sábado, 28 de julho de 2012

Selo de sustentabilidade da Escola Politécnica da USP para calçados

http://www.salariominimo.net/2012/07/27/selo-de-sustentabilidade-criado-na-poli-favorece-exportacao-de-calcados/

Selo de sustentabilidade criado na poli favorece exportação de calçados




Da Assessoria de Imprensa do Laboratório de Sustentabilidade (LASSU)


O setor calçadista brasileiro acaba de conquistar uma nova ferramenta para fortalecer a competitividade nos mercados internacionais e, assim, ampliar suas exportações: o Selo de Sustentabilidade, criado pelo Laboratório de Sustentabilidade (LASSU) da Escola Politécnica (Poli) da USP, em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e o Instituto By Brasil.
O mercado internacional está cada vez mais competitivo, mas ainda há muitas maneiras de diferenciar os produtos e os fabricantes. A sustentabilidade tem se mostrado atualmente como uma das mais poderosas ferramentas para este fim, explica a professora Tereza Cristina Carvalho, da Escola Politécnica (Poli) da USP e diretora do LASSU, ao anunciar a criação do Selo de Sustentabilidade durante o quarto Seminário Internacional de Design realizado nesta quarta-feira (25), em São Paulo. A professora também foi responsável pela criação do Selo Verde aplicado em equipamentos de informática e telecomunicações da USP.
Segundo Tereza Cristina, o Selo de Sustentabilidade para o setor calçadista foi concebido para valorizar as marcas brasileiras no mercado internacional, mas também para promover o engajamento das empresas detentoras destas marcas com a sustentabilidade, um importante diferencial competitivo, declarou. A certificação para obter o selo considera processos fabris e não linhas de produção, dando maior abrangência ao trabalho de cada empresa, disse a diretora do LASSU.
De acordo com a professora Tereza Cristina, devido à diferenciação do Selo de Sustentabilidade em cinco categorias, serão admitidas tanto as empresas que estão começando agora a se engajar neste processo, quanto as que estiverem mais avançadas na adoção de iniciativas sustentáveis, completou.

Pilares da sustentabilidade

Essas iniciativas abrangem os quatro pilares da sustentabilidade. No pilar econômico, pode ser citado uso racional de matérias-primas e aspectos ligados à produtividade. No ambiental, a não utilização de substâncias tóxicas, como o cromo, no amaciamento do couro. No lado social, são os programas de saúde preventiva, segurança no trabalho, concessão de benefícios trabalhistas adicionais aos previstos por lei, como bolsas de estudo e incentivos à educação, além do não uso de mão de obra infantil. O aspecto cultural envolve a interação positiva com a comunidade a fim de desenvolver ações para preservar a cultura local.
Com base no desempenho e no tamanho das empresas, o Selo de Sustentabilidade terá as seguintes classificações: Branco, para empresas que simplesmente aderirem ao programa de sustentabilidade; Bronze; Prata; Ouro; e Diamante. A classificação levará em conta os indicadores econômico, ambiental, social e cultural, e as empresas passarão a cada dois anos por novas avaliações para validação da certificação obtida para o Selo de Sustentabilidade. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a SGS são entidades certificadoras que participam da iniciativa do Selo de Sustentabilidade para a indústria calçadista. Poderão participar desta iniciativa empresas associadas à Assintecal e Abicalçados.
Ilse Guimarães, superintendente geral da Assintecal, argumenta que o Selo de Sustentabilidade agrega valor às marcas e aos produtos do setor calçadista brasileiro. A sustentabilidade tem de deixar de ser compreendida como custo e passar a ser vista como oportunidade para agregar valor ao negócio, defende Ilse. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é contemplado pelo selo.

MIT L-Lab

Em setembro de 2011, a Assintecal submeteu um projeto junto ao Programa de Liderança em Sustentabilidade (MIT L-Lab) do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) sobre os desafios de implantação e adoção do selo verde. O projeto foi aprovado em outubro. Em janeiro deste ano, um grupo de alunos do MIT L-Lab desembarcou no Brasil para estudar o mercado calçadista brasileiro, sob a orientação da professora Tereza Cristina.
Eles visitaram cerca de 12 empresas calçadistas, em cidades como São Paulo, Cerquilho, Sorocaba, no estado de São Paulo, e também em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. São empresas que produzem insumos, solventes, botões, fivelas até os montadores do produto final. A criação do selo verde é um dos resultados desta iniciativa (veja mais detalhes neste link).
Mais informações: (11) 3230-9716 email edson.perin@netpress.com.br

