segunda-feira, 14 de maio de 2012

A moderna Construção Sustentável

A moderna Construção Sustentável


Fonte: http://www.ufrb.edu.br/portal/resultados-da-pesquisa?cx=006419030580492186890%3A7a1nhsa6pdw&ie=UTF-8&q=idhea&sa=Ok


por Márcio Augusto Araújo*

Construção Sustentável é um sistema construtivo que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de edificação, habitação e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.
Essa definição encontra-se de acordo com o conceito de sustentabilidade proposto pelo relatório Bruntland, da ONU, que lançou as bases da economia sustentável a partir do axioma: “Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações em satisfazer suas próprias necessidades”.
Desde seus primórdios, em 1973, ano da Crise do Petróleo, até o presente, a visão sobre o que é Construção Sustentável vem se modificando e aprofundando, à semelhança dos organismos vivos quando submetidos a pressões para adequar-se e sobreviver.
No início, a discussão era sobre edifícios energeticamente mais eficientes. O desafio era superar a Crise do Petróleo através de prédios menos energívoros, no dizer de Lucia Mascaró. Depois, o inimigo passou a ser o entulho gerado pela obra; depois, a água; a seguir, o lixo dos moradores e usuários; agora, o novo vilão são as emissões de CO2 e os gases responsáveis pelo efeito estufa.
Começou-se a perceber que a construção sustentável não é um modelo para resolver problemas pontuais, mas uma nova forma de pensar a própria construção e tudo que a envolve. Trata-se de um enfoque integrado da própria atividade, de uma abordagem sistêmica em busca de um novo paradigma: o de intervir no meio ambiente, preservando-o e, em escala evolutiva, recuperando-o e gerando harmonia no entorno.
Visão multidisciplinar
O conceito de moderna Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de um modelo que enfrente e proponha soluções aos principais problemas ambientais de sua época, sem renunciar à moderna tecnologia e à criação de edificações que atendam as necessidades de seus usuários.
Trata-se de uma visão multidisciplinar e complexa, que integra diferentes áreas do conhecimento a fim de reproduzir a diversidade que compõe o mundo. A Construção Sustentável edifica microcosmos. Em seu arcabouço teórico encontram-se conhecimentos de arquitetura, engenharia, paisagismo, saneamento, química, elétrica, eletrônica, mas também de antropologia, biologia, medicina, sociologia, psicologia, filosofia, história e espiritualidade.
Obra responsável
Quanto mais sustentável uma obra, mais responsável ela será por tudo o que consome, gera, processa e elimina (descarta). Sua característica mais marcante deve ser a capacidade de planejar e prever todos os impactos que pode provocar, antes, durante e depois do fim de sua vida útil (já no processo de demolição).
Segundo o arquiteto e pesquisador colombiano Javier Barona, a ferramenta básica para a identificação do estado e das necessidades gerais de uma obra que se pretende sustentável é a Análise de Ciclo de Vida. O estudo da Análise de Ciclo de Vida (ACV) tem sido aceito por toda a comunidade internacional como a única base legítima sobre a qual comparar materiais, tecnologias, componentes e serviços utilizados ou prestados.
As Normas ISO 14000 –que propõem um padrão global de certificação e identificação de produtos e serviços no segmento ambiental- já incorporam a ACV, sendo as mais difundidas: ISO 14040 de 1998 – Gestão Ambiental, ACV, Princípios e Estruturas; ISO 14041, de 1998 – Gestão Ambiental, ACV, Definição de Objetivos, Alcance e Análise de Inventários; ISO 14042, de 2000, Análise do Impacto de Ciclo de Vida e ISO 14043, de 2000, Interpretação do Ciclo de Vida.
