sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Dia Nacional do Cerrado

11 de Setembro: 
11 de Setembro de 2014 • Atualizado às 10h06

Em tempos de crise de falta de água em alguns estados brasileiros, uma verdadeira caixa d'água no coração do Brasil traz esperança para a geração de recursos hídricos do País. O Cerrado, considerado um berço das águas, tem uma importância estratégica para o abastecimento e manutenção de uma rica biodiversidade. No Dia Nacional do Cerrado, celebrado nesta quinta-feira (11), a organização WWF-Brasil exalta o valor do segundo maior ecossistema brasileiro.
O Cerrado possui grandes reservas subterrâneas de água doce que abastecem as principais bacias hidrográficas do País: Amazonas, Tocantins/Araguaia, São Francisco, Paraná e Paraguai. Essa riqueza hídrica tem um papel fundamental no abastecimento humano, na geração de energia e na produção agrícola. Ao mesmo tempo, é considerado um “hotspot” mundial para a conservação da natureza (alta riqueza de biodiversidade e extremamente ameaçado).

Foto: Bento Viana/WWF
Nas últimas décadas, de acordo com dados do IBAMA/MMA, houve uma redução de 48,4% do Cerrado. A taxa de desmatamento anual é de 0,69%, maior até que da Amazônia e dos demais biomas brasileiros. Se o ritmo continuar acelerado, estima-se um prazo de 40 a 50 anos para o completo desaparecimento de seus recursos florestais. Atualmente, apenas 3% do Cerrado está efetivamente protegido em unidades de conservação (UC).
A conservação do bioma e a gestão territorial são elementos necessários para garantir água para o país. É necessário frear imediatamente o desmatamento e ampliar a quantidade e tamanho das UC's.
As ameaças podem afetar diretamente mais de 11 mil espécies de plantas, das quais 45% são endêmicas (exclusivas deste bioma), e 2.500 espécies animais. O Cerrado é biologicamente a região de savana mais rica do planeta, sendo responsável por 5% da biodiversidade mundial e 30% da biodiversidade brasileira. Ocupa um quarto do território nacional e é um importante elo entre outros quatro biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Pantanal).

Foto: Bento Viana/WWF
WWF-Brasil no Dia do Cerrado
A organização ambiental promoveu uma campanha de conscientização nos meios online (mídias sociais e web), ao longo do último mês, denominada Salve o Cerrado.
Além de realizar um plantio simbólico de mudas de árvores nativas do Cerrado com participação da comunidade, afiliados e parceiros no Parque Ecológico da Asa Sul, em Brasília, a ONG está apoiando a mostra "Cerrado, uma janela para o planeta", que está em exposição no Centro Cultural Banco do Brasil na capital do país até 19 de outubro.
Também foram lançados dois vídeos sobre o tema "Cerrado: berço das águas" e "Você conhece o Cerrado?”, confira abaixo:

http://youtu.be/orGhCBbK4Iw

http://youtu.be/WH0vFpurSa0




No mês da mobilidade urbana, CicloVivo lança #DesafioSemCarro

No mês da mobilidade urbana, CicloVivo lança #DesafioSemCarro
11 de Setembro de 2014 • Atualizado às 15h02


Inspirados nos recentes desafios que mobilizaram o mundo através das redes sociais, o portal CicloVivo lança o #DesafioSemCarro. A proposta aproveita o mês da mobilidade urbana para incentivar o descobrimento de novas possibilidades para a locomoção.
Para participar da campanha, os desafiados precisam experimentar um meio de transporte alternativo por, pelo menos, um dia – deixando o carro ou a moto na garagem. Após cumprir a missão, a pessoa pode desafiar três pessoas.
O que vale? As opções de transporte são muitas e para os mais diversos gostos. É possível trocar o automóvel pela caminhada, pelo patins, skate, bicicleta, transporte coletivo, carona solidária, caminhada e o que mais a criatividade permitir.
O CicloVivo desenvolveu um hotsite para a iniciativa, que comemora o Dia Mundial sem Carro, celebrado em 22 de setembro.
“A campanha tem como principal objetivo fazer as pessoas experimentarem outras maneiras de se locomover. Essa experiência pode até mudar a forma como enxergamos e nos relacionamos com a nossa cidade e as pessoas que estão ao redor”, explica Mayra Rosa, idealizadora do CicloVivo.
Como participar
Se você gostou da ideia, não é necessário esperar que alguém te desafie. Você pode ser o marco-zero de sua própria corrente. Quem já utiliza os meios de transporte alternativos também podem aderir à ação: mostre o seu exemplo e inspire os amigos a fazerem o mesmo.
Para participar é necessário gravar um vídeo curto ou postar uma foto mostrando qual foi o tipo de transporte utilizado e aproveitando para avisar os três amigos escolhidos sobre o desafio. Use a hashtag#DesafioSemCarro e o seu exemplo pode ser divulgado no CicloVivo.
Você pode postar no Facebook, Twitter ou Instagram. No caso do Instagram, seu vídeo pode aparecer no hotsite do CicloVivo: www.ciclovivo.com.br/desafiosemcarro