Fonte: USP

Parquinho tem brinquedo enferrujado e droga no chão


27/07/2012-04h00

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1126696-parquinho-tem-brinquedo-enferrujado-e-droga-no-chao.shtml



FELIPE VANINI BRUNING
FERNANDA KALENA
RENATO CASTRONEVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Parquinhos infantis de praças e parques paulistanos têm balanço com correntes quebradas, brinquedos enferrujados e gangorra com assentos soltos ou farpas de madeira expostas, além de cacos de vidro, fezes e até cápsulas de cocaína e cachimbos de crack espalhados pelo chão.
A Folha foi ontem a 29 parquinhos nas cinco regiões da cidade -ao menos 15 deles tinham algum problema, como brinquedos quebrados ou em mau estado e sujeira.
As capsúlas de cocaína e os cachimbos de crack estavam na na praça Cohab Adventista, no Capão Redondo (zona sul), bem perto de onde as crianças brincam.

Brinquedos em parques

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Danilo Verpa/Folhapress


Crianças brincam no parque Buenos Aires, em Higienópolis (centro de São Paulo)

"Só trago minha filha aqui porque não há outra opção de lazer", diz Rosângela Silva Soares, 35, vizinha da praça. "Se, em um hotel caro há acidentes, imagine aqui, em uma pracinha da periferia."
Foi uma alusão à morte de uma menina em um hotel de luxo de Águas de São Pedro (a 184 km de São Paulo). Inês Schaller, 4, foi atingida no peito pela viga de um balanço enquanto brincava.

PRAÇAS
As praças concentram os equipamentos em pior situação. Em 11 delas, há brinquedos quebrados no parquinho, sem nenhuma interdição.
Na praça Rotary (Consolação, região central), o assento de madeira da gangorra está rachado, com farpas expostas. Na praça dos Libaneses (Itaim, zona oeste), o banco está solto, o que pode levar uma criança a cair.
Quando a Folha esteve na praça Ocapeguá (zona leste), havia pedaços de balanço e da gangorra no chão -o aspecto era de abandono.
"Trago minha filha aqui porque moro perto, mas as opções de brinquedos são poucas e estão em péssimo estado", disse Shirley Azevedo, 32, enquanto a filha brincava no balanço da praça 14 Bis, na Bela Vista (centro), outra que a reportagem visitou.
A fiscalização das praças cabe às subprefeituras e a dos parques, à Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, ambos órgãos municipais.

PARQUES
Nos parques, a situação é melhor: brinquedos que não funcionam estão com sinalização de interditado, como o Ibirapuera e o da Juventude (este estadual). Os brinquedos, na maioria dos casos, não apresentam problemas.
A pior situação está no parque Linear do Fogo, onde balanços e gangorra estavam quebrados e os brinquedos estão enferrujados e com lascas. A prefeitura disse que fará manutenção no parquinho em breve.
Editoria de Arte/Folhapress
OUTRO LADO
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente diz que faz manutenção frequente nos playgrounds dos 83 parques sob sua responsabilidade.
"Quando a garantia do fabricante termina, a equipe de manutenção efetua os reparos necessários", diz a pasta.
Cabe à administração dos parques pedir a manutenção quando necessário, ainda segundo a secretaria.
Listado pela Folha como um dos locais com parquinhos em mau estado de conservação, o parque Linear do Fogo está na agenda de manutenção da secretaria.
Ainda conforme a pasta, os parques Ibirapuera e do Carmo receberam novos brinquedos recentemente. O mesmo ocorrerá com outros 11 parques; a implantação será neste semestre, diz a secretaria.
Encarregada das praças paulistanas, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras informou varrer e cuidar rotineiramente das praças. Entre os serviços estão poda de árvores, capinação e limpeza, além de manutenção dos brinquedos.
Todos os locais em que a Folha constatou problemas sofrerão vistoria e as possíveis falhas serão corrigidas, disse a pasta. "A Prefeitura conta com o apoio da população para manter os equipamentos em bom estado." Reclamações podem ser feitas via 156, site (sac.prefeitura.gov.br) ou às subprefeituras.

