terça-feira, 22 de maio de 2012

Pesquisadores criam máquina que faz tijolos a partir de lixo orgânico


17/05/2012 09h19- Atualizado em 17/05/2012 09h19

Equipamento é capaz de fabricar blocos com custo 40% menor.
Fábrica de blocos aguarda primeiros testes de resistência e contaminação.









Os pesquisadores Marcelo Souza Santos e José Antonio Masotti, de Araraquara, no interior de São Paulo, criaram um protótipo de uma máquina capaz de fabricar blocos de tijolo a partir de lixo orgânico. Foram necessários dois anos de pequisa. O equipamento produz os blocos com custo 40% menor em relação ao produto convencional.
A cidade de Araraquara, com 208 mil habitantes, produz 160 toneladas de lixo orgânico por dia. Os pesquisadores acreditam que boa parte disso por se tornar artefatos de concreto.
“Tem de substituir areia e cimento na fabricação de artefatos de concreto”, diz o químico Marcelo Souza Santos .
No barracão improvisado nos fundos de uma empresa metalúrgica começa a transformação. O lixo orgânico entra pela máquina para se transformar em matéria-prima da construção civil. Cascas de laranja e restos de comida são triturados e seguem para o misturador. As bactérias são eliminadas por um processo químico e a massa de lixo é transformada em grãos. No forno com temperatura de 300ºC, o material perde a umidade e os grãos estão prontos para virarem pó. Só aí, então, a matéria-prima pode ir para a fábrica.
Os equipamentos foram desenvolvidos pelo sociólogo José Antonio Masotti, que trabalhou como metalúrgico na juventude. Foram investidos R$ 100 mil no projeto. A fábrica de blocos aguarda ainda os primeiros testes de resistência e contaminação.

Cortes geram sucateamento de unidades do Ibama


21/05/2012 - 09h25

Cortes geram sucateamento de unidades do Ibama



CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA


Um bosque no Centro Político-Administrativo de Cuiabá abriga um depósito de lixo irregular, a céu aberto e em plena área de preservação permanente. Seria caso de multa pelo Ibama --não ficasse o lixão em terreno do próprio órgão ambiental.
Após tomar posse, nesta semana, o novo presidente do órgão, Volney Zanardi, enfrentará problemas como esse, resultantes da falta de investimentos federais.
Documentos obtidos pela Folha mostram sucateamento da estrutura do órgão em várias partes do país.
Memorandos revelam superintendentes regionais e chefes de divisão aflitos com sedes interditadas pela Defesa Civil, estruturas ruindo, notificações dos bombeiros e até fuga iminente de macacos de jaulas remendadas.
Nesta quinta-feira, Zanardi deve ouvir a superintendente em Mato Grosso, Cibele Ribeiro. Desde 2011 ela aguarda recursos para reformar um galpão e a cerca da reserva ambiental do Ibama.
A sede da superintendência do DF deve ser autuada pelo Corpo de Bombeiros nos próximos dias, por falta de segurança anti-incêndio.
Em 2009, a superintendente Maria Sílvia Rossi definiu a situação do prédio como "calamitosa". O Ibama foi notificado em abril de 2011.

INFILTRAÇÕES
O superintendente em Tocantins, Joaquim Moura, solicitou neste ano R$ 2,5 milhões para reforma da sede, fechada há cinco anos pela Defesa Civil. "Deu um problema de infiltração no telhado e havia risco de incêndio. Saímos e alugamos instalações particulares", afirmou. O órgão paga R$ 20 mil por mês pelo aluguel do prédio.
Por menos de R$ 2,5 milhões o Ibama poderia recuperar uma joia: o Orquidário Nacional, em Brasília. O local, que abrigava 3.000 espécies e variedades de orquídeas, foi parcialmente fechado ao público devido ao mau estado do madeirame, sem manutenção há 11 anos.
"Fico com medo de uma tora cair na cabeça de um visitante", diz a diretora do orquidário, Lou Menezes, apontando defeitos no teto e vigas caídas no mezanino.
Ela diz que retirou do local dois terços do acervo. Parte está numa estufa. "Quando fiz alarde, me concederam a compra da estufa, porque a reforma seria imediata. Já se vão três anos", disse Menezes à Folha. Ela estima o custo dos reparos em "coisa de R$ 40 mil, R$ 50 mil".
Menezes aponta um "completo marasmo" no Ibama nos últimos anos, decorrente da concentração do órgão no licenciamento ambiental e da criação, em 2007, do Instituto Chico Mendes.
O Ibama sofreu nos últimos cinco anos uma queda de 45% na verba destinada a investimentos -que inclui reformas e manutenção: de R$ 19,9 milhões (2007) para R$ 10,9 milhões (2012).
Algumas unidades desistiram de esperar por Brasília. Em Salvador, o centro de triagem de animais silvestres começou a ser reformado com dinheiro de multas.
"Não é uma coisa cotidiana, mas tivemos autorização do Ministério Público", disse a gerente de Fauna do Ibama da Bahia, Conceição Pires.

