sexta-feira, 6 de maio de 2011

"Telhado branco": Telhado de vidro?

Teto de vidro




Lei do Telhado Branco pode provocar o efeito contrário devido à suscetibilidade das tintas imobiliárias à colonização por fungos, apontam estudos (divulgação)

06/05/2011
Fonte: http://agencia.fapesp.br/13835

autoria: Por Elton Alisson



Agência FAPESP – A pintura de todos os telhados da cidade de São Paulo de branco para, entre outros objetivos, minimizar a absorção de calor e, consequentemente, reduzir o consumo de energia com o uso de ventiladores e ar-condicionado e o efeito de ilha de calor urbana, como pretende promover um Projeto de Lei aprovado em primeira votação na Câmara Municipal de São Paulo no fim de 2010, pode provocar o efeito contrário.
Isso porque as tintas imobiliárias comuns, à base de água, são muito suscetíveis à colonização por fungos filamentosos, conhecidos como mofo ou bolor, assim como algas e ciabobactérias, que causam o escurecimento de telhados e, consequentemente, o aumento da temperatura interna e do consumo de energia dos imóveis.
E se essas tintas forem aplicadas diretamente nos telhados, sem a completa remoção dos fungos do local, esses microrganismos poderão crescer de forma muito mais acelerada entre as camadas de tinta, apontam estudos realizados no Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Nos últimos anos, um grupo da instituição iniciou as primeiras pesquisas no Brasil sobre biodeterioração – a deterioração de materiais de construção civil por fungos demáceos (que possuem melanina na parede celular) e microrganismos fototróficos, que utilizam luz como fonte de energia e produzem pigmentos que causam o escurecimento em ambientes internos e externos dos imóveis, como o telhado e a fachada, deixando-os com a aparência de “chapas de raio X” de edifícios.
A partir de 2007, por meio do projeto “Microbiologia aplicada à ciência dos materiais de construção civil”, financiado pela FAPESP no âmbito do programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, eles começaram a estudar a ação desses microrganismos em tintas expostas em diferentes regiões climáticas do Brasil em um laboratório de microbiologia aplicada à ciência dos materiais de construção, implantando na Poli com recursos do projeto.
Os testes em laboratório demonstraram que os biocidas (fungicidas) presentes na formulação das tintas para conferir proteção do produto à ação dos fungos são lixiviados (removidos) pela água.
Já estudos realizados em estações de pesquisa em São Paulo, no Pará e no Rio Grande do Sul revelaram que o clima e as condições ambientais influenciam a velocidade da colonização microbiana em tintas. Embora as tintas em Belém tenham ficado mais escuras pela colonização por organismos fototróficos, as utilizadas em São Paulo foram mais colonizadas pelos fungos.
“É preciso realizar mais pesquisas sobre a durabilidade das tintas desenvolvidas para aplicação em telhados antes de implementar qualquer lei. Porque, com o tempo, sabemos que haverá crescimento microbiano e o escurecimento dos telhados, e isso acarretará mais gastos de repintura e o aumento de lixiviação do biocida das tintas”, disse a pesquisadora coordenadora do projeto, Márcia Aiko Shirakawa, à Agência FAPESP.
A pesquisadora ressalva que não há necessidade de o telhado ser da cor branca. Produtos de outras cores podem ser reflexivos e superfícies metálicas também podem ajudar.
Para minimizar os efeitos dos microrganismos sobre as tintas, de acordo com Shirakawa, são necessárias formulações especiais. Uma alternativa é o uso de tintas inorgânicas autolimpantes, com nanopartículas de dióxido de titânio, que possuem capacidade de fotocatálise (aceleramento de uma reação por luz ultravioleta), impedindo a colonização microbiana. Porém, também é necessário estudar a eficiência desses novos materiais e suas suscetibilidades à colonização por microrganismos em condições de clima tropical, como o do Brasil.
“Há outro projeto, também apoiado pela FAPESP, que está sendo realizado no departamento para estudar a formulação dessas novas tintas que aumentam a refletância e diminuem o consumo de energia e que não precisam, necessariamente, ser branca”, disse Shirakawa.
Biocalcificação
Além de tintas, os microrganismos também atuam sobre outros tipos de materiais de construção civil porosos, como concreto, argamassa e fibrocimento contendo fibras orgânicas, utilizados para fabricação de telhas em substituição ao amianto.
Com o objetivo de inibir essa ação deletéria dos microrganismos e de poluentes atmosféricos, cientistas na Europa iniciaram pesquisas sobre a utilização de alguns grupos de microrganismos para proteger os materiais de construção por meio de um processo denominado biocalcificação.
O processo consiste na formação de uma camada de carbonato de cálcio, induzida por microrganismos, dentro da estrutura de poros da superfície de materiais cimentícios, para diminuir a permeabilidade do produto e a biodeterioração.
Na Europa, segundo Shirakawa, a nova técnica já foi utilizada em países como a França para a restauração de edifícios históricos. No Brasil, os pesquisadores da Poli estão estudando em parceria com cientistas do exterior a aplicação da tecnologia pela primeira vez em fibrocimento, para proteger as telhas à base do material da ação dos microrganismos e reduzir o escurecimento superficial por fungos, e em bioconsolidação de solos.
Em vez de cimento, os pesquisadores utilizaram bactérias ureolíticas, que induzem a precipitação de carbonato de cálcio, para cimentar grãos de areia e melhorar a estabilização de solos. Como isso, seria possível prevenir a erosão e aumentar a estabilidade de encostas.

