Walkability | 09/11/2013 07:40
São Paulo a pé (e em linha reta) é possível?
Pela 1a vez, um bairro paulistano vai testar a aplicação do conceito “walkability”, que mede a "caminhabilidade" e indica o quão bom a região é para o pedestre
Buraco à vista: a lista de “pedras” no caminho de quem vive nos grandes centros urbanos é grande
São Paulo – Buracos que se multiplicam, calçadas pequenas e insuficientes, falta de sinalização, ruas mal iluminadas à noite, nenhum banco à vista para descansar, dezenas de sacos de lixo no meio do trajeto que nos obrigam a andar pela rua...A lista de “pedras” no caminho de quem vive nos grandes centros urbanos costuma desanimar até os mais entusiastas do estilo de vida sustentável.
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Mas uma iniciativa pioneira em São Paulo pode ajudar a melhorar a vida do pedestre. Pela primeira vez, um bairro da cidade vai testar a aplicação do conceito “walkability”, que pode ser traduzido como “caminhabilidade”. A ação, que acontece neste sábado (9), na Vila Madalena, procura responder a uma pergunta principal: o quão bom o bairro é para o pedestre?
O programa consiste em uma caminhada com moradores ou visitantes para medir diversos aspectos que fazem um bairro ser bom para o pedestre, e também busca informações para responder questões importantes sobre qualidade de vida nas cidades. Apesar de ser um dos bairros mais "cool" da cidade, com gente andando a pé e se encontrando nas ruas e praças, a Vila Madalena também tem problemas. Suas ruas inclinadas acumulam degraus nas calçadas, buracos e outros obstáculos para o caminhante, e os bares fazem com que as ruas estejam sempre lotadas de carro, com pouco espaço para um agradável e seguro ir e vir.
Como se mede a caminhabilidade
Ter muitas árvores é bom ou ruim? Há lugar para sentar no meio de uma caminhada? Arte de rua torna o passeio mais agradável? Se sente seguro andando no bairro? As calçadas são boas e a topografia ajuda? Essas e outras perguntas serão levantadas durante a caminhada, que sai às 15h do metrô Vila Madalena.
O passeio é capitaneado pelo Instituto Mobilidade Verde, que promove discussões sobre a ocupação do espaço público de forma sustentável, e os coletivos Sampapé, que faz caminhadas socio-culturais e o Conexão Cultural, realizador dos Walk Tours.
A partir dessa expriência, será montado um relatório que ficará à disposição dos moradores e dos gestores públicos. Essa metodologia também pode ser aplicada em outros bairros da cidade. A ideia é engajar, principalmente, a comunidade local, uma vez que são os moradores que mais sabem sobre os altos e baixos de seus bairros. “As cidades foram pensadas para carros ao invés de pessoas, e a gente não conhece o que precisa mudar de fato para o pedestre. Mas com caminhadas como essa nós descobrimos o que é preciso melhorar”, diz Manuela Colombo, do Conexão Cultural.
Com a iniciativa, São Paulo passa a integrar o “Global Conversation”, um projeto da Fundação Jane's Walk do Canadá, que aplica a Metodologia "Walkabilty". Também participam do Global Conversation as cidades de Toronto, Victoria, Cidade do México, Guadalajara, Tel Aviv, Johanisbourg, Calcutá, Ljbljana e Istambul.