Agenda 21 Paulista - Convite para reunião preparatória Rio + 20


Aumenta retirada ilegal de palmito em parques


 

Volume extraído neste ano em SP em unidades de conservação já é 25% maior que o coletado no mesmo período em 2011


19 de maio de 2012 | 3h 03

JOSÉ MARIA TOMAZELA , SOROCABA - O Estado de S.Paulo

A falta de fiscalização está transformando os parques estaduais do Vale do Ribeira, que têm as maiores áreas protegidas de Mata Atlântica do Estado de São Paulo, em alvo de palmiteiros e caçadores. O volume de palmito retirado dessas unidades e apreendido pela Polícia Ambiental cresceu 25% neste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Quadrilhas organizadas invadem as unidades de conservação com animais de carga para retirar quantidades cada vez maiores de palmito da palmeira-juçara, espécie ameaçada de extinção. O produto é processado em fábricas clandestinas instaladas próximas dos parques.
No dia 14, uma fabriqueta foi fechada em São Miguel Arcanjo, entorno do Parque Estadual Carlos Botelho, um dos principais alvos das quadrilhas. Os policiais apreenderam no local 1,5 mil palmitos, cada um equivalente à derrubada de uma palmeira.
Em janeiro, cerca de três toneladas de palmito, correspondente ao corte de 1,7 mil palmeiras, foram apreendidas no parque. A carga estava enfeixada no lombo de 22 mulas usadas para o transporte. Policiais chegaram a um acampamento montado pela quadrilha, mas ninguém foi preso. Para não ser surpreendido pela polícia, o bando mantinha "olheiros" sobre as árvores.
Policiais ambientais admitem que o número de guardas nas unidades do Vale do Ribeira - Carlos Botelho, Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar) e Intervales - é insignificante perto da imensidão dessas matas. No Carlos Botelho, são apenas seis guardas e dois vigilantes para cobrir uma área de 37,7 mil hectares - em média quase 5 mil hectares por guarda.
O parque detém metade da população de mono-carvoeiro do País, primata que vive apenas em ambientes preservados. E preserva grandes populações da palmeira - fora do parque ela está praticamente extinta.
Ação de caçadores. A palmeira-juçara está na base da cadeia alimentar de tucanos, jacutingas, quatis e monos-carvoeiros, além de vários roedores. Pagos pelas fabriquetas para invadir a reserva e extrair o palmito, os palmiteiros também praticam a caça.
Profissionais contratados pela Secretaria do Meio Ambiente para fazer o plano de manejo do Petar relataram a ação de caçadores no parque de 36 mil hectares. "Muitos palmiteiros caçam no período em que estão acampados, até mesmo espécies criticamente ameaçadas de extinção, como a jacutinga. A repressão aos palmiteiros tem sido ineficaz", diz o relatório.
O documento informa que vestígios dos caçadores foram encontrados em vários locais do parque, além de armadilhas para catetos no interior de uma gruta. A Polícia Ambiental relaciona entre os animais visados pelos caçadores pela carne, a anta, o bugio, a paca, a cotia, o veado e o cateto e a queixada.

Folhetos são distribuídos de modo irregular e aumentam geração de lixo


21/05/2012 20h07- Atualizado em 21/05/2012 20h07

Desde 2007, é proibida a entrega de panfletos nas ruas da capital.

Nos últimos cinco anos, 12 toneladas de material foram apreendidas. 






