A qualidade da água está ligada à massa de metais que contém nela
Professor entrevistado no Globo Ecologia pesquisa elementos que podem estar causando impacto na Lagoa Bonita, no Distrito Federal
Autoria e fonte: http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2011/06/qualidade-da-agua-esta-ligada-massa-de-metais-que-contem-nela.html
Lagoa Bonita, localizada em Planaltina,
Distrito Federal (Foto: Divulgação)
A qualidade da água está diretamente ligada à movimentação massa de metais pesados, que contém nos solos e rochas. No entorno da Lagoa Bonita, a agricultura vem movimentando as massas de solos e, conseqüentemente, o aumento da lixiviação de metais e outros compostos oriundos de agrotóxicos acabam por atingir as nascentes, por meio do escoamento pluvial que acaba chegando a Lagoa. Este é o tema abordado no Globo Ecologia de 4 de junho, cujo tema é “As florestas e a água”. Um dos entrevistados desta edição do programa é José Vicente Elias Bernardi, professor da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do projeto Dinâmica Hidrobiogeoquímica e Monitoramento da Qualidade da Água na Zona Úmida de Vereda, que há dois anos vem fazendo um balanço das concentrações de mercúrio, cádio, cobre, zinco, chumbo e níquel na Lagoa Bonita, localizada na administração de Planaltina, cidade satélite do Distrito Federal.
“A entrevista para o Globo Ecologia foi dada na Estação Ecológica de Águas Emendadas. Lá, a gente viu a coleta de solos hidromórficos e entrou para a Lagoa Bonita, onde falamos sobre a qualidade da água. O trabalho que venho desenvolvendo tem como objetivo monitorar os metais e descobrir o que de concreto esse balanço traz e se podemos usá-lo como diagnóstico de como está impactando nessa lagoa”, conta o professor José Vicente.
O projeto foi iniciado em 2009, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal. Além das águas da Lagoa Bonita, o professor e mais quatro professores e dez bolsistas estudam também sedimentos, solo, rocha, e vegetação. É importante saber, por exemplo, se a vegetação absorve algum tipo de metal.
Uma imagem da Lagoa Bonita (Foto: Divulgação)
“É para ver qual é contribuição da vegetação para o ciclo geoquímico desses metais. Analiso também as espécies vegetais dominantes do cerrado, com o intuito de inferir sobre as concentrações dos metais no compartimento vegetal. Outro matriz importante se refere ao compartimento plâncton (Fito e Zoo), elos das teias tróficas (alimentares) aquáticas e responsáveis pela transferência ao longo da teia trófica. A partir daí dá para saber o grau de acúmulo destes metais chamados de biomagnificação, ou seja, elementos que se concentram ao longo da teia trófica aquática. Outro ponto importante foi a pesquisa com peixes predadores no tucunaré cujas concentrações foi na ordem de 0,5 ppm de Hg no tecido musculoso do peixe. Isto pode indicar uma contaminação externa ao sistema da Lagoa Bonita”, diz.
José Vicente está atrás de respostas para construir um mapa de concentração dos elementos na Estação Ecológica e na Lagoa Bonita. Com os o levantamento dos pontos, a ideia é fazer uma proposta para ampliação da área, projeto que já existe, mas pode ganhar força com as pesquisas do grupo coordenado pelo professor:
“Essa lagoa foi escolhida por que tem ocupação humana em seu entorno e suas nascentes estão dentro de uma reserva particular. Estas águas, são utilizadas pela Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal) faz distribuição e tratamento destas águas para população de Planaltina e Sobradinho. Temos que pensar em recuperar e preservar!”
WASHINGTON - Os Estados Unidos confirmaram nesta terça-feira um caso, entre quatro suspeitos no país, de contaminação com o tipo de bactéria Escherichia coli (E.coli) que matou 24 pessoas na Europa. Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) anunciaram que "nos Estados Unidos, foram identificadas três suspeitas e uma confirmação de infecção com STEC O104:H4, em pessoas que recentemente viajaram a Hamburgo, na Alemanha, onde provavelmente foram expostas (à bactéria)".
