DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
(DPOC)
O que é a doença pulmonar obstrutiva crônica?
A doença pulmonar obstrutiva crônica (também chamada de DPOC) é uma condição que inclui duas doenças principais: bronquite crônica e enfisema.
Os pulmões se compõem dos brônquios e bronquíolos, tubos que carregam o ar, e os alvéolos, pequenos sacos de ar nas terminações dos bronquíolos, de onde o oxigênio passa para o sangue enquanto que o dióxido de carbono é removido.
Na bronquite crônica existe uma inflamação crônica dos brônquios e bronquíolos. Quando as vias aéreas estão inflamadas menos ar é capaz de fluir para dentro e para fora dos pulmões. A irritação dos brônquios resulta em produção crônica de catarro (muco). A bronquite crônica é caracterizada quando o indivíduo tosse na maioria dos dias do mês, por pelo menos três meses por dois anos sucessivos, na ausência de outra causa para a tosse.
Como evolui a bronquite crônica?
Além da produção crônica de muco pelos brônquios, a inflamação dos bronquíolos resulta em fibrose progressiva da parede dos mesmos. A presença de muco nas vias aéreas se torna um lugar ideal para produção de infecções bacterianas, inflamando mais os brônquios e impedindo ainda mais a passagem do ar. A obstrução dos bronquíolos resulta em falta de ar.
O que é enfisema?
As paredes dos alvéolos são finas e frágeis. O enfisema começa com a destruição dos alvéolos, o que é irreversível e resulta na formação de “buracos” permanentes no tecido pulmonar. À medida que os alvéolos são destruídos, os pulmões perdem a capacidade de transferir oxigênio para o sangue, causando falta de ar. O pulmão perde elasticidade, o que resulta em colapso dos brônquios.
O que causa a DPOC?
O tabagismo é a causa mais importante para a DPOC. Aproximadamente 80 a 90% das mortes por DPOC são causadas pelo cigarro. A chance de um fumante morrer por DPOC é 12-13 vezes maior que de um não fumante. 25% dos fumantes de um maço de cigarros por 10 anos ou mais desenvolvem DPOC.
Outros fatores de risco para DPOC incluem poluição do ar, fumo passivo, hereditariedade, infecções respiratórias na infância, e certas poluentes industriais. Três milhões de brasileiros têm DPOC.
Quais são os sintomas da DPOC?
Os sintomas mais comuns da DPOC são a tosse crônica e a falta de ar. A bronquite crônica e o enfisema não surgem de repente. A DPOC surge gradualmente, após anos de exposição à fumaça do cigarro.
O fumante geralmente atribui o pigarro, que em geral surge pela manhã, à “tosse do fumante” e a falta de ar à idade ou descondicionamento físico.
Quando os portadores de DPOC procuram o médico já perderam, em média, 40-50% da capacidade pulmonar, desde que os pulmões dispõem de uma grande reserva de capacidade.
Como é confirmado o diagnóstico de DPOC?
Além da história, do exame clínico e da radiografia de tórax, é feito um teste de função pulmonar, que é o que confirma o diagnóstico. Neste exame o paciente, após encher os pulmões, sopra em uma máquina, que irá mostrar a dificuldade de esvaziamento dos pulmões. Os indivíduos fumantes ou ex-fumantes, com 40 anos ou mais, com ou sem tosse crônica e falta de ar, devem realizar o teste de função pulmonar, que irá detectar a doença em fase precoce, fase em que o tratamento é mais eficaz.
Quando a radiografia de tórax mostra sinais de enfisema, a doença já é muito avançada. Não há indicação de tomografia de tórax de rotina.
A DPOC afeta a qualidade de vida?
A qualidade de vida de uma pessoa que sofre de DPOC diminui à medida que a doença progride. A falta de ar vai se intensificando ao longo dos anos, sendo que oxigênio contínuo pode ser necessário.
A DPOC afeta a capacidade de exercício, as atividades domésticas e sociais, o sono, e as atividades familiares.
Como é feito o tratamento da DPOC?
Se você tem DPOC, a coisa mais importante que você pode fazer é parar de fumar. Isto pode interromper ou reduzir o dano aos pulmões (veja cessação do tabagismo). Quanto mais cedo você parar de fumar, maiores são suas chances de viver e melhor. Procure um médico. A cessação do cigarro e o uso de oxigênio, na doença avançada, prolongam a vida de portadores de DPOC.
O tratamento com medicamentos da DPOC tem como objetivo o alívio dos sintomas e a prevenção de complicações. Estudos atuais estão tentando mostrar se o uso continuado de certos medicamentos prolonga a vida de portadores de DPOC.
O que são broncodilatadores?
