segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Chuvas: Quais os padrões mais comuns de fissuras em alvenarias e quais as patologias normalmente associadas a elas?

IPT Responde

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/204/quais-os-padroes-mais-comuns-de-fissuras-em-alvenarias-e-308514-1.aspx

Quais os padrões mais comuns de fissuras em alvenarias e quais as patologias normalmente associadas a elas?

Engenheiro do Instituto de Pesquisas Tecnológicas tira dúvidas técnicas sobre fissuras em alvenaria e cura do concreto

Engenheiro Ercio Thomaz
Edição 204 - Março/2014


Fissuras em alvenaria
Quais os padrões mais comuns de fissuras em alvenarias e quais as patologias normalmente associadas a elas?
Ana Luisa Santana, por email
As fissuras mais comuns em alvenarias são aquelas provocadas por recalques ou acomodações das fundações, flexibilidade das estruturas horizontais de aço ou de concreto armado e fissuras provocadas por movimentações térmicas das lajes de cobertura, situação agravada se as paredes estiverem rigidamente vinculadas à estrutura de vigas e lajes da cobertura, não contando esta com proteção térmica adequada. No caso da acentuada flexão de vigas e lajes, as fissuras resultantes normalmente apresentam formato de arco abatido, podendo também surgir destacamentos e fissuras de cisalhamento nas proximidades dos apoios.
Cura do concreto
No dia seguinte à execução de uma laje de concreto armado de 300 m², houve um descuido no processo de cura e a superfície ficou exposta ao tempo sem molhagem por cerca de seis horas em um dia de sol intenso e calor de aproximadamente 30ºC. Que tipos de problemas essa falha pode trazer à estrutura? Isso ainda pode ser remediado? 

Jorge Maciel, por email
Os processos de cura do concreto constituinte de lajes devem ser iniciados imediatamente após o tempo de fim de pega do cimento, ou seja, duas a três horas após o lançamento do concreto e sarrafeamento e desempenamento da superfície. A rápida perda da água por evaporação vai gerar retração superficial, que não é acompanhada pelo restante da massa de concreto ainda úmido, ou seja, a superfície encolhe, mas o núcleo não. Desta forma surgem tensões de tração na superfície, que invariavelmente levam à formação de microfissuras ou mesmo a fissuras mais pronunciadas, com aberturas até da ordem de 1 mm, em situações extremamente adversas. As microfissuras superficiais apresentam três inconvenientes relevantes: a) podem facilitar a percolação de água para o pavimento inferior (situação particularmente indesejável no caso de garagens); b) tendem a aumentar as flechas das lajes quando ocorrem no meio do vão e c) favorecem a infiltração de agentes agressivos, umidade, oxigênio e CO2, que pode desencadear processos de corrosão das armaduras, situação particularmente desfavorável para seções com armaduras negativas. Normalmente as microfissuras superficiais não são reparadas. Em situações particulares, pode-se recorrer à colmatação das fissuras com a injeção de resina epóxi ou poliéster, ou mesmo preenchimento com argamassa polimérica após escarificação com disco diamantado.
Engenheiro Ercio Thomaz
Centro Tecnológico do Ambiente Construído - Cetac

Estude mais a respeito:

  • Patologia nas edificações:

http://www.demc.ufmg.br/adriano/Patologias%20nas%20Edificacoes.pdf


  • Patologia (doenças) das edificações, de Roberto Watanabe:


http://www.ebanataw.com.br/roberto/patologias/idxpat.htm