Os folhetos são entregues com frequência em semáforos e, nos fins de semana, aumenta muito o volume de papeis que ninguém procurou e nem queria dentro do carro. O que parece rotina é uma ação que fere a Lei Cidade Limpa.
Desde 2007, é proibida a entrega de panfletos nas ruas da capital paulista. Só é permitida a distribuição de publicações com pelo menos 80% de conteúdo jornalístico. Nos últimos cinco anos, 12 toneladas de material irregular foram apreendidas na cidade.
Em um trajeto entre as zonas Sul e Oeste, a equipe de reportagem do SPTV recebeu oito informes. Nem todo mundo que recebe os folhetos está interessado no que está escrito e muita gente os joga pela janela.
O responsável da Prefeitura pela fiscalização avaliou os folhetos recebidos pela equipe. “Todas irregulares, não tem nenhuma regular. Propaganda. Inventa uma conversa qualquer para fazer a venda do imóvel”, diz José Rubens Domingues Filho, coordenador do programa Cidade Limpa.
Os panfletos que a reportagem entregou à Prefeitura vão passar por uma análise da Comissão de Proteção à Paisagem Urbana. O Sindicato da Construção Civil não quis se pronunciar sobre o assunto.

Bike elétrica ainda engatinha na cidade


19/05/2012 21:55

http://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/22176/Bike+eletrica+ainda+engatinha+na+cidade


Frota paulistana tem menos de 2 mil unidades, de acordo com estimativas de especialistas do setorFabio Pagotto

Verdadeira febre na Europa, Estados Unidos e Ásia, pivô de um recente imbroglio legal envolvendo a Lei Seca no Rio de Janeiro, a bicicleta com tração híbrida humana e elétrica ainda é rara em São Paulo.
De acordo com estimativas da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), menos de 2 mil unidades rodam hoje na cidade. “O Rio de Janeiro tem a maior frota do país, com cerca de 5 mil bicicletas que têm motor elétrico”, afirmou o presidente da ABVE, Pietro Erber.
Em 28 de abril, o cinegrafista Marcelo Toscano Bianco teve a sua bicicleta elétrica apreendida em uma blitz da Lei Seca no Rio. Ele recebeu três multas: uma por recusar a fazer o teste do bafômetro, outra pela ausência de habilitação para dirigir ciclomotor e a última por estar sem capacete, totalizando R$ 1.723,86, e 21 pontos na carteira.
A ausência de legislação específica gerou uma polêmica que culminou com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), publicando um decreto no dia 7 de maio regularizando o meio de transporte. Agora no Rio as elétricas são como as bicicletas comuns, desde que conduzidas por maiores de 16 anos e fiquem dentro do limite de velocidade de 20 km/h.
“Na minha opinião qualquer um pode andar de bicicleta elétrica, desde que haja classificação por limite de velocidade”, diz Ricardo De Féo, dono da General Wings, loja que vende alguns dos modelos mais avançados do mercado. Desde 2009 a General Wings vendeu cerca de mil unidades do produto, que hoje é montado em uma fábrica em Sorocaba, a 95 quilômetros da capital, com 70% de peças nacionais.
Segundo De Féo, o mercado está avançando rapidamente no país. Ele comercializa três modelos de bike com motor elétrico, de R$ 3.800 a R$ 4.250. Na última sexta-feira, porém, a loja estava com apenas os modelos do show-room e tinha uma fila de espera com 99 clientes. “Na Europa estão vendendo 6 milhões de unidades por ano e na China esse total chega a 20 milhões”, falou De Féo, que conheceu a bicicleta elétrica enquanto desenvolvia um projeto de carro popular junto a indústria chinesa.
Esgotado /O casal de advogados Ricardo Dias, de 34 anos, e Sílvia Dias, de 29, foi à General Wings comprar duas bicicletas, mas saiu sem as “magrelas”. “Só vão receber nova remessa em julho. Quero a bicicleta elétrica para não chegar suado no escritório”, explicou Dias, que mora no bairro do Morumbi, na Zona Oeste, e trabalha na Vila Olímpia, na Zona Sul.
“Também é uma alternativa para escapar do trânsito”, falou Sílvia, cujo escritório fica no bairro do Socorro, na Zona Sul. “Considero a bicicleta elétrica como uma excelente alternativa de transporte e acho a faixa de R$ 3 mil a R$ 4 mil razoável”, afirmou Dias.