domingo, 13 de maio de 2012

O futuro do planeta depende delas: Planejamento familiar...


Mães poderosas



POR RAQUEL BARROS
Mãe e filho na ONG Lua Nova (foto Renato Stockler/Na Lata)
Mãe e filho na ONG Lua Nova (foto Renato Stockler/Na Lata)

As jovens da Lua Nova são mães poderosas. Deixaram para trás histórias marcadas por caminhos tortuosos e difíceis. E ousaram construir, através de seus filhos, novas relações que esquentam, que aquecem, que transformam.
Falar de maternidade na Lua Nova é falar de histórias de dor, amor, força e conquista.
São mães que foram obrigadas a se reorganizar e a restabelecer seus laços concebendo uma nova vida, inicialmente não desejada, mas que, aos poucos, deu a elas aquilo que buscavam e não encontraram em suas histórias anteriores.
São mães que, com a dor, passaram a descobrir o amor de poder ser amadas, de poder sentir, de poder pensar em futuro, de saber que há realmente alguém para caminhar ao lado.
As  histórias  de algumas delas demonstra o quanto elas são grandes :
“…Dos 8  até os 18 anos, morei no orfanato. Queria ter a minha casa e minha família. Conheci um homem. Foi uma ilusão perfeita na minha vida. Casei com ele. Depois que engravidei, o açúcar do casamento amargou totalmente. Começou muita briga. Houve vezes em que tentei me matar. Sempre alguém me salvava. No fundo do meu coração, busquei força em meu filho querido…”
“…Estava traumatizada por um estupro que sofri com nove anos, por um dos meus tios. Sofri demais com meu pai. Fugi de casa e comecei a usar drogas, ficar com mulheres. Fui morar na rua. Me mandaram para um abrigo. Fugi. Minha querida mãe me embebedou, me drogou e pôs um cara, para quem ela devia, para ter relação comigo sem eu sentir nada. Descobri que estava grávida. Agora estou aqui com minha filha nos braços, lutando para amar ela e morrendo de ódio do pai dela e da minha mãe. Sou feliz com minha filha…”
“…Quando minha filha nasceu, foi a minha maior alegria. Meu filho Cláudio morreu quando eu estava de três meses. Perdi por causa de droga. Sofro muito porque não vejo ele presente. Esta menina é minha filha. Sem ela eu não vivo, pois a minha maior alegria é ela. Eu amo minha filha, Clara. Esta criança, minha filha, é a razão de meu viver….”
“…Fazia aviãozinho na favela para comer e alimentar meus irmãos, passei a traficante. Logo depois eu fui presa. Me prostituí durante sete anos, fui espancada, humilhada. Eu tinha de sustentar uma mãe e mais três crianças. Depois me tornei usuária de crack, perdi minha personalidade, meu caráter. Ao passar do tempo, eu não dava amor para os meus três filhos. Me denunciaram para o conselho, e eles invadiram a minha casa e levaram o meu bebê e a minha filha…”
“…Ser mãe é tudo, é dar o máximo de si. A felicidade de ser mãe é tudo. Por mais que estejamos enfrentando o maior problemão, ou seja, o maior gigante de sua vida, tudo muda…”
“…Fui para um abrigo, me sentia sozinha. Só tinha que trabalhar, não tinha carinho. Minha gravidez foi triste, eu estava mamada de cerveja e aí ele falava que a filha não era dele. Quando ganhei minha filha, tive várias dificuldades, pois não tinha como pensar em ser mãe. Só que passei a saber cuidar dela, quando comecei a pegar carinho…”
Para todas elas, ser mãe exige um processo de desconstrução e reconstrução de padrões, valores, preconceitos, comportamentos e, principalmente, sentimentos.
Cada filho passa a ser a realidade que faz concreta uma nova história, a qual nunca poderá ser anulada.
Ter alguém que realmente as ama é o que as faz, quase que magicamente, não abandonar a vida e, pelo contrário, batalhar em busca de felicidade, de entendimento do que pode ser uma relação.
Buscam mudar seus hábitos, mudar sua referência, transformar o ódio em amor.
“…Eu mudei porque tive vontade para poder cuidar muito bem da minha filha. Foi muito difícil mudar e hoje sou uma boa mãe. Eu não estava acostumada com coisas boas como carinho, higiene, e aos poucos, com a ajuda da Lua Nova, fui me acostumando. Quero viver com minha filha, na minha casa. Eu não quero que minha filha tenha a vida que eu tive, ela merece uma vida muito melhor. Eu gosto de ser mãe…”
“…para mim, hoje, ser mãe é dar carinho e amor, dar refeição na hora certa, isso é importante para a criança. Brincar, corrigir na hora que faz a coisa errada e olhar olho pra olho. Mudei muito com meu filho. Meu filho era uma criança muito revoltada e hoje ele me obedece muito, eu e ele brincamos muito. Ele não faz coisa errada, é uma criança muito carinhosa…”
Nós, diante de tanta grandeza e tanta força, aprendemos a respeitá-las e a admirá-las.


Feliz Dia das Mães!

