segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Futura equipe do Brasil na ONU é referência em meio ambiente



22 de setembro de 2012 • 10h50 • atualizado às 11h15


Os embaixadores Luiz Alberto Figueiredo Machado, de 57 anos, e André Aranha Corrêa do Lago, de 52 anos, transformaram-se em uma espécie de referência da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada em junho, no Rio de Janeiro. Nos dez dias de evento, com intensa agenda de trabalho, eles conseguiam multiplicar as horas do dia participando das principais mesas de discussões, concedendo entrevistas coletivas e ainda apaziguando as divergências.
Em comum, Figueiredo e Corrêa do Lago têm uma longa trajetória com as negociações multilaterais e bilaterais referentes não só às questões ambientais, como também de energia. Na Rio+20, sempre bem-humorados, eles respondiam às perguntas embaraçosas, sem provocar mal-estar, nem incômodo.
Na Organização das Nações Unidas (ONU), ambos terão vários desafios a enfrentar. Principal órgão internacional de negociações multilaterais, a entidade também exige que os representantes das delegações travem acordos bilaterais e específicos. Assuntos como paz, segurança e meio ambiente
são apenas alguns dos vários colocados em debates constantes no órgão.
A sede das Nações Unidas em Nova York engloba a presidência, a Secretaria-Geral e o Conselho de Segurança. Também há unidades em Viena (Áustria), Genebra (Suíça), Nairóbi (Quênia) e Haia (Países Baixos).
A diplomacia brasileira costuma ser elogiada por se caracterizar pela construção de consensos, o fim das polarizações e a manutenção constante de diálogos e acordos. Nos últimos anos, as questões relativas à defesa de direitos humanos ganharam mais força devido à ação da delegação brasileira, que tem ressaltado a importância de preservação, manutenção e defesa desses princípios.

Cigarro eletrônico, uma alternativa contestada



Propagandeado em sites como alternativa ao tratamento do tabagismo, mas proibido no Brasil, o cigarro eletrônico – também conhecido como e-cigarro – ainda é questionado por órgãos de saúde.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselha o uso desse produto a quem quer parar de fumar, orientação seguida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009 e apoiada por entidades como a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).

A Food and Drug Administration (FDA), agência de vigilância sanitária dos Estados Unidos, faz ressalvas aos e-cigarros em seu site, advertindo que eles podem conter ingredientes cuja toxicidade para humanos é desconhecida.

Não há comprovações científicas nem de que o cigarro eletrônico é eficiente no tratamento do tabagismo, nem da segurança de sua composição.

“A descrição desses produtos é insuficiente e as fórmulas não são patenteadas, o que não nos dá garantia de procedência”, argumenta o pneumologista Luiz Carlos Corrêa da Silva.

Em um reservatório, o cigarro eletrônico armazena uma solução de nicotina líquida, inalada pelo fumante no momento da tragada. Teria, portanto, função semelhante à de um adesivo ou goma de nicotina, com a vantagem de imitar o gesto de levar o cigarro até a boca e expelir fumaça, no caso, vapor d’água. A diferença é que os adesivos tiveram eficácia comprovada, o que não ocorre com o e-cigarro.

“A norma da Anvisa abre margem para que os fabricantes submetam produtos desse tipo à aprovação da agência, mediante apresentação de estudos toxicológicos e testes científicos específicos que comprovem as finalidades alegadas. Até hoje, nenhum estudo foi submetido a análise”, diz o chefe da unidade de controle de produtos da Anvisa, André Luiz Oliveira da Silva.


Sem efeitos contra o vício


A Anvisa categoriza esses produtos como derivados do tabaco, sujeitos, portanto, às mesmas restrições e obrigações do cigarro comum. Nesse caso, para obter autorização ao comércio, deveriam usar mensagens de advertência, em vez de divulgar benefícios à saúde. Como isso não interessa aos fabricantes, as cigarrilhas de nicotina continuam irregulares no Brasil.

“O que esses produtos fazem é propaganda enganosa, estão se aproveitando de um nicho para vender um produto com risco associado”, considera a diretora-executiva da ACT, Paula Johns.

Uma das fabricantes do e-cigarro, a americana Cigarti, alerta que “o produto contém nicotina, que é altamente viciante. Não é um dispositivo médico e não há nenhuma comprovação científica que o usuário possa deixar de fumar por causa dele”.

* Colaborou Lara Ely

GM sem futuro... já a Ford...


