sexta-feira, 30 de março de 2012

Combater pobreza também é "economia verde"


9/03/2012 - 12h50


CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A NOVA DÉLI

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1068934-combater-pobreza-tambem-e-economia-verde.shtml


O comunicado final da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) joga para a Rio+20, a grande reunião sobre meio ambiente no Rio de Janeiro, a definição exata do que é "economia verde".
Mas já adianta que o conceito "deve ser entendido numa moldura mais ampla de desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza".
Traduzindo: proteger o meio-ambiente não pode, na visão dos Brics, impedir o desenvolvimento, condição indispensável para erradicação da pobreza.
O documento reserva para as "autoridades nacionais" a "flexibilidade e o espaço político para fazer suas próprias escolhas a partir de um amplo menu de opções e para definir seus caminhos rumo ao desenvolvimento sustentável com base no estágio de desenvolvimento do país, as estratégias nacionais, as circunstâncias e as prioridades".
Os Brics, por fim, rejeitam "a introdução de barreiras de qualquer forma ao comércio e ao investimento com base no desenvolvimento da economia verde".
Tradução: países ricos não podem vetar por exemplo a venda de madeira brasileira, a pretexto de que sua obtenção destrói a floresta.
Tudo somado, fica a impressão de que a Rio+20 bem como qualquer outra conferência internacional sobre meio-ambiente está condicionada, ao menos na visão dos Brics, à aceitação de que não há predominância do respeito ao meio-ambiente sobre o desenvolvimento.

Conferência da ONU deve ter metas para a sustentabilidade


29/03/2012 - 08h19


CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/1068838-conferencia-da-onu-deve-ter-metas-para-a-sustentabilidade.shtml



Pelo menos um consenso já existe na conferência Rio+20: diplomatas reunidos nesta semana na sede da ONU, em Nova York, definiram que a cúpula proporá a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Trata-se de um conjunto de metas a serem adotadas por todos os países do mundo em áreas como energia limpa, segurança alimentar e preservação dos mares.
A ideia tem sido discutida desde o começo das negociações do texto da conferência, mas alguns países ainda não concordavam com ela.
"Eu não vi ninguém se opondo desta vez", disse à Folha Fernando Lyrio, assessor para a Rio+20 do Ministério do Meio Ambiente. Ele participou do encontro em Nova York, a primeira rodada de negociações em torno do chamado "Rascunho Zero" do texto da Rio+20.
O debate agora é sobre a forma como a conferência abordará os objetivos. Não será possível definir todas as metas no Rio, mas o Brasil quer definir um roteiro com prazos para a sua adoção. Outros países querem que a Rio+20 "lance um processo", ou seja, abra discussões.
Os dissensos não param por aí: na reunião, vários países reclamaram de que "elementos-chave da sustentabilidade" não estão no texto em negociação, que cresceu de 20 páginas para 178 páginas.
Segundo Lyrio, ainda há um longo debate sobre a promoção do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) a uma agência, proposta pelo europeus.
E ninguém falou ainda sobre dinheiro, palavra maldita para os países desenvolvidos, em crise.
"Vai ser um processo árduo", disse o secretário-geral da Rio+20, Zukang Sha.