domingo, 3 de abril de 2011

ONGs ambientais alemãs pedem que governo alemão desista de financiar Angra 3: Vielen Dank, thank you, arigatôo, obrigado!

ONGs ambientais pedem que governo alemão desista de financiar Angra 3


ONGs alemãs dizem que governo não deve financiar Angra 3



Autoria: Camilla Costa*


Da BBC Brasil em São Paulo


Organizações ambientais pediram ao governo alemão que desista do acordo que prevê um subsídio de 1,3 bilhão de euros (cerca de R$ 3 bilhões) para a construção da usina nuclear de Angra 3, no município de Angra dos Reis (RJ).



A partir dos anos 70, a Alemanha passou a colaborar com o programa nuclear brasileiro. No caso de Angra 3, o país se comprometeu em subsidiar a empresa alemã Siemens, que forneceria equipamentos e insumos para a construção da usina.



Este tipo de subsidio do governo alemão serve para proteger as empresas do país, caso um empreendimento em outro país fracasse. Em 2010, a Alemanha reafirmou seu compromisso com Angra 3, mas nenhum contrato de financiamento nem de fornecimento de materiais chegou a ser assinado.



A ONG ambiental Urgewald e outras dez instituições assinaram uma carta enviada à chanceler Angela Merkel e aos ministros da Economia, das Finanças e das Relações Exteriores do país, pedindo que o país desista da parceria.



Na carta, as organizações argumentam que a situação da usina Angra 2, que funciona há dez anos sem uma licença permanente e que também foi resultado de uma parceria com a Alemanha, comprova que o Brasil é um país com "baixos padrões de segurança e sem uma fiscalização nuclear independente".



Os ambientalistas argumentam também que o projeto de Angra 3, feito nos anos 80, é ultrapassado e apresenta sérios problemas relativos à segurança das pessoas e do ecossistema da região.



A carta chegou às mãos dos ministros antes de um debate sobre a questão no parlamento alemão, na última semana. Após a discussão, o governo disse que voltará a discutir as condições da construção de Angra 3 com o governo brasileiro.



Segurança



A especialista em instituições financeiras da ONG Urgewald, Barbara Happe, disse que a crise nuclear na usina de Fukushima, no Japão, deve fazer com que o governo alemão repense não só sua política nuclear interna, mas também a ajuda aos projetos nucleares de outros países.



"Entre 2001 e 2009, conseguimos que a Alemanha não aprovasse nenhum financiamento na área de energia nuclear. Mas, desde que o governo mudou, usinas da China, do Vietnã, da França e de outros países receberam financiamentos. Nós só ficamos sabendo depois", disse.



Segundo Happe, uma das autoras da carta aos ministros alemães, a verba prevista para a usina de Angra 3 é a maior que todas as que Alemanha concedeu recentemente.



A especialista, que já morou no Brasil e analisou o projeto da nova usina, apontou diversos argumentos contra a construção, como os problemas de segurança do local previsto e a falta de um depósito seguro para os resíduos nucleares. Atualmente, eles são armazenados dentro do próprio complexo nuclear, em frente ao mar.



"Sabemos que aquela região sofre fortes chuvas e está sujeita a deslizamentos. Em casos como estes, a rota principal de fuga, que é a BR-101 (Rio-Santos), geralmente fica interditada", disse Barbara Happe.



"Em caso de acidentes, seria preciso retirar cerca de 170 mil pessoas dali. Sem a rodovia, fica difícil."



As instalações da usina Angra 3 já estão sendo construídas no complexo em Angra dos Reis.



A Eletronuclear, empresa que opera as usinas nucleares brasileiras, anunciou ao longo da última semana uma série de medidas de segurança como a construção de quatro píeres nas imediações de Angra 1, 2 e 3 para aumentar o número de rotas de fuga da região e facilitar a evacuação em navios.



Um porta-voz da empresa anunciou também o plano de contratar uma consultoria para avaliar o risco de deslizamentos nas encostas da BR-101.



Ele disse também que a Eletronuclear estuda a possibilidade de construir uma pequena central hidrelétrica nas bacias dos Rios Mambucaba e Bracuí, para resfriar os reatores das usinas caso os geradores existentes falhem, como ocorreu em Fukushima.



Exemplo japonês



A crise provocada pelo vazamento de radiação da usina nuclear de Fukushima Daiichi, danificada pelo tsunami e terremoto que atingiram no Japão no início do mês de março, fizeram com que diversos países europeus anunciassem mudanças em seus programas nucleares.



Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel decidiu voltar atrás em sua decisão de estender a vida útil das usinas do país após protestos populares contra o uso da energia nuclear.



Segundo a agência estatal alemã Deutsche Welle, o ministério da Economia divulgou uma nota em que prometeu consultar o governo brasileiro para saber "em que medida os acontecimentos no Japão terão efeito nos próximos procedimentos e nos padrões a serem utilizados na futura usina".



*Colaboração de Júlia Carneiro, da BBC Brasil no Rio de Janeiro.



Tragédia ambiental em Fukushima continua: Radiação ionizante da usina nuclear dispersando pela atmosfera, água, solo, mar...

