A entidade mostrou como alternativa, para empresas que se encaixam no Simples Nacional, o uso de sacolas oxibiodegradáveis brancas, sem a logomarca “Recicla Sinop”.
Fonte: Assessoria
A Aces Sinop (Associação Comercial e Empresarial) continua debatendo com o Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Sinop, Rogério Rodrigues, o decreto que torna obrigatório o uso de sacolas oxibiodegradáveis pelo comércio. O objetivo é buscar uma alternativa para que as novas condições não onerem o orçamento das empresas.
“Somos a favor da preservação do meio ambiente, mas acreditamos que é possível flexibilizar para que os valores não sobrecarreguem a receita da empresa”, afirma o presidente da Aces, Mauro Muller.
A entidade mostrou como alternativa, para empresas que se encaixam no Simples Nacional, o uso de sacolas oxibiodegradáveis brancas, sem a logomarca “Recicla Sinop”. “Assim, as pequenas e médias empresas da cidade não vão sentir um grande impacto com a nova norma”, explica Muller.
Segundo o presidente, a entidade orçou valores com empresas revendedoras de embalagens e constatou que o uso de sacolas oxibiodegradáveis brancas, sem a logomarca, é 21% mais barata do que a sacola exigida na lei. “Conversamos com empresários, associados e chegamos a essa proposta. Inicialmente não vai impactar no bolso nem do empresário e nem do cliente e ajuda a prefeitura com o projeto de coleta seletiva”.
O secretário explica que essa é uma situação que deve ser estudada, mas ressalta que não é descartada. “Vamos trabalhar em conjunto com a Aces para encontrar a melhor alternativa”, afirma Rodrigues.
Para o secretário, o uso das cores branca e cinza tem que ser levado em consideração, pois irá auxiliar na separação do lixo orgânico e reciclado. “As impressões da sacola, como a logomarca, podem ser discutidas, mas é preciso pensar nas cores”.
O “Recicla Sinop” da Prefeitura Municipal, pela Secretária de Meio Ambiente, é o incentivo a coleta seletiva como maneira de preservar o meio ambiente. O objetivo é ensinar à população a separação adequada do lixo orgânico e reciclado. “Queremos induzir a população a fazer essa separação que vai auxiliar muito na coleta seletiva”.
O decreto nº 099/2012, de 09 de maio de 2012, que regulamenta a Lei Municipal nº 1164, de 12 de agosto de 2009, é que torna obrigatório uso de embalagens plásticas oxibiodegradáveis (OBP’s) com a logomarca colorida do programa Recicla Sinop.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) mobilizou a comunidade científica e foi palco de discussões que revelaram avanços sem precedentes no conhecimento sobre os limites do planeta - conceito indispensável para determinar uma agenda dedicada à sustentabilidade global.
No entanto, nada disso se refletiu no documento final da conferência, intitulado "O Futuro que queremos", que teve até mesmo o termo "ciência" cortado do único tópico onde aparecia com destaque, de acordo com cientistas reunidos no dia 23 de agosto no 2º Workshop Conjunto BIOTA-BIOEN-Mudanças Climáticas: o futuro que não queremos - uma reflexão sobre a Rio+20.
O evento reuniu pesquisadores envolvidos com os três grandes programas da Fapesp sobre temas relacionados ao meio ambiente - biodiversidade (Biota-Fapesp), bioenergia (Bieon) e mudanças climáticas globais (PFPMCG) - com a finalidade de fazer uma avaliação crítica dos resultados da RIO+20, especialmente no que diz respeito às perspectivas de participação da comunidade científica nas discussões internacionais nos próximos anos.
De acordo com Carlos Alfredo Joly, coordenador do Programa Biota-Fapesp, a comunidade científica brasileira e internacional se mobilizou intensamente durante a Rio+20 e chegou à conferência preparada para fornecer subsídios capazes de influenciar a agenda de implementação do desenvolvimento sustentável. "Nada disso se refletiu na declaração final. Chegou-se a um documento genérico, que não determina metas e prazos e não estabelece uma agenda de transição para uma economia mais verde ou uma sustentabilidade maior da economia", disse Joly.
A maior esperança dos cientistas para que a conferência tivesse um resultado concreto, de acordo com Joly, era que o texto final reconhecesse, já em sua introdução, o conceito de limites planetários, proposto em 2009 por Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo. A expectativa, porém, foi frustrada. "De 1992 até hoje, tivemos um grande avanço no conhecimento em relação aos limites planetários e o trabalho de Rockström já se tornou um clássico. Destacar isso no texto final poderia contribuir para uma mudança de paradigmas que definiria uma nova trajetória para o planeta. Mas isso não foi feito", disse.
Rockström, do Stockholm Resilience Centre Planetary, participou do workshop por meio de videoconferência, e apresentou palestra sobre o tema "Planetary boundaries are valuable for policy".
O fato do avanço do conhecimento científico não estar refletido no documento, entretanto, não deve ser usado como argumento para desestimular a comunidade científica que trabalha nessa área ambiental, segundo Joly. "Para nós que trabalhamos com a biodiversidade, a prioridade agora volta a ser a discussão sobre o veto às mudanças no código florestal, uma questão que ainda está em aberto", disse.
