sábado, 24 de setembro de 2011

Entidades federais aderem ao programa Municípios Verdes

PROGRAMA MUNICÍPIOS VERDES

http://www.agenciapara.com.br/noticia.asp?id_ver=85023

Colocar o Pará no mapa da economia sustentável. Esse é um dos principais objetivos do Programa Estadual Municípios Verdes, lançado pelo governador Simão Jatene em março deste ano. Na manhã desta sexta-feira, 23, o programa foi apresentado às instituições públicas federais que atuam no Pará. “Nós percebemos que sozinho, o estado não pode fazer o programa. Nossa intenção é mostrar o sucesso do programa e convidar as entidades federais a se juntarem à causa da sustentabilidade”, afirmou o secretário Especial de Desenvolvimento Econômico e Incentivo à Produção (Sedip), Sidney Rosa. O encontro aconteceu na Universidade Federal do Pará e reuniu representantes de diversas instituições federais como a própria UFPA, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Ministério Público Federal.


Durante o evento, a secretária de Estado de Meio Ambiente, Teresa Cativo, fez uma breve apresentação do programa. Ela explicou que o município que fizer parte do Municípios Verdes se tornará co-responsável pelo seu desenvolvimento sustentável, tomando decisões que contribuem para uma economia local forte, com ações que preservam o meio ambiente. Desde que foi implantado, 94 municípios já aderiram ao programa. “Precisamos nos unir para fazer com que o Pará ingresse em um novo tempo. Vamos estimular essa discussão, levar essa questão para dentro das salas de aulas, enfim, fazer disso um grande pacto pela sustentabilidade”, enfatizou.


O reitor da Universidade Federal do Pará, Carlos Maneschy, afirmou que a universidade será parceira do programa. “O Municípios Verdes é um exemplo de como é possível produzir com responsabilidade. A universidade irá colaborar com a divulgação para que o Pará possa chegar ao desmatamento zero”. A partir desse contato com as entidades federais será formada uma agenda para que os novos parceiros possam colaborar com duas importantes premissas do programa: o desmatamento zero e a intensificação das atividades produtivas em áreas já consolidadas.


Bruna Campos - Secom

Conceito de sustentabilidade na construção

Feira de Gestão aponta soluções para a habitação


http://www.paranashop.com.br/colunas/colunas_n.php?op=especial&id=31342



Há menos de um século, as cidades brasileiras abrigavam 10% da população nacional. Hoje, são 82% - o que representa um inchaço, num processo de exclusão e desigualdade. O resultado é que 6,6 milhões de famílias não possuem moradia.
Por outro lado, a construção civil é responsável por até 50% do total de resíduos sólidos gerados no País. Só Curitiba gera três mil caçambas de entulhos por dia – o equivalente a 15 mil toneladas de restos de cimento, cerâmica, madeira, gesso, tijolos, entre outros descartes. Apesar de cerca de 90% de todo esse entulho poder ser reciclado, o Brasil reaproveita apenas 5% - ao contrário de países da Europa, como a Holanda, que recicla 95%.
Para debater estes problemas e apontar soluções viáveis com exemplos reais, a Feira de Gestão da FAE promoveu o painel Habitação, com os artistas, ambientalistas e arquitetos Marcia Macul e Sergio Prado, fundadores da ONG Verdever, o diretor de incorporação do Grupo Thá, Nilton Neilor Antonietto e o engenheiro civil da Caixa Econômica Federal, Walmir Aparecido Souza Grassi.
Empreendimentos Sustentáveis
Para o diretor da Thá, sustentabilidade na construção civil engloba os conceitos de ideias inovadoras, responsabilidade sócio-ambiental, utilização de fontes de energia renováveis e acessibilidade. Ele citou como exemplo um futuro lançamento pela incorporadora, que absorve todos estes conceitos: o Seventh Avenue, complexo residencial e comercial, que será erguido na Avenida Sete de Setembro, na região do Rebouças, num terreno ao lado do viaduto linha férrea (tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná, localizado sobre a Rua João Negrão).
De acordo com Antonietto, o empreendimento é um produto alavancador da região, que promete criar um novo pólo no mercado imobiliário de Curitiba. A construtora assumiu o compromisso de revitalizar o viaduto que, segundo o diretor da Thá, representa um marco de desenvolvimento do Paraná, fato inspirador para a conceituação do empreendimento. “Será projetado um paisagismo para integrar áreas de praças entre o empreendimento e o campus da UFPR (situado do outro lado do viaduto), com a possibilidade de tornar-se uma passarela. Dessa forma, o projeto traz uma significativa melhoria com relação à acessibilidade, mobilidade e segurança dos pedestres da região”, adianta.
A utilização do conceito de sustentabilidade no empreendimento não para por aí: Antonietto cita a questão das facilidades proporcionadas aos ocupantes, que podem morar e trabalhar no mesmo local, além de estar numa região de fácil acesso para a utilização do transporte coletivo da cidade. Soma-se a isso, a utilização de energia sustentável, de fontes inesgotáveis e não poluentes, a gestão dos resíduos da obra e a utilização otimizada e saudável aos ambientes internos, como o máximo aproveitamento da iluminação natural, por exemplo.
Mas o Seventh Avenue não é a única ação isolada de sustentabilidade da construtora. A Thá é uma das empresas pioneiras a qualificar seu corpo técnico para executar obras que almejam a conquista dos selos verdes, comprometendo-se com processos menos poluentes, descarte correto de resíduos e uso de matérias-primas ecologicamente corretas.
No Brasil, atualmente existem apenas oito edificações certificadas, em consonância com os critérios estabelecidos pelo Green Building, instituição norte-americana que fornece o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que mede e pontua requisitos de sustentabilidade em todas as áreas chave envolvidas em uma construção, como: eficiência no uso de águas, eficiência no consumo de energia, materiais e recursos aplicados e qualidade do ambiente interno de trabalho. Para Antonietto, “realizar obras com este perfil exige know-how e a Thá vem desenvolvendo sua expertise ao longo de seus 116 anos de atuação, sendo uma das poucas empresas brasileiras com condições de atuar dentro desta conformidade ambiental, pontuada por rígidos parâmetros”.
Além do LEED, outra importante certificação verde é o Selo AQUA, concedido pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini. A Thá foi responsável pela construção da loja da Leroy Merlin, em Niterói, o único empreendimento no Brasil a receber a certificação AQUA completa. Para obter o Processo AQUA, é preciso que o empreendedor atenda a 14 critérios de desempenho em três fases distintas do empreendimento: idealização do projeto, elaboração e realização. As soluções para a contemplação dos 14 quesitos não são fixas, e vão desde a escolha de matéria-prima até a implantação de um sistema de reaproveitamento de energia solar, por exemplo. Essas e outras ações de sustentabilidade da Thá podem ser encontradas no site www.tha.com.br/sustentabilitha.

