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Quais os padrões mais comuns de fissuras em alvenarias e quais as patologias normalmente associadas a elas?
Engenheiro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas tira dúvidas técnicas sobre fissuras em alvenaria e cura do concreto
Engenheiro Ercio Thomaz
Edição 204 - Março/2014
Fissuras em alvenaria
Quais os padrões mais comuns de fissuras em alvenarias e quais as patologias normalmente associadas a elas?
Ana Luisa Santana, por email
Ana Luisa Santana, por email
As fissuras mais comuns em alvenarias são aquelas provocadas por recalques ou acomodações das fundações, flexibilidade das estruturas horizontais de aço ou de concreto armado e fissuras provocadas por movimentações térmicas das lajes de cobertura, situação agravada se as paredes estiverem rigidamente vinculadas à estrutura de vigas e lajes da cobertura, não contando esta com proteção térmica adequada. No caso da acentuada flexão de vigas e lajes, as fissuras resultantes normalmente apresentam formato de arco abatido, podendo também surgir destacamentos e fissuras de cisalhamento nas proximidades dos apoios.
Cura do concreto
No dia seguinte à execução de uma laje de concreto armado de 300 m², houve um descuido no processo de cura e a superfície ficou exposta ao tempo sem molhagem por cerca de seis horas em um dia de sol intenso e calor de aproximadamente 30ºC. Que tipos de problemas essa falha pode trazer à estrutura? Isso ainda pode ser remediado?
Jorge Maciel, por email
Os processos de cura do concreto constituinte de lajes devem ser iniciados imediatamente após o tempo de fim de pega do cimento, ou seja, duas a três horas após o lançamento do concreto e sarrafeamento e desempenamento da superfície. A rápida perda da água por evaporação vai gerar retração superficial, que não é acompanhada pelo restante da massa de concreto ainda úmido, ou seja, a superfície encolhe, mas o núcleo não. Desta forma surgem tensões de tração na superfície, que invariavelmente levam à formação de microfissuras ou mesmo a fissuras mais pronunciadas, com aberturas até da ordem de 1 mm, em situações extremamente adversas. As microfissuras superficiais apresentam três inconvenientes relevantes: a) podem facilitar a percolação de água para o pavimento inferior (situação particularmente indesejável no caso de garagens); b) tendem a aumentar as flechas das lajes quando ocorrem no meio do vão e c) favorecem a infiltração de agentes agressivos, umidade, oxigênio e CO2, que pode desencadear processos de corrosão das armaduras, situação particularmente desfavorável para seções com armaduras negativas. Normalmente as microfissuras superficiais não são reparadas. Em situações particulares, pode-se recorrer à colmatação das fissuras com a injeção de resina epóxi ou poliéster, ou mesmo preenchimento com argamassa polimérica após escarificação com disco diamantado.
Engenheiro Ercio Thomaz
Centro Tecnológico do Ambiente Construído - Cetac
Centro Tecnológico do Ambiente Construído - Cetac
Estude mais a respeito:
- Patologia nas edificações:
http://www.demc.ufmg.br/adriano/Patologias%20nas%20Edificacoes.pdf
- Patologia (doenças) das edificações, de Roberto Watanabe:
http://www.ebanataw.com.br/roberto/patologias/idxpat.htm