sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Sustentabilidade e chavismo...

06/10/2013
 às 17:23 \ Política & Cia

A grande jogada de Marina, além da aliança com Eduardo Campos, foi aparecer como opositora ao “chavismo” do governo — algo que Aécio Neves já deveria ter feitohttp://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/grande-jogada-de-marina-alem-da-alianca-com-eduardo-campos-foi-aparecer-como-opositora-ao-chavismo-do-governo-algo-que-aecio-neves-ja-deveria-ter-feito/

Aécio com Marina: a ex-senadora saiu na frente na questão de desfraldar a bandeira contra o "chavismo" do governo lulopetista (Foto: George Gianni)
Aécio com Marina: a ex-senadora saiu na frente na questão de desfraldar a bandeira contra o “chavismo” do governo lulopetista (Foto: George Gianni)
Há muitas análises a se fazer a partir da aliança já em curso entre a ex-senadora Marina Silva, titular de 20 milhões de votos nas eleições de 2010, e o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
A primeira delas — e muitas outras se seguirão — é a constatação, já feita neste blog, de algo óbvio: juntos, os dois constituem uma chapa forte para a disputa presidencial do ano que vem.
Aparentemente, Marina será a vice de Campos, mas, se continuar muito à frente do governador nas pesquisas de opinião pública nos próximos meses, é muito provável que as posições na chapa se invertam.
Há, porém, algo nessa aliança de duas correntes muito diferentes que a mim chamou mais a atenção do que tudo o mais: as declarações atribuídas a Marina segundo as quais seu objetivo político principal não é nem chegar ao Planalto, mas combater e derrotar “o chavismo que se instalou no Brasil”.
Em poucas palavras, Marina colocou na marca do pênalti o que, no meu modesto entender, deveria ser o tema central das oposições durante a campanha: o combate à preocupante pretensão de hegemonia do lulopetismo, cujo ponto máximo de ousadia — no caso, criminosa — foi a tentativa de golpe de Estado branco que significou o escândalo do mensalão, ou a pretensão de dominar o Legislativo mediante a compra, com dinheiro sujo, de apoio político.
Sobre as diversas vertentes da pretensão hegemônia do lulopetismo, escrevi várias vezes neste blog, principalmente o texto, ao qual remeto os leitores, “Mensalão: chega de LUTO diante da decisão do Supremo. Vamos trocá-lo pela LUTA para tirar o lulopetismo do poder com o VOTO. Eis 20 razões para votar contra o PT em 2014″.  
Pois bem: a hegemonia a que me referi e me refiro é o equivalente tupiniquim do chavismo que liquefez as instituições na Venezuela e colocou o país nas mãos de uma súcia de tiranos que não presta contas a nada nem a ninguém.
Ao falar em “chavismo”, Marina insinua que esta poderá ser esta sua principal bandeira — bandeira que o PSDB, com o presidenciável Aécio Neves, está demorando a hastear, ou a incluir nos principais alvos de sua linha de tiro.
Para Aécio, a aliança Marina-Campos é uma má notícia, pois a diminuição do número de candidatos de oposição no primeiro turno favorece à candidata que tem a seu lado a gigantesca máquina do governo e da aliança esquerda-centro-direita-fisiológicos-aparelho do Estado-mídia alugada — Dilma Rousseff.
Posso estar enganado, mas quem melhor encarnar a luta contra a hegemonia chavista do petismo na campanha de 2014 mais chances terá de derrotar Dilma.
Por ora, Marina arrebatou uma causa política que Aécio já deveria ter tomado como sua.

Educação para a sustentabilidade


Educação para a sustentabilidade



George Costa e Silva*

Aquecimento global, derretimento de geleiras e ameaça à vida têm sido a resposta veemente da natureza às ações devastadoras do homem. E sustentabilidade tornou-se palavra de ordem. Nesse cenário, muitas empresas passaram a chamar para si o debate em torno de mudanças e a responsabilidade por ações reparadoras. Iniciativas que visam à educação, de fato, vão proporcionar mudanças realmente significativas em médio e longo prazos.

