domingo, 29 de janeiro de 2012

Ministra: PEC do Trabalho Escravo é prioridade



Maria do Rosário afirma que aprovação de Emenda Constitucional precisa sair do Congresso este ano


LUANA LOURENÇO/AGÊNCIA BRASIL



A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse neste sábado (28) que a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 438/2001, conhecida como PEC do Trabalho Escravo, será a prioridade da articulação da pasta no Congresso Nacional este ano.

“Temos que fazer dessa a principal agenda política de direitos humanos no Congresso. A presidenta Dilma Rousseff determinou à secretaria, que, assim como demos prioridade à articulação legislativa para aprovar a Comissão da Verdade em 2011, façamos da PEC a prioridade agora”, disse Maria do Rosário durante debate sobre trabalho escravo no Fórum Social Temático (FST).

Segundo a ministra, o aumento de incidência de trabalho escravo em áreas urbanas – geralmente no setor têxtil e na construção civil – e da entrada de imigrantes vindos de países mais pobres são novos desafios para as políticas de enfrentamento da escravidão contemporânea no Brasil.

“A agenda do trabalho escravo cada vez mais se confunde com a questão da migração, e pode se agravar diante do fenômeno da vinda de trabalhadores que vivenciam situações dramáticas em seus países e vêm procurar no Brasil melhores condições de vida, como os bolivianos e agora os haitianos”.

Maria do Rosário disse que é preciso garantir a esses trabalhadores o direito à denúncia, para que não sejam submetidos ao trabalho degradante. “Hoje, o trabalhador estrangeiro que está no Brasil, sendo explorado em condições análogas à escravidão e que denuncia essa condição é punido, é deportado. Precisamos produzir acordos que incentivem esses trabalhadores a denunciarem, criar um sistema de direitos para eles”.

Além da indefinição sobre a PEC do Trabalho Escravo, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) ameaça um dos principais instrumentos de combate à escravidão no Brasil, a chamada Lista do Trabalho Escravo, um cadastro que reúne propriedades em que houve flagrante e libertação de trabalhadores.

Criada em 2004, a lista tem atualmente 294 empresas e pessoas físicas. A maioria dos infratores está ligada à agropecuária e à produção de carvão, mas há também madeireiras e construtoras. Quem tem nome incluído na lista não pode obter empréstimo em bancos públicos e fica sujeito a sanções comerciais.

Na ação, que deve ser julgada em breve pelo Supremo Tribunal Federal (SFT), a CNA argumenta que o cadastro não poderia ter sido criado por portaria ministerial, mas por lei, o que dependeria de aprovação pelo Congresso Nacional.

O diretor da organização não governamental Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto, disse que a tentativa de derrubar a Lista Suja do Trabalho Escravo pode ser um tiro no pé para os produtores rurais. “Se derrubarem a lista, o pior vai ser para o produtor. Hoje a lista é um cadastro de 294 nomes num universo de milhares de propriedades fiscalizadas. Se a lista cai, a sugestão ao setor produtivo deverá ser 'não compre de quem foi fiscalizado'. Se eu fosse produtor rural nesse momento defender a lista suja com unhas e dentes”.

Na abertura do debate, os fiscais do trabalho assassinados em Unaí, em 2004, foram homenageados com um minuto de silêncio. Desde o crime, o 28 de janeiro é lembrado como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.

o problema também é gerado por casas que têm o esgoto disponível, mas não quiseram se conectar à rede: Lei de Crimes Ambientais neles!

Esgoto de 31 mil casas do litoral vão parar no mar


São Paulo, domingo, 29 de janeiro de 2012Cotidiano

Nas praias da região norte, 30% dos imóveis não têm rede coletora da Sabesp
Folha percorreu cinco rios de Ilhabela e São Sebastião, todos tinham cheiro de esgoto ou canos jogando dejetos


EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
TALITA BEDINELLI
DANIEL MARENCO
ENVIADOS ESPECIAIS A ILHABELA

Após um passeio de lancha e uma caminhada pela areia, a empresária Mariana Atti, 27, lava os pés em um rio que deságua entre as praias de Barra Velha e Perequê, em Ilhabela, litoral norte de SP.
A poucos metros dali, uma casa despejara esgoto sem tratamento no rio. "Vou chegar em casa, lavar o pé e desinfetar com álcool", diz.
A cena é comum no litoral de São Paulo. Até mesmo em municípios mais nobres, córregos e rios servem de "depósito" de esgoto e os dejetos acabam no mar.
No litoral norte, 30% dos imóveis não têm rede coletora da Sabesp. Mas o problema também é gerado por casas que têm o esgoto disponível, mas não quiseram se conectar à rede.
Dados obtidos pela Folha mostram que em Ilhabela quase metade das residências que tem rede coletora da Sabesp não está conectada.
Em todo o litoral paulista, são mais de 31 mil moradias (muitas delas de alto padrão) que estão nessa situação.
É responsabilidade do morador fazer a ligação entre sua casa e a rede. O procedimento tem custo que depende do tipo de obra, segundo José de Oliveira Paulo, 53, gerente da Sabesp em Ilhabela. O valor varia de R$ 100 a R$ 4.000.
Depois da ligação, a moradia também passa a pagar pelo tratamento de esgoto. A não execução do serviço pode gerar multas.
Estimativas da companhia mostram que a clandestinidade no litoral faz que 17,7 milhões de litros diários de esgoto (o que encheria o tanque de 354 mil carros populares) deixem de seguir para o tratamento adequado.
Neste verão, a Folha percorreu parte de cinco rios e córregos de Ilhabela e São Sebastião a partir do mar, onde eles deságuam. Em todos, havia canos despejando dejetos ou cheiro forte de esgoto.

...entupimento de bueiros por plástico ter sido identificado como o fator responsável por uma inundação...


29/01/2012 - 08h15

Limitar sacolinha é tendência mundial



O fim da distribuição de sacolinhas pelos supermercados de São Paulo, que começou a vigorar na quarta-feira passada, segue uma tendência que ganha fôlego em várias partes do mundo, informa reportagem de Érica Fraga na Folha deste domingo.


Embora o fornecimento das sacolas plásticas pelo varejo ainda seja liberado em vários países, como a vizinha Argentina e o distante Irã, um número crescente de nações ou cidades tem adotado alguma forma de restrição.
Bangladesh, na Ásia, tem uma das histórias mais antigas de proibição, que vigora desde 2002, depois de o entupimento de bueiros por plástico ter sido identificado como o fator responsável por uma inundação que devastou o país em 1998.

Limitar sacolinha é tendência mundial


Campanha paulista eleva onda restritiva que ganhou adeptos na Ásia, na África, na Europa e nos EUA nos últimos anos

Especialista critica o acordo supermercadista de SP em razão de não ter sido precedido por pesquisa de opinião

ÉRICA DE FRAGA
DE SÃO PAULO

O fim da distribuição de sacolinhas pelos supermercados de São Paulo, que começou a vigorar na quarta-feira passada, segue uma tendência que ganha fôlego em várias partes do mundo.
Embora o fornecimento das sacolas plásticas pelo varejo ainda seja liberado em vários países, como a vizinha Argentina e o distante Irã, um número crescente de nações ou cidades tem adotado alguma forma de restrição.
Bangladesh, na Ásia, tem uma das histórias mais antigas de proibição, que vigora desde 2002, depois de o entupimento de bueiros por plástico ter sido identificado como o fator responsável por uma inundação que devastou o país em 1998.
Em diversos países africanos (como Ruanda, Quênia, Uganda e Somália), o varejo também é proibido de distribuir as sacolinhas.
Na China, o varejo de todo o país é obrigado a cobrar pelas sacolas desde 2008. Um estudo da Universidade de Gotemburgo (Suécia), divulgado em 2010, indicou queda de 50% no consumo das sacolinhas no país depois da adoção da medida.

EUA E EUROPA
Nos EUA, não existe uma regra nacional sobre o tema. San Francisco é considerada a cidade pioneira do país na decisão de proibir o fornecimento de sacolas plásticas, a partir de 2007.
Em Washington, a distribuição não é proibida, mas os supermercados são obrigados a cobrar por elas. Em Nova York, não há restrições.
Medidas restritivas são comuns na Europa, embora as regras variem de um país para o outro. No Reino Unido, por exemplo, as sacolinhas não são proibidas, mas há um compromisso das grandes redes de reduzir o consumo.
O acordo ajudou a diminuir em 40% o uso de sacolas no país entre 2006 e 2009, mas em 2010 o consumo aumentou, provocando reação do governo. Na Irlanda, é cobrada uma taxa pelo uso de sacolinhas desde 2002, e em países como a Itália a distribuição é proibida.
Em 2011, a União Europeia promoveu uma pesquisa de opinião sobre o uso das sacolinhas, respondida por 15 mil pessoas: 70% se manifestaram a favor da proibição da distribuição das sacolinhas.
Depois do resultado, organizações não governamentais pressionaram as autoridades europeias para banir o fornecimento de sacolas no bloco.
O especialista Roberto Nascimento de Oliveira critica o fato de que o acordo para a proibição das sacolas em São Paulo não tenha sido precedido de uma pesquisa de opinião sobre o tema.
"Era fundamental consultar o consumidor antes para só então decidir que medida implantar e como implantar", diz Oliveira, professor do Núcleo de Estudos de Varejo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
O presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), João Galassi, diz não ter informações sobre os detalhes dos projetos para restrição do uso de sacolinhas implementados em outros países, mas acredita que "os consumidores vão, aos poucos, mudando de hábitos quando a causa é justa".