Inscrições para prêmios socioambientais terminam neste domingo


11/05/2012 - 06h52

http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/1088425-inscricoes-para-premios-socioambientais-terminam-neste-domingo.shtml

DE SÃO PAULO



Mais de 150 líderes de ONGs, Oscips, cooperativas e negócios sociais de 20 Estados e do Distrito Federal já se candidataram ao 8º Prêmio Empreendedor Social e 4º Prêmio Folha Empreendedor Social de Futuro, cujo prazo de inscrições termina neste domingo.
Os concursos buscam dar visibilidade e capacitação a líderes sociais que atuam de forma inovadora, sustentável e com forte impacto na sociedade e em políticas públicas. São mais de R$ 350 mil em benefícios aos finalistas (veja quadro).
Os vencedores dos dois prêmios são eleitos por um júri que reúne nomes expressivos e representativos dos meios acadêmico, empresarial, do governo e do terceiro setor.
Neste ano, estreia a categoria "A Escolha do Leitor", na qual leitores da Folha.com e do UOL poderão votar nos vídeos de um minuto gravados com os finalistas.
"Nossa expectativa é revelar modelos inovadores que já tenham sido capazes de causar impacto significativo em questões sociais ou ambientais no Brasil, em qualquer área, como de acesso a energia, água, habitação, saneamento básico, finanças ou no campo de saúde e educação", afirma Mirjam Schoening, diretora-executiva da Fundação Schwab.
Os prêmios sociais tem como parceiros master Blue Tree, Ernst&Young Terco e TAM.
O apoio estratégico é de Artemísia, Ceats/Fia, Escas/Ipê, IE Business School e ponteAponte. O apoio institucional é de Agora SP, Ashoka, Avina, Diálogo Social, Folha.com, Gife, Golfieri Reicher Storto, Instituto Gesc, UOL e Valor Econômico.
A divulgação é de ABCR, Cebds, Dell, Endeavor, Envolverde, FGV/GVCenn, Filantropia, Neurônio, P&B e sitawi.

Catadores de materiais recicláveis são essenciais na coleta seletiva de SP

http://patriciaguarnieri.blogspot.com.br/2012/05/catadores-de-materiais-reciclaveis-sao.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+LogsticaReversa+(Log%C3%ADstica+Reversa)


Posted: 11 May 2012 11:47 AM PDT




Apesar de sua importância, catadores ainda carecem de reconhecimento

 por parte do poder público (Foto: ©Folhapress/Arquivo RBA)


Os catadores de materiais recicláveis cumprem papel fundamental na reciclagem na cidade de São Paulo. Em cooperativas, eles operam centrais de triagem da prefeitura, onde os materiais são separados para reciclagem. O número total de cooperativas na cidade é desconhecido, mas há somente 20 conveniadas com a prefeitura. O convênio prevê que as cooperativas tenham a ajuda de caminhões para coletar o lixo, um espaço para exercer a atividade e os equipamentos necessários. Mas nem sempre esses benefícios são garantidos, e os catadores que nelas trabalham não recebem remuneração alguma da prefeitura, dependendo da venda dos materiais.

Nas cooperativas não conveniadas, não há nada disso, e a coleta é feita por carroceiros e pelos próprios catadores, que fazem a triagem. Muitos carroceiros vivem condições de subemprego, segundo o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), que estima em 2 mil o número de pessoas atuando nesta atividade.

“Se há alguma reciclagem em São Paulo é por conta dos catadores”, disse a coordenadora executiva do Instituto Pólis, Elisabeth Grinberg. Somente 1% do lixo produzido na cidade é reciclado formalmente. Entretanto, sem os catadores, esse percentual seria menor. Na prática, a quantidade reciclada é maior, já que a quantificação é feita pelos materiais que chegam às centrais conveniadas à prefeitura. Ficam de fora do cálculo o que chega às outras centrais e o material coletado por carroceiros.

Para a arquiteta e urbanista Nina Orlow, do Instituto Pólis, integrante do grupo de trabalho da implementação da Agenda 21 em São Paulo, os catadores deveriam ser remunerados pelo prefeitura já que prestam um serviço público. “Eles não deveriam viver simplesmente da possibilidade da venda de um produto, que às vezes tem mercado, às vezes não. É muito sazonal,” afirmou. 

"Sem eles, em uma cidade onde a política de administração do lixo é ineficaz, não haveria quem separasse os materiais recicláveis e toneladas de lixo seriam destinadas a aterros sanitários", disse Elisabeth. Para ela, os catadores não têm reconhecimento pelo serviço prestado à cidade e o número de centrais conveniadas é absolutamente insuficiente para atender a toda a cidade.

Nina comentou que o trabalho das cooperativas tem aspecto ambiental, econômico e social. Muitas abrigam ex-dependentes químicos e moradores de rua, garantindo-lhes certa remuneração. “A gente está muito atrasado e aviltando esses trabalhadores, que se esforçam tremendamente para ter um trabalho digno, para fazer a valorização do material reciclável.”

Guiomar Silva, catadora integrante da coordenação do MNCR, disse que a entidade luta pela remuneração dos catadores pelo poder público. “O que ganhamos não é suficiente para vivermos”, disse. Ela trabalha em coleta e triagem na cooperativa Sempre Verde – não conveniada à prefeitura –, localizada no Jabaquara, na zona sul, e está na atividade há 15 anos. Guiomar afirmou que é comum a prefeitura afirmar que não há espaço para abrigar as cooperativas em novas centrais de triagem.

Programa de coleta seletiva em SP

O Programa Coleta Seletiva, em São Paulo, atende a 75 dos 96 distritos da cidade, segundo a prefeitura, que não respondeu à reportagem se há um plano de expansão da área compreendida pelo programa.