Você sabia?
- De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a poluição matou 7 milhões de pessoas no mundo em 2012.
- Os veículos automotores são responsáveis por 90% da poluição do ar.
- A bicicleta é o segundo meio de transporte mais eficiente no horário de pico, perdendo apenas para o helicóptero.

Brasil dobra redução emissão de CO2 com uso da energia eólica



aerogeradores-eolicaA geração de energia eólica no Brasil evitou a emissão de um milhão de toneladas de CO2 na atmosfera no primeiro semestre de 2014. Isso contribuirá para que o País chegue ao final do ano com um recorde de 3,25 milhões de toneladas mitigadas, duas vezes mais do que o total reduzido em 2013 (1,6 milhão de toneladas). Os dados são da Associação Brasileira de Energia Eólica(Abeeólica).
A estimativa é que a redução da poluição do ar graças à energia eólica se intensifique nos próximos anos porque o Brasil está investindo pesadamente no setor. Em média, são R$ 15 bilhões anualmente na construção de parques eólicos, expandindo de forma significativa a geração desse tipo de energia e contribuindo para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera.
“O Brasil é um dos países que mais está expandindo sua capacidade eólica no mundo”, observa Élbia Melo, presidente da Abeeólica. Com o aumento do investimento, o mercado brasileiro está se tornando cada vez mais atraente a investidores externos. “Até 2018, deveremos gerar 120 mil postos na cadeia produtiva como um todo, desde a fabricação até a instalação dos aerogeradores”, afirma Élbia.
As regiões brasileiras com melhores condições para receber parques eólicos são o Nordeste e o Sul.