Colaboraram LUCIANA COELHO, de Washington, RODRIGO RUSSO, de Londres, SAMY ADGHIRNI, de Teerã, SYLVIA COLOMBO, de Buenos Aires, e VERENA FORNETTI, de Nova York

Sistemas de aquecimento solar de água

Coletores solares

Veja os detalhes de instalação dos coletores solares em telhados


Os sistemas de aquecimento solar de água por termossifão são comumente utilizados em residências unifamiliares e estão ganhando espaço nas construções para o segmento popular. Para que o sistema tenha um desempenho adequado, a disposição dos coletores, caixa d'água e reservatório térmico nos telhados exige alguns cuidados e a orientação de projetistas. Confira, na primeira ilustração, uma visão geral dos componentes do sistema de aquecimento solar; e, na segunda ilustração, as principais orientações para disposição dos componentes.



Detalhe 5-A

Suportes de alumínio ou aço confeccionados em conformidade com a particularidade da telha e estrutura de telhado.
Detalhe 5-B

Uso de amarril em cobre - arame de cobre nu -, que fixa os coletores aos caibros e vigas do telhado. Essa solução é a mais utilizada por conta da maleabilidade dos fios e resistência às intempéries. (A alternativa, no entanto, só é viável em telhados com inclinação entre 25% e 50%.)

1 Inclinação

As tubulações internas dos coletores devem ficar sempre em paralelo à inclinação do telhado.

2 Desnível

É indicado que o lado superior dos coletores fique 30 cm abaixo do fundo do reservatório térmico. Caso não seja possível, o desnível mínimo é de 10 cm, para que haja pressão.

3 Interligação

A interligação entre os painéis coletores e o reservatório deve ter a menor distância possível para evitar perdas de calor, não devendo ultrapassar os 7 m.

4 Altura da caixa

Para adequar a pressão à capacidade do sistema, é necessário verificar a pressão máxima suportada informada no manual do produto. É com essa informação que será possível determinar a altura máxima que o topo da caixa d'água pode ficar em relação ao fundo do reservatório térmico. Geralmente, a pressão é expressa em mca (metros de coluna d'água) ou em kgf/cm² , sendo 1 mca = 0,1 kgf/cm².

5 Fixação

Ao fixar os coletores, utilize vedantes de borracha de silicone nos pontos em que as telhas forem furadas para evitar infiltrações. Há duas possibilidades de fixação, ambas pelas uniões de cobre existentes entre os painéis, conforme os desenhos 5-A e 5-B.

Torre aumenta pressão
Nos casos em que for possível construir torre acima do telhado para abrigar reservatório térmico e caixa d'água, obtém-se mais pressão de água durante o consumo. É preciso, no entanto, contar com reservatório térmico compatível à pressão.

Carnaval Ecológico de Chapada dos Guimarães - Festival Carnaxapz com banheiros secos!

Festival Carnaxapz


Acampamento Ecológico de Chapada dos Guimarães acontece entre os dias 17 e 22/02 e celebra a vida com música, dança, palestras etc


Ariane Laura
Da Redação



Para quem quer fugir da folia, das micaretas e dos blocos carnavalescos e prefere o contato com a natureza, uma alternativa é o Acampamento Ecológico de Chapada dos Guimarães (Carnaxapz). O festival, que acontece entre os dias 17 e 22 de fevereiro, é uma celebração a vida regado com muita música, dança, palestras e apresentações culturais em meio a natura, no Vale da Bocaina, próximo a pousada dos Ipês, em Chapada dos Guimarães. 

Em sua quinta edição, o tema do evento será a Nova Era Paralela, que preconiza e valoriza uma relação de mais compreensão entre as pessoas. Para este ano, o núcleo Tranceculture, responsável pela organização do festival, promete criar um ambiente inesquecível para que cada participante aproveite o momento para desfrutar o feriado de carnaval de uma forma diferente. 

