quarta-feira, 25 de maio de 2011

Deu zebra: Base contraria governo e aprova emenda polêmica do Código Florestal


25/05/2011 00h04 - Atualizado em 25/05/2011 00h30


Base contraria governo e aprova 

emenda polêmica do Código Florestal


Item estende aos estados decisão sobre áreas de preservação.
Líder do governo adiantou que Dilma Rousseff deve vetar emenda 164. 

A Câmara dos Deputados aprovou no início da madrugada desta quarta (26), por 273 votos a favor, 182 contra e duas abstenções, a emenda 164 do novo Código Florestal, principal ponto de divergência entre o governo federal e os parlamentares.
Os deputados aprovaram a emenda horas depois de votar o texto-base do projeto do novo Código Florestal, legislação que estipula regras para a preservação ambiental em propriedades rurais. Tudo o que a Câmara decidiu segue agora para deliberação do Senado.
A emenda 164, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), estende aos estados a decisão sobre a consolidação das Áreas de Preservação Permanente (APPs).
O governo é contra a proposta porque quer exclusividade para definir as atividades permitidas em APPs. Na visão dos governistas, a medida pode abrir uma brecha para que os estados anistiem agricultores que já ocupam áreas de preservação.
Durante toda a discussão da proposta, ministros e o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmaram que a presidente Dilma Rousseff não vai admitir a anistia de desmatadores.
Os defensores da emenda argumentam que, se o governo federal tiver a prerrogativa de definir sobre as áreas de preservação ambiental, pequenos agricultores que já desenvolvem suas atividades em áreas de preservação poderão ser prejudicados.
Como a presidente Dilma Rousseff já antecipou que não vai aceitar a anistia de desmatadores, os agricultores que desenvolvem culturas nessas regiões poderiam ser punidos pelo governo federal. A bancada do estado de Santa Catarina, por exemplo, estima que cerca de 80% das propriedades cultivadas no estado estejam dentro de áreas de preservação ambiental.
“Não vamos admitir qualquer agressão ao meio ambiente. Se precisar ficar sozinha nesta questão [a presidente Dilma] ficará e vetará o ponto. Esta emenda é uma vergonha”, disse o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), referindo-se à posição que a presidente Dilma Rousseff deve tomar, de vetar a emenda.
Vaccarezza passou o dia em negociações para tentar derrubar a emenda 164, como queria o governo, mas acabou sendo derrotado em plenário com apoio do principal aliado, o PMDB.
À tarde, o líder do governo esteve na Casa Civil para discutir a questão com o PMDB, representado na reunião pelo vice-presidente, Michel Temer e pelo líder do partido na Casa, Henrique Eduardo Alves (RN). Do lado do governo, estiveram presentes o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci e o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio.
Após o encontro, Alves disse que o partido havia fechado posição a favor da emenda 164. Vaccarezza disse que, se o governo perdesse a questão, a presidente Dilma não hesitaria em usar seu direito constitucional de veto para impedir qualquer proposta que anistiasse desmatadores.
Votação


Durante a votação da emenda, o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, disse não ter conversado com a presidente Dilma Roussef, sobre as negociações em torno do Código Florestal e agradeceu o respeito dos ministros da presidente com os quais manteve contato durante as articulações.

“Aprendi a enfrentar questionamentos, a encarar com força desafios e a respeitar posições e oposição dos contrários”, disse o líder do PMDB.
Alves rebateu as críticas de que o governo foi derrotado por conta da emenda proposta pelo PMDB. “Eu não sou aliado do governo Dilma. Sou o governo Dilma[...] Não aceito aqui que está se derrotando o governo. Como, se a proposta é nossa? “, afirmou. “Esta matéria não é nem a favor nem contra. É do Brasil real”, completou o líder da bancada de 80 deputados.
Aldo Rebelo, relator do projeto, disse que a emenda dá segurança e proteção a agricultores que no Brasil ocupam “secularmente” as margens do rio. O relator afirmou ainda que a emenda é fruto de um acordo entre oposição e PMDB.
Novo Código Florestal
O projeto do Código Florestal, entre outras regras, prevê dois mecanismos de proteção ao meio ambiente.

O primeiro são as chamadas Áreas de Preservação Permanentes (APPs), locais como margens de rios, topos de morros e encostas, que são considerados frágeis e devem ter a vegetação original protegida. Há ainda a reserva legal, área de mata nativa que não pode ser desmatada dentro das propriedades rurais.
Texto do relator

Depois de um longo período de negociações, o relator do projeto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) conseguiu garantir no texto o dispositivo que isenta pequenos produtores da obrigatoriedade de recompor reserva legal em propriedades de até quatro módulos fiscais – um módulo pode variar de 40 hectares a 100 hectares.