O tema da biodiversidade, segundo Joly, recebeu muito pouca atenção no documento final da Rio+20, embora seja uma das áreas em que os limites planetários de segurança já foram extrapolados. "Praticamente todas as referências à biodiversidade foram cortadas do texto. O documento zero, que foi o ponto de partida para a declaração, tinha seis parágrafos sobre a biodiversidade nos oceanos, por exemplo. Não sobrou nenhum", afirmou Joly, que é titular do Departamento de Políticas e Programas Temáticos (DEPPT) da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Conteúdo vago
Paulo Artaxo, membro da coordenação do PFPMCG, destacou que as menções à questão das mudanças climáticas também foram quase nulas. "O texto final da Rio+20 tem 53 páginas, divididas em 283 tópicos. Desse total, apenas três tópicos mencionam a questão do clima. Para se ter uma ideia, há seis tópicos sobre igualdade de gênero e dez sobre lixo químico - que são temas importantes, mas não envolvem a mesma escala e urgência do problema do clima", disse.
Além da escassez, o conteúdo das menções à questão do clima é muito vago, segundo Artaxo. "O texto se limita a afirmar que as mudanças climáticas estão entre os maiores desafios do nosso tempo e que o tema gera preocupação, por exemplo", disse.
Para o pesquisador, no entanto, seria ingenuidade acreditar que a conferência poderia trazer soluções imediatas para a questão da sustentabilidade global. A oportunidade perdida na conferência foi a de contribuir para acelerar as decisões necessárias. "O problema é enorme e envolve todo o sistema de produção que roda a economia e a política de todo o nosso planeta. Uma questão desse porte não pode ser resolvida em uma única reunião, ou mesmo em uma década. O equacionamento vai demorar pelo menos mais 10 anos - o nosso problema é que não temos todo esse tempo", disse.
Para Artaxo, a Rio+20 evidenciou que o mundo se ressente da falta de governança para lidar com a questão do clima global. "Não temos entidades que possam implementar políticas globais com impacto importante na economia do planeta para enfrentar os desafios do clima. Se é difícil reduzir emissões de CO², poderíamos tentar reduzir as emissões de metano e ozônio, por exemplo. Mas isso exige um sistema de governança que a RIO+20 mostrou claramente não existir", afirmou.
Fábio Feldman, do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas, apontou que a falta de liderança pode ter comprometido os resultados da Rio+20. Segundo ele, a RIO92 (ou ECO-92), por exemplo, obteve mais sucesso porque na época o interlocutor brasileiro com os chefes de estado foi o físico José Goldemberg. "Se perguntarmos aos diplomatas brasileiros, dirão que Rio+20 foi um grande sucesso, porque para eles o importante era chegar a um documento final, mesmo que inócuo. O fato do professor Goldemberg não ser um diplomata foi um fator importante para o sucesso da ECO-92", afirmou.
Feldman afirmou que, apesar de tudo, fora da reunião de alto nível, a Rio+20 contou com iniciativas importantes, como a participação ativa do setor empresarial e a mobilização da comunidade científica para criar o programa Future of Earth. Alice Abreu, coordenadora da Iniciativa Rio+20 do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU, na sigla em inglês), fez um balanço das atividades do "Forum on Science, Technology and Innovation for Sustainable Development" - o principal evento científico realizado em paralelo à conferência.
"O evento teve mais de mil participantes, além de outros mil que acompanharam pela internet. Foram 11 sessões temáticas, onde 110 cientistas de 75 países discutiram temas centrais para o desenvolvimento sustentável. Houve ainda 24 eventos paralelos que congregaram cerca de 100 palestrantes. Tivemos duas sessões de política científica e a sessão de encerramento foi um diálogo de alto nível entre representantes da ciência e da política", contou.
O fórum foi o palco do lançamento do Future Earth, uma iniciativa internacional de pesquisa interdisciplinar do sistema terrestre para a sustentabilidade global. "O objetivo é prover, nos próximos dez anos, o conhecimento necessário para que as sociedades possam enfrentar os riscos das mudanças ambientais e desenvolver transições adequadas para uma sustentabilidade global", disse.
Segundo Abreu, além da iniciativa concreta do programa Future Earth, o fórum contou com debates entre os cientistas, que geraram recomendações importantes para a agenda mundial da sustentabilidade global. "Duas recomendações foram centrais: uma maior colaboração entre as ciências naturais e as ciências sociais - tema debatido em praticamente todas as sessões - e uma política científica mais integrada com outros atores, de forma a estabelecer um novo contrato entre ciência e sociedade", afirmou.
Quem diria? A velha e dilapidada Nasa, que nem possui mais meios próprios de mandar pessoas para o espaço, acaba de mostrar que ainda tem espírito épico.
