segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

RiviBike ou BikePET?


13/01/2013 - 05h12

Bike de garrafa PET é atração na Riviera, no litoral de SP




FELIPE LUCHETE
ENVIADO ESPECIAL A BERTIOGA

Atualizado às 14h33.
Em meio ao vaivém de carros pelas vias da Riviera de São Lourenço, em Bertioga (litoral de São Paulo), turistas passaram a usar "bicicletas públicas" feitas de garrafas PET para circular.
O uso é compartilhado e gratuito na hora inicial --as bicicletas, em cores preta e verde-limão, ficam em três estações. Cada hora extra custa R$ 10.
Chamado de RiviBike, o sistema foi implantado no último dia 28 pela associação de amigos do local e segue a linha de projetos já adotados no Rio e em São Paulo.
Para usar a bicicleta, é preciso fazer um cadastro que custa R$ 20, pago com cartão de crédito, e assinar um termo de adesão.
Com uma senha, o usuário consegue destravar até duas bicicletas nas estações, o que permite pedaladas com um acompanhante --incluindo menores de 18 anos, que não podem fazer o cadastro.
É possível devolvê-las em qualquer estação. Duas estão perto da praia --entre os módulos 5 e 6 e entre o 7 e o 8, onde o sistema é automatizado. Basta digitar CPF e senha.
Danilo Verpa/Folhapress
O uso é compartilhado e gratuito na hora inicial --as bicicletas, em cores preta e verde-limão, ficam em 3 estações
O uso é compartilhado e gratuito na hora inicial --as bicicletas, em cores preta e verde-limão, ficam em 3 estações

Outra fica em frente ao shopping da Riviera. Há previsão de que mais três pontos sejam instalados e que seja possível destravar as bicicletas por meio de celular.
A economista Marie Simada, 25, que mora em São Paulo e passa a temporada de verão no local, deixou de lado o carro e passou a usar as bicicletas para ir do prédio onde costuma ficar até o shopping. Na volta, faz o mesmo.
O empresário Elton Rodrigues, 39, é um dos primeiros adeptos. Desde o fim de dezembro circula com a filha Larissa, 11. "Fazíamos caminhada na praia, agora queimamos calorias fazendo outras coisas pelo caminho."
Também morador de São Paulo, ele diz que gosta de andar de bike, mas não levava a sua por temer estragos com a maresia. O quadro das bicicletas é feito de garrafas PET: 200 delas, em média, formam o corpo de uma adotada pelo RiviBike. Produzidas em Salto (interior de São Paulo), custam cerca de R$ 800 cada.
Esse é quase o valor da multa (R$ 700) para quem não devolver a bicicleta nos pontos certos até as 22h do dia seguinte ao empréstimo.
Até agora, nenhuma multa foi registrada.
Danilo Verpa/Folhapress
Bicicleta feita de garrafas PET para alugar na praia de Riveira de São Lourenço, em Bertioga, litoral de SP
Bicicleta feita de garrafas PET para alugar na praia de Riveira de São Lourenço, em Bertioga, litoral de SP

Lixo do litoral norte de São Paulo viaja 160 km até aterro


14/01/2013 - 06h00




EDUARDO GERAQUE
DO ENVIADO ESPECIAL A SÃO SEBASTIÃO (SP)


Em Juquehy, praia nobre do litoral norte de São Paulo, um saco de lixo esperava havia pelo menos seis horas para ser recolhido pela equipe de limpeza na última quinta.
"A coleta está horrível. Desde o fim de dezembro ela tem falhado. As lixeiras estão sempre lotadas", reclama Rosangela da Silva, 38, moradora do local há 18 anos.
A cena que incomodava banhistas é comum não só ali, mas também em outras praias de São Sebastião.
Muitas vezes, o quadro se repete em Caraguatatuba, Ilhabela e Ubatuba. Na região, o acúmulo de lixo chega a ficar dramático no verão -a quantidade de resíduos triplica em algumas praias.
Apu Gomes/Folhapress
Sacos de lixo acumulados em uma das vias de acesso à praia de Juquehy, em São Sebastião
Sacos de lixo acumulados em uma das vias de acesso à praia de Juquehy, em São Sebastião