A programação do evento conta com palestras sobre temas de cunho ambiental, turístico e social. Entre as apresentações já confirmadas temos artistas locais como a banda de reggae Negramina, o grupo de percussão Batuquenauá, as bandas de rock Branco ou Tinto e Engenho de Dentro, além dos DJs Biancardi, que traz o projeto Cocho mágico (viola de cocho com música eletrônica), DJ Alexandre Zanella (Rondonópolis), DJ Sena (Rondonópolis), DJ Frico (Cuiabá), entre outros. 

A expectativa é de que neste ano recebamos um público recorde, pelo reconhecimento que o festival adquiriu ao longo dos anos. Para esta edição, parceiras de peso com gravadoras e produtoras foram firmadas, entre elas a Vagalume Records, que organiza o festival Universo Paralelo, a ZN Produções (Goiânia), responsável pelos festivais Terra Mundi e EarthDance, e produtora Gota Picante. Graças a essas parcerias o evento contará com artistas nacionais e internacionais. Paralelamente, serão realizadas ao longo do evento várias ações que envolvem o bem estar e a responsabilidade ambiental. 

“A ideia é realizar um festival multicultural, abrir as portas para artistas locais, nacionais e internacionais. Porém, não é só festa e diversão. O diferencial do festival é uma particularidade importante: a conscientização ambiental. A proposta do festival é unir o homem, a cultura e a práticas sustentáveis em defesa do meio ambiente. Antes e após o evento, o espaço será estruturado com algumas melhorias feitas para criar a estrutura antes mesmo do próprio festival, como chuveiros, banheiros secos, hortas orgânicas, composteiras, entre outras”, afirma Daniel Rosa, que faz parte da organização do evento. 

O festival pretende alavancar o mercado turístico e artístico do estado; estimular o mercado proporcionando uma maior movimentação por meio do turismo de evento, criando novos produtos, novos investimentos, e a geração de empregos; fomentar a cultura de eventos na cidade, promovendo e valorizando o turismo e a música regional e divulgar o trabalho a nível internacional dos parceiros e dos apoiadores. Mais informações pelos telefones 30540222 ou 99842056. 

HISTÓRICO 

Há exatos cinco anos, um grupo de jovens amigos com ideias e pensamentos em comum resolveu colocar em prática aqueles sonhos que compartilhavam juntos. Nasceu ali o núcleo Tranceculture, uma grande família do tempo presente que busca, cada vez mais, agregar novos valores, expressões e visões de um futuro coletivo consciente que almeja a harmonia e respeito - com os próximos e o meio ambiente que nos rodeia. 

Naquele mesmo ano, como resultado dos esforços coletivos de cada um, foi realizado o Carnaval Ecológico de Chapada dos Guimarães (Carnaxapz) e, desde então, ano após ano, o evento vem crescendo, inserindo a cidade no roteiro dos grandes festivais de cultura alternativa do Brasil, atraindo aventureiros de toda parte. 


Subprefeituras completam dez anos

http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/1039823-subprefeituras-completam-dez-anos-com-menos-poder-e-salarios-altos-veja-video.shtml


29/01/2012 - 09h38

Subprefeituras completam dez anos com menos poder e salários altos; veja vídeo

ELVIS PEREIRA
NATÁLIA ZONTA
DE SÃO PAULO


A edição deste domingo (29) da revista sãopaulo traz uma reportagem sobre as 31 subprefeituras da cidade. As unidades, que completam dez anos em 2012, ao longo do tempo, perderam autonomia e funções. Atualmente, elas são responsáveis por serviços de zeladoria nos bairros, como a conservação de vias e a poda de árvores.
íntegra está disponível para assinantes da Folha e do UOL.
Segundo levantamento da reportagem, apesar de terem perdido atribuições, as subprefeituras são caras: em média, 47% do orçamento total de cada uma é destinado para pagar sua própria administração, o que inclui a folha de pagamento.
Rogerio Canella/Folhapress
Passagem na Lapa, que deveria ter sido reformada pela subprefeitura; prefeitura diz que não havia verba para a obra
Passagem na Lapa, que deveria ter sido reformada pela subprefeitura; prefeitura diz que não havia verba para a obra
Em dezembro do ano passado, os subprefeitos receberem um aumento de 193%. O rendimento passou de R$ 6.573 para R$19.294. O número de funcionários também foi de 2 mil, em 2002, para 8.344, no fim de 2011.
O comando das subprefeituras também foi alvo de mudanças na gestão Gilberto Kassab (PSD). Antes chefiadas por vereadores, ex-prefeitos de cidades do interior e candidatos derrotados, agora são lideradas, em sua maioria, por coronéis da reserva da Polícia Militar. Atualmente, apenas uma subprefeitura é comandada por um civil.

