terça-feira, 2 de agosto de 2011

Partículas inaláveis? Penetram pelo nariz e chegam ao pulmão e ao sangue, aumentando o risco de doenças...


Poluição em casas e escritórios de SP é até 392% pior que a aceitável pela OMS

Medição do ''Estado'' em dez pontos da capital detectou alta presença de partículas inaláveis em consultórios, empresas e apartamentos

01 de agosto de 2011 | 0h 00

fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110801/not_imp752546,0.php
autoria: Márcio Pinho - O Estado de S.Paulo

Engana-se o paulistano que pensa que, ao entrar em casa, no escritório ou em um consultório se livra da poluição: paredes e janelas não conseguem deixar o ar saudável. Com um aparelho do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP), o "Estado" visitou ambientes internos de dez pontos da capital e constatou a presença de partículas inaláveis em índices até 392% superiores ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Marcio Fernandes/AE
Marcio Fernandes/AE
Jardins. Medidor flagrou poluentes em sala no 18º andar


Poeira fina formada em até 80% pela queima de combustíveis, esse material particulado é um dos principais poluentes da cidade, onde a frota de veículos já supera os 7 milhões. As partículas ficam em suspensão no ar - especialmente em dias secos e frios - e circulam normalmente em ambientes internos, o que colabora para a sensação de que um piso que acabou de ser limpo, por exemplo, fique imediatamente sujo. Além disso, penetram pelo nariz e chegam ao pulmão e ao sangue, aumentando o risco de doenças.
O pior resultado encontrado foi na Avenida República do Líbano, em Moema, na zona sul - bem ao lado do Parque do Ibirapuera, mas perto de vias com grande circulação de veículos. Em um consultório médico, o medidor apontou 123 microgramas de partículas por metro cúbico, quase quatro vezes mais do que as 25 consideradas ideais pela OMS para medição de 24 horas - ou 392% acima do ideal. No local, apenas uma janela entreaberta facilitava a entrada de poluentes do exterior, onde a medição mostrou ar pior - 162 microgramas (veja abaixo).
Em outros ambientes fechados, contudo, o mau desempenho se repetiu. Foi o caso de um prédio de escritórios na Rua Flórida, no Brooklin, zona sul, perto da Marginal do Pinheiros e da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini. Nem mesmo o filtro de ar-condicionado que havia sido limpo recentemente, segundo funcionários, conseguiu conter a poluição. Na medição feita às 18 horas, no 9º andar, o ar tinha 77 microgramas de partículas - 208% acima do ideal. Do lado de fora, eram 166.
O problema se repetiu em apartamentos residenciais. Em um deles, nos Jardins, também na zona sul, a vista do 18.º andar permite à oftalmologista Ruth Vita observar uma nuvem escura sobre a cidade em manhãs de inverno. A medição descobriu por que sua residência também é bastante poluída - um imenso carpete adorna a sala. "Mando passar aspirador duas, três vezes por semana. É impressionante como suja rápido", afirma a médica, que vê o número de pacientes com olhos vermelhos crescer nesta época do ano.
Apenas a medição interna feita às 13h45 na Radial Leste, zona leste, teve resultados adequados ao padrão da OMS. Nesse horário, a poluição tende a ser menor em razão do trânsito mais leve e da maior umidade em relação ao resto da tarde.
Duas medições internas, porém, tiveram resultados piores do que o das vias. Caso de um escritório da própria Faculdade de Medicina da USP, mais poluído do que o ar na Avenida Doutor Arnaldo, na zona oeste.
Para o professor Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, os índices achados pelo Estado são absurdos para uma cidade como São Paulo. "Avenidas de Nova York e Boston não são tão poluídas quanto ambientes internos aqui", afirma.
Ele explica que são vários os riscos para a saúde. "Tudo o que o cigarro faz, essa poluição vai fazendo lentamente." Dependendo da predisposição pessoal, pode favorecer aparecimento de asma, pneumonia e infarto do miocárdio - já que partículas atuam na corrente sanguínea.
PARA ENTENDER
O material particulado - ou poeira fina - entra no sistema respiratório sem que a pessoa perceba. Cientificamente, é conhecido como MP 2,5 (grandeza microscópica de partículas desse diâmetro ou menor). MP 10 é a medida usada pela Companhia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb), que hoje considera normal 150 microgramas dessas partículas por m³ - o triplo do recomendado pela OMS. Mas isso deve ser revisto. A Cetesb, dará início a projeto que, nos três primeiros anos, terá como meta baixar seu parâmetro aceitável de material particulado a 120 microgramas.
PRESTE ATENÇÃO...

Dicas para respirar melhor

1. Ar-condicionado. Se a manutenção nos filtros for adequada, o uso do aparelho pode ser positivo, por permitir que janelas sejam fechadas.
2. Umidificador de ar.Partículas de poluição se prendem à água e tendem a cair. Limpe o umidificador e o que estiver perto dele, para evitar proliferação de bactérias que se desenvolvem em espaço úmido.
3. Vegetação. Árvores e mesmo plantas colocadas na varanda ou na janela oferecem obstáculo físico à entrada dos poluentes.
4. Limpeza constante. Limpe móveis e chão, de preferência com pano úmido, para que a sujeira não se deposite e volte a ficar em suspensão quando houver vento ou atrito de algo com o chão.