A situação se repete há, pelo menos, cinco anos: as quatro cidades não têm um plano de gestão de resíduos sólidos eficiente, nem locais credenciados para implantar aterros sanitários.
Com isso, gastam milhões de reais para "exportar" o lixo serra acima, até um aterro no município de Tremembé -uma viagem de cerca de 160 km para aquele saco que aguardava em Juquehy.
Esse processo chega a custar R$ 60 milhões por ano para as quatro cidades, de acordo com o projeto Litoral Sustentável do Instituto Pólis.
Em média, cada prefeitura gasta 10% do orçamento anual com lixo, uma porcentagem bem maior do que a da capital paulista, que é de 2%.
"O valor é muito alto por causa do custo com o transporte", diz o arquiteto urbanista Carlos Henrique Carlos Henrique de Oliveira, do Instituto Pólis. Para ele, os custos reduziriam 30% caso as cidades aumentassem o investimento em coleta seletiva. "Em média, nas quatro cidades, 2% do lixo é reciclado."
O resultado disso são sacos de lixo à espera de coleta.
Na quinta-feira, a reportagem percorreu a costa sul de São Sebastião e flagrou lixeiras cheias em Juquehy e outras praias badaladas, como Baleia e Maresias.
Editoria de Arte/Folhapress
PESO E TAMANHO
O tamanho e o peso do problema pode ser medido em toneladas. Na alta temporada, apenas de São Sebastião saem até 12 carretas por dia carregadas de lixo.
Cada uma, apesar da capacidade total ser maior, leva 27 toneladas. Mais do que isso a estrada não suporta. Em Ilhabela, existe ainda a espera pela maré, já que os caminhões precisam
atravessar a balsa.
O risco de todo o processo, que é muito intensificado por todas as prefeituras nesta época do ano, segundo informações das próprias cidades, não é apenas econômico.
No ano passado, duas carretas tombaram na rodovia dos Tamoios. O acidente gerou transtornos para os motoristas e um importante impacto ambiental.

Resíduos sólidos em debate

Quarta, 09 Janeiro 2013 14:58 Última modificação em Sexta, 11 Janeiro 2013 17:53| 
Letícia Verdi/MMA
Meta: mais de 2 mil lixões terão que desaparecer até 2014
Meta: mais de 2 mil lixões terão que desaparecer até 2014
MMA inicia a distribuição de 500 mil exemplares do jornal que traz as principais informações sobre a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente

TINNA OLIVEIRA

Com o objetivo de mobilizar e sensibilizar a população para o tema dos resíduos sólidos, o Ministério do Meio Ambiente iniciou a distribuição de 500 mil exemplares do jornal que traz as principais informações sobre a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA). Esta quarta edição trará a discussão e implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que tem como um dos focos a meta de acabar com os lixões até 2014. Mais da metade dos municípios do Brasil ainda possuem esses precários depósitos a céu aberto. São 2.906 unidades que devem ser fechadas até 2014, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

“Queremos criar um clima de mobilização da sociedade em torno da conferência para que a sociedade se aproprie dos instrumentos da política e ajude a melhorar a gestão dos resíduos sólidos”, afirma o diretor de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Geraldo Vitor de Abreu. A expectativa é de que 200 mil pessoas possam participar presencialmente das conferências municipais, regionais, estaduais e da nacional. “Temos essa expectativa, pois o tema dessa conferência é peculiar, bem próximo à população”, explica.

O objetivo é construir as soluções para evitar o desperdício, reduzindo a produção de lixo nas cidades, com a participação de todas as partes envolvidas na questão. Um exemplo de atitude que a população pode tomar é organizar junto ao condomínio, bairro ou empresa uma ação para tratar a gestão dos resíduos sólidos de forma responsável, como a coleta seletiva. Apenas 14% dos municípios brasileiros realizam a coleta seletiva de lixo.

VOX POPULI

As etapas locais, além das conferências livres e virtuais, representam um espaço para o governo ouvir a população. Na etapa nacional todos os resultados das conferências locais serão discutidos pelos representantes eleitos. Em janeiro já começam as conferências livres (podem ser convocadas por associações comunitárias, síndicos ou moradores interessados) e virtuais (podem ser convocadas por qualquer grupo de pessoas ou representações governamentais interessados no debate que será realizado através da internet, videoconferência ou outros meios de comunicação virtual).

A 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente trabalhará os assuntos de produção e consumo sustentáveis, redução dos impactos ambientais e geração de emprego e renda, todos inseridos na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo a lei da política, a responsabilidade pela destinação adequada dos resíduos sólidos é compartilhada, ou seja, dos governos, empresas e toda sociedade.

DISTRIBUIÇÃO

O Ministério do Meio Ambiente enviará exemplares do jornal contendo essas e outras informações aos órgãos vinculados – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Serão enviados também para as secretarias estaduais de Meio Ambiente.

Para que esses jornais cheguem até a comunidade, estão sendo firmadas parcerias com empresas públicas e privadas para auxiliar na distribuição, tais como a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Associação Brasileira de Supermercados (Abras), rede de postos BR e Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Confira aqui a versão on line do jornal.