Saquinhos gratuitos para pets são aprovados


bairro a bairro

26/07/2012 21:47

http://www.diariosp.com.br/noticia/detalhe/28805/Saquinhos+gratuitos+para+pets+sao+aprovados

Os moradores da Vila Nova Conceição se reúnem para instalar porta-saco em praça e veem resultado

Renata Asp




Os saquinhos oferecidos na Praça Pereira Coutinho são oxibiodegradáveis














Daniela Souza/ Diário SP

Os saquinhos oferecidos na Praça Pereira Coutinho são oxibiodegradáveis


Parques e praças de São Paulo já oferecem gratuitamente saquinhos ecológicos para auxiliar no recolhimento das fezes de animais de estimação. É o caso da Praça Pereira Coutinho, da Vila Nova Conceição, na Zona Sul. Lá, existem três porta-sacos, que ajudam frequentadores e moradores da região a passearem com seus cães e gatos de maneira consciente.
Assim como em outras praças da cidade, os problemas de sujeira, mau cheiro e desconforto foram solucionados a partir da iniciativa dos moradores.

A Associação de Amigos da Praça Pereira Coutinho se mobilizou e encontrou resultado nos saquinhos oxibiodegradáveis. Eles se dissolvem em aproximadamente 18 meses após o descarte.

“A ideia só deu certo por causa da ajuda dos moradores. São cerca de 30 que contribuem mensalmente com a associação. Apesar de serem poucos, tem dado muito certo”, conta um dos diretores da entidade, Nelson Simbara.

Segundo Luiza Etsuco Omi, que é dona da Banca Vila Nova Conceição, instalada na praça há 25 anos, as campanhas que incentivam a população a recolher as fezes dos animais em lugares públicos devem aumentar. “Toda sujeira que fazemos é de nossa responsabilidade. Cada um deve recolher a sua e a do seu animal. Não é difícil, mas parece que não entendem”, enfatiza.
Os saquinhos gratuitos e oxibiodegradáveis também estão disponíveis nos parques Ibirapuera, Boaçava e Colinas de São Francisco e na Praça Canumá. Na Praça Pereira Coutinho, eles são reabastecidos até três vezes ao dia. “Pena não ter em mais praças da região”, diz a moradora Anielle Sanjar.
Porta-saco/ O mecanismo, que ganhou o nome de Acacabou, vem sendo instalado em áreas públicas da capital desde abril de 2010, segundo a empresa Wesco Equipamentos de Higiene, que o comercializa. Ele pode ser adquirido pelo valor de R$ 170 com 500 saquinhos. Os refis com mil unidades custam R$ 95.

O que pode levar a uma cidade sustentável?

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-que-pode-levar-a--uma-cidade-sustentavel-,906363,0.htm

27 de julho de 2012 | 3h 09


Washington Novaes

Pois não é que, enquanto o eleitor se pergunta, aflito, em quem votar para resolver os dramáticos problemas das nossas insustentáveis grandes cidades, um pequeno país de 450 mil habitantes - a África Equatorial - anuncia (Estado, 10/6) que até 2025 terá construído uma nova capital "inteiramente sustentável" de 40 mil casas para 140 mil habitantes, toda ela só com "energias renováveis", principalmente a fotovoltaica? Mas como afastar as dúvidas do eleitor brasileiro que pergunta por que se vai eliminar uma "florestal equatorial" - tão útil nestes tempos de problemas climáticos - e substituí-la por áreas urbanas?