A prova é o pouso perfeito do jipe-robô Curiosity numa cratera de Marte no começo deste mês. Muito podia dar errado: grandalhão -do tamanho de um bugue de praia-, ele não tinha como descer pelo método usual da Nasa, que envolve recobrir as pobres sondas com airbags e deixá-las quicar pelos pedregulhos extraterrestres.
Em vez disso, numa operação complicadíssima, o Cu-riosity foi depositado no solo de Marte com uma espécie de guindaste voador, sem nenhum arranhão no processo.
A saga de verdade começa agora, contudo. O Curiosity é, disparado, o artefato mais complexo que terráqueos já conseguiram botar no chão de outro planeta. Com 17 câmeras, é a primeira sonda interplanetária capaz de fazer imagens em HD. Pode percorrer dois quilômetros por dia.
Trata-se de um laboratório sobre rodas, equipado, entre outras coisas, com canhão laser para pulverizar pedaços de rocha e sistemas que medem parâmetros do clima marciano, como velocidade do vento, temperatura e umidade... A lista é grande. Tudo para tentar determinar se, afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para formas de vida -ou quem sabe até ainda o seja.
TEM ALGUÉM POR AÍ?
Esta, claro, é a pergunta de US$ 2,5 bilhões (R$ 5 bilhões, valor do investimento na missão MSL, ou Laboratório de Ciência de Marte, como a jornada foi batizada).
Outros jipes-robôs mais modestos, como o Sojourner e os gêmeos Spirit e Opportunity, deram passos gigantes no sentido de demonstrar que Marte já foi mais "molhado", com água corrente pela superfície bilhões de anos atrás.
Hoje também se sabe que o subsolo marciano, em especial nas calotas polares, abriga enorme quantidade de água congelada. E há pistas de que água salgada pode escorrer pela superfície do planeta durante o verão marciano, quando, em certos lugares, a temperatura fica entre -25o C e 25o C.
Mesmo na melhor das hipóteses, são condições não muito amigáveis para a vida como a conhecemos. Mas os cientistas têm motivos para não serem tão pessimistas, ambos baseados no que se conhece a respeito dos seres vivos na própria Terra.
O primeiro é que a vida parece ser um fenômeno tão teimoso, ao menos na sua forma microscópica, que aguenta todo tipo de ambiente inóspito, das pressões esmagadoras do leito marinho ao calor e às substâncias tóxicas dos gêiseres.
Além disso, se o nosso planeta for um exemplo representativo da evolução da vida Cosmos afora, isso significa que a vida aparece relativamente rápido quando um planeta se forma -mais ou menos meio bilhão de anos depois que a Terra surgiu (hoje ela tem cerca de 4,5 bilhões de anos).
Ou seja, teria havido tempo, na fase "molhada" do passado de Marte, para que ao menos alguns micróbios aparecessem antes de serem destruídos pela deterioração do ambiente marciano. Será que algum deles não deu um jeito de se esconder no subsolo e ainda está lá, segurando as pontas?
E, se a coisa aconteceu duas vezes neste quintal cósmico, quantas vezes não terá ocorrido Via Láctea afora?
Inspiração de clássicos de ficção, Marte pode ser visto em fotos de alta definição
1877: Um minuto antes, Marte era só um planeta vermelho. Em seguida, o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli (1835-1910) avistou recortes na superfície marciana que se assemelhavam a cursos de água. A histeria dos canais. Sabia-se que Marte possuía calotas polares com gelo. De repente, em 1895, o cientista inglês Percival Lowell (1855-1916) deu um salto mental: são canais de irrigação construídos por marcianos para trazer a água dos polos para os desertos vermelhos. A histeria dos canais ("canal craze", em inglês).
Maior inspiração dos clássicos de ficção científica, Marte, o planeta vermelho, agora pode ser visto em fotos de alta definição que lembram mais um grande deserto do que uma grande ameaça
E os extraterrestres eram, além de tudo, avançadíssimos. Afinal, os humanos haviam demorado dez anos para concluir, em 1865, o canal de Suez, no Egito, ligando os mares Mediterrâneo e Vermelho. E as trincheiras marcianas pipocavam a cada nova observação. Canais estavam sendo mapeados e nomeados às dezenas; logo seriam 200.
DELÍRIO
Terreno fértil para a ficção. Já em 1880, um astronauta visitava anõezinhos em Marte no livro "Across the Zodiac" (Através do Zodíaco), do inglês Percy Greg (1836-1889).
Em 1898, o inglês H.G. Wells (1866-1946) publicou "A Guerra dos Mundos", com uma invasão marciana à Inglaterra. Os extraterrestres de Wells eram parecidos com polvos, e seus tentáculos não demonstravam qualquer respeito à vida vitoriana.
A primeira metade do século 20 foi pródiga em marcianos, inclusive no cinema. Para testar seu cinetógrafo (câmera de cinema rudimentar), o cientista norte-americano Thomas Edison (1847-1931, o inventor da lâmpada) produziu um filme de ficção científica cheio de efeitos especiais, em 1910. Nele, um cientista descobre como anular a gravidade e voa até Marte, onde se depara com criaturas gigantes que parecem árvores. O curta, mudo, está no YouTube (www.goo.gl/e85Nb ).
