Primeira fábrica brasileira de painéis fotovoltaicos será instalada na Bahia
Fonte:
http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1634/primeira_fabrica_brasileira_de_paineis_fotovoltaicos_sera_instalada_na_bahia/
Postado em 08/12/2010 às 14h12
O Brasil ganhará sua primeira fábrica de painéis fotovoltaicos, o local escolhido é o município de Lauro de Freitas, na Bahia. O grupo português VIV Energia Renovável é o responsável pela construção da fábrica, que está em fase final de negociação.
Segundo o Jornal da Energia, as obras da unidade terão início em meados de 2011, porém, os investidores pretendem montar uma instalação de uma linha de montagem temporária. A intenção do grupo é que cerca de 93% dos componentes para os painéis seja de fabricação local, adquirido junto a fornecedores nacionais. Já o "cérebro" das placas, viriam de parceiros da VIV na Espanha.
Otávio Mangano Fernandes, um dos sócios do empreendimento, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal da Energia. De acordo com o jornal, o grupo já tem o apoio do governo da Bahia e agora está correndo atrás de detalhes burocráticos, como abertura de empresa e recrutamento de novos parceiros que se interessem pelo negócio. Porém, a maior parte do capital virá dos portugueses, que também são os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto. A estimativa de Fernandes é de que o investimento seja próximo de R$2,5 milhões somente em equipamentos para a linha de montagem.
Inicialmente os painéis serão vendidos para prédios comerciais, residências e até mesmo em casas populares, como as programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Instalações em locais de difícil acesso e em estádios de futebol (pensando na Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016) também são oportunidades observadas por Fernandes.
"Vamos mostrar nosso produto para o Brasil. Temos estudos que mostram que, realmente, o País está muito atrasado nesse segmento (solar). Há a possibilidade de se colocar isso no mercado, e há um campo muito grande para se trabalhar", prevê o investidor. Para ele, o País "focou muito na energia eólica e esqueceu o potencial solar".
Além dos painéis, o grupo pretende lançar no mercado outros produtos envolvendo a energia solar, como os postes de iluminação pública que utilizam módulos fotovoltaicos para abastecer lâmpadas LED, sistemas completos para aquecimento de água com a energia do sol e bombas de sucção de água alimentadas pelos painéis. "Os postes, por exemplo, são muito competitivos. Podemos trabalhar eles junto aos municípios, e também com resorts, condomínios, hospitais", afirma Fernandes.
Segundo a VIV, os funcionários da planta também serão treinados, tanto no Brasil como no exterior. Alem disso, o grupo pretende fechar parcerias com universidades para treinar mão de obra para a futura fábrica e para o desenvolvimento de novos projetos e tecnologias.
"Nosso foco é mesmo o mercado interno, já que não temos essas placas por aqui, e vamos trazer a um preço acessível. Existe uma intenção muito forte em firmar parcerias com construtoras de primeira linha. Hoje o Brasil virou um canteiro de obras muito grande, tem Minha Casa, Minha Vida, Luz Para Todos, estádios para a Copa. Tudo isso pode ser feito com energia fotovoltaica", resume o empresário.
Segundo a organização ambiental Greenpeace, essa notícia representa um passo muito importante para o desenvolvimento da energia solar no Brasil. A fabricação local deverá reduzir os custos dos painéis. Porém, a ONG lembra que a viabilidade deste tipo de geração depende de uma política que proteja essa fabricação e garanta incentivos para que consumidores de eletricidade comprem os painéis.
Ministérios se unem para incentivar energia solar
Fonte:
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=incentivo-energia-solar-brasil&id=010115101229
Embora a matriz energética brasileira já seja predominantemente baseada em energias renováveis e o Brasil tenha elevado potencial de irradiação, a participação da energia solar ainda é incipiente no País.
Reportagem recente da revista Photon (importante publicação de energia solar fotovoltaica em âmbito internacional) intitula o Brasil como "o gigante que está dormindo embaixo do sol".
Mas talvez este cenário possa começar a mudar a partir de 2011.
A reboque das iniciativas do setor privado, voltadas sobretudo para o uso da energia solar térmica para o aquecimento de água residencial, o governo federal deu os primeiros passos para uma política pública mais sólida para o setor da energia solar no Brasil.
Energia heliotérmica
Foi assinado nesta semana, em Brasília, um Acordo de Cooperação Técnica entre os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e de Minas e Energia (MME) com o objetivo de fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico para o aproveitamento da energia solar no Brasil.
O foco dos esforços será a energia heliotérmica, que usa concentradores solares para aquecer fluidos e gerar eletricidade.
O princípio de funcionamento de uma usina heliotérmica é similar ao de uma termelétrica, com a diferença que o calor que alimenta as turbinas é gerado pela luz do Sol. Atualmente existem três tecnologias principais na área: cilindros parabólicos, torre central e disco parabólico.
O acordo entre os Ministérios prevê o acompanhamento conjunto de atividades, compartilhamento de informações, fomento para a elaboração de projetos-piloto, de pesquisa e demonstrações, de capacitação técnica e de acordos nacionais e internacionais, além da criação um Comitê Gestor.
Heliotérmica em Pernambuco
De acordo com o Coordenador de Energia e Inovação de Tecnologia do MCT, Eduardo Soriano, "o acordo vai alavancar a implantação da Planta Piloto de Geração Heliotérmica no Semiárido", em Pernambuco, com aporte inicial de R$ 23 milhões, sendo R$ 18 milhões do Fundo Setorial de Energia (CT-Energ) e R$ 5 milhões da Secretaria de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente do estado (Sectma).
A Plataforma de Pesquisa Experimental abrange tecnologias de diversos tipos de sistemas, nos moldes de plataformas de pesquisa existentes no exterior, como a de Almeira (na Espanha). A primeira tecnologia a ser implantada será a de cilindros parabólicos.
O projeto conta com parceiros como a Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (Fapape), o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), dentre outras instituições em fase de negociação.
Tecnologia solar no Brasil
Na avaliação do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, o documento é um marco do desenvolvimento da tecnologia solar no Brasil e, para isso, é essencial que o País elabore mecanismos que estimulem a produção de pesquisas e tecnologia nacional.
"É importante o Brasil não somente ir lá fora e comprar uma central solar, mas trazer a comunidade acadêmica, centros de pesquisa e também, numa outra etapa, as empresas que pretendem participar de todo o processo", afirmou Zimmermann.