As duas empresas concessionárias de coleta de lixo na cidade – EcoUrbis, na zona sul e parte da zona leste, e Loga, nas zonas oeste, norte, centro e o restante da leste – levam os materiais provenientes da coleta seletiva para as centrais da triagem operadas pelas cooperativas conveniadas. A essas é concedido um galpão para funcionamento da central de triagem. O convênio determina que os catadores cooperados recebam equipamentos, como esteira, empilhadeira, luvas e roupas próprias para a atividade.

Entretanto, nem sempre o determinado pelo convênio é cumprido. A cooperativa Granja Julieta: Novos Valores, em atividade em um galpão no bairro de Socorro, na zona sul, conveniada desde 2003, ainda não tem os equipamentos devidos. No final de 2008, quando foi incendiada a central de triagem na qual esses cooperados trabalhavam, na Granja Juilieta, o convênio acabou, e um novo foi assinado em 2010. A cooperativa, contudo, ainda não tem espaço definido desde o incêndio. Em abril, foi transferida a um galpão considerado inadequado pelos cooperados. Insatisfeitos, eles reivindicam novo espaço. Tampouco têm todo o equipamento prometido. “Temos luvas , uma empilhadeira manual e calças, mas ainda não temos a esteira, essencial para a triagem, nem as jaquetas”, disse Mara Santos, presidente da cooperativa.

Processo lento

O convênio parece ser de interesse de muitas cooperativas. A CooperGlicério, Cooperativa dos Catadores da Baixada do Glicério Coleta, tenta, atualmente, se tornar parceira da prefeitura. Com 41 cooperados, ela processa por mês, entre 60 e 65 toneladas, segundo a vice-presidente, Maria Aparecida Dias. “É difícil conseguir o convênio, o processo está lento. Acho que eles vêm um problema no nosso espaço”, disse Maria.

A cooperativa paga valor anual à prefeitura pelo uso do espaço ocupado embaixo do Viaduto do Glicério. “Tudo isso fomos nós que construímos. É tudo nosso. Não temos apoio da prefeitura nem prestígio.” A CooperGlicério é um espaço amplo para triagem dos resíduos, onde há alguns cômodos construídos. Para a coleta, conta com carroceiros e três peruas Kombi próprias.

Os catadores que puxam carroças são figuras comuns na CooperGlicério. A própria Maria foi carroceira durante cinco anos. Ela deixou a carroça para usar uma das Kombis na coleta e para fazer a triagem para outros carroceiros. Seu Raimundo, catador co-fundador da cooperativa, faz triagem e puxa carroça, tendo uma jornada de 10 horas, em média. Raimundo não pensa em arranjar outro emprego. “Sem a carroça, não rende o suficiente. Até seria bom arranjar um emprego, mas eles pedem leitura, e eu não tenho”, disse. Com a carroça, chega a faturar três salários mínimos (pouco mais de R$ 1,8 mil) por mês.

Exclusão

As centrais de triagem não podem receber materiais de carroceiros. A arquiteta Nina Orlow discorda da política de exclusão da prefeitura em relação aos trabalhadores. Para ela, eles não estão incluídos por conta do baixo número de centrais. “Os trabalhadores que puxam carroça fazem uma enorme diferença na coleta seletiva da nossa cidade porque impedem que muitos resíduos sejam enviados ao aterro sanitário”, disse. Os carroceiros são marginalizados do sistema e da sociedade. Muitos carroceiros vivem condições de subemprego, e são comumente atropelados.

A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada por lei em 2010, aplica o princípio da responsabilidade compartilhada entre as três esferas de governo, cidadãos e iniciativa privada. Com isso, não só o governo, mas os produtores e os consumidores serão responsáveis pela destinação do lixo. Até 2014, os municípios terão de se adaptar à PNRS, mas em agosto deste ano, já terão de apresentar os planos de administração dos resíduos de acordo com os critérios da nova política. Só o que é rejeito deverá ir para os aterros, e espera-se que as cidades passem a reciclar 30% do seu lixo. A PNRS prevê que as cooperativas de catadores sejam as responsáveis pela triagem dos materiais.

Mas para que se alcance essa porcentagem, segundo Elisabeth Grinberg, o número de centrais de triagem terá de pular de 20 para pouco mais de 200. A assessoria da prefeitura afirmou que há um plano para criar mais centrais de triagem, mas não deu detalhes.

“Com essas poucas centrais, vai tudo para o aterro”, comentou Nina Orlow. Segundo ela, é preciso processar 3 mil toneladas por dia. Nina afirma que é preciso construir mais centrais de triagem e estruturar as existentes. É comum, segundo ela, destinar espaços pequenos, ao relento, para as cooperativas. “É um antiexemplo daquilo que o mundo inteiro está tentando implementar, que é fazer valer essa matéria prima tão importante proveniente dos resíduos.”



Por: Estevan Muniz, da Rede Brasil Atual, publicado em 04/05/2012
Fonte: Rede Brasil Atual


Saiba como projetar uma casa usando a estrutura de um contêiner



http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-hoje/v/saiba-como-projetar-uma-casa-usando-a-estrutura-de-um-conteiner/1942863/

O Porto de Santos é o melhor local para comprar um contêiner. Na hora da compra, é importante avaliar o grau de corrosão. No local escolhido, é preciso ter uma fundação para suportar o peso do contêiner. Na decoração, alguns cuidados são importantes.










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ATENÇÃO: Pela ausência de uma legislação específica, prevalece o princípio da precaução. Antes de utilizar qualquer container (conteiner) marítimo seminovo (dry 20 ou similar), proceder a descontaminação (transporte de cargas perigosas ou radiativas conforme NR-29) e exigir o laudo técnico para container, evitando riscos de danos à saúde dos operários e usuários finais.