This film was produced by Thomas Edison for his Home Kinetoscope in 1910, Many have confused this film with Melies "A Trip To The Moon" and claimed that it is a pirated version of Melies work. But nothing could be more wrong - it is totally original and represents The First American Science fiction movie. We scanned 10,000 frames from the original print in our collection and reconstructed it. We also added a period sound track. As far as we can determine we hold the only existing copy,
Já a nascente União Soviética (1922-1991) fez política no longa "Aelita: Rainha de Marte" (1924), baseado em livro de Alexei Tolstói (1883-1945). Nele, um cosmonauta viaja de foguete e lidera as massas marcianas na derrubada do governo das elites. É ajudado pela rainha Aelita, que se apaixona pelo comunista ao vê-lo através de um telescópio.
HOMENZINHOS VERDES
A possibilidade de existência dos ETs ganhou ares de delírio em 1938, quando um rapaz de 23 anos chamado Orson Welles (1915-1985) aterrorizou os Estados Unidos ao ler no rádio uma adaptação da história de H.G. Wells. Descrevendo uma invasão em Nova York como se fizesse transmissões jornalísticas, o futuro cineasta Welles dizia que as forças terrestres estavam aniquiladas e que os nova-iorquinos estavam em rota de fuga pelas estradas. Como consequência, moradores da vizinha Nova Jersey fizeram o mesmo -mas de verdade.
"Estou falando do teto do prédio da rádio, em Nova York. Os sinos que você ouve estão avisando que os marcianos se aproximam. Estima-se que 3 milhões de pessoas pegaram a estrada para o Norte. Evite as pontes para Long Island. Todas as comunicações com Nova Jersey pararam há 10 minutos. Não há mais defesas. Nosso exército foi aniquilado. Esta deve ser minha última transmissão."
Orson Welles, em sua adaptação radiofônica de "A Guerra dos Mundos", 1938
O imaginário norte-americano passou por diversas outras provações, além da arquitetada por Orson Welles. Nos anos 1950, notícias de discos voadores sobrevoando fazendas e abduzindo moradores começaram a aparecer em jornais locais.
É dessa época a popularização do termo "little green men", homenzinhos verdes, para designar os marcianos. A expressão, que já era usada ironicamente no século 19 para descrever alucinações, foi incorporada pelos autores de ficção científica. Tornou-se o estereótipo de pequenos alienígenas, muitas vezes com antenas na cabeça.
Os sonhos de civilizações em Marte foram desmoronando aos poucos, com o avanço da tecnologia de observação. Os canais, afinal, não passavam de uma ilusão de ótica, resultado de telescópios pouco acurados e da tendência inconsciente de conectar pontos indistintos, como crateras e cadeias de montanhas, para criar algo compreensível, como uma linha.
CRÔNICAS
Grandes autores como os norte-americanos Edgar Rice Burroughs (1875-1950), Isaac Asimov (1920-1992) e Philip K. Dick (1928-1982) escreveram aventuras passadas no planeta, muitas delas no futuro, quando os humanos assumem o papel de colonizadores. Uma dessas histórias, "O Vingador do Futuro", baseado em obra de K. Dick, estreou em agosto no Brasil.
"Marte tem apenas um pingo de água porque é muito pequeno. (...) Então a Terra tem que suprir não só para os colonos beberem e tomarem banho, para as indústrias e fábricas hidropônicas, como também para jogar fora às toneladas. Qual é a força propulsiva das espaçonaves? O que elas jogam para trás para que possam acelerar para a frente? (...) Qual o mais barato e mais abundante líquido disponível? Água, é claro."
Isaac Asimov, em "O Jeito Marciano", 1955
Mas, com o fim da ideia de civilizações nativas, a expressão "marciano" foi sendo abandonada. Coube ao cinema apontar novos caminhos. "Alien, o Oitavo Passageiro" (1979), de Ridley Scott, popularizou bastante o termo "alienígena", enquanto Steven Spielberg escreveu a palavra "extraterrestre" na cultura mundial com seu filme "E.T.", de 1982.
Na primeira de suas 26 "Crônicas Marcianas" (1950), o escritor americano Ray Bradbury (1920-2012) narra os efeitos da saída da primeira nave terráquea para a conquista da civilização de forma delicadíssima: "Um minuto antes, era inverno em Ohio (...). Em seguida, uma onda de calor cruzou a cidadezinha. O verão do foguete. O ar quente redesenhou os cristais de gelo nas janelas. De repente, os esquis e trenós tornaram-se inúteis. A neve que caía do céu gelado sobre a cidade transformou-se em chuva quente antes de tocar o solo. O verão do foguete (...)".
A respeito das crônicas de Bradbury, o grande escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) anotou: "Como podem tocar-me essas fantasias, e de modo tão íntimo? Toda literatura (atrevo-me a responder) é simbólica; há poucas experiências fundamentais, e é indiferente que um escritor, para transmiti-las, recorra ao 'fantástico' ou ao 'real', à invasão da Bélgica em agosto de 1914 ou a uma invasão a Marte. (...) Bradbury colocou seus longos domingos vazios, seu tédio americano, sua solidão". Como discordar do mestre argentino?
