Arena Castelão, em Fortaleza, é o primeiro estádio da América do Sul a receber o LEED
Empreendimento se destacou não só pela redução do consumo de água e reciclagem dos resíduos de obra, como também pela facilidade de acesso por transporte público
A Arena Castelão, sede da Copa do Mundo em Fortaleza, no Ceará, recebeu na semana passada o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) na categoria Sítios Sustentáveis, se tornando o primeiro estádio da América do Sul a conquistar a certificação ambiental. As obras, concluídas em 2012, foram executadas pelas empresas Galvão Engenharia e Andrade Mendonça. Já o projeto arquitetônico é do escritório Vigliecca & Associados.
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Para receber o LEED, o empreendimento atendeu a diversos critérios, com destaque para o transporte público, que conquistou performance exemplar: ao todo, quatro linhas de ônibus servem o estádio e os dois pontos mais próximos às entradas podem ser acessados a pé num percurso de 400 metros. Além disso, todas as vagas são em estacionamento coberto e 5,1% delas são destinadas a veículos que utilizam combustível alternativo.
Quanto à cobertura do complexo, 103,63% de sua superfície reflete o sol. A fachada da arena, por sua vez, é composta por 760 painéis de vidro escuro que diminuem a incidência de calor. Cada uma das peças possui 1,51 metros de altura por 2,42 metros de largura, totalizando uma área de 2,8 mil m².
A redução do consumo de água potável pelo complexo também foi um diferencial para a conquista da certificação. Durante a construção do empreendimento, a redução no volume de água potável direcionada para a rede de esgoto alcançou os 71,94%. Além disso, o complexo empregou sistema de condicionamento de ar que não utiliza gases refrigerantes a base de CFC (clorofluorcarbono), responsáveis pela destruição da camada de ozônio.
Outro ponto importante foi que, durante a obra, 97,07% dos resíduos gerados foram desviados dos aterros sanitários, sendo reutilizados e/ou reciclados. O estádio ainda possui controle de iluminação em 100% dos seus espaços compartilhados.
"A expectativa é que o estádio sirva de referência para outros prédios públicos no que diz respeito à gestão dos recursos ambientais durante a construção e também durante a operação do edifício", afirma David Doue, diretor da OTEC - consultoria que atuou junto à equipe de projeto e obra.
No total, foram investidos R$ 518,6 milhões no projeto, que envolve, além das obras no estádio com capacidade para 67 mil lugares, a construção da praça de acesso de 55 mil m², estacionamento coberto para 1,9 mil veículos e a gestão do empreendimento pelos próximos oito anos. O estádio receberá seis jogos na Copa do Mundo de 2014.
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