro, o menor deles, guarani como Vanderlei. São amigos também de Francisco, o Chiquinho, um apurinã de 17 anos que chegou subnutrido, precisando de diálise. Transplantado, Chiquinho é hoje é um garoto bem disposto. Mas carrega uma perda de audição adquirida durante a infância. Chiquinho é o desenhista da turma.
O grupo tem ainda o uaurá Kaíke, de 11 anos, que vive na Ilha do Governador desde a cirurgia corretiva na posição do pé, e Joel Carlos Apurinã, de 24, um cadeirante que lá mora há 12 anos. São eles os companheiros de Vanderlei no cotidiano da Casa e parceiros nos jogos de videogame.
Vanderlei é fissurado em X-Men. E sonha também com o dia em que poderá ter um aparelho PlayStation 2 para curtir o jogo de Wolverine, o super-herói atordoado, meio humano, com garras de metal e o poder de regeneração dos ferimentos do corpo. Wolverine nunca se entrega.
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Conheça a Aldeia Guarani Krukutu em São Paulo




História da Aldeia

Estamos em uma das três Terras Indígenas Guarani da cidade de São Paulo. A aldeia Krukutu e Tenondé Porá são as duas comunidades existentes no extremo sul de São Paulo, no bairro de Parelheiros, na região da represa Billings. A terceira T.I. fica no Pico do Jaraguá.

Nossa aldeia tem origem nas famílias que se fixaram na região de Parelheiros na década de 1950. Essa região sempre foi local de passagem para o nosso povo, os Guarani-Mbya que vinha da região das aldeias do Paraná e Rio Grande do Sul para o litoral. Nós nos fixamos nas tekoas, os lugares escolhidos pela facilidade do acesso à yvy marae'i, a Terra Sem Mal, que fica além mar. Nestes lugares é que se pode reproduzir o nhandereko, o modo de ser guarani.

Em 1955, a família do Sr. Nivaldo Martins da Silva Karai Roka Ju, liderados pela sua avó D. Vitalina, que primeiro se fixou na área que é hoje a aldeia vizinha Tenonde Porã ou da Barragem.

Eles vinham de Mangueirinha no Paraná e passaram algum tempo em Itariri, em Santos e Rio Silveira ( São Sebastião) e ainda retornaram por uma ano para o Paraná antes de irem morar na futura aldeia.

Chegaram ali depois do convite feito por um sitiante japonês chamado Kugo Igo. Ele tinha visto a família do seu Nivaldo na Ponte do Socorro, onde tentavam vender seu artesanato. O sitiante perguntou se eles não queriam ir para a terra que tinha. Os Guarani poderiam ficar morando lá e em troca ajudariam Igo na sua plantação de mandioquinha que era vendida no Ceasa. Um tempo depois, o sitiante resolveu ir para o Japão e deixou para o pai de seu Nivaldo, Eduardo Martins da Silva, o documento que passava a terra à eles.Nessa época a região que é hoje a Aldeia Krukutu, era usada para caça e para extrair material para o artesanato e para nossas casas. Em 1975, Dorinha da Silva e seu filho Manoel Vera se fixaram na área. Manoel, ainda mora na aldeia e conta:

"Quando meu pai morreu, eu tinha 13 anos e tive que fazer uma casa para colocar a minha mãe. Aí que conheci um japonês aqui na Barragem, que era Iakusa Nakamora, a gente chamava ele de Sensei. Ele veio um dia aqui pescar e disse que já que tínhamos um passado aqui, eu podia ficar com o terreno. Aí ele me ofereceu esse pedaço de terra."
A primeira liderança da Aldeia Krukutu foi seu Manoel, quem o substituiu mais tarde foi o Sr. Nivaldo, posteriormente Ventura Papa, Marcos Tupã e agora Manoel Werá novamente.


Na década de 1970, mesmo com a posse da terra dada pelo Sr. Nakamura para a comunidade, nós sofremos uma série de agressões de grileiros. A regularização de nossa tekoa aconteceu em 1987, depois que os caciques Guarani do estado de São Paulo lutaram na justiça para terem suas terras reconhecidas. Quem representava a nossa aldeia, nesta época, era Manoel da Silva Werá.

A luta para oficializar nossas terras começou em 1979 e contou com o apoio do Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Funai e governo do estado de São Paulo, gestão do governador Franco Montoro.

Em 1985, o Sr. Nivaldo, até então chefe da Tenondé Porã, veio morar aqui na Krukutu e com ele chegaram também novas famílias que vinham de Palmeirinha, no Paraná.