"Marte era uma praia distante. E os homens chegavam a ela em ondas. Cada onda diferente, e uma mais forte que a outra. A primeira trouxe homens acostumados a espaços amplos, ao frio e à solidão, os homens do deserto e do campo (...). Marte não poderia atingi-los porque haviam sido criados para planícies e pradarias tão amplas quanto os campos marcianos. Foram os primeiros homens. Todo mundo sabia quem seriam as primeiras mulheres."
Ray Bradbury, em "Crônicas Marcianas", 1950
07/08/2012 - 19h05
Curiosity fará viagem no tempo para ajudar a entender nossas raízes
O jipe Curiosity finalmente pousou em Marte, depois de uma longa jornada e de uma descida complicada. Com isso, abre uma nova janela de alta tecnologia para a exploração à distância do planeta vermelho.
As missões que precederam o nosso MSL (Laboratório de Ciências de Marte) fizeram um trabalho incrível abrindo caminho para nós. Esses pioneiros foram "aonde nenhum jipe jamais tinha ido antes" e descobriram muitas coisas novas sem o benefício de saber de antemão o que elas seriam.
Foto da sonda Mars Reconnaissance Orbiter mostra momento em que o jipe-robô Curiosity se aproxima do solo de Marte preso a um paraquedas
Mas nunca antes de agora havíamos chegado a Marte com uma sonda projetada para alcançar uma meta tão desafiadora quanto a avaliação das possibilidades de futuras missões que vão procurar vida. A missão MSL se baseia na suposição de que Marte, em algum ponto de sua história, foi habitável. Contudo, não estamos procurando a vida propriamente: queremos encontrar ambientes habitáveis.
Como cientista-chefe da missão MSL, normalmente fico tão envolvido com o planejamento da viagem que tendo a ficar imerso nos detalhes específicos do aprendizado da operação do jipe na superfície de Marte. Imagine comprar um carro de US$ 2,5 bilhões com um manual do proprietário de 10 mil páginas, o qual você não apenas tem der ler, mas também precisa escrever, porque é o primeiro e único carro do tipo que será construído.
Editoria de Arte/Folhapress
O passo que vamos dar agora é fantástico. Vamos viajar numa espécie de máquina do tempo, criada para reconstruir como era a superfície de Marte há bilhões de anos. Podemos ter vislumbres de um tempo tão remoto que é equivalente à época em que a vida microbiana estava evoluindo na Terra. A história primitiva de Marte está mais bem preservada lá do que seu equivalente na Terra, e por isso temos a chance de entender o desenvolvimento do nosso próprio planeta estudando outro.
Os ingredientes essenciais para um ambiente habitável são água, energia e carbono. Missões anteriores determinaram que Marte tinha água líquida em seu passado -- e ocasionalmente também tem no presente. Essas missões também indicaram locais onde processos químicos naturais poderiam ter gerado energia para o metabolismo de seres vivos. Mas onde está o carbono orgânico que torna esse metabolismo possível?
É aí que nós entramos. Voltar bilhões de anos no tempo geológico não é brincadeira, mas o Curiosity está bem equipado para fazer isso por causa de duas de suas mais importantes qualidades.
Primeiro, ele é um laboratório completo, com funis, tubos de ensaio, lupas, espectrômetros de massa [usados para "pesar" moléculas], analisadores de gases, fornos, e um sistema de obtenção de amostras com uma bronca forte o suficiente para raspar concreto. Isso para não falar de suas 17 câmeras, várias delas coloridas, com captação de vídeo e resolução em HD [alta definição]. Em segundo lugar, é um jipe movido a plutônio, o que permite levar seu laboratório para a estrada durante anos a fio.
Essa mobilidade é muito importante porque a busca por carbono orgânico pode ser um jogo de esconde-esconde. O Curiosity é capaz de vasculhar o terreno em busca do local mais promissor e ir até ele, onde seu laboratório portátil pode ser colocado à prova.
E isso me leva ao lugar onde o Curiosity vai praticar sua vocação de geológo. A cratera Gale foi escolhida depois de estudos de cinco anos de duração. Dentro dessa antiga bacia de impacto [criada pela queda de um meteorito] encontra-se um leito de rio igualmente antigo, que possui registros de água corrente superficial e terrenos fraturados ricos em minerais.No meio dessa cratera de 150 quilômetros de diâmetro ergue-se uma montanha na qual o Curiosity vai passar a maior parte de sua vida ativa.
Batizado de monte Sharp pela equipe científica, esse pico de 5.000 m de altitude é feito de camadas sedimentares que representam centenas de milhões, se não bilhões, de anos dos princípios da história ambiental de Marte. São essas camadas que a nossa equipe científica quer conhecer na intimidade, e é nesse tipo de tarefa que o Curiosity pode se dar muito bem. Em breve, poderemos obter as imagens com a mais bela resolução e a maior quantidade de detalhes já obtidas na superfície de outro planeta.