Pó absorvente será usado para frear vazamento em usina


03/04/2011 - 04h43
Do UOL Notícias*

Em São Paulo Comentários [10]



 Entenda o acidente nuclear no Japão




 



Infográfico mostra acidente nuclear em Fukushima. Clique para vê-lo em tamanho maior:


http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/infografico/2011/03/16/a-crise-nuclear-no-japao.jhtm



Os técnicos da Tepco, a operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, planejam utilizar polímero em pó, altamente absorvente, para frear o escapamento de água radioativa ao mar, após tentar sem sucesso conter esse vazamento com concreto.







No sábado foi encontrada uma rachadura de cerca de 20 centímetros no muro de uma fossa próxima ao reator, na qual há água com elevada radioatividade (um nível de iodo 131 que excede 10 mil vezes a concentração legal) que vaza para o oceano.



Os técnicos tentaram cobrir a rachadura com o uso de concreto, mas a contínua presença de água impediu que o material se solidificasse.



Por isso, foi decidido injetar neste domingo polímero em pó nos encanamentos que conduzem à fossa, situada perto da tomada de água do reator 2 e que contém cabos elétricos, informou a agência local "Kyodo".



Os especialistas acreditam que a água que inunda tanto a fossa como o porão do prédio da unidade 2 provém do núcleo do reator, dada sua elevada radioatividade.



Segundo um porta-voz da Tepco, as fossas das outras unidades da usina nuclear não mostram fendas similares.



Corpos de funcionários



Os corpos de dois funcionários da Tepco foram encontrados em uma das unidades da usina nuclear de Fukushima na última quarta-feira. No entanto, a informação foi divulgada apenas neste domingo. Os trabalhadores, de 21 e 24 anos, estavam desaparecidos desde o tsunami que atingiu o país no dia 11 de março.



Até o momento, o número de mortos por causa do terremoto e do tsunami é de 12.009, segundo o último cálculo da Polícia japonesa.




Usina no Japão vaza radioatividade para o mar



O primeiro-ministro Naoto Kan esteve na zona de desastre neste sábado

A Tepco (Tokyo Electric Power Co.) – empresa que opera o complexo nuclear de Fukushima, no Japão – afirmou neste sábado que água contaminada com radioatividade está vazando para o mar.



Especialistas descobriram uma rachadura de 20cm na parede de concreto do poço de contenção do reator dois, que teria sido provocada pelo terremoto do dia 11 de março.



A Tepco suspeita que a rachadura esteja por trás dos altos níveis de contaminação detectados na zona costeira e já prepara uma operação para vedar o poço com concreto.



Ainda neste sábado, três semanas após o tremor e o tsunami que devastaram áreas inteiras do país, o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, entrou na área de exclusão de 20 km ao redor da usina para visitar a base que vem sendo usada por funcionários da Tepco para combater a crise nuclear.



Kan também esteve em outras regiões afetadas no nordeste do Japão.



Incertezas



O vice-diretor-geral da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão, Hidehiko Nishiyama, afirmou que a Tepco pretende vedar a rachadura com uma injeção de concreto.



"Com os níveis de radiação subindo na água do mar próximo à usina, vínhamos tentando descobrir a razão, e neste contexto, essa pode ser a fonte", disse Nishiyama.



No entanto, ele disse que outras rachaduras parecidas poderiam ter aparecido no concreto e que elas precisam ser encontradas "o mais rápido possível".



A Tepco já tinha afirmado anteriormente suspeitar de que material radioativo estivesse vazando continuamente da usina, mas ainda não tinha descoberto a fonte.



Medições indicam que o ar acima da água contaminada do poço de contenção apresenta mil millisieverts de radioatividade.



Durante a sua visita à zona de desastre, Kan assegurou a população local de que o governo japonês fará de tudo para prestar-lhes apoio.



Reconstrução



"Conversei com funcionários da administração local sobre como reconstruir a indústria pesqueira, inclusive como reconstruir criadouros de peixe e crustáceos", disse.



"O governo vai fazer o máximo para apoiar estes esforços."



No entanto, um dos milhares de refugiados por causa do desastre, Ryoko Otsubo, de 60 anos, criticou a visita.



"O momento para a visita já passou. Gostaria que ele tivesse visitado este local antes. Queria que ele visse as pilhas de destroços em cima das ruas. Agora, as ruas estão limpas", disse.



Kan viajou de Tóquio a Rikuzentakata em um helicóptero militar.



Ele já tinha sobrevoado a usina nuclear no dia seguinte ao terremoto.



Água radioativa continua a vazar da Usina Fukushima 1



A Agência Nuclear e Industrial do Japão informa não ter havido mudança no volume de água radioativa que está vazando da usina nuclear Fukushima 1 depois que um polímero absorvente foi injetado em um poço com rachadura.



A Companhia de Energia Elétrica de Tóquio (Tepco) constatou sábado que água contaminada estava vazando para o mar a partir de uma rachadura de 20 centímetros no poço de concreto.



Neste domingo, a empresa usou um polímero absorvente para tentar fazer cessar o vazamento de água radioativa.



A agência nuclear do governo japonês informou que a injeção da substância química começou logo depois das 13h40 deste domingo, mas não confirmou que tenha havido declínio no volume de água radioativa que está vazando para o mar.



O órgão acrescentou que também foram usados serragem e jornais velhos, sem que no entanto a substância absorvente tenha alcançado a tubulação.



Até segunda-feira a agência planeja continuar a acompanhar a situação para verificar se obtém algum resultado positivo.