Piso intertravado para calçadas




Conheça as especificações técnicas da pavimentação intertravada com blocos modulares de concreto, e seus detalhes construtivos



A pavimentação de calçadas com blocos pré-moldados é de rápida execução, possui vida útil longa, baixa manutenção e alta capacidade de drenagem das águas das chuvas. Neste sistema, blocos modulares pré-moldados em concreto, com diversas formas, cores e texturas, são justapostos e se mantêm fixos por conta do atrito da área lateral das peças em relação às outras adjacentes. Com o travamento, a transferência de carga entre os blocos alivia as pressões sobre o subleito e a base, reduzindo as possibilidades de deformações da pavimentação. As peças são assentadas sobre uma camada de areia ou pó de pedra espalhada sobre o solo previamente compactado. Por ser assentado sobre o solo, o sistema de pavimentação intertravada possibilita melhor drenagem, com poucas camadas de interferência. Confira os detalhes da pavimentação:



Contenção lateral
2 Areia de rejuntamento
3 Peças pré-moldadas de concreto
4 Areia de assentamento ou pó de pedra
5 Base
Sub-base
Subleito

Ilustrações: Daniel Beneventi
Preparação do solo
O solo (subleito e sub-base) é compactado com a ajuda de um rolo compactador e/ou um equipamento vibratório. Em seguida, verifica-se a altura da caixa (contenção lateral) para receber a estrutura do pavimento, normalmente feita com bica corrida - material usado como base de pavimentação de ruas e pistas de concreto. A altura da contenção varia conforme a altura do bloco utilizado. Depois, a bica corrida também é compactada e, então, avalia-se o caimento mínimo para coleta das águas (recomenda-se 1,5% de caimento). Como a pressão exercida em calçadas é considerada baixa, é possível obter um bom desempenho dos blocos de concreto apenas por meio de seu assentamento sobre um colchão de areia, aplicado sobre um subleito adequadamente regularizado e compactado, sendo dispensável a execução de uma camada de reforço da fundação.

Assentamento
Para assentamento dos blocos intertravados, espalha-se uma camada de pó de pedra ou areia sobre a bica corrida. Para uma camada uniforme e com espessura constante, utilizam-se réguas sobre tubos de aço com diâmetro de 3 a 5 cm. É necessária a utilização de linha para assentamento dos pisos para garantir os esquadros e desenhos da obra. Os recortes nos blocos, para emendas e arremates, são feitos com serra mármore ou policorte. Para finalizar o assentamento, usa-se o equipamento vibratório sobre o piso para nivelá-lo. Espalha-se, então, o pó de pedra ou areia sobre o piso com uma vassoura e utiliza-se novamente o equipamento vibratório para que o pó penetre nas juntas. Após a colocação das peças é necessário compactá-las, em geral, em dois ciclos de compactação. O primeiro ciclo compacta a areia de assentamento e provoca a ascensão desse material pelas juntas, que podem variar de 5 a 25 mm de espessura, dependendo do tipo de areia. Depois dessa etapa, uma areia mais fina é vassourada para dentro das juntas, promovendo o rejuntamento.

Drenagem
Para garantir a perfeita drenagem em sistemas de piso intertravado, indica-se o cuidado com as inclinações longitudinais e com os caimentos transversais de pavimentos intertravados. Para calçada, recomenda-se caimentos transversais de 2%, com caimento transversal máximo de 4%. Os pavimentos também devem prever interrupções como poços de visita, caixas de passagem, hidrantes, trilhos e padrões de luz. O detalhe de uma caixa de passagem pode ser simplificado preenchendo-se o entorno da interrupção com concreto de 30 MPa.

Conservação
Os blocos pré-moldados de concreto podem ser retirados e recolocados, o que permite consertos subterrâneos, como vazamentos de canalização e de eventuais recalques do subleito, sem remendos. A capacidade de drenagem da pavimentação intertravada também evita despesas com operações tapa-buracos, recapeamento e selagens de trincas.

Formatos mais comuns, resistência e normas
Os formatos mais comuns de blocos intertravados, entre diversos fabricantes, são: retangular, "raquete", 16 faces e sextavado. Para calçadas, usa-se, em geral, blocos com espessura de 6 cm, conforme definição em projeto. A resistência da pavimentação intertravada costuma variar entre 35 e 50 MPa. Esse tipo de pavimento está normatizado na ABNT, pelas normas referentes às Peças de Concreto para Pavimentação NBR 9780 ("Determinação da Resistência à Compressão") e NBR 9781 ("Especificação").



Colaboração: Blocos Renger