  • Laudo Técnico para Containers após limpeza e descontaminação química, vaporização,passivação, e etc. por empresa especializada, credenciada pelo INMETRO.
  • Só Empresas Prestadoras de Serviços de Descontaminação de Equipamentos para Transporte de Produtos Perigosos, credenciadas pelo INMETRO, podem emitir o laudo técnico.

    Consulte:

    http://www.inmetro.gov.br/qualidade/empresas_descontaminacao.asp

    Carta de serviços do INMETRO:

    A Carta de Serviços ao Cidadão tem como objetivo ampliar o conhecimento da sociedade sobre as atividades do Inmetro e informar ao cidadão, de forma clara, os principais serviços prestados pela instituição, seus canais de acesso, horários de atendimento, prazos para obtenção do serviço e os compromissos com os padrões de atendimento estabelecidos.

    Cada título de serviço é acompanhado de uma breve explicação para facilitar seu entendimento. 

    O Inmetro tem por missão prover confiança à sociedade brasileira nas medições e nos produtos, por meio da metrologia e da avaliação da conformidade, promovendo a harmonização das relações de consumo, a inovação e a competitividade do País. A Carta de Serviços consolida-se como um importante instrumento para reforçar a parceria com o cidadão no aperfeiçoamento da atuação do Inmetro e no cumprimento da sua missão. 


    http://www2.inmetro.gov.br/cartadeservicos/pdf/carta_servicos_inmetro.pdf
  • Perguntem ao paciente...


    12/05/2012 - 08h00

    Acupuntura ainda é praticada por quem não é médico



    MARIANA VERSOLATO

    GIULIANA MIRANDA

    DE SÃO PAULO

    REINALDO JOSÉ LOPES

    EDITOR DE "CIÊNCIA+sAÚDE"


    Um mês após a decisão do Tribunal Federal Regional da 1ª Região, segundo a qual profissionais como fisioterapeutas, psicólogos e farmacêuticos não poderiam praticar a acupuntura, pouca coisa mudou na prática.
    Os conselhos de fisioterapia, farmácia e psicologia afirmam que os profissionais que têm a especialização necessária podem continuar praticando a acupuntura, contrariando a ação movida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) Para o conselho, a acupuntura é um ato reservado aos médicos.
    "A atividade não tem regulamentação no Brasil que diga que ela é exclusiva de uma ou de outra classe de profissionais", afirma Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia.
    "A profissão evolui, novas práticas surgem, e a lei não impede o conselho de incorporar novas atividades ao trabalho do psicólogo", afirma.
    Verona diz ainda que o conselho entrou com um recurso contra a decisão no Tribunal Federal Regional da 1ª Região e no Supremo Tribunal Federal.
    José Luís Maldonado, assessor técnico do Conselho Federal de Farmácia, disse que os farmacêuticos também podem continuar praticando a atividade, já que a entidade entrou com um agravo de instrumento.
    Editoria de arte/Folhapress
    DÚVIDAS CIENTÍFICAS
    A técnica, apesar de disputada, tem poucas evidências científicas a seu favor.

    As mais recentes meta-análises (estudos estatísticos que avaliam a confiabilidade de várias outras pesquisas) sugerem que apenas certos tipos de dor -em geral crônica- e náusea podem ser tratadas pela acupuntura com eficácia parecida ou superior à de terapias covencionais.
    Mesmo nesses casos, "a evidência não é muito forte, e não dá para saber se há grande parcela de efeito placebo", disse à Folha Edzard Ernst, da Universidade de Exeter (Reino Unido).
    "Isso quer dizer que precisamos de mais estudos, mas idealmente eles não deveriam ser feitos por entusiastas da acupuntura", afirma Ernst.
    Parece haver alguma diferença entre o uso de agulhas nos "pontos" tradicionais da acupuntura e em partes aleatórias da pele. "Mas ela é limitada", diz Klaus Linde, da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha. Pontos "falsos" também produziram efeitos em vários estudos.
    Já para o médico acupunturista Hong Pai, do Centro de Dor do Hospital das Clínicas da USP, a eficácia da prática já está comprovada.
    "Antes da acupuntura ser liberada como especialidade médica reconhecida no Brasil, houve uma avaliação profunda, que levou em conta muitos aspectos e resultados científicos", diz ele.
    Para ele, a execução correta da técnica exige conhecimentos profundos de anatomia, bem como noções básicas de diferentes especialidades, como neurologia, reumatologia e clínica geral. Por isso, diz, a restrição da atividade aos médicos é acertada.