Degradação florestal no Brasil preocupa especialistas


Especiais

Degradação florestal no Brasil preocupa especialistas

08/09/2014
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – O Brasil avançou muito nos últimos 25 anos no monitoramento do desmatamento da Floresta Amazônica por meio de ações como a implementação do Programa de Cálculo do Deflorestamento da Amazônia (Prodes), em 1988, e do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), em 2004 – ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Agora, precisa olhar com mais atenção para outro problema ambiental tão grave quanto o desmatamento: a degradação florestal, que afeta não só a Amazônia, mas também outros biomas brasileiros.
A avaliação foi feita por um grupo de pesquisadores de instituições como Inpe, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Nasa (a agência espacial dos Estados Unidos), Instituto Max Planck (na Alemanha) e Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) durante o Workshop on Monitoring Forest Dynamics: carbon stocks, greenhouse gas fluxes and biodiversity, realizado entre os dias 2 e 4 de setembro na Universidade de Brasília (UnB).
“Precisamos interpretar os dados do desmatamento na Amazônia, mas também olhar para outros processos da dinâmica florestal como a degradação florestal, que também tem impactos nas funções ecológicas, no armazenamento de carbono e na conservação da biodiversidade”, disse Mercedes Bustamante, professora do Departamento de Ecologia da UnB e organizadora do evento.
De acordo com os participantes do encontro, a degradação florestal difere do desmatamento, que se caracteriza pelo corte raso de árvores e responsável pela alteração significativa da paisagem da Amazônia brasileira, quando parcelas da floresta são convertidas em áreas de pastagem.
Já a degradação é definida pela perda da capacidade da floresta de realizar suas funções originais, como contribuir para o balanço climático, hídrico e de carbono, em razão do corte seletivo de árvores de interesse comercial e de queimadas intencionais, entre outros fatores.
“A degradação fica em uma posição intermediária entre a floresta intacta e a que foi transformada em área de pastagem. É uma floresta que ainda não foi desmatada completamente”, resumiu Michael Keller, cientista do US Forest Service dos Estados Unidos e pesquisador visitante da Embrapa Monitoramento por Satélite.
“Uma floresta degradada já não possui o mesmo estoque de carbono e a biodiversidade que tinha antes de ser afetada, mas, se for feito um manejo bem feito no prazo de 20 a 30 anos, ela pode se regenerar e até mesmo se aproximar de suas características originais”, explicou.
Outra diferença significativa entre os dois processos, segundo os pesquisadores, é que o desmatamento é mais evidente e inequívoco e pode ser observado mais facilmente pelos satélites usados no monitoramento ambiental.
A degradação, por sua vez, é mais sutil. Trata-se de um processo de longo prazo e deve ser acompanhada continuamente para que suas causas sejam identificadas.
“É preciso o acompanhamento de longo prazo não só das mudanças na cobertura da floresta, mas dos processos que causam essas alterações ambientais”, disse Bustamante.
“Sem isso, não é possível estimar qual será a trajetória das florestas degradadas e comparar com informações de estudos em campo para avaliar se vão se regenerar, se ganharão ou perderão carbono ou se podem evoluir para o desmatamento”, disse.
Degradação da Amazônia
No fim de agosto, o Inpe divulgou pela primeira vez o mapeamento de áreas de degradação florestal na Amazônia Legal nos anos de 2011, 2012 e 2013, feito pelo projeto Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira (Degrad).
O objetivo da iniciativa é identificar, por meio de imagens de satélite, as áreas expostas à degradação florestal progressiva pela exploração seletiva de madeira, com ou sem uso de fogo, mas que ainda não sofreram o corte raso.
Os dados do levantamento apontam que a taxa de degradação na região nesses três anos foi a menor registrada desde o início da série histórica do projeto, em 2007, e acompanha a tendência de queda de desmatamento por corte raso na floresta verificada pelo Prodes após 2005.
“É preciso investir em um sistema de monitoramento em escala nacional que abranja e leve em conta as particularidades dos diferentes biomas brasileiros que também possuem tanta relevância na regulação do clima, conservação da biodiversidade e diversas funções ecossistêmicas como a Amazônia”, afirmou Bustamante.
É mais fácil monitorar e identificar a degradação da Amazônia em comparação com outros biomas brasileiros, porque ela tem uma vegetação mais fechada e, por isso, as clareiras provocadas por derrubada de árvores, por exemplo, podem ser notadas mais facilmente.
Já o Cerrado tem vegetação mais aberta, com maior sazonalidade de árvores, arbustos e gramíneas, dificultando a identificação das áreas degradadas.
“A grande ênfase no monitoramento de degradação florestal no Brasil tem sido na Amazônia, mas a Embrapa está desenvolvendo, em parceria com o Inpe e a Universidade Federal de Goiás, um sistema de classificação das terras do Cerrado”, contou Keller.
O Serviço Florestal Brasileiro (SFN) está avançando no desenvolvimento do Inventário Florestal Nacional do Brasil (IFN-BR), contou Joberto Freitas, pesquisador da instituição, durante palestra no evento.
A ideia é que os dados do inventário sejam integrados com os de sensoriamento remoto para monitorar a degradação florestal nos diferentes biomas.
“Muitos países, como os Estados Unidos, utilizam sistemas de monitoramento integrado como esse que o Brasil pretende desenvolver e esse é o caminho que o país deve seguir”, avaliou Keller.
“O monitoramento da degradação utilizando dados integrados funciona muito melhor do que quando apenas baseado em dados de satélite ou só por meio de inventários de florestas”, afirmou.
REDD+
Além do controle florestal, o monitoramento da degradação é importante para o Brasil e outros países em desenvolvimento definirem estratégias de promoção de aumento de cobertura vegetal e pedirem compensações financeiras por isso, como previsto pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
O organismo internacional ligado ao IPCC instituiu um mecanismo, denominado REDD+ ou REDD plus, que permite a remuneração de países em desenvolvimento por seus resultados no combate ao desmatamento e à degradação florestal.
A questão é que ainda não se sabe de que forma os países poderão comprovar o controle da degradação florestal, uma vez que não há uma linha de base para distinguir as suas causas – que podem ter origem em uma perturbação natural, como um período de seca intensa, ou na ação humana.
Além disso, não há uma definição clara de degradação florestal entre os próprios países signatários da UNFCCC .
“Do ponto de vista de alguns cientistas e países, a degradação é a perda no longo prazo da capacidade da floresta de continuar exercendo suas funções”, disse Thelma Krug, pesquisadora do Inpe e vice-presidente de uma força-tarefa do IPCC sobre inventários nacionais de gases de efeito estufa.
“Por outro lado, há cientistas e países que dizem que, se a função da floresta for recuperada plenamente, isso não seria degradação”, ponderou.
Segundo Krug, não há intenção de definir o conceito nas negociações climáticas internacionais para não dificultar o processo. “Se um determinado país não se vir refletido na definição de degradação ou de desmatamento em uma negociação, não é possível obter consenso.”
*O repórter viajou a convite da Universidade de Brasília (UnB)