Se tivermos sucesso, teremos em nossas mãos um tesouro nacional de valor incalculável. Estes dias, semanas e meses após o pouso verão nossa equipe científica e de engenheiros trabalhando juntos para extrair cada grama de desempenho do Curiosity e cada grama de ciência do nosso local de pouso. Todos os que estão trabalhando nessa missão estão prontos para fazer essa viagem no tempo geológico, para tentar entender que segredos estão preservados no monte Sharp, que panoramas do tempo em que Marte era tão diferente do que hoje vamos conseguir reconstruir, e se alguma vez houve ambientes nos quais micróbios poderiam ter prosperado.
O escritor Marcel Proust (1871-1922) nos lembra que a verdadeira viagem de descoberta consiste não apenas em buscar paisagens novas, mas novos olhos. A perspectiva extraordinária que o Curiosity vai trazer poderá, algum dia, nos permitir entender por que um planeta que no começo pode não ter sido tão diferente do nosso começou seu declínio inexorável, enquanto a Terra floresceu. E, ao fazer isso, pode nos dizer algo sobre nós e sobre onde estão nossas raízes mais profundas.
John Grotzinger é o cientista-chefe da missão MSL
21/11/2011 - 10h00
Nasa lança neste sábado jipe para procurar vida em Marte
O encarregado de realizar a tarefa é o jipe Curiosity, um grandalhão que tem quase o tamanho de um automóvel (três metros de comprimento e quatro toneladas).
O projeto custou US$ 2,5 bilhões, e a missão deve durar pelo menos um ano marciano (687 dias).
Movido a energia nuclear, o jipe terá mais eletricidade que qualquer outro dispositivo em Marte, sem depender de painéis solares. Poderá trabalhar dia e noite.
Divulgação/Nasa
Ilustração do jipe Curiosity em solo marciano; missão no planeta vermelho começa com lançamento nesta semana
VIVENDO E APRENDENDO
Em 1976, duas espaçonaves, Viking-1 e 2, levaram ao solo marciano experimentos dedicados à detecção de vida. A ideia era misturar nutrientes ao solo. Se desse reação positiva, pronto: bactérias extraterrestres.
Quando o experimento foi conduzido na prática, ocorreu o inesperado.
A superfície marciana parecia estar cheia de uma substância capaz de degradar a solução nutritiva enviada nas naves. Resultado: muitos bilhões de dólares para um teste inconclusivo.
Desde então, a Nasa tem sido cautelosa. A estratégia foi quebrada em três etapas, e o novo jipe que está prestes a decolar representa uma transição para a segunda.
Primeiro, os cientistas decidiram se pautar pelo mote: "siga a água". Foi com base nele que as sondas Mars Global Surveyor e Mars Reconnaissance Orbiter buscaram sinais de fluxos de água (passados, recentes e presentes).
A sonda Mars Odyssey mapeou a presença de gelo no subsolo, e a sonda Phoenix confirmou o achado.
Finalmente, os jipes Spirit e Opportunity buscaram sinais minerais de interação da água com as rochas, indicando que no passado Marte já foi mais quente e teve atmosfera mais densa.
Além da água, há outras duas coisas de que a vida precisa para prosperar. Uma delas é energia, que o Sol pode fornecer em Marte, a despeito da maior distância que o planeta guarda da estrela, em comparação com a Terra.
A outra é a presença de compostos orgânicos, os tijolos da vida. Por isso, o foco agora não é mais a água (que já existiu na cratera Gale, onde o novo jipe deve pousar), e sim o carbono.
"Entre 2010 e 2020 mudamos o foco, queremos procurar os chamados ambientes habitáveis", disse à Folha o engenheiro brasileiro Ramon de Paula, executivo de programa no quartel-general da Nasa envolvido com missões marcianas.
"Entre 2020 e 2030, a última etapa: o retorno de amostras de Marte, em busca de sinais de vida", afirma.
O Curiosity está equipado com dez instrumentos científicos. Ele vai perfurar o solo para análise, buscar compostos orgânicos e medir o nível de radiação solar e cósmica.
Para descer o "jipão" até o solo, a Nasa usará uma técnica inédita: um sistema de propulsores que executará a parte final do pouso e descerá o jipe por um cabo, para depois soltá-lo e voltar a voar, caindo mais adiante. Nada de airbags, como os jipes anteriores enviados a Marte.
"Isso foi testado na Terra, mas podemos ter imprevistos lá", diz Ramon de Paula.
O teste final será na madrugada do dia 6 de agosto de 2012, quando o Curiosity deve tocar o solo marciano.
04/11/2011 - 10h09
Tripulantes deixam simulação de missão à Marte depois de 520 dias
Desde junho de 2010 a rotina dos seis participantes do projeto Marte 500 simulou a dos tripulantes de uma espaçonave real.
Na verdade, eles ficaram trancados em um galpão nos arredores de Moscou, vivendo em isolamento total durante 520 dias.