    O “Veta, Dilma” da Camila pode custar R$ 130 bilhões por ano. “Pensa, Dilma!”

    http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-%E2%80%9Cveta-dilma%E2%80%9D-da-camila-pode-custar-r-130-bilhoes-por-ano-%E2%80%9Cpensa-dilma%E2%80%9D/


    12/05/2012
    às 6:43

    Por Reinaldo Azevedo

    A senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da CNA, publica hoje um artigo na Folha que é de leitura obrigatória. E mais deveriam se sentir obrigados a lê-lo os que aderiram ao tal “Veta, Dilma” (sim, queridos, até Camila Pitanga poderia fazê-lo) e os ecologistas. Ocorre que essa turma rejeita o debate. Não quer ganhar consciências. Está em busca de inocentes de bom coração. Se Dilma fizer o que pedem, haverá uma diminuição da área plantada no país de 33 milhões de hectares. Não serão prejudicados apenas pequenos e médios produtores. Será pior para o país. Seguem trechos do artigo.
    (…)
    Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país? Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental. Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor. Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares.
    O Código Florestal não foi construído para agradar a produtores ou ambientalistas, mas, sim, para fazer bem ao Brasil. Agora, está nas mãos da nossa presidente, a quem cabe decidir, imune a pressões, o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da sua gestão. A utopia ambientalista, no entanto, não respeita a democracia política, muito menos a economia de mercado. Há líderes do movimento verde que pregam abertamente um Estado centralizado, com poderes para determinar a destinação dos recursos, da produção e até mesmo do consumo. Nesse tipo de sociedade autoritária, não há lugar para a liberdade e para as escolhas individuais. Salvam a natureza e reduzem a vida humana à mera questão da sobrevivência física.
    Mas slogans fáceis e espetáculos midiáticos não podem ofuscar a eficiência da agropecuária verde-amarela. O Ministério da Agricultura acaba de divulgar os dados do primeiro quadrimestre de 2012. Exportamos US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Nunca é demais lembrar que o agro exporta somente 30% de tudo o que produz. E, para isso, usa apenas 27,7% do território, preservando 61% com vegetação nativa. Qual país do mundo pode ostentar uma relação tão generosa entre produção e preservação?
    Os ambientalistas, em sua impressionante miopia, ainda cobram que a agropecuária deva elevar a produtividade. Nos últimos 30 anos, com apenas 36% a mais de área, a produção de grãos cresceu 238%! Eles não consideram que os índices brasileiros já são elevados e que aumentos são incrementais.
    (…)
    É inaceitável que o Brasil abra mão da sua capacidade produtiva, deixando de contribuir plenamente para a redução da pobreza, já tendo a maior área de preservação do mundo.






    Um Código Florestal para o Brasil



    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/42380-um-codigo-florestal-para-o-brasil.shtml


    São Paulo, sábado, 12 de maio de 2012Mercado


    Kátia Abreu


    O novo código deve garantir que o Brasil continue produzindo alimentos melhores e mais baratos

    FEIJÃO E arroz interessam a todos, assim como água limpa e ar puro (Rolf Kuntz, 8/5/2012, no site "Observatório da Imprensa"). Mas esses dois lados não recebem o mesmo peso nas avaliações dos formadores de opinião. Predomina o enfoque da preservação ambiental em detrimento da produção de alimentos.
    A proteção do ambiente é, hoje, uma preocupação de todos os seres humanos e vemos com alívio que governos, empresas e consumidores estão mais conscientes de que os recursos da Terra devem ser explorados de modo sustentável.
    No Brasil rural não é diferente -basta observar os índices cada vez menores de desmatamento e o desenvolvimento de técnicas avançadas como a agricultura de baixo carbono.
    No entanto, também é importante que os países produzam mais alimentos para um mundo desigual, em que atualmente 900 milhões de pessoas passam fome, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
    Lamentavelmente, essa triste realidade não é considerada pela utopia ambientalista, que tenta separar o inseparável, como se possível fosse discutir ambiente sem considerar o econômico e o social.
    Será que é racional abrir mão de 33 milhões de hectares da área de produção de alimentos, que representam quase 14% da área plantada, para aumentar em somente 3,8 pontos percentuais a área de vegetação nativa do país?
    Essa troca não me parece justa com os brasileiros, pois corremos um alto risco de aumento no preço dos alimentos sem um ganho equivalente na preservação ambiental.
    Reduzir 33 milhões de hectares nas áreas de produção agropecuária significa anular, todos os anos, cerca de R$ 130 bilhões do PIB (Produto Interno Bruto) do setor.
    Para que se tenha uma noção do que representam 33 milhões de hectares, toda a produção de grãos do país ocupa 49 milhões de hectares.
    O Código Florestal não foi construído para agradar a produtores ou ambientalistas, mas, sim, para fazer bem ao Brasil. Agora, está nas mãos da nossa presidente, a quem cabe decidir, imune a pressões, o que é melhor para sermos um país rico, um país sem miséria, que é a grande meta da sua gestão.
    A utopia ambientalista, no entanto, não respeita a democracia política, muito menos a economia de mercado. Há líderes do movimento verde que pregam abertamente um Estado centralizado, com poderes para determinar a destinação dos recursos, da produção e até mesmo do consumo. Nesse tipo de sociedade autoritária, não há lugar para a liberdade e para as escolhas individuais. Salvam a natureza e reduzem a vida humana à mera questão da sobrevivência física.
    Mas slogans fáceis e espetáculos midiáticos não podem ofuscar a eficiência da agropecuária verde-amarela. O Ministério da Agricultura acaba de divulgar os dados do primeiro quadrimestre de 2012. Exportamos US$ 26 bilhões, gerando superavit de US$ 20,8 bilhões. Nunca é demais lembrar que o agro exporta somente 30% de tudo o que produz. E, para isso, usa apenas 27,7% do território, preservando 61% com vegetação nativa. Qual país do mundo pode ostentar uma relação tão generosa entre produção e preservação?
    Os ambientalistas, em sua impressionante miopia, ainda cobram que a agropecuária deva elevar a produtividade. Nos últimos 30 anos, com apenas 36% a mais de área, a produção de grãos cresceu 238%! Eles não consideram que os índices brasileiros já são elevados e que aumentos são incrementais.
    Exigem maior produção em menor área, mas condenam sistematicamente as plantas transgênicas, o uso de fertilizantes químicos e de defensivos contra pragas e doenças, pregando a volta dos velhos métodos tradicionais herdados de nossos avós.
    É fundamental que o novo Código Florestal garanta segurança para que o país continue produzindo o melhor e mais barato alimento do planeta.
    É inaceitável que o Brasil abra mão da sua capacidade produtiva, deixando de contribuir plenamente para a redução da pobreza, já tendo a maior área de preservação do mundo.