Financiamento de Projetos Sustentáveis
A sustentabilidade faz parte do plano de negócio da Caixa Econômica Federal – a missão, visão e valores da empresa são pautadas em valores sustentáveis. O engenheiro da gerência de Desenvolvimento Urbano da Caixa, Walmick Grassi, apresentou, na Feira de Gestão, as ações da organização ligadas à habitação sustentável que, segundo ele, envolvem a redução do desmatamento, eficiência energética, fomento, energias renováveis e durabilidade do projeto.
Um exemplo é a aplicação de R$ 4 milhões no Fundo Socioambiental (FSA) Caixa para financiar projetos de gestão de resíduos sólidos de construção e demolição, realizados por consórcios públicos e prefeituras municipais. O objetivo da iniciativa é contribuir com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Outra ação da empresa foi a criação do Selo Casa Azul Caixa, visando incentivar o uso racional de recursos naturais na construção e promover a conscientização de empreendedores e moradores sobre as vantagens das construções sustentáveis. O selo possui seis categorias: Qualidade Urbana, Projeto e Conforto, Eficiência Energética, Conservação de Recursos Materiais, Gestão da Água e Práticas Sociais. As categorias são subdivididas em 53 critérios de avaliação. O selo se aplica a todos os tipos de projetos de empreendimentos habitacionais, apresentados à Caixa para financiamento, ou nos programas de repasse.
A iniciativa soma-se a outras importantes medidas da Caixa, indutoras da produção habitacional com sustentabilidade ambiental, tais como: o uso de madeira com origem legal na construção; o incentivo financeiro para sistemas de aquecimento solar de água nas habitações incluídas no Programa Minha Casa, Minha Vida, destinadas às famílias de mais baixa renda, e a necessária medição individualizada de água e gás nos prédios. As demais ações de sustentabilidade da empresa podem ser visualizadas no site www.planetasustentavel.abril.com.br/caixa.

Lixo Zero, Arquitetura Sustentável, Energia Renovável
Para encerrar o painel de habitação, os fundadores da ONG Verdever apresentaram o projeto Curadores da Terra – uma proposta de construção sustentável com o reaproveitamento total de todos os resíduos plásticos, orgânicos e minerais. O projeto foi vencedor do concurso internacional Ashoka / Fundação Rockfeller – Sustainable Urban Housing, em abril deste ano.
Trata-se de um inédito sistema construtivo, patenteado pela Curadores da Terra - ONG Verdever, com custo mais barato do que qualquer outro conhecido e praticado pelo mercado.
Marcia Macul e Sergio Prado apresentaram no evento os materiais utilizados nas construções propostas e destacaram o uso da terra crua apiloada em fôrmas estanques (taipa de pilão), fabricação local de tijolos de terra crua (secados à sombra) e o reaproveitamento das embalagens pet e de todos os tipos de resíduos pós-consumo em novos elementos construtivos.
Segundo Prado, 44% da população mundial não tem acesso à moradia e, em vez de diminuir, este número está aumentando a cada dia. Para ele, a maior crise europeia é habitacional. “E o Brasil não foge desta crise, pois é o maior exportador de favelas”, completa. O arquiteto e ambientalista afirma que toda a população mundial poderia ter moradia dentro de um ano, se 30% do lixo gerado fosse reaproveitado na habitação. Quem quiser mais informações sobre o projeto Curadores da Terra, pode obter no site www.curadoresdaterra.com.br.