O paciente cuja doença foi confirmada está hospitalizado em Massachusetts depois de desenvolver um tipo de insuficiência renal e uma síndrome hemolítico-urêmica (HUS), associadas à bactéria. "Um caso de HUS foi confirmado em Massachusetts como correspondente à cepa que causou o surto alemão", informaram os CDC.
Entre as suspeitas, dois são casos de HUS, um em Michigan e outro em Wisconsin. A terceira suspeita é uma pessoa com doença diarreica relacionada à toxina Shiga, que ainda vem sendo investigada. Dois militares norte-americanos que vivem na Alemanha também foram mencionados na semana passada pelos CDC como possivelmente doentes por causa da E.coli. As informações são da Dow Jones.
O Ministério Público do Estado de São Paulo, antecipando-se à aprovação pelo Senado do novo Código Florestal nos termos atuais, decidiu montar um manual para atuação dos promotores na defesa do ambiente.
Até 8 de agosto, os promotores do Estado receberão orientações sobre ações que poderão ser ajuizadas diante da nova legislação, além da atuação em inquéritos, ajustamentos de conduta e inconstitucionalidades.
Um grupo de estudos formado por promotores do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente) foi criado para, em 60 dias, apresentar as normativas que integrarão o manual. No Estado há sete Gaemas.
"Nosso objetivo é garantir uma atuação integrada e no mesmo sentido das Promotorias, que é proteger a sociedade e o meio ambiente", disse a promotora e secretária-executiva do Gaema, Cristina Godoy de Araújo Freitas.
Uma das possibilidades já estudadas no grupo são ações questionando a inconstitucionalidade por retrocesso legislativo. Seriam questionamentos considerando a Constituição Federal e a preservação do ambiente.
Em um dos casos, a ação poderia questionar a redução de 30 metros para 15 metros da conservação de APP (Área de Preservação Permanente). "Até 8 de agosto teremos os resultados para todos os promotores", disse Cristina.
O promotor de Meio Ambiente de Barueri, Marcos Mendes Lyra, afirmou que vai adotar a estratégia devido ao avanço das construções sobre as APPs. "Vamos tentar manter em 30 metros."
As regiões com grande cobertura vegetal de São Paulo concentram os maiores entre os novos cem parques que a prefeitura quer criar até 2012. Não há previsão de novas áreas verdes em regiões áridas da cidade, como Brás, Sé, Santa Cecília e República.
A informação é de reportagem de Eduardo Geraque, Evandro Spinelli e Vanessa Correa, publicada na edição da Folha desta terça-feira (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Dados da prefeitura indicam que quase metade da cidade tem uma relação baixa de área verde por habitante. A cobertura vegetal se concentra nos extremos sul e norte da cidade, além de um pequeno trecho a leste. Nesses locais a prefeitura está fazendo cinco novos parques com mais de 1 milhão de metros quadrados de área.
De acordo com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, há mais potencial de implantação de parques com maior área nas regiões com maior cobertura vegetal.
O secretário Eduardo Jorge, no entanto, disse que a intenção é distribuir as áreas verdes por toda a cidade.
Eduardo Anizelli/Folhapress
Região na divisa da Freguesia do Ó e Brasilândia, na zona norte, já tem verde e ganhará novo parque
Diego Padgurschi/Folhapress
Já a região de Santa Cecília, no centro, não tem espaços verdes e deve continuar assim
O programa da Prefeitura de São Paulo que visa atingir cem parques na cidade até 2012 prioriza justamente as regiões onde o verde é bastante presente.
Regiões áridas da cidade, como bairros do centro e da zona leste, vão continuar assim. O clima desértico destes locais não vai mudar.
As áreas verdes de São Paulo estão concentradas nos extremos sul e norte da cidade. Existe ainda um pequeno trecho a leste.
Essas regiões concentram os maiores entre os novos parques que a prefeitura vem construindo desde 2007.
Nestes locais estão sendo feitos cinco novos parques com mais de 1 milhão de metros quadrados de área. Para efeito de comparação, o parque Villa-Lobos, em Alto de Pinheiros (zona oeste), tem 732 mil metros quadrados.
Parte dos novos parques são compensações ambientais exigidas para obras como o trecho sul do Rodoanel e a marginal Tietê.