Recentemente, a construção civil ganhou normas próprias, também por meio do sistema ISO. São elas as normas ISO 21930 (2007) - Sustentabilidade na construção civil – Declaração ambiental de produtos para construção e ISO 15392 (2008) – Sustentabilidade na construção civil – Princípios gerais. É da ISO, também, o seguinte conceito de obra sustentável:
“Edificação sustentável é aquela que pode manter moderadamente ou melhorar a qualidade de vida e harmonizar-se com o clima, a tradição, a cultura e o ambiente na região, ao mesmo tempo em que conserva a energia e os recursos, recicla materiais e reduz as substâncias perigosas dentro da capacidade dos ecossistemas locais e globais, ao longo do ciclo de vida do edifício. (ISO/TC 59/SC3 N 459)”
Princípios gerais
A moderna construção sustentável, num ideal de perfeição, deve visar sua auto-suficiência e até sua auto-sustentabilidade, que é o estágio mais elevado da construção sustentável. Auto-sustentabilidade é a capacidade de manter-se a si mesmo, atendendo a suas próprias necessidades, gerando e reciclando seus próprios recursos a partir do seu sítio de implantação.
As diretrizes gerais para edificações sustentáveis podem ser resumidas em nove passos principais, que estão conformes ao que recomendam alguns dos principais sistemas de avaliação e certificação de obras no mundo. Os Nove Passos para a Obra Sustentável são:
1. Planejamento Sustentável da obra
2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais
3. Eficiência energética
4. Gestão e economia da água
5. Gestão dos resíduos na edificação
6. Qualidade do ar e do ambiente interior
7. Conforto termo-acústico
8. Uso racional de materiais
9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis
Cada um destes passos é imprescindível para se chegar a uma obra sustentável e à auto-sustentável, assim como, no corpo humano, não se pode prescindir de nenhum dos órgãos vitais, como o coração, o fígado, os pulmões, os rins e o cérebro. Um resumo breve de cada um destes passos é:
􀂃 planejamento do ciclo de vida da edificação – ela deve ser econômica, ter longa vida útil e conter apenas materiais com potencial para, ao término de sua vida útil (demolição), serem reciclados ou reutilizados. Sua meta intrínseca deve ser resíduo zero;
􀂃 aproveitamento dos recursos naturais –como sol, umidade, vento, vegetação- para promover conforto e bem-estar dos ocupantes e integrar a habitação com o entorno, além de economizar recursos finitos, como energia e água;
􀂃 eficiência energética - resolver ou atenuar as demandas de energia geradas pela edificação;
􀂃 gestão inteligente da água – economizar a água; tratá-la localmente e reciclá-la, além de aproveitar recursos como a água da chuva;
􀂃 criar um ambiente interno e externo com elevada qualidade no tocante a paisagem local e qualidade atmosférica e elétrica do ar
􀂃 prover saúde e bem-estar aos seus ocupantes ou moradores e preservar o meio ambiente.
􀂃 usar materiais que não comprometam o meio ambiente, saúde dos ocupantes e que contribuam para promover um estilo de vida sustentável e a consciência ambiental dos indivíduos.
􀂃 resolver localmente ou minimizar a geração de resíduos;
􀂃 estimular um novo modelo econômico-social, que gere empresas de produtos e serviços sustentáveis e dissemine consciência ambiental entre colaboradores, fornecedores, comunidade e clientes;
Edificação saudável
Toda edificação sustentável é saudável. A finalidade de uma construção sustentável não é apenas preservar o meio ambiente, mas também proteger seus ocupantes ou moradores da poluição dos grandes centros urbanos. Ela não pode gerar doenças, como os prédios que acarretam a Síndrome do Edifício Doente (SEE*).