“Estamos avaliando a durabilidade das camadas de carbonato de cálcio expostas às intempéries naturais, porque também não sabemos a eficiência dele ao longo do tempo”, ressaltou Shirakawa. 

Curso gratuito no SESC Itaquera: Quanta Energia!

Quanta Energia!
SESC Itaquera





O "Quanta Energia!" é uma capacitação para educadores que discutirá o tema Energia fomentando a curiosidade, a investigação e a exploração de uma série de possibilidades teóricas e práticas de abordagem transversal deste tema. Tem por objetivo envolver professores e alunos na construção de uma nova cultura de relacionamento com o meio e auxiliar a elaboração de projetos.




Dia(s) 14/05, 21/05, 28/05

Sábados, das 10h às 17h.




Capacitação para educadores do Ensino Fundamental II e Médio sobre o tema energia, incluindo visita à exposição. Tem por objetivo envolver professores e alunos na construção de uma nova cultura de relacionamento com o meio, fomentando a curiosidade, a investigação e a exploração teórica e prática de abordagem transversal desse tema. O curso pretende instrumentalizar o educador para elaboração de projetos escolares e, por meio da interdisciplinaridade, busca enriquecer as propostas e envolver de maneira significativa a comunidade escolar e seu entorno, provocando reflexão e mudança de hábitos.
 




Datas: 14, 21 e 28 de maio das 10h às 17h na Sala dos Benfeitores da Natureza - SESC Itaquera.



A participação é gratuita, e nós emitimos um certificado que é validado pela Prefeitura do Município de São Paulo.



Os interessados podem se inscrever através do e-mail caroline@itaquera.sescsp.org.br, enviando o nome completo, telefone, RG e endereço e e-mail.

Ou então podem fazer a pré-inscrição pelo site www.sescsp.org.br .




Caroline Almeida

Núcleo Integrado de Educação e Gestão Ambiental

Programação - SESC Itaquera
caroline@itaquera.sescsp.org.br

( (11) 2523-9324; Fax (11) 2523-9306

+ Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 - Itaquera -SP Cep: 08265-045

CÓDIGO FLORESTAL: ?




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Frente Agropecuária: adiamento da votação do Código Florestal é avanço

05/05/2011 17:55

Fonte: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/MEIO-AMBIENTE/196596-FRENTE-AGROPECUARIA:-ADIAMENTO-DA-VOTACAO-DO-CODIGO-FLORESTAL-E-AVANCO.html
Da Redação/ RCA
Com informações da Frente Agropecuária

Adiamento vai facilitar aprovação no Senado e evitar possíveis vetos, avalia presidente da frente.
O presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, deputado Moreira Mendes (PPS-RO), afirmou hoje que, ao contrário do que muitos dizem, o adiamento da votação do Código Florestal na Câmara para a próxima terça-feira (10) não foi uma derrota dos produtores rurais, “mas uma grande vitória”.
Moreira Mendes participou de reunião hoje com o relator do texto, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e outros dirigentes da frente. Segundo informou, o relator enfatizou que “não se pode tensionar demais a corda, deve-se esgotar a possibilidade do entendimento com o governo, para evitar o veto e facilitar a aprovação no Senado”.
De acordo com o presidente da frente, o deputado Aldo tem consciência de que hoje o entendimento está muito mais fácil do que estava ontem. “Isso já é um bom caminho para nós todos”.

Decisão sensata
Na opinião de Moreira Mendes, o adiamento foi uma decisão sensata dos líderes partidários, já que a medida deve resultar em duas importantes conquistas: facilitar a rápida aprovação da matéria no Senado – por se tratar de uma proposta consensuada – e também evitar possíveis vetos da presidente Dilma Rousseff.

