domingo, 6 de dezembro de 2015

Muro verde



Muro verde

Execução de paredes ajardinadas combina etapas de alvenaria, impermeabilização e hidráulica


Reportagem: Heloísa Medeiros | Apoio técnico: GreenWall Ceramic.
Edição 38 - Julho/2011
 
O muro verde é uma maneira simples de contar com um jardim vertical em locais onde se dispõe de pouco espaço. Também conhecida como parede verde, pode ser instalada em ambientes internos e externos e é construída com blocos cerâmicos especiais com diversos módulos para compor projetos de paisagismo de vários tipos. As plantas são posicionadas dentro dos blocos, que funcionam como vasos - pelo interior das peças também passam tubos responsáveis pela irrigação de água por gotejamento.
Trata-se de uma solução versátil para o cultivo de espécies aromáticas, flores exóticas, temperos para cozinha, horta, entre outras plantas, que pode ser aplicada em paredes com alturas variáveis e diversos formatos. Os módulos cerâmicos básicos de 29 cm x 25 cm x 19 cm (largura x altura x profundidade) devem ser executados com a primeira fiada para amarração como na alvenaria convencional. O tamanho máximo sugerido é de 2,5 m de altura e 3 m de comprimento. Acima disso, recomenda-se a elaboração de um projeto estrutural e a verificação da resistência do solo. Para cada metro quadrado de jardim vertical são utilizadas 13,5 peças.
Entre as vantagens dos jardins verticais está a redução da poluição sonora, pois as plantas absorvem ­ruídos e funcionam como revestimento acústico, além da redução da poluição do ar e do isolamento térmico que garantem a melhora do microclima local. Em ambientes fechados, uma parede verde pode diminuir até 3oC de temperatura, com economia no uso de ar-condicionado.
Para o acabamento pode-se utilizar tinta látex, silicone, pastilhas cerâmicas ou outros materiais. Assim, o projeto pode ser personalizado de acordo com cada ambiente, permitindo as mais diferentes soluções e desenhos.

Materiais e epis
Fotos: Marcelo Scandaroli
Capacete, óculos de proteção, luvas, colher de pedreiro, desempenadeira, desempenadeira denteada, trena, martelo, alicate, talhadeira, escova, esponja, pincel, rolo de pintura, lápis, serra-copo e argamassa colante.

Atenção
Se o muro ou parede estiverem prontos e revestidos com argamassa, é importante apicoar a superfície com talhadeira para dar aderência. Neste exemplo, em que o muro está diretamente sobre uma parede de tijolos, pode-se pular essa etapa. Nos dois casos, molhe o local para o início do assentamento.

Passo 1
Fotos: Marcelo Scandaroli
1 Faça a demarcação com a linha e certifique-se se o prumo está correto. Para fazer a amarração, use apenas blocos inteiros na primeira fileira.

Passo 2
Fotos: Marcelo Scandaroli
2 Prepare a argamassa, que deve ser do tipo AC III, de acordo com as instruções do fabricante e comece a aplicação nas peças cerâmicas e na parede.

Passo 3
Fotos: Marcelo Scandaroli
3 Use desempenadeira denteada para passar a argamassa na peça cerâmica e na parede a fim de conseguir uma melhor aderência.

Passo 4
Fotos: Marcelo Scandaroli
4 A cada fiada, use os meios-blocos para conseguir a modulação correta.

Passo 5
Fotos: Marcelo Scandaroli
5 Quando terminar a colocação dos blocos, espere por quatro horas para destacar as faces das peças cerâmicas, expondo a cavidade do módulo. 

Passo 6
Fotos: Marcelo Scandaroli
6 Após o destacamento, faça o rejunte com a própria argamassa de assentamento.


Passo 7
Fotos: Marcelo Scandaroli
7 Com uma esponja úmida, retire o excesso de material do rejunte da parte interna e externa dos módulos cerâmicos.

Passo 8
Fotos: Marcelo Scandaroli
8 Para que o muro verde não tenha problemas com infiltrações, use impermeabilizante atóxico para produtos cerâmicos nas cavidades internas dos módulos.

Passo 9
Fotos: Marcelo Scandaroli
Monte a tubulação e instale o sistema de irrigação por gotejamento.

Passo 10
Fotos: Marcelo Scandaroli
10 Utilize a peça cerâmica específica para fazer o acabamento e esconder a tubulação.

Passo 11
Fotos: Marcelo Scandaroli
11 Faça o acabamento com tinta látex, silicone, pastilhas cerâmicas ou outros materiais.

Passo 12
Fotos: Marcelo Scandaroli
12 Após mais ou menos sete dias já é possível colocar a terra ou substrato na cavidade onde as espécies vegetais serão plantadas. Cubra com a terra a tubulação de irrigação já instalada anteriormente.

Passo 13
Fotos: Marcelo Scandaroli
13 Acomode as plantas e regue em seguida para que se desenvolvam.

Passo 14
Fotos: Marcelo Scandaroli
14 Depois de as plantas enraizarem e crescerem, essa é a aparência final do muro verde.