A edificação sustentável deve funcionar como uma segunda pele do morador ou usuário. Ela é a sua extensão, como ensina o geobiólogo espanhol Mariano Bueno. A edificação deve funcionar como um ecossistema particular. Assim como no planeta Terra, as interações no interior e entorno da eco-habitação devem reproduzir ao máximo as condições do meio: umidade relativa do ar adequada para o ser humano, temperatura estável, sensações de conforto, segurança e bem-estar.
Materiais
A escolha dos produtos e materiais para uma obra sustentável deve obedecer a critérios específicos –como origem da matéria-prima, extração, processamento, gastos com energia para transformação, emissão de poluentes, biocompatibilidade, dentre outros-, que permitam classificá-los como sustentáveis e elevar o padrão da obra. Essa seleção também deve atender parâmetros de inserção, estando de acordo com a geografia circundante, história, tipologias, ecossistema, condições climáticas, resistência, responsabilidade social, dentre outras abordagens e leituras do ambiente de implantação da obra.
É importante evitar ou minimizar o uso de materiais sobre os quais pairem suspeitas ou que reconhecidamente acarretem problemas ambientais, tais como o PVC (policloreto de vinil), que gera impactos em sua produção, uso e descarte/degradação (sua queima gera ácido clorídrico e dioxina) e alumínio (que provoca grandes impactos ambientais para sua extração e requer imensos gastos energéticos durante sua produção e mesmo reciclagem, se comparado a outros materiais). Outros produtos, quando na ausência de opções mais eco-eficientes, devem ser usados criteriosamente quando no interior da edificação, caso de materiais compensados ou de madeira recomposta, como os OSBs e MDFs, que contêm em sua elaboração adesivos à base de formaldeído (substância tóxica) e que não são recicláveis ou mesmo biodegradáveis.
A obra sustentável
O número de etapas a serem observadas para se chegar a uma obra sustentável e saudável é grande, uma vez que a mesma é, parodiando o escritor italiano Umberto Eco, aberta, mutável, em permanente evolução e melhoramento. Como prerrogativa da construção sustentável recomenda-se a aceitação de dois elementos-chave: 1) sua complexidade; 2) sua pluralidade. Uma obra sustentável nunca pode ser reproduzida sem deixar de ser fiel a si mesma, pois é um sistema ‘vivo’, que obedece ao princípio de que ‘cada organismo tem sua própria necessidade de interação com o meio’. Não existe, portanto, uma ‘receita de bolo’ para uma obra sustentável, mas pontos que devem ser buscados, atendendo sempre a máxima da Rio-92: “Pensar global e agir local”.
É a partir do local de implantação e de todas suas interações (ecológicas, sociais e econômicas), do perfil do cliente e das necessidades do projeto, que se define uma obra sustentável.
Apêndice
Tipos de Construção Sustentável
A Construção Sustentável é uma síntese das escolas, filosofias e abordagens que associam o edificar e o habitar à preocupação com preservação do meio ambiente e saúde dos seres vivos. Para ela convergem tendências como: arquitetura ecológica, arquitetura antroposófica, arquitetura orgânica, arquitetura bioclimática, arquitetura biológica, bioconstrução, ecobioconstrução, domobiótica, arquitetura sustentável, construção ecológica, construção e arquitetura alternativas, earth-ship (navio terrestre) e permacultura.
Os principais tipos de Construção Sustentável resumem-se, basicamente, a dois modelos: a) construções coordenadas por profissionais da área e com o uso de ecoprodutos e tecnologias sustentáveis modernas, fabricados em escala, dentro das normas e padrões vigentes para o mercado; e b) sistemas de autoconstrução, feitos pelo próprio interessado ou usuário, sem contar diretamente com suporte de profissionais (daí serem chamados de autoconstrução). Este tipo de construção ultrapassa mais de 60% das obras civis no Brasil e incluem grande dose de criatividade, vontade pessoal do proprietário e responsável pela obra.