“Não é uma derrota, pelo contrário, acho que nós demos uma demonstração inequívoca da força que temos hoje nessa matéria. Se o assunto tivesse sido levado à votação, certamente nós ganharíamos, folgadamente, mas com a possibilidade de veto, com o desconforto do governo”, observou Moreira Mendes.
O parlamentar acrescentou que o momento agora é de esgotar a via da negociação, para tentar um entendimento com o governo, e levar ao Plenário um texto de consenso. “As possibilidades regimentais (para se protelar uma votação) são muitas, e nós poderíamos ter jogado na lata do lixo tudo o que estamos fazendo há dez anos. Então, esse momento exige prudência, paciência, sensatez, equilíbrio, e é o que estamos fazendo”.

Mandado de Segurança 
Quanto ao mandado de segurança impetrado pelo Partido Verde no Supremo Tribunal Federal para impedir a votação, o deputado disse respeitar a decisão do PV, mas considera que “do ponto de vista jurídico, é ridículo, não tem nenhuma sustentação, nenhum argumento forte”.

Segundo ele, o STF tem inúmeras decisões afirmando que matéria desse tipo é um problema interno da Câmara, que tem de ser decidido pelos próprios deputados. “Mas eu respeito o Partido Verde, com a sua tentativa de usar todos os meios ao seu alcance para tentar impedir a votação. É legítimo do ponto de vista da democracia”, frisou.
Na opinião de Moreira Mendes o texto está muito bem construído, com apenas pequenas divergências. “O governo já entendeu que é preciso achar o caminho do consenso; e eu tenho a impressão de que nesses quatro dias esse assunto estará liquidado”.


04/05/2011 22:42

Ambientalistas comemoram e ruralistas lamentam adiamento

Da Reportagem
Edição – Maria Clarice Dias

O adiamento da votação do novo Código Florestal foi comemorado pelos ambientalistas e lamentado pelos ruralistas. O diretor do Greenpeace, Paulo Adário, acredita que o texto poderá ser aprimorado até a próxima semana. Ele avaliou como uma vitória da sociedade civil a não votação do substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). “Também é uma demonstração de que, mesmo sem votar, a sociedade civil tem condições de barrar a estratégia da motosserra. Ganhou-se tempo para produzir um acordo e um texto que seja mais palatável”.
Já a presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), reforçou a tese de que a aprovação do novo código é urgente para evitar a punição de agricultores que cairão na ilegalidade com o fim da vigência, em junho, do decreto presidencial que trata de crimes ambientais. "Claro que nós gostaríamos que votassem, mas o exercício da paciência é a prática da democracia”, afirmou. Para a senadora, aprovar o Código Florestal não é estimular o desmatamento, mas legalizar as áreas de produção e dar oportunidade aos proprietários rurais de corrigirem erros cometidos no passado.
Mandado de segurança
O acirramento de posições em torno do texto levou o PV, que não faz parte da base de apoio ao governo, a protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) mandado de segurança para impedir a votação do novo Código Florestal nesta quarta-feira, com a alegação de que o Regimento Interno da Casa está sendo desrespeitado. Na interpretação do partido, uma vez que se trata de um projeto de lei ordinária, ele não poderia ser votado em sessões extraordinárias.
Também hoje, o Psol decidiu que, caso o novo código seja aprovado no Congresso Nacional, o partido vai entrar com ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra a nova lei no STF. Segundo o deputado Ivan Valente (Psol-SP), o principal argumento do partido é que não pode haver retrocesso na legislação. “O relatório do Aldo Rebelo retrocede e atenta contra o desenvolvimento do meio ambiente, previsto na Constituição”, afirma.
Na avaliação do deputado, o texto em análise “fere o artigo 225 da Constituição Federal e todos os seus incisos”. O artigo trata do direito de todos ao “ambiente ecologicamente equilibrado”. Além disso, Valente sustenta que o projeto fere a Lei dos Crimes Ambientais (9.605/98), assim como todo o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama).
Pegadinhas
O presidente da Câmara, Marco Maia, reuniu-se ontem à tarde com o líder do PV, deputado Sarney Filho (MA), e com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que também pressionaram pelo adiamento da votação. Marina Silva afirmou que a cada instante o texto é alterado, trazendo surpresas.
À primeira vista, avaliou, essas mudanças podem parecer um avanço, mas analisadas atentamente representam uma ameaça para a preservação florestal no Brasil. “Como não há conhecimento dessas pegadinhas, as pessoas podem achar que isso não representará prejuízo”, afirmou Marina Silva.