Por outro lado, não há previsão de criação de áreas verdes, por exemplo, em Santa Cecília, Brás, Sé, Bela Vista e República, distritos que têm menos de 0,5 m2 de cobertura vegetal por habitante, segundo o último levantamento oficial, realizado em 1999.
Dados da prefeitura indicam que quase metade da cidade tem uma relação baixa de área verde por habitante.
No ano passado, a prefeitura gastou R$ 23,5 milhões na construção de parques.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente informou que nas regiões com maior cobertura vegetal é onde há maior potencial de implantação de parques com maior área, mantendo ou recuperando a vegetação em áreas de preservação permanente.
O secretário Eduardo Jorge, no entanto, disse que a intenção é distribuir as áreas verdes por toda a cidade.
Jorge, preferido do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para disputar sua sucessão em 2012, citou o exemplo do Grajaú, que não tinha nenhum parque até 2005 e deve ganhar cinco. A área, porém, já é bastante arborizada por ficar no entorno da represa Guarapiranga (zona sul).
"Dentro deste cenário, lanço um desafio", diz Márcia Hirota, diretora de gestão do conhecimento da ONG SOS Mata Atlântica. "Por que não fazer um grande plano de devolver um pouco de verde para bairros da zona leste da cidade?", questiona.
SP quer remunerar dono de área verde
Prefeitura estuda mecanismo em que proprietário poderia vender a empreiteiras direito de verticalizar outras regiões
Preservação de áreas verdes estimularia o adensamento de locais com infraestrutura maior de transportes
DE SÃO PAULO
A Prefeitura de São Paulo estuda criar mecanismos para que proprietários de áreas verdes particulares da cidade possam receber dinheiro para preservar as árvores.
O mecanismo de pagamento ainda não está definido, mas o que mais se discute é permitir a transferência de potencial construtivo dos terrenos preservados.
Assim, o proprietário poderia vender para empreiteiras o direito de verticalizar outras regiões da cidade.
O mecanismo já é usado, por exemplo, com bens tombados pelo patrimônio histórico. Se o imóvel é tombado, o potencial construtivo pode ser usado em outro lugar.
Distritos como Marsilac, Parelheiros (extremo sul), Perus, Anhanguera e Tremembé (extremo norte), com grandes áreas verdes preservadas, seriam os mais beneficiados com o projeto.
Dessa forma, a prefeitura diz acreditar que pode preservar as regiões "mais verdes" da cidade contra o avanço do mercado imobiliário.
Por outro lado, a preservação dessas áreas verdes estimularia o adensamento de áreas com maior infraestrutura de transportes, principalmente o entorno das linhas de trem e de metrô.
A ideia consta do plano lançado pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) na semana passada para combater o efeito das mudanças climáticas. O plano foi apresentado na conferência C40, que reuniu prefeitos e representantes das maiores cidades do mundo em São Paulo.
O pagamento pela manutenção das áreas verdes é uma antiga reivindicação de entidades ambientais para implantação especialmente na região amazônica.
Em São Paulo, representantes dos proprietários de áreas do extremo sul também já apresentaram proposta semelhante à prefeitura.
O objetivo, nesse caso, é impedir a especulação imobiliária e estimular a criação de atividades econômicas sustentáveis, principalmente o turismo, no entorno das represas Billings e Guarapiranga e na serra do Mar.
BENEFÍCIOS FISCAIS
O plano de Kassab também prevê outros benefícios fiscais para quem adotar medidas ambientalmente corretas. Nenhuma delas tem prazo para ser implantada.
Por exemplo, estuda-se o estímulo ao carro elétrico, que não emite poluentes. Apesar de ser diretriz do plano, ainda não se sabe como a medida pode ser implantada.
Também podem ser criados incentivos fiscais para empresas que desenvolverem pesquisas sobre eficiência energética e produtos ambientalmente corretos.
Parques ou praças: por que só na periferia das cidades?
ANA MARIA LINER PEREIRA LIMA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Se uma só árvore já ajuda a melhorar o clima, economizar energia e até a valorizar a região, o que dizer, então, das áreas verdes urbanas?