Construção com materiais sustentáveis industriais – Construções edificadas com ecoprodutos fabricados industrialmente, adquiridos prontos, com tecnologia em escala, atendendo a normas, legislação e demanda do mercado. É a mais viável para áreas de grande concentração urbana, porque se inserem dentro do modelo sócio-econômico vigente e porque o consumidor/cliente tem garantias claras, desde o início, do tipo de obra que estará recebendo.
Construção com resíduos não-reprocessados (Earthship) – Consiste na utilização de resíduos de origem urbana com fins construtivos, tais como garrafas PET, latas, cones de papel acartonado, etc. Comum em áreas urbanas ou em locais com despejo descontrolado de resíduos sólidos, principalmente onde a comunidade deve improvisar soluções para prover a si mesma a habitação. Um dos exemplos mais notórios de Earthship são as favelas. No entanto, também pode ser um modelo criativo de Autoconstrução, com o uso destes mesmos resíduos a partir de concepções de Ecodesign (projeto sustentável).
Construção com materiais de reuso (demolição ou segunda mão) - Esse tipo de construção incorpora produtos convencionais descartados e prolonga sua vida útil, evitando sua destinação para aterros sanitários ou destruição por processos perigosos (como queimas ou descarte em botas-fora). Requer pesquisa de locais para compra de materiais, o que limita seu alcance e caráter universal. Este tipo de construção só pode ser considerada sustentável pelo prolongamento da vida dos materiais reutilizados, uma vez que estes, em geral, não têm origem sustentável.
Construção alternativa - Utiliza materiais convencionais disponíveis no mercado, com funções diferentes das originais. É um dos modelos principais adotados em comunidades carentes ou sistemas de autoconstrução. Exemplos: aquecedor solar com peças de forro de PVC como painel para aquecimento de água.
Construção natural – É o sistema construtivo mais ecológico, portanto, mais próximo da própria natureza, uma vez que respeita o entorno; usa materiais disponíveis no local da obra ou adjacências (terra, madeira etc.); utiliza tecnologias sustentáveis de baixo custo (apropriadas) e desperdiça o mínimo de energia em seus processos. Exs.: tratamento de efluentes por plantas aquáticas, energia eólica por moinho de vento, bombeamento de água por carneiro hidráulico, blocos de adobe ou terra-palha, design solar passivo. É um método adequado principalmente para áreas rurais ou para áreas que permitam boa integração com o entorno, onde haja pouca dependência das habitações vizinhas e das redes de água, luz, esgoto construídas pelo poder público. O planejamento avançado deste sistema, que também que se insere nos princípios da Autoconstrução, também é conhecido como Permacultura [4].
Ref,:
1 – Tecnologia Apropriada. Tecnologia desenvolvida pelo próprio morador e/ou comunidade, com aplicação no próprio local.
2 – Autoconstrução. Sistema construtivo em que o próprio morador e/ou comunidade constróem sua habitação, com ou sem a ajuda de um profissional da área.
3 - Síndrome do Edifício Enfermo (SEE). Patologia catalogada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) cuja ocorrência se dá em prédios e edifícios com má ventilação e baixa dispersão de poluentes internos (gás carbônico, fumaça de cigarro e automóvel, emissão e acúmulo de compostos orgânicos voláteis). Considera-se que um edifício está “enfermo” quando cerca de 20% de seus moradores ou usuários apresentam sintomas semelhantes como: irritação nasal e ocular, problemas respiratórios e mal-estares em geral.
4- Permacultura – Neologismo cunhado pelo australiano Bill Mollinson a partir da aglutinação das palavras perma(nente) e (agri)cultura. Trata-se de uma visão sustentada e integrada do meio ambiente, na qual a economia humana deve surgir e estruturar-se a partir da agricultura.