Eles fingiam percorrer milhões de quilômetros pelo espaço e o objetivo era verificar se o corpo e a mente destes homens aguentaria uma jornada tão longa.
"Felizmente não ocorreram brigas entre os tripulantes e, mesmo depois de um ano, ainda queremos participar da missão", disse Romain Charles, um dos participantes do projeto Marte 500.
Em alguns momentos eles só conseguiam se comunicar com o mundo exterior com um atraso de 20 minutos, como em uma missão real para Marte e houve até simulações de caminhadas pelo planeta vermelho.
A conclusão da missão mostrou que os astronautas até poderiam aguentar um período tão longo em um espaço fechado.
Mas, os idealizadores da experiência admitem que, sem os perigos de uma missão espacial real, a Marte Quinhentos foi uma experiência menos estressante.
15/11/2010 - 09h48
Para baratear custo, cientistas propõem colonização e viagem a Marte sem volta
Uma viagem a Marte com um único bilhete de viagem: o de ida. Essa é a basicamente a ideia defendida por dois cientistas no artigo "To Boldly Go" (algo como "viagem audaciosa"). A dupla diz que as viagens com tripulação humana para Marte seriam mais rápidas e econômicas se as missões não incluíssem o retorno dos astronautas.
"O principal ponto é fazer com que a exploração de Marte continue", disse Dirk Schulze-Makuch, da Universidade Estadual de Washington (EUA), autor do texto publicado no "Journal da Cosmologia" em parceria com Paul Davies, da Universidade Estadual do Arizona (EUA).
Segundo eles, os seres humanos deveriam começar a colonização de outros planetas como meio de se precaverem contra uma catástrofe na Terra.
Marte possui gravidade na superfície, atmosfera, água abundante, dióxido de carbono e minerais essenciais, o que facilitaria a colonização.
Eles propõem que as missões comecem com o envio de duas equipes, formadas por duas pessoas cada, em voos separados, a Marte.
Depois, navios de abastecimento regular e mais colonizadores poderiam participar da segunda fase da missão. A tecnologia já existe, ou é de fácil acesso, afirmam.
ESQUECERAM DE MIM
Um funcionário da Nasa (agência espacial americana) comentou que missões tripuladas para Marte devem ocorrer nas próximas décadas, mas o planejamento envolve decididamente a ida e a volta da tripulação.
O porta-voz da Nasa, Michael Braukus, disse que o presidente dos EUA, Barack Obama, acredita que essa missão poderia ser realizada por volta de 2030, mas não houve qualquer menção a que os astronautas poderiam ser deixados para trás. "Queremos nosso povo de volta", disse Braukus.
O astronauta aposentado da Apollo 14 Ed Mitchell, que caminhou na Lua, também criticou a proposta. "É prematuro", escreveu em um e-mail. "Nós não estamos prontos para isso ainda."
Davies e Schulze-Makuch salientam que não estão propondo uma "missão suicida". "Os astronautas iriam para Marte, com a intenção de ficar para o resto de suas vidas, como pioneiros de uma colônia humana permanente em Marte", escreveram eles, embora reconheçam que a proposta encontraria reações de oposição dentro da Nasa.
Os dois acreditam que o setor privado aceitaria melhor a ideia.
O tórax, o peito, é formado por um bom número de órgãos e tecidos que podem se manifestar por sensações dolorosas. Entre as dores mais temidas, estão as chamadas dores do coração e, dentre as quais, a angina do peito e o infarto são as que motivam maiores temores por serem as mais conhecidas e consideradas como as de maior probabilidade de serem fatais.
A angina pectoris é um tipo de dor que o paciente sente no peito, braço ou nuca e que aparece com a realização de esforços ou emoções ou mesmo sem fator provocador aparente. A angina é uma dor que provoca medo, daí o nome angina, que significa medo, angor em latim. É uma dor que costuma deixar o paciente imóvel, assustado e que dura poucos segundos.
A sensação de dor na angina é provocada pela diminuição do sangue que passa pelas artérias que irrigam o músculo cardíaco. Este é um sinal de que pouco sangue está irrigando o coração durante aquele momento, geralmente, durante algum esforço. Se o esforço diminuir ou cessar, a dor pode ceder. Se a pessoa continuar no esforço e a dor persistir pode significar que a angina progrediu para um estágio mais grave da doença, qual seja o infarto do miocárdio.
A falta de sangue relativa para um órgão denomina-se isquemia. Ao chegar pouco sangue para manter uma parte do músculo cardíaco suprido de oxigênio e nutrientes, esta parte pode funcionar menos bem, com menos força e provocar a dor denominada angina. A falta total de sangue para um tecido ou órgão em poucos minutos pode significar a morte deste tecido com a perda total da sua função. Caso uma porção maior do músculo cardíaco deixa de receber sangue, o coração pode tornar-se incapaz de manter o sangue circulando e o paciente pode morrer. Se o paciente sentir dor é porque ainda existe músculo vivo, pois um músculo morto não doe. Em torno de uma parte morta do músculo cardíaco, pode haver uma parte lesada e isquêmica viável, que merece todos os esforços para ser conservada viva.