Com o crescimento acelerado e desordenado da região e a falta de espaço para manter o modo de vida tradicional guarani nos atuais 25,88ha, entramos no ano de 2001, juntos com as aldeias Tenonde Porã e Jaraguá, com o pedido de redemarcação de nossas áreas. Na atual área não conseguimos que nossas plantações sejam boas e não podemos mais extrair o que precisamos da mata e da terra que é pequena.


Sobre a redemarcação, o ultimo parecer da Funai no ano 2004, foi contrario a ampliação. O estudo pedindo a ampliação, segundo a fundação, estava incompleto. Em 2001 também a nossa Associação Guarani Nhe' ê Porã foi legalizada, também foi o ano que construímos a nossa atual Casa de Reza.



Estamos realizados a programação do evento e debates das questões temáticas a ser divulgado posteriormente.



Desde já agradecemos a atenção e contamos com o seu apoio
.


A associação é nossa ferramenta para enfrentarmos os desafios do mundo moderno





www.culturaguarani.org.br - Todos os direitos reservados . 
Estrada do Curucutu, S/N - Telefone:(0xx11) 59770025 – São Paulo/SP













Exibição de documentários e debate
Dia 16 de julho, sábado, às 15h, na UMAPAZ
(Não é preciso se inscrever. Pede-se chegar com 15 minutos de antecedência)

No próximo dia 16 de julho, sábado, às 15h, a Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ) exibe dois documentários: Mbaraka – A Palavra que Age e À Sombra de um Delírio Verdesobre os guaranis-kaiowás do Mato Grosso e promove um debate com os idealizadores, uma advogada de direitos indígenas e uma liderança guarani M’Bya da Aldeia Tenondé Porã, Parelheiros, zona sul de São Paulo.
O evento faz parte do trabalho de conclusão de curso de Rony Cácio Feitosa da Silva, aluno do Curso Carta da Terra em Ação, que acontece na UMAPAZ. Tem como objetivo focar na sensibilização da população paulista, maior consumidora de  etanol do Brasil e promover um debate sobre a luta do maior grupo indígena do país, contra a expansão da cana.
Conforme o princípio de justiça social e econômica, afirmar os direitos dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como as suas práticas relacionadas com condições de vida sustentável, proposto na carta da terra.
Sinopses dos documentários:
Mbaraka – A Palavra que Age (26' - 2011) - De Spensy Pimentel, Edgar Cunha e Gianni Puzzo
Os cantos dos xamãs guarani-kaiowa são fórmulas verbais que têm uma ação sobre o mundo. Tradicionalmente, eles curam doenças, afastam pragas da lavoura e bichos peçonhentos, anunciam a chegada dos deuses. Eles não só preveem o futuro, mas o conformam. Hoje, esses indígenas vivem em seu mundo uma crise sem precedentes. Confinados em pequenas porções de terra e com os recursos naturais da região onde residem totalmente degradados, eles se veem diante de um impasse: será que  suas palavras conseguirão conformar um mundo novo que reverta a crise cosmoecológica por que passam atualmente? Se a palavra pode ser história, mito e narrativa, entre os Guarani-Kaiowá ela também é poesia e profecia: um canto de esperança em um futuro melhor.

À Sombra de um Delírio Verde (29' - 2011) - De Cristiano Navarro, An Baccaert e Nicolas Muñoz
Na região sul do Mato Grosso do Sul, fronteira com Paraguai, a etnia indígena com a maior população no Brasil luta silenciosamente por seu território para tentar conter o avanço de poderosos inimigos. Expulsos pelo contínuo processo de colonização, mais de 40 mil Guarani Kaiowá vivem hoje em menos de 1% de seu território original. Sobre suas terras encontram-se milhares de hectares de cana-de-açúcar plantados por multinacionais que, em acordo com governantes, apresentam o etanol para o mundo como o combustível “limpo” e ecologicamente correto. Sem terra e sem floresta, os Guarani Kaiowá convivem há anos com uma epidemia de desnutrição que atinge suas crianças. Sem alternativas de subsistência, adultos e adolescentes são explorados nos canaviais em exaustivas jornadas de trabalho. Na linha de produção do combustível limpo são constantes as autuações feitas pelo Ministério Público do Trabalho que encontram nas usinas trabalho infantil e escravo. Em meio ao delírio da febre do ouro verde (como é chamada a cana-de-açúcar), as lideranças indígenas que enfrentam o poder que se impõe muitas vezes encontram como destino a morte encomendada por fazendeiros.
  