Artigo por Márcio Augusto Araújo, consultor do IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica, www.idhea.com.br, marcio@idhea.com.br





idhea@idhea.com.br



Nove Passos para a Obra Sustentável - resumo


Fonte: http://www.ufrb.edu.br/pdi/index2.php?option=com_docman&task=doc_view&gid=20&Itemid=90

Autoria: IDHEA – Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica
www.idhea.com.br
idhea@idhea.com.br

Introdução
O conceito de Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de um modelo que permita à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna tecnologia e à criação de edificações que atendam as necessidades de seus usuários.
O que é Construção Sustentável?
Construção Sustentável é um sistema construtivo que promove alterações conscientes no entorno, de forma a atender as necessidades de edificação e uso do homem moderno, preservando o meio ambiente e os recursos naturais, garantindo qualidade de vida para as gerações atuais e futuras.
Características básicas dos edifícios sustentáveis
• Gestão sustentável da implantação da obra
• Consumir mínima quantidade de energia e água na implantação da obra e ao longo de sua vida útil
• Uso de matérias-primas ecoeficientes
• Gerar mínimo de resíduos e contaminação ao longo de sua vida útil
• Utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural
• Não provocar ou reduzir impactos no entorno –paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar
• Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários
• Criar um ambiente interior saudável (free VOCs/COVs)
• Proporcionar saúde e bem-estar aos usuários
Construção civil e economia sustentável
A construção civil é o segmento que mais consome matérias-primas e recursos naturais no planeta e é o terceiro maior responsável pela emissão de gases do efeito estufa à atmosfera, compreendidos aí toda a cadeia que une fabricantes de materiais e usuários finais (construtoras, empreiteiras etc.).
A Construção Sustentável tem, portanto, papel fundamental no desenvolvimento e incentivo de toda uma cadeia produtiva que possa alterar seus processos para um foco mais ecológico, de forma a reverter o quadro de degradação ambiental, bem como para preservar os recursos naturais para futuros usos e as gerações vindouras.
Existe um padrão único para uma Construção Sustentável?
Não. Podem haver dezenas, talvez centenas de diferentes de obras sustentáveis. O que permite que uma obra seja considerada sustentável é a avaliação do local de sua implantação e o planejamento de todas as intervenções, de forma a agredir ao mínimo o meio ambiente antes, durante e depois da construção.
Esta avaliação permitirá definir também o grau de sustentabilidade da obra, ou seja, os limites da mesma em relação ao meio ambiente –se será mais ou menos ecologicamente correta.
Como identificar e classificar obras sustentáveis?
É importante não apenas construir sustentavelmente, mas também comprovar que a obra de fato segue tais pressupostos. Trata-se de uma garantia para o cliente, para o mercado e uma maneira de se propagar com credibilidade e critérios o conceito de Construção Sustentável.
Já existem sistemas de classificação de construções sustentáveis em todo o mundo –mas ainda nenhum genuinamente brasileiro. Após avaliação da obra, e caso a mesma promova benefícios ambientais consistentes, tais sistemas certificam a construção.
Como garantir que minha obra é sustentável?
Obras certificadas
• No caso de obras comerciais, recomenda-se a certificação da obra junto a algum organismo certificador reconhecido pelo mercado nacional e internacional e acreditado junto às grandes entidades normalizadoras.
• Recomenda-se, também, todos os demais passos, mencionados no tópico a seguir.
Obras não-certificadas
• Para obras sustentáveis que não serão certificadas ou para edificações residenciais unifamiliares, recomendam-se os seguintes passos:
• Para obras sustentáveis que não serão certificadas ou para edificações residenciais unifamiliares, recomendam-se os seguintes passos:
- Solicitar do consultor ou responsável pela obra dados e laudos técnicos sobre todos os materiais, tecnologias, soluções e técnicas a serem aplicadas, atestando benefícios ambientais;
- Solicitar aos responsáveis pela obra ou assessoria planos de viabilidade ecológica e econômica da obra, apontando benefícios ecológicos, sociais e pay-back (retorno do investimento); - Solicitar dos responsáveis detalhes sobre o método construtivo empregado e seus benefícios ambientais, bem como justificativas técnicas desde o início do planejamento, com informações detalhadas sobre todas as ações adotadas para se chegar à sustentabilidade da edificação; - Solicitar junto aos fabricantes e fornecedores de materiais diversos documentos comprovando o desempenho sustentável dos produtos e tecnologias fornecidos;
- Estabelecer vínculo com entidades com experiência e know-how de mercado em ecoprodutos, tecnologias e soluções sustentáveis.
Nove Passos Para a Obra Sustentável
Há nove passos principais para uma construção sustentável, que podem ser listados da seguinte maneira:
1. Planejamento Sustentável da Obra
2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais
3. Eficiência energética
4. Gestão e economia da água
5. Gestão dos resíduos na edificação
6. Qualidade do ar e do ambiente interior
7. Conforto termo-acústico
8. Uso racional de materiais
9. Uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis
1. Planejamento Sustentável
Objetivos: Planejamento Sustentável é a mais importante etapa da obra amiga do meio ambiente. A partir dele serão decididas todas as intervenções que poderão integrar a obra ao meio ambiente ou resultar em danos em curto, médio e longo prazos. Pontos trabalhados: Análise da obra, do local e das informações pertinentes; Aplicação da Análise de Ciclo de Vida para determinação das diretrizes de projeto e escolha de materiais e tecnologias; Estudos de solo; Recomendações de projeto e intervenções; Recomendação de materiais e tecnologias; Projeto de arquitetura e paisagismo sustentável; Planejamento geral e sustentável; Estudos de consumo de materiais e energia da edificação; Planejamento da logística de materiais e recursos em geral.
2. Aproveitamento passivo dos recursos naturais
Objetivos: Aproveitar os recursos naturais que atuam diretamente sobre a obra -como sol, vento, vegetação-, para obter iluminação, conforto termo-acústico e climatização naturais.
3. Eficiência energética
Objetivos: conservação e economia de energia; geração da própria energia consumida por fontes renováveis; controle de emissões eletromagnéticas; controle do calor gerado no ambiente construído e no entorno.
4. Gestão e economia da água
Objetivos: Reduzir e controlar o consumo de água fornecido pela concessionária ou obtido junto a fontes naturais (poços, poços artesianos, nascentes, outros); não contaminar a água e corpos receptores; aproveitar as fontes disponíveis; tratar águas cinzas e negras e reaproveitá-las na edificação; reduzir necessidade de tratamento de efluentes pelo poder público; aproveitar parte da água pluvial disponível.
5. Gestão dos resíduos na edificação
Objetivos: Criar área para disposição dos resíduos gerados pelos próprios moradores/usuários; reduzir geração de resíduos; reduzir emissão de resíduos orgânicos para processamento pelo Poder Público ou concessionárias; incentivar a reciclagem de resíduos secos ou úmidos.
6. Qualidade do ar e do ambiente interior
Objetivos: Criar um ambiente interior e exterior à obra saudável a todos os seres vivos; identificar poluentes internos na edificação (água, ar, temperatura, umidade, materiais); evitar ou controlar sua entrada e atuação nociva sobre a saúde e bem–estar dos indivíduos.