Rebelo e os líderes partidários também conseguiram amarrar no texto a garantia de que atividades consolidadas em APPs, como o cultivo de maçã ou plantio de café, por exemplo, serão mantidas pelo governo. O impasse sobre a especificação de quais culturas poderão ser permitidas, no entanto, ainda deve ser resolvido no Senado.
O artigo que trata da anistia para quem desmatou até julho de 2008, previsto no texto de Rebelo, também será discutido com os senadores. Da mesma forma, o governo também vai trabalhar no Senado para incluir no texto do Código Florestal punições mais rigorosas para quem reincidir em crimes ambientais.

Casa construída com contêineres

24/Maio/2011

Casa construída com contêineres fica aberta para visitação até 19 de junho

Fonte: http://www.piniweb.com.br/construcao/sustentabilidade/casa-construida-com-conteineres-fica-aberta-para-visitacao-ate-19-218816-1.asp


Arquiteto Danilo Corbas tinha como foco para o projeto de sua própria residência o uso de materiais reciclados, construção limpa e conforto termoacústico


Autoria: Mauricio Lima




Até o dia 19 de junho, o arquiteto Danilo Corbas deixa abertas as portas de sua nova residência para visitação: a Casa Container. Inaugurada no início de maio, após sete meses de construção, a casa com 196 m² de área útil foi construída com quatro contêineres marítimos inutilizados, adaptados para abrigar três quartos, sala de estar, sala de jantar e cozinha gourmet integradas, escritório, três banheiros, área de serviço, garagem e varandas.


Divulgação: Casa Container
Para a área da escada foi utilizado steel-frame




Os quatro contêineres formam a estrutura da casa, sendo dois dispostos no pavimento inferior e outros dois dispostos perpendicularmente sobre os primeiros, formando o pavimento superior. Segundo o arquiteto, seu objetivo era reciclar materiais e evitar a utilização de areia, tijolo, cimento, água e ferro para a estrutura, tornando o canteiro de obras mais limpo.
O projeto previa uma terraplanagem suave do terreno, utilizando sistema de compensação entre corte (50 cm) e aterro (até 80 cm), para deixar um único platô quase em sua cota original. Os serviços de terraplanagem e limpeza do terreno foram executados em um dia.
Para a fundação da casa, foram utilizadas sapatas isoladas nas extremidades dos contêineres e sob as colunas de reforço, colocadas para aguentar os contêineres superiores. De acordo com Corbas, pelo peso da construção, de 18 t (4,5 t por contêiner), não foi necessária a colocação de ferragens nas sapatas, trabalhando basicamente o esforço de compressão.
O isolamento termoacústico do contêiner formado por chapas de aço foi um dos quesitos que exigiu maior atenção do projetista. A lã PET e o drywall foram empregados para o isolamento das paredes, enquanto no teto foram utilizadas telhas térmicas com uma camada de poliuretano, juntamente com lã mineral basáltica.
O principal objetivo da casa era ser sustentável. Para isso, o arquiteto introduziu itens como sistema de reuso de água pluvial, ventilação cruzada nos ambientes, telhado verde, telhas brancas, iluminação em LED, sistema de aquecimento solar e uso de salamandra para aquecimento. A iluminação natural também faz parte do projeto: o vão formado entre os dois contêineres inferiores foi fechado com vidro, além de janelas basculantes, instaladas por toda a casa.
"Nós, arquitetos e engenheiros, temos a responsabilidade de transformar os atuais conceitos da construção civil, das técnicas construtivas e da arquitetura para que não estejamos tão a mercê dos interesses exclusivamente econômicos. Temos que priorizar a qualidade, transformar o mercado para que ofereça uma arquitetura perene, livre de modismos. Isso é sustentabilidade", disse Corbas.
A visita pode ser agendada gratuitamente pelo site do projeto.

http://projetocasacontainer.ad7comunicacao.com.br/visite-o-projeto/


 


Divulgação: Casa Container
Detalhes da casa durante a obra




Divulgação: Casa Container
Interior foi revestido com drywall e lã PET




Divulgação: Casa Container
Detalhe da casa antes da pintura




Divulgação: Casa Container
Fachada da casa

Reuso da água na agricultura será normatizado para garantir sustentabilidade

Reuso da água na agricultura será normatizado para garantir sustentabilidade 


Autoria e fonte: http://www.youtube.com/watch?v=0x4R_tVHGLs


NBR NOTÍCIAS - 23.05.11: É comum entre os produtores rurais reutilizar a água. Uma prática que, aqui no Brasil, nunca precisou seguir regra alguma. Agora vai ser diferente. Com a resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos publicada no Diário Oficial, o país avança para normatizar o reuso da água agrícola e florestal. Os ambientalistas consideram a publicação uma vitória, já que há mais de oito anos eles discutem a situação de reuso da água na agricultura. Saem ganhando a saúde pública, o meio ambiente e os produtores.