Na situação precária em que vivemos nos grandes centros, com escassez de áreas verdes, ficamos felizes se mais árvores são plantadas.
Em quase todas as maiores cidades brasileiras, bairros nobres já são bem mais "verdes". Esse verde inclusive valoriza o metro quadrado (o entorno do Central Park, em Nova York, é um dos mais valorizados do mundo).
Já nos locais mais pobres, a falta de opções leva crianças a jogar bola no meio da rua e até em avenidas.
Duas coisas devem ser observadas ao planejar novos parques e praças: frequência e distribuição. No primeiro caso, devem ser em número suficiente para cumprir a expectativa, em termos do número de moradores da área. No segundo, de nada adianta ter pouco ou quase nada no centro da cidade, barganhado com uma grande área periférica.
O verde da periferia, claro, deve ser transformado em parque também, pois, no futuro, estará inserido no novo centro urbano que surgirá.
Mas, para o momento, o que importa é que os atuais bairros mais centrais sejam privilegiados, porque estão mais sujeitos à poluição, ao excesso de veículos e pessoas e às inundações por falta de áreas permeáveis e árvores.
As áreas que já são parques ou reservas, assim como as definidas como de preservação permanente, devem ser mantidas muito bem cuidadas e fiscalizadas.
ANA MARIA LINER PEREIRA LIMA é professora da Esalq-USP e especialista em arborização urbana
07/06/2011 - 20h25
Uma pessoa morre e outra fica ferida após queda de árvore em SP
Uma pessoa morreu e outra ficou ferida após serem atingidas por uma árvore, por volta das 18h50 desta terça-feira, na avenida Rio Branco na esquina com a alameda Glete, na região central de São Paulo.
A pessoa ferida foi encaminhada ao Hospital das Clínicas.
Até as 20h20, o Corpo de Bombeiros não tinha a identidade das vítimas nem outros detalhes sobre o acidente.
VENTO
O aeroporto de Guarulhos (Grande SP) registrou ventos de 124 km/h no fim da tarde de hoje, de acordo com o (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura de São Paulo.
Houve registro de ventos fortes também no Mirante de Santana (zona norte de SP), com 81 km/h, de acordo com o CGE.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), 14 árvores caíram em São Paulo em razão das rajadas.
Nos último sábado o vulcão Puyehue no sul do Chile, próximo à fronteira com a Argentina entrou em erupção. O fenômeno liberou uma gigantesca nuvem de cinzas, que atingiu estâncias na região de Bariloche e obrigou as empresas a cancelarem vôos.
Hoje, as cinzas chegaram a Buenos Aires e as companhias aéreas com voos previstos para chegar ou sair dos aeroportos de Ezeiza e Aeroparque decidiram cancelar seus serviços por causa da passagem da nuvem. Pelo menos 30 voos internacionais foram afetados.
Segundo dados da Infraero, divulgados pelo Último Segundo, um voo da Aerolineas que partiria às 10h45 de Cumbica, em São Paulo, foi cancelado. Dois voos – um da Gol e outro da Aerolineas – para São Paulo, com chegadas previstas às 14h35 e 14h45, também foram cancelados. No Galeão, do Rio, até o meio-dia desta terça-feira há o cancelamento de quatro chegadas – três de Buenos Aires e uma de Córdoba – e de cinco partidas.
A Aerolíneas Argentinas e sua subsidiária Austral cancelaram todos seus voos domésticos e internacionais por causa das nuvens de cinzas. Além disso, estão suspensos até a próxima quinta-feira os voos noturnos de ambas as companhias para a cidade de Mendoza, capital da província de mesmo nome, e para Santiago do Chile, segundo um comunicado das companhias.
Já na segunda, a LAN decidiu cancelar 35 voos, dois quais 25 previstos para hoje, para destinos como Bariloche, Neuquén e Río Gallegos, enquanto também foram cancelados serviços das americanas Delta e United Airlines entre Buenos Aires e Santiago do Chile.
Já a Pluna divulgou comunicado informando que os clientes com voos agendados para esta semana ou a próxima poderão fazer a remarcação sem taxas para datas futuras ou mesmo pedir o reembolso integral do valor pago pelas passagens. Para remarcações, os clientes devem entrar em contato pelo e-mail loja.sao@flypluna.com, enquanto o reembolso deve ser solicitado prlo e-mail financeiro.sao@flypluna.com.