Projeto da prefeitura pretender transformar o cemitério da Vila Formosa em parque, preservando a área de sepultamento

Piquenique e... velório: SP pode ter um cemitério-parque

Projeto da prefeitura pretender transformar o cemitério da Vila Formosa em parque, 

preservando a área de sepultamento


  • Fábio Santos
  • Elisa Feres
  • Victoria Matsumoto
Fábio Santos, Elisa Feres e Victoria Matsumoto
São Paulo
3 AGO2015
07h41
atualizado às 09h13
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Mais de 760 mil m². Quase 120 mil sepulturas e 105 mil ossários. Média de 60 enterros a cada 24 horas – número que faz os outros índices aumentarem dia após dia. Convenhamos, gerenciar e administrar o Vila Formosa não é tarefa fácil. Tanto que diversos problemas estruturais podem ser encontrados durante uma visita ao local. Parte deles tem sido enfrentada pelos responsáveis diretos, os administradores Antônio Targino da Silva (Formosa I) e Roberto Batista Ferrarezi (Formosa II), mas outra parte cabe ao Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP) – que garante ter projetos inovadores para a maior necrópole da capital.


Área de sepultamento do cemitério da Vila Formosa
Área de sepultamento do cemitério da Vila Formosa
Foto: Fábio Santos / Terra
Nesta gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), o Departamento de Cemitérios do setor é comandado por Frederico Jun Okabayashi, de 58 anos. Em entrevista à reportagem, o engenheiro – que antes atuava na Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) – detalhou alguns dos planos que logo devem ser colocados em prática. E todos eles têm um ponto em comum: a busca pela sustentabilidade.
“Os cemitérios são responsáveis pela segunda maior área verde da cidade. Perdem apenas para os parques. Isso tem que ser aproveitado. Nossa ideia é utilizar o Vila Formosa o máximo que pudermos, inclusive como espaço de lazer. Queremos mudar o conceito dele para deixar de ser apenas necrópole e se transformar em cemitério-parque. Já estamos implantando sistemas de compostagem, sistemas de cisternas. E inauguramos também o ossário comunitário sustentável”, disse.
Aqui vale abrir parênteses. O processo de exumação funciona assim: após três anos, os restos mortais devem ser retirados da cova e encaminhados pela família a um ossário particular (taxa de R$ 47,38 por cinco anos de locação) ou ao ossário geral (sem custo). Atualmente, a estrutura desse último consiste em uma enorme caixa enterrada no solo, onde são depositados os ossos, acondicionados em sacos.


Ossários particulares no cemitério da Vila Formosa
Ossários particulares no cemitério da Vila Formosa
Foto: Terra
“Como só existe esse alçapão, ele é um depósito comum. Para os trabalhadores, o manuseio é difícil e o serviço pode ser insalubre. O novo sistema é, na verdade, um contêiner marítimo que fica acima do solo. Ele tem duas portas enormes que podem auxiliar na localização dos sacos de ossos e é mais iluminado e mais ventilado. Além disso, apoiamos a estrutura em troncos de eucalipto e a envolvemos com vegetação para integrá-la à natureza”, contou Frederico. Por enquanto, o sistema começou a ser implantado no Vila Formosa e no Campo Grande.
Mais para frente, novos projetos serão iniciados, entre eles a transformação em um cemitério vertical, ainda sem data prevista, e a demarcação de uma área de preservação ambiental.
“O Vila Formosa foi construído para atender o maior número de pessoas possível, especialmente entre a população mais carente. Entendemos que ele precisa ser melhorado em termos de estética. Eu gostaria de modificá-lo todo em termos paisagísticos e aproximá-lo dos particulares. É nosso objetivo maior. Precisamos modernizar”, concluiu Frederico.

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  • Bióloga explica 
    O discurso da bióloga da prefeitura Luciana Amorim está alinhado ao do diretor do SFMSP. Segundo ela, um dos principais desafios da atual administração é mesmo fazer com que essas áreas deixem de ser conhecidas apenas como zonas de sepultamento – e o Vila Formosa é uma das principais apostas do município. “O cemitério da Vila Formosa tem a característica de um cemitério-parque. O nosso desejo é que a população possa usufruir desse parque, contemplando a fauna e a flora do local”, disse.

    Se você passar pela região no início da manhã ou no fim da tarde, verá que isso já é uma realidade para alguns moradores do bairro, que se utilizam das áreas mais planas do terreno para caminhar e andar de bicicleta. Luciana acredita que essa é uma postura que deve ser incentivada, já que a cidade é tão carente de área verde.
    “Essa já é uma prática que vemos em outros países e é uma questão que será apresentada para a população. Com essa finalidade, vamos criar a primeira trilha ambiental, com a qual vamos convidar a população e até escolas para discutir as questões ambientais”, argumentou. “A área de trilha será dada em toda a parte de área verde onde não ocorrem enterros. Como o cemitério é muito grande, haverá espaço para todos os frequentadores com tranquilidade, sem que haja interferência na área de sepultamento”, completou.
    Terra