04/05/2011 22:58

Falta de acordo sobre reserva legal e APP adia votação do Código Florestal

Da Reportagem
Edição – Regina Céli Assumpção

Marco Maia garantiu que a proposta começa a ser votada na terça-feira, havendo consenso ou não. Na manhã de terça, os líderes da base terão nova reunião em busca de um acordo.
Após um dia de intensas negociações, o presidente da Câmara, Marco Maia, anunciou o adiamento da votação do Código Florestal (PL 1876/99) para a próxima terça-feira (10). Marco Maia se reuniu nesta quarta-feira com o relator do código, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), líderes de partidos da base e ministros, durante várias horas. No início da noite, foi decidido o adiamento da votação. Marco Maia garantiu, no entanto, que a proposta começa a ser votada na terça, havendo consenso ou não.
O presidente afirmou que, nos últimos dias, o relatório sofreu várias alterações, e que o prazo de uma semana vai servir para que os parlamentares possam se inteirar do texto que será votado em Plenário. "Há um entendimento que nós temos de caminhar para um acordo que possibilite a votação sem que lá na frente se tenha vetos.” Na opinião de Maia, é importante também o avanço na proteção do meio ambiente junto com a garantia da produção dos agricultores.

Último esforço
Durante as negociações, os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; da Agricultura, Wagner Rossi; e das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, foram convocados para tentar fechar um acordo que não houve. “O adiamento é o último esforço para a conclusão de um grande pacto sobre o novo código”, afirmou Luiz Sérgio. O ministro assinalou que o código florestal é um tema que envolve parcela significativa da população brasileira e sua negociação não pode promover “vencedor nem vencido”.

Luiz Sérgio anunciou para a próxima terça-feira pela manhã uma reunião de todos os líderes da base com os ministros envolvidos no tema Código Florestal em busca de um texto de consenso.


O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), admitiu que a maioria dos partidos da base apoia o relatório de Aldo, enquanto que o governo cobra mudanças no trecho relativo às áreas consolidadas (já plantadas) e à recomposição da reserva legal.

“A maioria da base está com o relatório”, declarou Vaccarezza após a reunião que decidiu pelo adiamento. “Há 98% de acordo com o relator, não adianta polarizar em um texto que está quase consensual”, declarou.

Divergências
As divergências entre governo e relator não diminuíram ao longo do dia. Quanto à recomposição da reserva legal, o governo exige que a isenção seja somente para as propriedades de agricultura familiar, prevalecendo a situação de 2008. Para o governo, as demais propriedades, independentemente do seu tamanho, não devem ser dispensadas de cumprir essa exigência. Para Aldo Rebelo, as propriedades com até quatro módulos fiscais deveriam ser incluídas nessa isenção. 

Outro ponto em que não houve acordo diz respeito à definição da área de preservação permanente (APP) em propriedades já consolidadas, ou seja, desmatadas até julho de 2008. Aldo sugere que esses proprietários sejam obrigados a recuperar apenas 15 metros de vegetação nas margens dos rios de até 10 metros largura. Já para o governo, o benefício deveria estar restrito às propriedades de agricultura familiar.

Íntegra da proposta:

http://imagem.camara.gov.br/MostraIntegraImagem.asp?strSiglaProp=PL&intProp=1876&intAnoProp=1999&intParteProp=1&codOrgao=180


Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados vai discutir proibição do uso de sacola plástica

Comissão vai discutir proibição do uso de sacola plástica




05/05/2011 20:04

Fonte: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/INDUSTRIA-E-COMERCIO/196611-COMISSAO-VAI-DISCUTIR-PROIBICAO-DO-USO-DE-SACOLA-PLASTICA.html