Para não prejudicar os passageiros, a Aerolíneas e a Austral informaram que as passagens poderão ser suspensas por até um ano sem nenhuma penalidade. “A nuvem de cinzas expulsa pelo vulcão Peyehue alcança os 12 mil metros de altura e se desloca em sentido sudoeste-noroeste”, segundo o comunicado.
“As cinzas foram registradas na segunda-feira nas províncias de Mendoza e La Pampa e avançaram entrando também na cidade de Bahia Blanca, na província de Buenos Aires. Elas vão continuar seu curso e esperamos que a nuvem passe sobre a capital federal”, disse o gerente do SMN, Luis Rosso, à BBC.
Segundo ele, a tendência é que as cinzas vulcânicas percam a força e cheguem “quase imperceptíveis” na cidade de Buenos Aires. No entanto, o Conselho Provincial de Emergências (CPE) solicitou aos moradores de cidades afetadas que tomem precauções, como o uso de máscaras para evitar problemas respiratórios.
As cinzas também provocaram cancelamentos de voos internacionais no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. As companhias que fazem as rotas pelo Peru, Argentina e Paraguai estão realocando os clientes para aeronaves de outras empresas com trajetos ainda não afetados pela nuvem vulcânica e que passam pelo Rio de Janeiro e por São Paulo.
Os contratempos aumentaram na Argentina nesta terça-feira (7) com o cancelamento de voos e mais cidades afetadas pelas cinzas lançadas por um complexo vulcânico que entrou em erupção no sábado, no sul do Chile.
Buenos Aires amanheceu nesta terça-feira sob um nevoeiro, habitual nesta época do ano, enquanto porta-vozes do Serviço Meteorológico confirmaram que os ventos farão chegar tênues nuvens de cinzas do Puyehue, situado a cerca de 1,8 mil quilômetros ao sudoeste da cidade, na Cordilheira dos Andes.
A Patagônia é uma das regiões mais afetadas, com importantes centros turísticos de inverno tendo de reduzir ao mínimo suas atividades.
Imagem de satélite mostra a coluna de fumaça expelida pelo vulcão Puyehue, na Cordilheira dos Andes (Foto: NASA / Reuters)
Os fortes ventos desde a cordilheira dos Antes até o Oceano Atlântico complicavam as operações das companhias aéreas comerciais, que também começaram a cancelar voos para o exterior.
O aeroporto da cidade Argentina de San Carlos de Bariloche, no sul, permanecia fechado por falta de visibilidade. O principal centro de esqui da América do Sul e os seus arredores estavam cobertos de cinza.
Além disso, a rodovia Cardenal Samore, importante passagem na fronteira entre Chile e Argentina, continuava fechada por causa da escassa visibilidade e o acúmulo de cinzas.
As autoridades argentinas desaconselham o uso das estradas na região afetada pelas cinzas. Algumas delas estão com o trânsito interrompido.
O fechamento do movimentado aeroporto de Bariloche obrigou a companhia aérea LAN Argentina, filial local da chilena LAN, a Aerolíneas Argentinas e a Austral a cancelarem seus serviços para e da região, que é vizinha ao complexo vulcânico chileno de Puyehue-Cordón Caulle, cuja erupção lançou lavas e provocou o desprendimento de pedras.
Avião da companhia aérea Austral coberto de cinzas do vulcão no aeroporto San Carlos de Bariloche, na Argentina (Foto: Chiwi Giambirtone / Reuters)
A estatal Aerolíneas Argentinas informou que não haverá voos para Bariloche, como também a partir da cidade, até o próximo domingo. As operações noturnas até Santiago, capital do Chile, e a província Argentina de Mendoza estão suspensas até quinta-feira.
A LAN Argentina informou o cancelamento de pelo menos dois voos do Chile a Buenos Aires e idênticas previsões para Lima. Outras viagens estão sob observação.
A imprensa local afirmou que também empresas dos Estados Unidos cancelariam nesta terça-feira vôos para e do Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires.