Medicações broncodilatadoras (que relaxam e abrem os brônquios, facilitando a passagem de ar) são essenciais para o tratamento sintomático da DPOC. Eles podem ser inalados como aerossóis, através de bombinhas ou aparelhos de inalação, ou usados em comprimidos. O uso por aerossóis é preferível, porque o medicamento é liberado em pequenas doses, diretamente para os brônquios. As bombinhas são seguras, exceto para os portadores de doenças cardíacas associadas. Um nebulizador transforma um medicamento líquido em um vapor (como uma névoa) que você pode respirar. Esta máquina é freqüentemente usada para tratar pessoas com DPOC mais grave. O nebulizador também pode ajudar pessoas que tem dificuldade para usar as bombinhas.
Que outros medicamentos são usados?
Tratamentos adicionais incluem antibióticos, uso de oxigênio, e os corticóides. Muitos pacientes com DPOC sofrem de exacerbações, períodos nos quais o catarro aumenta e a falta de ar piora. As exacerbações são freqüentemente causadas por infecções dos brônquios. No tratamento, antibióticos e corticóides por via oral são usados. Em casos graves poderá ser necessária internação, uso de O2, e ajuda respiratória através de aparelhos.
Os corticóides dados por inalação são indicados em pacientes com muitas exacerbações, já que podem reduzir seu número em certos doentes.
Há indicação de vacinas?
Vacinas para pneumonia e gripe devem ser dadas para todos os pacientes com DPOC.
O que é reabilitação pulmonar?
Os pacientes com DPOC devem ter um estilo de vida saudável, realizando exercícios regularmente, não fumando, evitando poluentes, e se alimentando bem. Quando a falta de ar prejudica as atividades, está indicado um programa de reabilitação pulmonar. Diversos centros contam com um grupo de profissionais que irão orientar um programa dirigido para educação sobre a doença e uso de medicamentos, exercícios para melhora da capacidade física e orientações sobre o estado psicológico e melhor interação social. Depressão, ansiedade e isolamento são comuns em portadores de DPOC.
Cirurgia pode ser indicada na DPOC?
O transplante pulmonar é uma opção para quem tem enfisema grave. Uma cirurgia que pode melhorar a falta de ar em casos especiais, envolve a retirada das partes mais doentes com enfisema, com a finalidade de facilitar a respiração da parte do pulmão não doente. (cirurgia redutora de volume). Pacientes que tem grandes bolhas de enfisema com o restante dos pulmões pouco comprometido, e com falta de ar podem se beneficiar da retirada destas bolhas.
O que é a deficiência de alfa-1-antitripsina?
Alguns pacientes têm deficiência de uma enzima, que protege contra o desenvolvimento do enfisema (alfa-1 antitripsina). Pode ser feita reposição, mas o medicamento é de alto custo e precisa ser dado por via intravenosa semanalmente. Nem todos os portadores desta deficiência precisam receber esta medicação.
Enfisema pulmonar
por
Editores do Consumer Guide - traduzido por HowStuffWorks Brasil
http://saude.hsw.uol.com.br/enfisema1.htm
Neste artigo
1.
2.
Diagnóstico e tratamento do enfisema pulmonar
Enfisema pulmonar
por
Editores do Consumer Guide - traduzido por HowStuffWorks Brasil
Neste artigo
1.
Efeitos, causas e sintomas do
enfisema pulmonar
2.
Efeitos, causas e sintomas do enfisema pulmonar
O enfisema é uma doença pulmonar crônica e progressiva que se desenvolve quando as pequenas passagens aéreas (brônquios e bronquíolos) que levam aos alvéolos (minúsculos sacos de ar nos pulmões, onde ocorre a troca gasosa) ficam inchadas e as paredes que dividem os alvéolos são lesadas ou destruídas. Formam-se espaços onde estavam os alvéolos, e o tecido pulmonar deixa de funcionar e fica rígido, em vez de elástico.
O enfisema é considerado um tipo de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). É comumente associado à bronquite crônica, em que as passagens aéreas ficam inchadas, fazendo suas
células especializadas secretarem uma quantidade anormalmente abundante de muco. A inflamação, o inchaço e a produção excessiva de muco resultam na obstrução da passagem de ar e fazem com que o ar fique preso nos pulmões.
O enfisema é uma doença crônica que deixa o alvéolo inchado por causa da retenção de ar |
Efeitos no corpo
Conforme a doença avança, várias mudanças acontecem, provocando uma queda inevitável no nível de oxigênio do sangue, muitas vezes associado a um aumento do nível de dióxido de carbono. Enquanto o tecido do pulmão vai se deteriorando e perdendo sua elasticidade, as veias que carregam sangue venoso para os pulmões com a função de conseguir suprimentos de oxigênio também começam a sofrer mudanças. Um efeito cascata faz com que o lado direito do coração, responsável por levar o sangue venoso até os pulmões, tenha que trabalhar muito mais.