SERVIÇO: EXIBIÇÃO DE DOCUMENTÁRIOSSOBRE OS GUARANIS-KAIOWÁS DO MATO GROSSO E DEBATE.
Data: 16 de julho (sábado), das 15h às 17h. 
TEMA: GUARANIS: ENTRE A ETNIA E O ETANOL
Participação dos idealizadores dos documentários, advogado de direitos indígenas e liderança Guarani M´Byá da Aldeia Tenondé Porã de Parelheiros, zona Sul de S. Paulo.
TCC DE: Rony Cácio Feitosa da Silva - Carta da Terra em Ação/2011/Turma 5.
ORIENTADOR: André Luiz  Moura de Alcântara.
LOCAL: UMAPAZ – Av. Quarto Centenário, 1268-portão 7 -A
Informações: tel.(11) 5572-1004
NÃO É NECESSARIO SE INSCREVER. PEDE-SE CHEGAR COM 15 MINUTOS  DE ANTECEDÊNCIA  













Falta chão para todos: Verticalização atinge todo o País e 1 em cada 10 brasileiros já mora em prédios

Verticalização atinge todo o País e 1 em cada 10 brasileiros já mora em prédios

Censo Demográfico 2010 mostra que cidades pequenas e médias são hoje os principais motores dessa tendência

09 de julho de 2011 | 18h 54


autoria: Rodrigo Brancatelli e Rodrigo Burgarelli, de O Estado de S. Paulo
"Reserve já o seu apartamento no Real Park Residence, condomínio clube próximo do Unique Shopping, com três quartos, duas vagas e academia", diz o anúncio de um prédio neoclássico, com andares a perder de vista. Seria mais um entre tantos folhetos distribuídos nos semáforos de São Paulo ou do Rio, não fosse a propaganda de um edifício em Parauapebas, no Pará, um município a 700 km de Belém e que há duas décadas não passava de uma grande mata.
Veja também:

Quem considera que "boom imobiliário" é uma expressão recorrente apenas nas grandes metrópoles brasileiras nunca esteve em Parauapebas ou em municípios como Ariquemes, em Roraima, ou Marabá, no Pará. Um recorte inédito do Censo Demográfico 2010 feito pelo Estado mostra que a verticalização se espalhou pelo País e cidades pequenas e médias são hoje os principais motores dessa tendência.
Nos últimos dez anos, o número de apartamentos da Região Norte cresceu em um ritmo 3,5 vezes maior que no restante do Brasil - que tem hoje 6,2 milhões de apartamentos, um número 43,2% maior do que em 2000.
Hoje, 1 em cada 10 brasileiros mora em prédios. A proporção ainda é duas vezes menor no Norte, mas o crescimento em locais como Rondônia, Amapá e Tocantins foi sem precedentes. Nesses Estados, os apartamentos se multiplicaram por sete e cresceram proporcionalmente 15 vezes mais que em São Paulo.
Entre as explicações, estão o aumento da renda, do emprego e do crédito. Morar em prédios também se transformou em status, símbolo de prosperidade. Além disso, a falta de terrenos nas grandes metrópoles levou o mercado imobiliário a novos endereços, seja para construir prédios para famílias de baixa renda ou para erguer torres neoclássicas nos moldes paulistanos.
Infraestrutura. O problema oculto nesses números dignos de crescimento chinês é que, com todos esses prédios, vieram as pessoas. E, com as pessoas, apareceram o trânsito, os assaltos, a falta de esgoto e muitos outros problemas estruturais, que nessas cidades se mostram ainda mais acentuados por falta de planejamento.
Para se ter ideia, 90% dos governos municipais não têm sequer um arquiteto ou engenheiro. Enquanto o adensamento urbano pode tornar as cidades mais compactas e funcionais, a verticalização sem regras piora consideravelmente a qualidade de vida dos moradores.
A preocupação, segundo especialistas, é que esses municípios estão repetindo os mesmos erros das grandes capitais que se verticalizaram nas décadas anteriores. "Temos legislações tão atrasadas que podem ser comparadas às americanas ou europeias do século 19. Não há discussão urbanística alguma nessas cidades", diz o urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Pólis.



Sem opção: O parque aviário em Ixtapaluca, no México, é lar de 3.000 pássaros

08/07/2011 - 17h00

Parque mexicano é lar de pássaros exóticos; veja imagens


DA REUTERS


O parque aviário em Ixtapaluca, perto da cidade do México, é lar de 3.000 pássaros.
A variedade reunida é tamanha que existem pelo menos 350 espécies diferentes originárias de várias partes do mundo.
Alguns deles são raros, como o Quetzal, uma ave trepadora da América Central que está quase extinta.
Carlos Jasso/Reuters
Pássaro quetzal é uma espécie quase extinta que é preservada em parque no México; veja galeria de fotos
Pássaro quetzal é uma espécie quase extinta que é preservada 
em parque no México; veja galeria de fotos