    KÁTIA ABREU, 50, senadora (PSD-TO) e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), escreve aos sábados, a cada 14 dias, neste espaço.






    São Paulo, sábado, 12 de maio de 2012Folha Corrida




    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/corrida/42424-rapidas.shtml


    Lançado movimento 'Não veta, Dilma'
    Em reação à campanha contra a sanção do novo Código Florestal, surgiu na internet o movimento "Não veta, Dilma", com perfil no Twitter e site. A campanha anônima, mas que tem sido atribuída a ruralistas, alega que o preço da comida vai subir sem o código.







    São Paulo, sábado, 12 de maio de 2012Poder


    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/42395-dilma-cumprimenta-grupo-que-pede-veto-ao-codigo-florestal.shtml


    FOCO
    Dilma cumprimenta grupo que pede veto ao Código Florestal

    Alex de Jesus/"O Tempo"/Parceiro Folhapress
    A presidente Dilma Rousseff acena para manifestantes durante solenidade em Betim
    A presidente Dilma Rousseff acena para manifestantes durante solenidade em Betim

    PAULO PEIXOTO
    ENVIADO ESPECIAL A BETIM (MG)


    A presidente Dilma Rousseff se desviou ontem do esquema de segurança preparado para ela durante evento em Betim (MG) e foi até a rua para cumprimentar ambientalistas e manifestantes que pediam o "Veta, Dilma".
    Cerca de 90 pessoas estavam do outro lado da rua gritando "Dilma pode vetar, o Brasil vai te apoiar", quando a presidente surpreendeu os manifestantes e se aproximou para cumprimentá-los.
    O gesto da presidente sinaliza que ela pode vetar partes do novo Código Florestal aprovado pelo Congresso.
    Setores da sociedade afirmam que o texto do novo código deixa desprotegidas as florestas e matas brasileiras.
    A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) já disse que a presidente deverá vetar partes do texto, especialmente o que se refere à anistia dada a desmatadores.
    Ontem o deputado estadual Durval Angelo (PT-MG), que estava ao lado da presidente no encontro com os manifestantes, disse ter comentado com ela que o movimento "Veta, Dilma" está crescendo na região metropolitana de BH e que ela lhe respondeu que haverá vetos, mas não especificou quais.
    Entre os manifestantes estavam ambientalistas independentes e outros ligados à Amda (Associação Mineira de Defesa do Ambiente), Apua (associação de preservação ambiental de Betim) e estudantes de biologia da PUC.
    Os estudantes Raul Lansky, 19, e Gabriel da Luz, 21, organizadores do "Veta, Dilma BH" nas redes sociais, se disseram surpresos com a aproximação da presidente, que estendeu a mão a cerca de 20 manifestantes. "Ela não falou nada, apenas sorriu e estendeu a mão", disse Lansky.
    Após os cumprimentos, Dilma entrou no carro da comitiva e deixou o local.
    A presidente foi a Betim (região metropolitana de BH) para inaugurar uma creche e entregar 1.160 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida.



    "Veta, Dilma"

    São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2012Poder

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/41600-dilma-estuda-vetar-texto-integral-de-lei-florestal.shtml


    Dilma estuda vetar texto integral de lei florestal


    Planalto faria medida provisória para regulamentar recuperação de florestas

    Repercussão negativa no Brasil e no exterior preocupa a presidente, que tem de atrair chefes de Estados à Rio+20

    DE BRASÍLIA

    A presidente Dilma Rousseff estuda vetar na íntegra o Código Florestal aprovado pela Câmara e regulamentar por medida provisória a recuperação de florestas em beira de rio de modo a beneficiar agricultores familiares.
    O texto do deputado federal Paulo Piau (PMDB-MG), aprovado no último dia 25, foi protocolado ontem no Planalto. Dilma tem até o dia 25 para se manifestar sobre ele.
    A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) inicialmente pediria à presidente que vetasse só as chamadas disposições transitórias, nas quais, segundo o governo, ficou configurada a anistia a quem desmatou ilegalmente.
    Dilma, porém, considerou que trechos importantes do texto aprovado pelo Senado foram suprimidos, o que tornaria pouco efetivo vetar só trechos do projeto de Piau.
    Há uma tendência no governo de baixar uma medida provisória com a chamada "escadinha", ou seja, um escalonamento das faixas de recuperação de florestas de acordo com o tamanho da propriedade.
    Organizações de pequenos agricultores não estão satisfeitas com a previsão de que os minifúndios tenham de recuperar 15 metros de suas áreas de preservação permanente -querem que seja uma área menor.
    O governo está de olho também nos dividendos eleitorais da rejeição ao texto de Piau. A campanha "Veta Tudo, Dilma" virou uma febre na internet semana passada.
    O veto teria ainda a função de mandar um recado ao PMDB, que desafiou o Planalto ao aprovar um texto considerado desequilibrado em favor dos ruralistas.
    A repercussão internacional negativa da reforma do código tem preocupado Dilma, que precisa atrair o maior número possível de chefes de Estado à Rio+20, em junho. (CLAUDIO ANGELO, NATUZA NERY, KELLY MATOS E VALDO CRUZ)

