quinta-feira, 18 de abril de 2013

Base na Antártida sustentável?


16/04/2013 - 03h00

Instituto de Arquitetos do Brasil escolhe projeto para nova base na Antártida

DO RIO

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2013/04/1263231-instituto-de-arquitetos-do-brasil-escolhe-projeto-para-nova-base-na-antartida.shtml


O projeto elaborado pelo arquiteto Fábio Henrique Faria, de Curitiba, foi escolhido pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) para a reconstrução da Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa científica brasileira na Antártica.
O prêmio para o vencedor é de R$ 100 mil, que representa um adiantamento de um contrato de R$ 5 milhões com a Marinha.
A estação foi destruída por um incêndio, em fevereiro do ano passado, que deixou dois mortos e um ferido.
A nova base terá dois blocos horizontais, dispostos paralelamente, com as extremidades envidraçadas para permitir a entrada de luz.
Divulgação
Projeto vencedor para reconstrução da base antártica prevê lados envidraçados para aproveitar luz natural
Projeto vencedor para reconstrução da base antártica prevê lados envidraçados para aproveitar luz natural
O trabalho foi escolhido por meio de concurso público. Agora a Marinha, que administra a base, vai fazer uma licitação para escolher quem vai construir os dois prédios.
O objetivo da Marinha é que em novembro, verão na Antártida, já seja lançada a pedra fundamental da nova base. A obra deverá estar concluída em cinco meses.
Como não é possível fazer obras físicas no continente, os prédios projetados são pré-moldados e serão montados lá.
A competição teve 109 equipes e 74 trabalhos entregues. A área onde a estação será instalada tem 3,2 mil m² e fica no mesmo local onde a anterior pegou fogo. A estimativa da Marinha é serão gastos R$ 72 milhões para reconstruir a base, que terá capacidade para receber 64 pessoas durante o verão e 34 no inverno.
Divulgação
Croqui do projeto vencedor, elaborado por Fábio Henrique Faria, de Curitiba
Croqui do projeto vencedor, elaborado por Fábio Henrique Faria, de Curitiba
A estação, que começou a funcionar em 1984, terá 19 laboratórios, sistemas de água potável, energia, de coleta e separação de resíduos sólidos, rede avançada de comunicações de dados e de voz, segurança, logística, instalações mecânicas e sistemas especiais, como fontes de energias renováveis.
Além disso, terá biblioteca, academia de ginástica, lan house e centro cirúrgico de emergência. Foi permitida a participação de escritórios nacionais e sócios de empresas estrangeiras.
Empresas estrangeiras não puderam participar sozinhas.

Antes considerado um problema, lixo se transforma em solução energética


Edição do dia 04/04/2013
04/04/2013 12h06 - Atualizado em 04/04/2013 12h06

Antes considerado um problema, lixo se transforma em solução energética

Brasil tem protótipo com tecnologia nacional que pode produzir energia suficiente para abastecer 15 mil residências, mas custo ainda é elevado.



O lixo que era um problema em boa parte do mundo se transformou em solução energética. Existem cerca de 1,5 mil usinas térmicas que queimam resíduos para produzir energia, sendo 800 delas apenas no Japão. O Bloco Europeu, segundo no ranking, tem 542 e os Estados Unidos, 86.
No Brasil, há apenas um protótipo com tecnologia 100% nacional, a Usina Verde, que opera no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Funcionando na capacidade máxima, ela é capaz de produzir energia suficiente para abastecer 15 mil residências, mas o custo ainda é elevado: só o protótipo custou cerca de R$ 50 milhões.
Mais do que produzir energia, o grande benefício é transformar lixo em cinzas. Para cada tonelada de resíduos que entra no forno, saem 120 quilos de material carbonizado. “Essas cinzas podem ser aproveitadas em calçamentos ou base asfáltica para pavimentação de cidades ou pode ir para aterros, ocupando 12% da área que seria ocupada com todos os resíduos”, destaca o presidente da Usina Verde, Mário Amato Neto.
Cidades e Soluções - Material Orgânico (Foto: Arte/Cidades e Soluções)Material orgânico (Arte: Cidades e Soluções)
Outra forma de produzir energia a partir do lixo, o biogás ganha escala. A parte orgânica leva aproximadamente seis meses para se decompor e virar gás metano, que é de fácil combustão. São Paulo foi a primeira cidade do Brasil a aproveitar o biogás como fonte de energia. Depois de 30 anos recebendo diariamente o lixo dos paulistanos, o aterro Bandeirantes devolve agora energia. As máquinas transformam o biogás em energia elétrica suficiente para abastecer 35 mil domicílios da cidade.
Junto com o aterro de São João, o Bandeirantes responde por mais de 2% de toda a energia elétrica consumida em São Paulo, além de gerar receitas extras para o município através dos créditos de carbono. Entre outros investimentos, a prefeitura usou os créditos de carbono dos aterros para construir, no Parque do Anhanguera, uma escola de marcenaria e o maior centro de manejo e conservação de animais silvestres da América Latina.
No Rio, o aterro de Gramacho, que foi o maior da América Latina até junho do ano passado, vai passar a ser o único fornecedor de biogás para uma refinaria de petróleo do mundo. São 70 milhões de metros cúbicos de biogás por ano, o suficiente para abastecer todas as residências e estabelecimentos comerciais do estado do Rio.
Mapeamento do biogás no Brasil
Em 2010, o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, realizou o primeiro mapeamento do biogás do lixo no Brasil. De acordo com o estudo, a quantidade de metano estocada em 56 aterros situados em áreas densamente povoadas seria suficiente para abastecer uma população equivalente ao do município do Rio de Janeiro, que é de 5,6 milhões de habitantes. Para 2020, a estimativa é que a produção supra as necessidades de quase nove milhões de pessoas.
Em fevereiro deste ano, a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) fez um novo mapeamento do biogás do lixo no Brasil, mas a área pesquisada foi menor do que a do Ministério do Meio Ambiente: apenas 22 aterros. Ainda assim, os números são impressionantes: o volume de biogás estocado hoje é suficiente para abastecer de energia 1,67 milhões de pessoas.
Segundo o diretor-executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho, se a capacidade instalada for mantida, será possível abastecer 1,5 milhão de habitantes em 2039, número que pode dobrar se for aplicada a Política Nacional de Resíduos Sólidos. “O que nós pretendemos com esse estudo é mostrar que é possível aproveitar esse biogás, que é viável e economicamente sustentável”, diz Filho.
Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, ainda há um universo de negócios a ser explorado para o melhor aproveitamento do gás do lixo, principalmente o uso como combustível para veículos. “Você tem duas utilizações principais para os resíduos: uma delas é gerar gás, a outra é gerar enérgica elétrica. A geração de energia a partir do lixo é cerca de três vezes mais cara que a geração de energia eólica. Já a energia a partir do metano é cerca de 30% mais barata do que o GNV. Portanto, gerar biogás é, a princípio, mais interessante do que gerar energia elétrica com aquele resíduo”, aponta
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