As graves consequências sobre as localidades argentinas na região da cordilheira levaram a própria presidente Cristina Kirchner a contatar as autoridades da área por causa de sua proximidade com o complexo vulcânico.
Problema com cinzas de vulcão deixa hotéis de SP lotados
Não há mais vagas em hotéis em São Paulo para acomodar passageiros retidos, informou o Sindicato Nacional das Empresas Aéreas. Houve superlotação por conta das cinzas de vulcão que afetam o tráfego aéreo e dos ventos fortes que prejudicaram a operação dos aeroportos de Guarulhos (Grande São Paulo) e Congonhas (zona sul de São Paulo).
A orientação das empresas aéreas é que os passageiros voltem para casa ou para a casa de parentes. Há obrigação legal de as empresas providenciarem acomodação para passageiros em caso de atraso de voo. As companhias já avisaram à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que, excepcionalmente, não conseguirão cumprir a medida.
A Folha ligou em dois hotéis do entorno do aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos; ambos estão lotados.
A informação do prejuízo aos voos está nas páginas na internet das principais companhias aéreas brasileiras.
O problema da falta de vaga de hotéis para uso das companhias aéreas já vinha acontecendo nos últimos meses. Passageiros chegaram a ser acomodados em hotéis distantes de SP, como Atibaia e Bertioga.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-SP, Bruno Omori, diz que o problema possivelmente esteja concentrado no entorno do aeroporto e nos hotéis econômicos, perto ou longe de Guarulhos. Ele acredita que haja vagas em hotéis de outra categoria e mais afastados, como os 4 estrelas de São Paulo, por exemplo.
"Mas realmente é complicado encontrar um hotel que tenha 200 vagas disponíveis, por exemplo, para acomodar todos de um voo parado em São Paulo.' Os hotéis de São Paulo têm, durante a semana, ocupação média de 75% a 80%", disse.
Omori orientou aos passageiros para ligar para os hotéis para verificar a disponibilidade de vagas.
Editoria de Arte/Folhapress
CANCELAMENTOS
A nuvem de cinzas do vulcão chileno Puyehue continua causando cancelamento de voos no Brasil. Até as 17h desta terça-feira, 51 voos das companhias aéreas TAM e Gol haviam sido cancelados.
A nuvem de cinzas, que chegou à capital argentina pela manhã, fechou os dois aeroportos da cidade.
De acordo com a TAM foram fechados os aeroportos de Buenos Aires (Argentina); Assunção e Ciudad del Este (Paraguai); Montevidéu (Uruguai), Santiago (Chile) e Foz do Iguaçu (PR).
A companhia cancelou 32 viagens até agora e diz que está analisando permanentemente as informações disponíveis sobre a densidade e o deslocamento da nuvem. Em sua avaliação, porém, ainda há riscos para a operação de voos nessas rotas.
Já a Gol teve 19 voos cancelados provenientes das regiões afetadas pela nuvem de cinzas vulcânicas.
A Gol avisa que clientes com viagens marcadas até o dia 13 de junho, com destino ou origem em cidades atingidas poderão entrar em contato pelo telefone 0300 115 21 21 e remarcar o voo sem custos ou optar pelo cancelamento com reembolso integral da passagem.
Para entrar em contatocom a TAM o passageiro pode ligar nos telefones:
Brasil - 4002-5700 (capitais) e 0800-570-5700 (demais localidades)
Argentina - 0 810 333 3333
Chile - 56 2 6767 900
Paraguai - 595 21 659 5000
Uruguai - 000 4019 0223
VOOS RETOMADOS
As companhias Aerolíneas Argentinas e LAN anunciaram na tarde desta terça-feira que começaram a retomada dos voos com decolagem de Buenos Aires. A Aerolíneas diz que houve "melhora das condições meteorológicas com a dispersão da nuvem vulcânica".
A nuvem de cinzas do vulcão Puyehue, que chegou à capital argentina pela manhã, fechouos dois aeroportos da cidade.
De acordo com a Aerolíneas, "se encontrando plenamente garantidas as condições de segurança necessárias para a operação em alguns destinos, se retomam paulatinamente as operações" a partir das 16h15. Entre os voo relacionados, três são para o Brasil.