O infarto do miocárdio acontece quando uma parte do músculo cardíaco deixa de receber sangue pelas artérias coronárias que a nutrem. Esta falta de sangue leva o músculo à morte. Nessa situação clínica, a dor pode ser de maior ou menor intensidade e costuma ser acompanhada de outras manifestações:
piora e maior duração da dor,
a pressão do paciente cai,
ele sua muito, fica pálido, inquieto, tem a sensação de morte iminente;
por fim, o paciente apresenta confusão mental até a perda total da consciência e morte, caso não houver um pronto atendimento.
A maioria dos pacientes que morre do infarto não chega a ter atendimento médico. Existem infartos mais ou menos graves, a gravidade depende da extensão, da localização, da idade do paciente, além de outras doenças concomitantes que podem agravar a doença.
Infartos pequenos, que lesam menos músculo cardíaco têm melhor prognóstico: quanto maior a lesão do coração maior chance do paciente morrer.
Infartos que atingem regiões importantes do coração, como o local onde se geram os estímulos cardíacos e infartos que provocam arritmias, costumam ser mais graves.
Pacientes idosos de maneira geral toleram melhor um infarto do que as pessoas jovens que não desenvolveram uma circulação colateral, como os idosos onde a doença isquêmica já existe há mais tempo.
Outras doenças concomitantes, como diabete, enfisema, hipertensão arterial, podem piorar um prognóstico.
A grande maioria dos casos de morte súbita é provocada pelo infarto do miocárdio.
A angina de peito, também conhecida como angina pectoris, não é classificada como uma doença, e sim um conjunto de sintomas causados pelo baixo abastecimento de oxigênio (isquemia) à musculatura cardíaca que resulta em uma dor no peito.
O sangue chega ao coração por meio de duas artérias, as artérias coronárias. Quando estes vasos se estreitam de modo a impedirem o fluxo sanguíneo normal, o coração “reclama” por meio de dor, sendo esta chamada de angina do peito.
Esta é uma afecção comum que acomete 1 em cada 50 pessoas. Comumente afeta indivíduos com mais de 50 anos de idade, mas também pode ocorrer em pessoas mais jovens.
As manifestações clínicas apresentadas pelos pacientes são dor intermitente ou grande desconforto e pressão no peito. Normalmente, esta dor torna-se mais intensa durante a realização de atividades físicas, passando a ser mais branda durante o repouso. Todavia, existem alguns tipos de angina que podem causar dor quando a pessoa encontra-se em repouso ou dormindo. Esta dor pode irradiar-se para a mandíbula, pelos ombros e pelos braços (geralmente pelo lado esquerdo do corpo).
A angina é classificada em:
Angina estável:
Dor em queimação ou constrição;
Dor induzida por esforço ou estresse emocional;
Dor de duração inferior a 20 minutos;
Dor que cede com o repouso ou uso de nitratos;
Equivalentes anginosos: cansaço, dispinéia.
Angina instável e IAM (Infarto Agudo do Miocárdio):
Dor de duração superior a 20 minutos;
Dor que não cede com o uso de nitratos;
Dor de surgimento recente (menos de 4 semanas);
Dor crescente;
Mudança das características da angina em pacientes com angina estável.
Dentre os fatores de risco estão o histórico familiar de doenças cardíacas prematuras, tabagismo, diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesidade e sedentarismo.
Nos casos de angina ocasional, que o paciente não apresenta dores no peito, um eletrocardiograma é tipicamente normal, a menos que existam prévios problemas cardíacos. No momento da dor, observam-se alterações no eletrocardiograma, sendo que para verificar essas alterações, pode ser feito o teste ergométrico, no qual o paciente corre numa esteira durante a realização do exame.
Existem casos específicos onde se faz necessária a realização de angiografia, que é um cateterismo cardíaco que confirma a origem da lesão cardíaca, além de indicar se o paciente é candidato a uma angioplastia, um bypass de artérias coronárias ou outro tratamento.
O tratamento para angina inclui mudanças no estilo de vida do paciente, uso de fármacos, procedimentos especiais e reabilitação cardíaca. Os principais objetivos são:
Redução da freqüência e severidade dos sintomas;
Prevenção ou diminuição do risco de ataque cardíaco e óbito.
Nos casos de sintomas brandos e que não estejam piorando, os únicos tratamentos necessários são uso de fármacos e mudanças no estilo de vida do paciente. A angina instável é uma condição de emergência que necessita de tratamento hospitalar.
As recomendações para a prevenção e controle da angina são:
Não fumar, pois o fumo sobrecarrega o coração, obrigando-o a trabalhar mais intensamente;
Se estiver acima do peso, procurar reduzi-lo;
Exercitar-se regularmente;
Aprender a administrar a carga de estresse;
Controlar a pressão arterial, adotando uma dieta pobre em sal e aumentando a ingestão de alimentos ricos em potássio e cálcio;
Ingerir álcool moderadamente;
Descansar por trinta a quarenta minutos após as refeições;
Evite temperaturas extremas (muito altas ou muito baixas).