Bem ou mal, o tema das "cidades sustentáveis" entra na nossa pauta. Com Pernambuco, por exemplo, planejando todo um bairro exemplar em matéria de água, esgotos, lixo, energia, telecomunicações, em torno do estádio onde haverá jogos da Copa de 2014, inspirado em Yokohama (Valor, 24/6), conhecida como "a primeira cidade inteligente do Japão". E até já se noticia (12/7) que o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking de "construções sustentáveis" no mundo, depois de Estados Unidos, China e Emirados Árabes - já temos 52 certificadas e 474 "em busca do selo", por gastarem 30% menos de energia, 50% menos de água (com reutilização), reduzirem e reciclarem resíduos, além de só utilizarem madeira certificada e empregarem aquecedores solares.
"As cidades também morrem", afirma o professor da USP João Sette Whitaker Ferreira (Eco 21, junho de 2012), ressaltando que, enquanto há 50 anos se alardeava que "São Paulo não pode parar", hoje se afirma que a cidade "não pode morrer" - mas tudo se faz para a "morte anunciada", ao mesmo tempo que o modelo se reproduz pelo País todo. Abrem-se na capital paulista mais pistas para 800 novos automóveis por dia, quem depende de coletivos gasta quatro horas diárias nos deslocamentos, os bairros desfiguram-se, shoppings e condomínios fechados avançam nos poucos espaços ainda disponíveis, 4 milhões de pessoas moram em favelas na região metropolitana.
Não é um problema só brasileiro. Em 1800, 3% da população mundial vivia em cidades, hoje estamos perto de 500 cidades com mais de 1 milhão de pessoas cada uma, quase 1 bilhão vive em favelas. Aqui, com perto de 85% da população em áreas urbanas, 50,5 milhões, segundo o IBGE, vivem em moradias sem árvores no entorno (26/5), seis em dez residências estão em quarteirões sem bueiros, esgotos correm na porta das casas de 18,6 milhões de pessoas. Quase metade do solo da cidade de São Paulo está impermeabilizada, as variações de temperatura entre uma região e outra da cidade podem ser superiores a 10 graus (26/3).
Estamos muito atrasados. Na Europa, 186 cidades proibiram o trânsito ou criaram áreas de restrição a veículos com alto teor de emissão (26/2), com destaque para a Alemanha. Ali, em um ano o nível de poluição do ar baixou 12%. Londres, Estocolmo, Roma, Amsterdam seguem no mesmo rumo, criando limite de 50 microgramas de material particulado por metro cúbico de ar, obedecendo à proposta da Organização Mundial de Saúde. No Brasil o limite é três vezes maior.
E há novos problemas claros ou no horizonte, contra os quais já tomaram posição cidades como Pyongyang, que não permite a ocupação de espaços públicos urbanos por cartazes, grafites, propaganda na fachada de lojas, anúncios em néon (New Scientist, 19/5). É uma nova e imensa ameaça nos grandes centros urbanos, atopetados por informações gráficas e digitais projetadas. Quem as deterá? Com que armas, se as maiores fabricantes de equipamentos digitais lançam a cada dia novos geradores de "realidade ampliada", a partir de fotos, vídeos e teatralizações projetados? O próprio interior das casas começa a ser tomado por telas gigantescas.
Um bom ponto de partida para discussões sobre as áreas urbanas e seus problemas pode ser o recém-editado livro Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes" (Brookman, 2012), em que o professor Carlos Leite (USP, Universidade Presbiteriana Mackenzie) e a professora Juliana Marques Awad argumentam que "a cidade sustentável é possível", pode ser reinventada. Mas seria "ingênuo pensar que as inovações tecnológicas do século 21 propiciarão maior inclusão social e cidades mais democráticas, por si sós". A s cidades - que se tornaram "a maior pauta do planeta" - "terão de se reinventar", quando nada porque já respondem por dois terços do consumo de energia e 75% da geração de resíduos e contribuem decisivamente para o processo de esgotamento de recursos hídricos, com um consumo médio insustentável de 200 litros diários por habitante. "Cidades sustentáveis são cidades compactas", dizem os autores, que estudam vários casos, entre eles os de Montreal, Barcelona e São Francisco. E propõem vários caminhos, com intervenções que conduzam à regulação das cidades e à reestruturação produtiva, capazes de levar à sustentabilidade urbana.
Mas cabe repetir o que têm dito vários pensadores: é preciso mudar o olhar; nossas políticas urbanas se tornaram muito "grandes", distantes dos problemas do cotidiano do cidadão comum; ao mesmo tempo, muito circunscritas, são incapazes de formular macropolíticas coordenadas que enfrentem os megaproblemas. No caso paulistano, por exemplo, é preciso ter uma política ampla e coordenadora das questões que abranjam toda a região metropolitana; mas é preciso descentralizar a execução e colocá-la sob a guarda das comunidades regionais/locais. Não custa lembrar que há alguns anos um grupo de professores da Universidade de São Paulo preparou um plano para a capital paulista que previa a formação de conselhos regionais e subprefeituras, com a participação e decisão de conselhos da comunidade até sobre o orçamento; mas as discussões na Câmara Municipal levaram a esquecer o macroplano e ficar só com a criação de novos cargos.
Por aí não se vai a lugar nenhum - a não ser a problemas mais dramáticos.

* JORNALISTA
E-MAIL: WLRNOVAES@UOL.COM.BR