Descarte desregrado

  • 31 de julho de 2011|
  • 18h00|
http://blogs.estadao.com.br/link/descarte-desregrado/

Por Filipe Tavares Serrano

O Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir) da USP. FOTO: JB NETO/AE
Um ano após a aprovação da lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o brasileiro ainda continua obrigado a recorrer a alternativas para descartar computadores, impressoras, celulares, televisores, monitores e outros eletrônicos usados. Ainda não existem regras específicas para o descarte desse tipo de lixo valioso que se torna um problema cada vez maior para o mundo todo.

—-
Siga o ‘Link’ no Twitter e no Facebook

A demora ocorre, principalmente, por causa da burocracia e, ainda, pela falta de uma definição legal. Aprovada em 2 de agosto do ano passado depois de 20 anos, a lei 12.305 obriga “fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes” de eletrônicos, e de outros cinco tipos produtos, a criar uma rede de coleta e destinação de aparelhos usados – a chamada logística reversa –, mas não define os detalhes de como isso deve ser feito.
Para ter efeito prático, a lei ainda depende de um acordo setorial que começou a ser elaborado a partir de abril deste ano, com a criação de um comitê do governo federal que ficou responsável pelo trabalho de implementação da nova política de descarte de lixo no País.
O chamado Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos é formado por grupos temáticos que discutem como será a logística reversa de cada tipo de produto, incluindo o de eletrônicos como os que estão guardados atualmente nas casas de muitas pessoas por falta de um destino correto ou que são descartados no lixo comum.
Debate no início. O grupo temático sobre eletroeletrônicos, que inclui setores do governo, da indústria, dos municípios e representantes de ONGs e de catadores, se reuniu três vezes desde maio e espera começar a trabalhar o acordo setorial a partir de uma primeira proposta que ainda será apresentada pela indústria de eletrônicos no dia 25.
A discussão está só começando e deve se estender por seis meses pelo menos. O coordenador do grupo temático, Alexandre Comin, espera que o texto esteja fechado até janeiro e possa ser enviado para consulta pública logo em seguida. Até lá, muitas dúvidas ainda terão de ser esclarecidas.
“Quem vende deve ser obrigado a receber o mesmo tipo produto? É esse tipo de coisa que a proposta do acordo deve definir”, disse Comin, que é diretor do departamento de competitividade industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A opinião da indústria é de que é preciso criar modelos diferentes de coleta para cada tipo de eletroeletrônico, divididos nas linhas branca (produtos como geladeira, freezer, lava-roupa, ar-condicionado), marrom (TVs, DVDs, VHS, equipamentos de áudio), verde (computadores, impressoras, celular) e azul (eletrodomésticos menores, como batedeira, liquidificador, ferro de passar).
Ou seja, uma loja que vende computador não poderia receber nem se responsabilizar por dar um destino correto a uma geladeira velha, por exemplo.
O relator do grupo temático, André Luís Saraiva, afirma que o próximo passo é encomendar estudos técnicos para levantar qual o tamanho do lixo eletroeletrônico do País, quantos aparelhos são descartados em cada Estado e fazer um mapeamento das empresas que reciclam esse tipo de material.
“Depois queremos fazer um projeto piloto, em alguma cidade, com alguns produtos. Acho que a partir de outubro já teremos resultados desse teste, que pode ser ampliado”, disse Saraiva, que é diretor de responsabilidade socioambiental da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
A pesquisadora Angela Cassia Rodrigues, que estuda o tema e tem um projeto de pesquisa para identificar como os paulistanos usam, guardam e descartam 26 tipos de eletroeletrônicos, critica a falta de prazos e metas na legislação brasileira.
Apesar do crescimento no número de cooperativas que dão um destino ao lixo eletrônico, “as pessoas não sabem o que fazer com os produtos velhos e guardam na esperança de fazer algo com eles no futuro”, disse.
Para ela, que é doutoranda da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, “não se pode deixar que o mercado de reciclagem se autorregule”, afirma. “Dentre os resíduos de eletroeletrônicos, existem partes que têm valor econômico, outras que têm custo elevado de tratamento e logística e que, por este motivo, normalmente acabam sendo destinadas a locais inadequados”, disse.

Resíduos sólidos: Excremento de ouro!



Cidade de Taiwan oferece ouro em troca de sujeira do cachorro

27 de julho de 2011 | 13h 34

autoria: Reportagem de Christine Lu 
REUTERS
Uma cidade no norte de Taiwan está tentando utilizar o toque de Midas para convencer moradores relutantes em limpar a sujeira de seus cachorros, com a oferta de barras de ouro para qualquer um que entregar sacos com fezes do animal de estimação.
A partir de 1o de agosto, donos de cachorros e outros moradores da cidade de Nova Taipé, que faz fronteira com a capital Taipé, podem entregar o lixo proveniente de seus animais para equipes de limpeza do governo em trocas de tíquetes para um sorteio.
Os prêmios são três barras de ouro avaliadas em 60 mil dólares taiuaneses (2.100 dólares), 18 mil dólares taiuaneses e 12 mil dólares taiuaneses.
O número de tíquetes para o sorteio é ilimitado e os ganhadores serão anunciados em outubro, disse o governo da cidade em comunicado.
A cidade fornecerá gratuitamente sacos de lixo para os coletores. Além disso, medidas mais convencionais também serão reforçadas, incluindo recompensar as pessoas que tirarem fotos de donos de cachorros que não limparem a sujeira de seus animais e aumentar suas próprias patrulhas em lugares frequentados por cachorros.