Se o processo continuar, os músculos do lado direito do coração ficam mais fracos por causa do trabalho extra, além de falharem no bombeamento de sangue venoso para os pulmões. O sangue começa a fazer uma pressão cada vez mais forte nas veias. Isso, em contrapartida, acaba provocando o inchaço dos pés, tornozelos e pernas e deixando a pele com uma coloração azul, conhecida como cianose. Se essa insuficiência cardíaca (também conhecida como Cor Pulmonale) for muito grave, o abdome do paciente pode começar a reter líqüidos (ascite) aumentando de volume.
Causas
Fatores externos que irritem os pulmões, como tabaco e poluição, normalmente estão ligados ao enfisema. Diferentemente de outras doenças respiratórias, o enfisema não é causado por um vírus ou infecção bacteriana. Mas, de qualquer forma, ele pode piorar bastante se combinado a um caso de bronquite ou outra infecção pulmonar.
Normalmente as pessoas que sofrem de enfisema são homens brancos na faixa dos 50 anos, mas um grande número de mulheres também entrou no grupo de risco por causa de um aumento de fumantes do sexo feminino nas últimas décadas. A grande maioria dos casos de enfisema está diretamente ligada ao consumo de cigarros ou tabaco de qualquer espécie.
Sintomas
O enfisema é identificável por um sintoma principal: falta de fôlego. Os pacientes também podem sofrer de uma tosse crônica, acompanhada de bastante muco ou bastante seca. Os pacientes podem encontrar dificuldade em respirar, muitas vezes respirando o dobro de vezes do que indivíduos saudáveis apenas para inalar a mesma quantidade de oxigênio. Foi descoberto que indivíduos que sofrem enfisema gastam quantidades tremendas de energia apenas para respirar. Eles também se cansam mais rapidamente e precisam de mais calorias para manter o peso do que as pessoas saudáveis.
Como resultado do estresse provocado pelo maior esforço dos músculos em encher de ar pulmões doentes, há um aumento da caixa torácica, que recebe o nome de tórax em barril. Lábios, lóbulos da orelha, pele e unhas podem ficar azulados por causa da escassez de oxigênio no sangue.
Na próxima página vamos estudar o diagnóstico e tratamento do enfisema.
Diagnóstico e tratamento do enfisema pulmonar
Diagnóstico
Com exceção dos casos provocados por fatores genéticos, não existe um único exame que possa indicar a doença. Os testes de respiração para medir a quantidade de ar inalado e exalado podem revelar a doença em seu estágio inicial. Pode-se fazer um exame de sangue para determinar a contagem de glóbulos vermelhos (quando o enfisema diminui a oxigenação do sangue, é produzida uma quantidade maior de glóbulos vermelhos na tentativa de aumentar o transporte do oxigênio).
Pode ser tirado um raio-X do tórax em busca de mudanças específicas nos pulmões que possam indicar estágios avançados da doença; entretanto, ele não é útil no diagnóstico do enfisema em sua fase inicial. Por isso, o diagnóstico dessa doença é feito juntando-se uma série de descobertas.
Tratamento
Além de não haver nenhuma cura conhecida para o enfisema, ele não é reversível. Entretanto, o progresso da doença pode ser verificado eliminando-se os irritantes, particularmente a fumaça do cigarro, do ambiente do paciente. Os pacientes devem beber muito líquido para ajudar a afinar o muco que pode bloquear as vias aéreas. São recomendados repouso adequado, dieta balanceada e exercícios regulares moderados.
Vaporizadores, umidificadores e aparelhos de ar-condicionado ajudam a umedecer e filtrar o ar. Um terapeuta respiratório pode ensinar um paciente com enfisema a usar os músculos do peito e abdome para respirar com mais eficiência.
Vários medicamentos também são de grande ajuda. Eles agem soltando o muco ou relaxando e expandindo as passagens de ar. Às vezes, se há infecção, são prescritos antibióticos. Os medicamentos à base de cortisona (corticóides), às vezes, também, são receitados. Medicamentos como salbutamol e terbutalina são usados nas formas oral e aerossol para inalação. Um inalador com brometo de ipratrópio pode ajudar muito no alívio dos sintomas.
Nos casos avançados de enfisema, é provável que o oxigênio tenha que ser administrado continuamente. Entretanto, um paciente com enfisema deve ter muito cuidado e usar somente a quantidade de oxigênio receitada. Oxigênio em excesso pode suprimir o esforço para respirar, causando insuficiência respiratória. Além disso, deve-se evitar o uso de sedativos e tranqüilizantes em pacientes com enfisema grave, já que esses medicamentos também podem levar a uma diminuição perigosa da respiração.
O enfisema é uma condição muito séria. Contudo, com a ajuda de tratamentos modernos, assistência respiratória e medicamentos, os pacientes podem levar uma vida razoavelmente confortável. É necessário, no entanto, que essas pessoas parem de fumar e evitem os poluentes do ar o máximo possível.