    Tráfico de animais é grande ameaça à fauna brasileira

    Audiência pública debate criação de área de conservação ambiental em SP

    http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/05/12/audiencia-publica-debate-criacao-de-area-de-conservacao-ambiental-em-sp/




    Agência Brasil



    O debate sobre a criação de unidades de conservação ambiental de 97,2 mil hectares de Mata Atlântica ocorre hoje (12), na Câmara Municipal de Iguape, litoral sul de São Paulo. Esta é a segunda de uma série de audiências públicas sobre a criação do Mosaico de Unidades de Conservação da Jureia-Itatins. O projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa do estado abrange áreas em quatro municípios.
    Segundo o diretor de Operações da Fundação Florestal, Boris Alexandre César, a proposta do mosaico é regularizar a situação fundiária da área. Em 1986 foi criada uma estação ecológica Jureia-Itatins na região. A unidade nunca foi, no entanto, plenamente implementada porque as comunidades tradicionais que viviam no interior da área teriam de ser removidas.
    O mosaico prevê a incorporação de áreas de preservação na estação ecológica e, ao mesmo tempo, o desmembramento de outras partes em reservas de desenvolvimento sustentável (RDS) e parque estaduais. Desse modo, é possível manter os moradores tradicionais, como os caiçaras, e abrir cachoeiras e praias para a visitação, fomentando o turismo.
    “A proposta do estado é de regularizar uma situação não adequada que hoje existe na Jureia no sentido de dar segurança para aqueles que realmente são populações tradicionais e, ao mesmo, tempo compatibilizar isso com a preservação ambiental”, explicou Alexandre César.
    Parte dos ocupantes da Jureia, entretanto, não concorda com o projeto. Para o presidente da União dos Moradores da Jureia, Dauro do Prado, “a forma como o governo está apresentando essa proposta não abrange todas as comunidades”. Ele reclama que as duas RDS que serão criadas, da Barra do Una e dos Despraiados são pequenas para garantir a sobrevivência das famílias.
    Ainda de acordo com Prado, o governo estadual pretende remover parte das 300 famílias distribuídas em 12 comunidades na região. “Imagine só, tirar essas comunidades tradicionais caiçaras que vivem lá desde 1750, com uma cultura consagrada”.
    Alexandre César reconhece que estão sendo feitas remoções na região. Mas, segundo o diretor, a Fundação Florestal está trabalhando para retirar ocupantes irregulares que não se enquadram como população tradicional. “A Fundação Florestal, inclusive por meio de ação movida pelo Ministério Público, está removendo mesmo essas famílias de dentro da Jureia, mas não são população tradicionais”.
    Responsável pela gestão das unidades de conservação estaduais, Alexandre César admite ainda que o projeto não atende a todos os moradores tradicionais da região. “Existem algumas famílias que estão isoladas em outras áreas dentro da Juréia. Então, nós temos a proposta de fazer algumas realocações”.
    Porém, ele pondera que o governo estadual tenta evitar remover moradores das terras onde vivem historicamente e por isso, está aberto a negociações para resolver casos pontuais. “É um processo de negociação e pode-se construir alternativas que atendam a todos os interesses”.
    A estimativa da Fundação Florestal, segundo Alexandre César, é que existam 180 famílias que atendem aos critérios para serem consideradas como tradicionais na Jureia. Para certificar-se disso, o órgão já contratou um laudo antropológico para determinar quem tem direito a permanecer nas terras.
    Além da consulta pública que ocorreu na última quita-feira (10) em Peruíbe e a que ocorre hoje, está prevista uma audiência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no próximo dia 24 para debater o projeto que cria o mosaico.

    Cão de Pavlov eletrônico: computadores podem aprender


    SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Cão de Pavlov eletrônico: computadores podem aprender. 11/05/2012. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=cao-pavlov-eletronico-computadores-aprender. Capturado em 12/05/2012.

    Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/05/2012
    Cão de Pavlov eletrônico: computadores podem aprender
    Os cientistas conseguiram ensinar os circuitos eletrônicos a memorizar reações. [Imagem: Hermann Kohlstedt]




    Comportamento eletrônico
    Os experimentos com cães do russo Ivan Pavlov estão para a psicologia assim como o lendário "experimento" de Newton com a maçã está para a física.
    Até o início do século 20, a ciência assumia que os seres vivos agiam seguindo alguns reflexos instintivos inatos. Mas Pavlov demonstrou que era possível gerar reações sem o estímulo físico característico.
    Ao tocar um sino antes de alimentar os cães, ele demonstrou que, após algum tempo, os cães salivavam apenas ao ouvir o toque da sineta, sem que houvesse nenhuma comida por perto.
    A história parece estar se repetindo no campo da eletrônica.
    Até há pouco tempo, considerava-se que os componentes eletrônicos, que formam os computadores e toda a parafernália tecnológica com a qual estamos acostumados, "agiam" apenas segundo a corrente elétrica que passava por eles.
    Isso começou a mudar com a criação do memristor, uma memória resistiva, que se "lembra" da corrente elétrica que a percorreu anteriormente - por isso apelidado de "sinapse artificial".


