Ideia do arquiteto italiano Stefano Boeri foi vencedora de prêmio considerado o 'Nobel' da arquitetura em arranha-céus
Rio - Em vez de revestimento com vidro, por que não com plantas? E, mais ainda, por que não árvores de verdade, com até 9 metros de altura? A ideia do arquiteto italiano Stefano Boeri, aplicada no condomínio Bosco Verticale (Bosque Vertical), próximo ao centro histórico de Milão, foi vencedora do International Highrise Award — considerado o ‘prêmio Nobel’ da arquitetura em arranha-céus.
As duas torres, de 80 e 112 metros de altura, possibilitam a presença de bastante verde no meio da selva de concreto de uma grande cidade. Segundo Boeri, as árvores, de 3 a 9 metros, fazem parte da estrutura dos prédios, que contam com sistema de irrigação com a água do lençol freático. “O morador não tem que regar as plantas. Uma central computadorizada se encarrega. As árvores foram presas numa rede de ferro soldada na estrutura. Elas são um bem comum e pertencem a todos”, afirmou ele, que criou o Bosco Verticale com Gianandrea Barreca e Giovanni la Varra, à BBC Brasil.
A flora do Bosco é composta de 800 árvores, 5 mil arbustos e 11 mil plantas menores. “A biodiversidade é um ponto fundamental: há cerca de 100 espécies”, conta.
O verde proporciona diminuição de 2 a 3 graus no verão, o que significa economia de energia. No inverno, as folhas caem e o local recebe maior quantidade de luz. Além disso, as plantas mudam a aparência dos prédios, dependendo da estação do ano: a construção se torna um organismo vivo, literalmente.