ONU lança desafio sobre a sustentabilidade no turismo
12.05.2013
Vice-secretário-geral das Nações Unidas defende que o setor turístico seja uma força motriz para a economia
Genebra. O vice-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Jan Eliasson, incentivou esta semana os governos, a indústria do turismo e as comunidades locais para, juntos, enfrentar o desafio de alcançar o desenvolvimento sustentável no crescente processo de urbanização e turismo.
O vice-secretário-geral ressaltou que a movimentação turística internacional cresceu de 25 milhões em 1950 para mais de 1 bilhão em 2012. As receitas do turismo internacional também aumentaram significativamente FOTO: DIVULGAÇÃO
No pronunciamento no Almoço de Trabalho sobre o Desenvolvimento Sustentável Urbano e o Turismo, organizado pela Missão Permanente da China nas Nações Unidas, Eliasson observou que o crescimento da urbanização e do turismo é uma consequência natural de um mundo globalizado.
Segundo ele, grande parte do crescimento nas últimas décadas foi liderado pela China e por outros países asiáticos.
O vice-secretário-geral ressaltou que a movimentação turística internacional cresceu de 25 milhões em 1950 para mais de 1 bilhão em 2012. As receitas do turismo internacional também aumentaram significativamente, superando o marco de 1 trilhão de dólares em 2011.
"Por trás das estatísticas está uma história ainda maior - o crescimento das cidades e turismo na Ásia e no Pacífico", acrescentou Eliasson, observando que a movimentação de turistas internacionais na Ásia e no Pacífico cresceu de apenas 23 milhões em 1980 para um total de 233 milhões em 2012.
"Enquanto celebramos esta dinâmica de crescimento, devemos também fazer uma pausa e perguntar: pode este notável aumento da urbanização e do turismo ser sustentado, economicamente, socialmente e ambientalmente? Quais são as implicações para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo?", questionou o vice-secretário-geral das Nações Unidas.
Planejamento
Ele disse que, no plano econômico, é necessário trabalhar em conjunto para garantir que o desenvolvimento urbano sustentável e o turismo tornem-se uma força motriz para o crescimento econômico através da criação de emprego, investimentos e através do impacto da urbanização sustentável e do turismo em outros setores da economia.
No mês passado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse em um evento sobre o tema em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, que "esverdear" a indústria é crucial para o futuro do planeta.
"No ano passado, chegamos a uma marca histórica: mais de um bilhão de turistas cruzaram fronteiras internacionais. Temos de garantir que esses movimentos sejam uma força transformadora, uma força que constrói a paz, estimula a economia, preserva o meio ambiente e promove valores universais", disse Ban Ki-moon.
Realização de eventos
O Brasil teve o quinto maior crescimento na captação de eventos internacionais em 2012, na comparação com o ano anterior. É o que aponta levantamento divulgado na última quarta-feira (8), pelo International Congress & Convention Association (ICCA). O estudo mostra que o Brasil subiu de 304 para 360 eventos internacionais o ano passado. O crescimento é superior ao da Itália, França, Alemanha e Reino Unido. Com o resultado, o Brasil manteve a 7ª posição no ranking internacional do ICCA.
"Atrair eventos internacionais para o Brasil é uma estratégia que ajuda o aumento da chegada de turistas estrangeiros e consequentemente a ampliação de divisas", disse o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Valdir Simão.
Para o presidente da Embratur, Flavio Dino, os números mostram que, em média, o País recebeu um evento internacional por cada dia do ano de 2012. "Tenho certeza que, com esse crescimento robusto no número de eventos, caminhamos com segurança para subir à 5ª posição nos próximos anos", disse.
Ramificação nos estados
O estudo mostra ainda a manutenção do movimento de ramificação dos eventos internacionais em diferentes cidades brasileiras. Alguns municípios tiveram grande crescimento, como Bento Gonçalves (150%), Belo Horizonte (117%), Foz do Iguaçu (100%) e Búzios (80%). As capitais também tiveram crescimento, como Brasília (69%), Fortaleza (60%), São Paulo (27%) e Rio de Janeiro (20%).
De acordo com o levantamento apresentado pelo International Congress & Convention Association, o Rio de Janeiro subiu duas posições e é o segundo lugar nas Américas (só perdendo para Buenos Aires) e o 25º no mundo, à frente de cidades como Nova York e São Paulo. A capital carioca recebeu 83 eventos no ano passado.