    Agora, cientistas da Universidade de Kiel, na Alemanha, construíram uma versão eletrônica do cão de Pavlov: essencialmente, um circuito que "aprende pela experiência".
    "Nós usamos memristores a fim de imitar o comportamento associativo do cão de Pavlov na forma de um circuito eletrônico," resume o professor Hermann Kohlstedt, coordenador da equipe.

    Aprendizado de máquina
    Essencialmente, este experimento está para a computação assim como o experimento de Pavlov está para o comportamento humano, ou Newton e a maçã estão para a física.
    Ocorre que as informações digitais e as informações biológicas são processadas seguindo princípios fundamentalmente diferentes.
    É por isso que é tão difícil ensinar as coisas aos computadores e aos robôs: eles simplesmente não aprendem pela experiência.
    Isso força os humanos a escrevem programas exaustivamente extensos, que devem prever cada situação que o equipamento irá encontrar, em detalhes, dizendo como ele deverá agir em resposta a cada uma dessas situações. Quando alguma coisa sai fora do script, o programa trava ou é encerrado abruptamente.
    Assim, estamos longe de podermos falar sobre "processos cognitivos" de um computador ou de um robô.
    A replicação do cão de Pavlov em escala eletrônica pode mudar tudo isso ao abrir, pela primeira vez, a possibilidade de se projetar circuitos eletrônicos que imitem o aprendizado animal.

    Cognição eletrônica
    Enquanto um resistor "reage" à corrente elétrica simplesmente impondo uma resistência à sua passagem, o memristor consegue se "lembrar" da última corrente que passou por ele porque ele altera sua própria resistência a cada passagem da energia.
    Há tempos os cientistas sonham em usar esse efeito memória para criar circuitos similares às conexões existentes entre as sinapses cerebrais.
    "No longo prazo, nosso objetivo é transferir a plasticidade sináptica para os circuitos eletrônicos. Nós poderemos até mesmo recriar eletronicamente as habilidades cognitivas," confirma Kohlstedt.


    E o experimento do "cão de Pavlov eletrônico" é um marco no caminho em direção a esse objetivo.
    Cão de Pavlov eletrônico: computadores podem aprender
    O circuito eletrônico apresenta o comportamento clássico do condicionamento observado no campo da psicologia. [Imagem: Advanced Functional Materials]

    Cão de Pavlov eletrônico
    O experimento do cão de Pavlov eletrônico consistiu no seguinte: dois impulsos elétricos foram interligados a um comparador através de um memristor. Os dois impulsos representam a comida e o sino no experimento de Pavlov.
    Um comparador é um dispositivo que compara duas tensões ou correntes e gera uma saída quando se atinge um determinado nível. Neste caso, quando o valor limite é atingido, o comparador produz o sinal de saída, representando a salivação do cão eletrônico.
    Além disso, o elemento memristivo tem sua própria tensão limite, que é definida por propriedades físico-químicas estabelecidas na sua fabricação. Abaixo desse valor limite, o memresistor comporta-se como qualquer resistor comum. Acima do limite, surge seu efeito memória, mudando sua resistência.
    Ao aplicar os dois impulsos elétricos simultaneamente, supera-se a tensão limite do memresistor, ativando-se sua memória.
    Múltiplas repetições levam a um processo de aprendizado associativo no circuito - exatamente como no cão de Pavlov.
    "Desse momento em diante, nós precisamos apenas aplicar o impulso elétrico 2 (equivalente ao sino) para que o comparador gere um sinal, equivalente à salivação," explica Martin Ziegler, responsável pelo experimento.
    O impulso elétrico 1 (o alimento) continua produzindo a mesma reação que já produzia antes do aprendizado. Afinal, o cão sempre saliva na presença do alimento real.
    Assim, o circuito eletrônico apresenta o comportamento clássico do condicionamento observado no campo da psicologia.
    E, como se aprende, também se desaprende. Se o sino for tocado seguidamente sem que o cão receba comida, o condicionamento será rompido - no cão de Pavlov eletrônico, a não aplicação dos dois impulsos simultaneamente leva à perda do aprendizado do circuito eletrônico.

    Computadores que aprendem
    O que os pesquisadores planejam agora é construir comportamentos mais complexos, criando módulos de uma rede neural em hardware que de fato aprenda com os impulsos que receber.
    Segundo eles, uma primeira aplicação prática estaria no reconhecimento de padrões, algo muito difícil de programar nos computadores atuais.
    Mas, no longo prazo, a esperada criação de habilidades cognitivas em circuitos eletrônicos poderão criar computadores que não serão avaliados mais apenas pela velocidade com que conseguem realizar cálculos, mas pela sua capacidade de aprendizado.
    O memristor, o componente eletrônico com memória, foi teorizado pelo cientista Leon Chua, em 1971.
    Mas o primeiro memristor prático só foi construído em 2005, nos laboratórios da HP, e os cientistas conseguiram entender realmente seu funcionamento apenas no ano passado:

    Também no ano passado, a IBM apresentou seus primeiros processadores cognitivos, mas trata-se de uma arquitetura que ainda não tira proveito dos memristores.
    O primeiro processador realmente baseado em memristores foi construído por Robinson Pino e seus colegas da pouco conhecida Universidade de Boise, nos Estados Unidos:

    Bibliografia:


    An Electronic Version of Pavlov's Dog

    Martin Ziegler, Rohit Soni, Timo Patelczyk, Marina Ignatov, Thorsten Bartsch, Paul Meuffels, Hermann Kohlstedt
    Advanced Functional Materials
    Vol.: Early View
    DOI: 10.1002/adfm.201200244