sexta-feira, 2 de março de 2012

Iluminação com garrafas PET




Iluminação econômica



Sistema de iluminação com garrafas PET pode reduzir em até 40% os custos com energia elétrica no canteiro durante as obras


Reportagem: Romário Ferreira


Para diminuir os custos com energia elétrica nas instalações de apoio de sua obra, a construtora paulista MGBigucci implantou um sistema de iluminação natural com garrafas PET que pode reduzir em até 40% os custos com eletricidade durante toda a construção. O sistema foi colocado no telhado de banheiros, do almoxarifado, do escritório e do refeitório do canteiro de obras do Condomínio Nova Santo André II.
Em cada telhado de 40 m² (10 m x 4 m), construído com telhas de fibrocimento, foram instaladas oito garrafas PET incolores, com capacidade de 2 l, cheias de água limpa e algumas gotas de cloro. Para que o sistema funcione, 40% do corpo da garrafa deve ser instalado acima do telhado, exposto à incidência da iluminação solar; e 60% da garrafa fica abaixo do telhado, no interior da construção. Assim, a incidência dos raios solares na garrafa reflete e difunde a luminosidade para a parte abaixo do telhado.


Fotos: divulgação MBigucci
Para telhados com 40 m², por exemplo, a instalação de oito garrafas já é o suficiente para garantir boa luminosidade.

Fotos: divulgação MBigucci
O custo, segundo o diretor técnico Milton Bigucci Júnior, é praticamente zero, pois são utilizados, além das garrafas com água, apenas arame para fixação, pedaços de ferro que sobram da própria obra, e silicone para a vedação. O sistema substitui a iluminação elétrica durante o período diurno, quando está claro. Por isso, os pontos com lâmpadas fluorescentes foram mantidos para dias chuvosos e escuros, além do período noturno.
Para certificar a capacidade de iluminação das garrafas, a construtora contratou uma consultoria para comparar o nível médio de iluminamento (lux). O teste foi feito nos locais com portas e janelas fechadas, entre 9h30 e 13h50, e em dias com períodos de sol, sol entre nuvens e nublado. O resultado apontou que o sistema com garrafas é mais eficiente que as lâmpadas fluorescentes, especialmente em dias ensolarados. A luminosidade média, com o sistema, é de cerca de 200 lux, nível mais alto do que os 150 lux exigidos na norma técnica NBR 5413 - Iluminância de Interiores.



INSTALAÇÃO DO SISTEMA
Veja como são as etapas de execução do sistema de iluminação natural com garrafas PET, que tem custo praticamente zero de instalação.

Fotos: divulgação MBigucci
1. Primeiro, marque onde serão instaladas as garrafas PET. Em seguida, utilize a própria garrafa para medir o diâmetro do furo a ser feito no telhado de fibrocimento.
2. Execute o furo com uma serra-copo. Para que haja o encaixe, o buraco deve ser do mesmo tamanho do diâmetro da garrafa. Recomenda-se que 40% do corpo da garrafa fique acima do telhado.


Fotos: divulgação MBigucci
3. Após encaixar a garrafa, amarre um arame em sua tampa. Esse arame será fixado na estrutura de ferro que será presa no telhado.
4. A vedação da garrafa, para evitar infiltrações, deve ser feita com silicone. A construtora relata que esse tipo de vedação é eficiente e que nunca enfrentou problemas de vazamentos.

Fotos: divulgação MBigucci
5.
A fixação da garrafa é feita por uma espécie de gaiola, que pode ser produzida com sobras de ferro da própria obra. Essa estrutura é parafusada no telhado e, em seguida, a garrafa é presa nela com arame.


2,7 bilhões de pessoas sofrem com escassez de água


02 de março de 2012 | 3h 06



O Estado de S.Paulo

Pelo menos 2,7 bilhões de pessoas, em 201 bacias hidrográficas, sofrem com escassez de água pelo menos um mês por ano, segundo um estudo publicado na revista científica PLoS One. Os autores, ligados à Universidade Twente e à Water Footprint Network, na Holanda, e às organizações WWF e The Nature Conservancy (TNC), analisaram o fluxo mensal de água em 405 bacias hidrográficas do mundo entre 1996 e 2005.

Os dados mostram que, em muitos casos, a captação de água para uso na agricultura, na indústria e nas cidades supera a capacidade natural de reposição dessas bacias. Resultado: rios secos, pessoas sem água, animais mortos e espécies ameaçadas.
"Água doce é um recurso raro; sua disponibilidade é limitada e a demanda está aumentando", afirma Arjen Hoekstra, professor da Universidade Twente e autor principal do estudo.
O setor com a maior "pegada hidrológica" mundial é a agricultura irrigada. "Cidades usam mais água que lavouras, proporcionalmente à sua área, mas é importante lembrar que a agricultura irrigada ocupa quatro vezes mais terra que as áreas urbanas", explica Brian Richter, autor ligado à TNC.