Reportagem - Renata Tôrres / Rádio Câmara 
Edição – Daniella Cronemberger

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A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara vai realizar audiência pública para discutir a proposta (PL 612/07) que obriga supermercados e estabelecimentos comerciais a substituir as sacolas plásticas convencionais por sacolas plásticas biodegradáveis. A data ainda não foi definida.
As sacolas convencionais demoram até 400 anos para se decompor, enquanto as biodegradáveis desaparecem da natureza em apenas 18 meses, segundo o autor do projeto, ex-deputado Flávio Bezerra.
A audiência foi sugerida pelo deputado Ronaldo Zulke (PT-RS), que relata o projeto. "Seria oportuno e necessário ouvir não apenas os órgãos governamentais, mas especialmente a sociedade civil”, disse. Ele pondera que a produção das sacolas, ao mesmo tempo em que degrada o meio ambiente, geram emprego e renda.
Se o projeto for aprovado, lojas e mercados de todo o País deverão fornecer aos consumidores sacolas feitas com plástico biodegradável. Ele se desfaz, inicialmente, pela ação da luz e do calor e, depois, pela ação de microorganismos. Os resíduos finais desse tipo de plástico não são tóxicos ao meio ambiente.
O combate ao uso de sacolas plásticas convencionais já é realidade em alguns locais do País. No Rio de Janeiro, por exemplo, uma lei estadual obriga os estabelecimentos comerciais a oferecer alternativas aos consumidores, como embalagens retornáveis, descontos para quem não utilizar saco plástico ou troca de sacolas usadas por alimentos.
O Ministério do Meio Ambiente também coordena, desde junho de 2009, uma campanha de redução do uso de sacolas plásticas. Com o slogan "Saco é um saco", a iniciativa já ajudou a evitar a circulação de 800 milhões de sacos no Brasil, segundo o ministério.

Íntegra da proposta:

PROJETO DE LEI N.º ....... DE 2007.
(Do Sr. Flávio Bezerra)
Dispõe sobre o uso de sacolas plásticas
biodegradáveis para acondicionamento de
produtos e mercadorias a serem utilizadas
nos estabelecimentos comerciais em todo
território nacional.
O CONGRESSO NACIONAL DECRETA:
Art. 1º. Fica obrigatório aos estabelecimentos comerciais em todo território
nacional, a utilização de sacolas plásticas oxi-biodegradáveis - OBP's , as quais
terão a finalidade do acondicionamento de produtos e mercadorias em geral.
Art. 2º. Entende-se por sacola plástica oxi-biodegradável aquela que apresenta
degradação inicial por oxidação acelerada por luz e calor, e posterior capacidade de
ser biodegradada por microorganismos, cujos resíduos finais não sejam ecotóxicos.
Art. 3º. As sacolas plásticas devem atender aos seguintes requisitos:
I - Degradar ou desintegrar por oxidação em fragmentos em um período de tempo
especificado;
II - Biodegradar - tendo como resultado CO2, água e biomassa;
III - Os produtos resultantes da biodegradação não devem ser eco-tóxicos ou
danosos ao meio ambiente;
Art. 4º - Em caso de não cumprimento desta Lei, deverão ser aplicadas as
seguintes penalidades;
a) advertência;
b) multa;
c) suspensão do Alvará de Funcionamento do estabelecimento até a devida
regularização;
Art. 5º - Somente as sacolas plásticas fornecidas pelos estabelecimentos
comerciais aos consumidores finais estão incluso nesta lei.
Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
JUSTIFICATIVA
Este projeto tem o objetivo de substituir as sacolas de plástico
convencional por sacolas de plástico oxi-biodegradáveis, uma vez que as sacolas
convencionais não são recicláveis, e, portanto são considerados os maiores
poluidores de nosso meio ambiente.
O plástico vem sendo fabricado desde a década de 30, sendo que
apenas 5% desta produção são incineradas, o restante permanece poluindo nosso
meio ambiente.
Ocorre que a produção de plástico foi aumentada em 20 (vinte) vezes
nos últimos 50 anos, e aproximadamente 90% desta produção foram inutilizados
como lixo.
Em 2004 foram produzidos 2.177.999 toneladas de resíduos plásticos
pós consumo no Brasil, dos quais apenas 359.133 toneladas foram recicladas.
As sacolas plásticas convencionais são compostas por materiais
orgânicos que não produzem oxigênio e sim bactérias anaeróbias que formam o
gás metano, que é 21 vezes mais prejudicial ao meio ambiente que o gás CO2,
desprendido pelas sacolas oxi-biodegradáveis.
Ressaltamos ainda que as sacolas convencionais demoram até 400
anos para se decomporem, enquanto as sacolas biodegradáveis desaparecem da
natureza em apenas 18 meses, portanto causando um prejuízo muito menor ao
meio ambiente.
Assim sendo, a substituição da sacola plástica convencional pela
biodegradável é de suma importância, uma vez que os plásticos convencionais
contaminam os rios, os mares, os animais, portanto provocando um desequilíbrio
ambiental, além de aumentar as enchentes e o efeito estufa.
Diante de todos os argumentos apresentados, requer a apreciação dos
pares do presente Projeto de Lei e com a certeza de que será aprovado, uma vez
que a solicitação se faz justa.
Sala das Sessões, março de 2007.
Deputado Flávio Bezerra