GM na contramão da sustentabilidade



Em uma época em que a preocupação mundial com a sustentabilidade tem sido priorizada em todos os projetos industriais, a General Motors do Brasil - GM deu uma demonstração de “coragem” ao recusar o chamado politicamente correto.
Das montadoras instaladas no Brasil, foi a única a não aderir ao novo selo que a Petrobras lançou dentro do Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural – Conpet.
A idéia é colocar o selo nos produtos fabricados com uma procupação em preservar o meio ambiente. Ele funcionará junto com o do Inmetro que atesta a redução do consumo energético. Passará a ter duas inscrições: Energia (o atual) + Ambiente (novo).
O programa, por enquanto, é voluntário. Ainda assim, a atitude da GM destoou de suas “co-irmãs” associadas da Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, segundo explicou o professor Luiz Augusto Horta Nogueira, do Centro de Excelência em Eficiência Energetica- EXCEN, da Universidade Federal de Itajubá.
Para ele, mesmo sendo um programa voluntário, esta atitude mostra que a empresa "não tem responsabilidade social, pois não acredita que o meio-ambiente é importante, não acredita na sustentabilidade de seus produtos".



Ford anuncia motor mais eficiente e menos poluente


20 de setembro de 2012 • 17h22 • atualizado às 17h34


Sabrina Bevilacqua
Direto de São Paulo
De olho nas novas regras automotivas, que começam a vigorar já no próximo ano, a Ford investe em tecnologia para reduzir emissões de gases estufa e aumentar a economia de seus motores a gasolina, sem abrir mão de potência e desempenho. O motor EcoBoost chega ao Brasil na versão 2.0 de quatro cilindros e deve fazer parte da nova linha Fusion, que será lançada durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro.

O gerente de motores da Ford América Latina, Volker Heumann, assegura que os novos motores consomem 20% menos gasolina e emitem 15% menos CO2 que os motores comuns. Economia para o bolso do consumidor sem perder potência, diz ele. No quesito desempenho, ele tem ganho médio de 20% em relação a motores da mesma categoria. Segundo a montadora, a versão 2.0 equivale a um motor 3.5 V6.

O EcoBoost, segundo Heumann, reúne tecnologias que nunca haviam sido trabalhadas juntas. "A intenção é melhorar cada vez mais o que estamos produzindo", explica. O resultado é obtido a partir da combinação de injeção direta e mais precisa de combustível a alta pressão, turbo de baixa inércia e duplo comando independente de válvulas variável. Além disso, o motor é menor e mais leve do que os comuns.

O investimento em tecnologias mais eficientes - tanto no que se refere à preservação do meio ambiente quanto ao bolso do consumidor - acompanha uma demanda nacional e internacional. Fora do País, o EcoBoost já tem versões 1.6 e 2.0 de quatro cilindros, V6 3.5 e 1.0 de três cilindros - este último, mais novo, começou a ser comercializado na Europa este ano. Até 2013, a Ford planeja ter 90% da sua linha na América do Norte equipada com motores EcoBoost.

Tecnologias mais "verdes" - O vice-presidente da Ford, Rogelio Goldfarb, explica ao Sustentabilidade que a troca de tecnologia de motores a propulsão para outras tem de ocorrer de maneira gradual. Ele afirma que a montadora está investindo no desenvolvimento de veículos híbridos, elétricos e até movidos a hidrogênio, mas o desafio agora é encontrar maneiras de fazer a ponte para que sejam economicamente viáveis em grande escala.

Apesar dos investimentos em novas frentes, Goldfarb destaca a importância de pensar em melhorar os motores a combustão, que, segundo ele, devem continuar a ser a tecnologia dominante do mercado pelos próximos 20 anos. Ele cita como exemplo os carros flex, que já não são mais uma adaptação de motores a gasolina, são desenvolvidos pensando nos dois combustíveis. "Inclusive, temos engenheiros brasileiros dentro do grupo de projetos para incluir as necessidades do mercado brasileiro."

O vice-presidente descarta a criação de um modelo movido apenas a etanol. Para ele, a discussão tem envolver tanto etanol quanto a gasolina. "Temos de aproveitar a diversidade da matriz energética brasileira. Para que ter um só se podemos ter os dois?" Goldfarb diz que a possibilidade de escolher qual combustível usar é uma demanda do consumidor. Ele explica que é uma segurança, para que os usuários não tenham problemas com a sazonalidade do etanol e a variação de preços.