Ações pontuais de preservação do meio ambiente são importantes e necessárias, porém o desenvolvimento sustentável econômico, político e social está ligado à ampliação da abrangência do conceito de sustentabilidade para muito além das fronteiras ambientais. É necessário levá-lo até onde ele realmente é decisivo, ou seja, na articulação de uma educação ecológica eficaz.
É preciso chamar a atenção de toda a comunidade para a conservação ambiental, por meio da educação e informação, bem assim avançar na conscientização das crianças, jovens e adultos para uma cultura de preservação e uso racional dos recursos naturais, que são escassos e limitados. Nesse contexto, a educação para a sustentabilidade não significa, apenas, ensinar os jovens a cuidarem bem do jardim de casa e da escola. É imprescindível que eles aprendam, sobretudo, a pensar por si próprios e em conjunto, desenvolvendo o espírito crítico para a evolução social.
Acima de tudo, é fundamental promover processos educativos que possibilitem mudanças no olhar da relação do homem com o meio ambiente, o que exige novas maneiras de educar. O objetivo de construir um planeta realmente mais sustentável, por necessidade, passa por investimentos em educação para a sustentabilidade. É nisso que todos devemos focar se nos interessarmos pelo futuro das próximas gerações.
* George Costa e Silva é diretor executivo da Fundação Toyota do Brasil
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Raios que mudam vidas e até a história

Raios que mudam vidas e até a história

Recorde brasileiro de incidência de descargas elétricas é mote de documentário do Inpe

30 de setembro de 2013 | 2h 02


Giovana Girardi - O Estado de S.Paulo
Entre os moradores mais antigos da zona leste de São Paulo que têm jazigos no Cemitério da Quarta Parada, por muito tempo rezou a lenda de que em Dia de Finados era melhor não ir ao cemitério. Vai que um raio cai na sua cabeça? A probabilidade média de isso acontecer no Brasil é de 1 em 1 milhão, mas no Quarta Parada se dizia que em Finados alguém sempre acabava atingido.
Talvez um pouco exagerado, o temor - relatado no documentário Fragmentos da Paixão, que estreia no dia 11 - toma por base um fato real. No feriado dos mortos de 1959, no meio de um temporal, um grupo de 15 pessoas se abrigou debaixo de uma árvore e foi atingido por um raio. A descarga, que partiu a árvore ao meio, matou Eva Bierling, de 20 anos, na hora e feriu outras 11 pessoas.
Esta foi uma das dezenas de histórias reunidas pelo pesquisador Osmar Pinto Jr., coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, e por sua filha, Iara Cardoso, para a composição do filme, escrito e dirigido por ela.
A pesquisa, que durou três anos, levou o geofísico a uma dramática conclusão: 85% das mortes por raio no País poderiam ser evitadas. "O problema é que as pessoas se colocam em risco por falta de informação. A probabilidade média de acidentes do País faz as pessoas subestimarem o risco de serem atingidas. Mas a chance passa a ser muito maior num lugar descampado. Sobe para 1 em cem", alerta o pesquisador.
"A situação às vezes fica a pior possível, como no caso do cemitério. Novembro já é um período de muita tempestade, a zona leste é a região com maior incidência de raio da capital, aí as pessoas, num lugar muito aberto, correm para debaixo d'árvore quando começa a chuva. E depois fica parecendo uma coisa do além", brinca Iara.
O Brasil é recordista mundial em queda de raios, com 50 milhões por ano e 130 mortes. Para Pinto Jr., esse número só vai diminuir com mais conscientização - e talvez com um pouquinho de medo. "Olha, o filme não é dramático, mas serve para alertar. Eu mesmo, que nunca tive medo de raio, fiquei com um pouquinho depois de conversar com tanta gente", conta, divertindo-se.
O filme mostra a jornada do pesquisador em busca de responder uma pergunta: os raios podem mudar a vida de uma pessoa? Para isso, ele viajou por São Paulo, Rio, Bahia e Rio Grande do Sul atrás de causos pessoais e fatos históricos do País ligados às descargas elétricas.
O local onde foi fundado São Paulo, por exemplo, tinha uma pedra, a Itaecerá, que, segundo a mitologia tupi, fora rachada por um raio. Em relação ao local, os índios tinham um misto de respeito e medo, o que os afastava de conflitos com jesuítas.
Entre as histórias pessoais, destaca-se a do homem que foi atingido quando andava de bicicleta sob uma tempestade e acabou se apaixonando pela mulher que o socorreu. Estar em um veículo aberto, explica Pinto Jr., é uma das posições mais arriscadas. "A melhor maneira de se proteger é ficar num carro fechado", aconselha.
E fugir das árvores. Lição que a duras penas aprendeu Mario Vechio, último sobrevivente do incidente de 1959. Então com 23 anos, diante da chuva, fez o que todo mundo estava fazendo, e foi para debaixo da árvore. "Um clarão, um estrondo, e de repente tava todo mundo no chão, alguns se debatendo. Tentei levantar, mas não tinha força e caía de novo. Mas dei sorte, nada aconteceu. Hoje não tenho medo não, mas não corro mais para debaixo de árvore."