7. Conforto termo-acústico
Objetivos: Promover sensação de bem-estar físico e psíquico quanto a temperatura e sonoridade, através de recursos naturais, elementos de projeto, elementos de vedação, paisagismo, climatização e dispositivos eletrônicos e artificiais de baixo impacto ambiental
8. Uso Racional de Materiais
Objetivos: Racionalizar o uso de materiais de construção tradicionais e prevenir o uso de produtos cuja fabricação e uso acarretem problemas ao meio ambiente ou que são suspeitos de afetar a saúde humana
9. Uso de Produtos e Tecnologias ambientalmente amigáveis
Objetivos: Prever na obra uso máximo de produtos e tecnologias amigas do meio ambiente que atendam os seguintes pontos:
Ecologia – Coletar dados que comprovem o desempenho sustentável dos processos construtivos, produtos e tecnologias recomendados, do ponto de vista da gestão e uso de matérias-primas e insumos básicos; energia; água; emissão de poluentes; normatização; cumprimento das leis vigentes; embalagem; transportes (logística); potencial de reuso e/ou reciclagem.
Economia - Recomendar ecoprodutos e tecnologias sustentáveis adequados à realidade financeira e capacidade de investimento do cliente, com prazo e taxas de retorno definidos (payback);
Saúde - Avaliar a biocompatibilidade e sanidade dos produtos recomendados com o ser humano e organismos vivos em geral, com o objetivo de gerar um ambiente saudável e de elevada qualidade para seus ocupantes e vizinhança;
Responsabilidade social - Recomendar o uso de materiais que atendam às normas brasileiras e internacionais de qualidade e padronização (NBR 16001), cuja fabricação contribua para inserção da população desfavorecida no mercado de trabalho e consumo, bem como para fixação do homem em sua região de origem.
GLOSSÁRIO MÍNIMO
Materiais ambientalmente amigáveis
No Brasil, ainda não há normas para avaliação e certificação de produtos sustentáveis ou ambientalmente corretos, com exceção das madeiras (Madeiras Certificadas) e produtos orgânicos alimentícios. Conheça alguns termos e definições pertinentes a estes materiais e tecnologias e informe-se na hora de procurá-los:
Conceitos importantes
A nomenclatura a seguir é importante para a compreensão do conceito de construção sustentável.
Produto ecológico – também chamado de ecoproduto. Refere-se a todo artigo de origem artesanal ou industrializada, de uso pessoal, alimentar, residencial, comercial, agrícola e industrial, que seja não-poluente, não-tóxico, benéfico ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos, contribuindo para o desenvolvimento de um modelo econômico e social sustentável. No caso em questão, todos os ecoprodutos recomendados serão aqueles fabricados industrialmente, dentro das normas técnicas existentes no Brasil.
Tecnologias sustentáveis – Sistemas ou equipamentos que permitem o controle, economia e geração de energia e gestão e reuso da água na edificação. Referem-se a uso, reuso e economia de água; sistemas para gestão de resíduos e poluentes; fontes de energia renovável para geração de energia (solar, eólica, biomassa, biodigestores etc.).
Tecnologias eco-inteligentes – dispositivos utilizados para gestão e redução no consumo de energia elétrica e água. Exs.: sistemas de fluxo duplo para descarga de vasos sanitários; controladores de vazão de água; dimmerizadores.
Energeticamente eficiente - produto ou sistema cujo uso resulte em economia de energia em sua fabricação e uso. Exemplo: lâmpadas fluorescentes compactas; eletroeletrônicos com menor consumo de energia; placas solares fotovoltaicas (energia solar para geração de eletricidade). O conceito também se aplica a edificações planejadas para consumirem menos energia, com boa conservação interna de energia, utilizando recursos como iluminação natural e materiais que favoreçam o conforto termo-acústico adequado da edificação.



Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB


Apresentação


A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB é uma Autarquia, criada pela Lei 11.151 de 29 de julho de 2005, por desmembramento da Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, com sede e foro na Cidade de Cruz das Almas, no Estado da Bahia, e unidades instaladas nos Municípios de Santo Antônio de Jesus, Amargosa e Cachoeira. É uma Autarquia com autonomia administrativa, patrimonial, financeira e didático-pedagógica.
A UFRB possui um modelo multicampi que tem como objetivo principal explorar o potencial sócio-ambiental de cada espaço do Recôncavo bem como servir de pólo integrador, tendo como base de sustentação os seguintes princípios:
  • Cooperação com o desenvolvimento socioeconômico, científico, tecnológico, cultural e artístico do Estado e do País e compromisso com o desenvolvimento regional;
  • Criação de marcos de reconhecimento social, oriundos dos serviços especiais prestados no atendimento da população;
  • Gestão participativa;
  • Uso de novas tecnologias de comunicação e de informação;
  • Equidade nas relações entre os campi;
  • Desenvolvimento de um ambiente capaz de viabilizar a educação à distância;
  • Processo de avaliação institucional permanente;
  • Adoção de políticas afirmativas de inclusão social.

Vídeo Institucional

O preço da sustentabilidade

11/05/2012 - 16:09

O preço da sustentabilidade é destaque no Sustentável 2012



Empresas e governo debatem a viabilidade de medidas implementadas e futuras.
É possível medir sustentabilidade? Essa foi a primeira pergunta da plenária sobre economia verde do Sustentável 2012, congresso promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Empresas, governo e CEBDS defenderam que sim, é possível, falaram sobre os indicadores disponíveis, mas ressaltaram a importância de se avançar nestes indicadores, incorporando valores que hoje ainda não fazem parte dos cálculos de produção e gestão.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, falou da importância do setor privado, considerado essencial para a implementação da sustentabilidade e considerou este um avanço da Rio+20 em relação à Rio92. “Há um desafio pós-conferência, que é de ação, de sair do discurso para os compromissos. Temos que ter um pragmatismo. Vamos discutir, no fundo, a geopolítica de desenvolvimento dos países. Vai ganhar quem tiver a capacidade de inovar. Para isso, deve haver um debate econômico, se, de fato, o desenvolvimento verde assumirá o protagonismo”, afirmou a ministra.
Para o presidente do Santander, Marcial Angel Portela Alvarez, é possível mensurar a sustentabilidade, mas ainda é necessário homogeneizar as medidas em diferentes países. A presidente do CEBDS, Marina Grossi, acrescenta que o desafio é embutir os custos relativos às ações nos meios social e ambiental no preço final dos produtos e serviços prestados.
“A sustentabilidade é uma tendência que já se consolidou, mas, de fato, o custo real ainda não existe. Essa é uma questão em que a gente precisa avançar muito”, argumentou Marina, ressaltando que é preciso alterar a medida de performance das empresas para além da financeira.
A iniciativa privada depende da medição da sustentabilidade, de acordo com a diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Vale, Gianne Zimmer. “As metas das empresas têm que estar muito concretas. O grande desafio para a Rio+20 é a mensuração do social.”
A ministra Izabella ainda destacou que é preciso medir os benefícios da sustentabilidade para a sociedade. “É preciso discutir o acesso (da população à sustentabilidade). Há gente neste país que não tem acesso à energia. Temos que falar de eficiência. E também da qualidade do que está sendo consumido. A ambição de mudar tem que ser compactuada com a sociedade.”
O embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que, desde a Eco92, empresas conseguiram demonstrar aos governos que podem ser mais ousados na regulamentação e que este será um diferencial na Rio+20. 

Apesar de incertezas, dados sobre aquecimento estão cada vez mais fortes


13/05/2012 - 07h00

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1089407-apesar-de-incertezas-dados-sobre-aquecimento-estao-cada-vez-mais-fortes.shtml

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE "CIÊNCIA+SAÚDE"


Paulo Artaxo, físico da USP e membro do IPCC, o painel do clima da ONU, mostra o rascunho de um dos capítulos do próximo relatório do grupo, a ser lançado no ano que vem. O gráfico, uma estimativa da influência das nuvens e dos aerossóis (partículas em suspensão no ar) sobre o clima da Terra, pode parecer decepcionante para quem quer respostas prontas da ciência. Do último relatório do IPCC (de 2007) para cá, a incerteza sobre esse fator aumentou, em vez de cair.
Paradoxalmente, diz ele, isso se deu porque a ciência do clima melhorou, incorporando cada vez mais a complexidade da natureza em seus modelos computacionais, usados para prever como será a Terra do futuro.
O resultado desses avanços não deve fazer os céticos sobre o aquecimento global cantarem vitória. Incertezas à parte, é muito difícil abalar a alta probabilidade de que, ao longo deste século, o planeta vai esquentar mais alguns graus Celsius (algo entre 2º C e 5º C).
"Eu não acredito que isso seja um cenário de fim de mundo, mas as consequências sociais e econômicas vão ser sérias", sentencia Artaxo.
Ele e outros pesquisadores de destaque da área, ouvidos pela Folha, são unânimes em dar de ombros diante do recente mea culpa do britânico James Lovelock.
GAIA E CIÊNCIA
Criador da célebre hipótese Gaia (que enxerga a Terra como um gigantesco ser vivo), ele causou barulho ao dizer, anos atrás, que o aquecimento global mataria bilhões de pessoas até 2100, confinando os poucos sobreviventes no Ártico.
No mês passado, ele se retratou, dizendo estranhar porque o planeta ainda não esquentou mais.
"Eu não sei se ele esperava um aquecimento maior, mas posso dizer que o aquecimento que de fato ocorreu [cerca de 1ºC] está perfeitamente de acordo com as previsões do IPCC", diz Artaxo.
"E note que em nenhum momento ele nega que o aquecimento esteja ocorrendo ou seja causado pela ação humana", completa Tercio Abrizzi, meteorologista do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP.
A temperatura global, neste começo de século 21, parece mais ou menos estacionada no nível mais quente alcançado no fim do século 20.
"É preciso lembrar, primeiro, que esses degraus são previstos nos modelos climáticos", diz Abrizzi. "E há excelentes trabalhos recentes mostrando que as camadas superficiais do oceano estão ficando mais quentes." É como se eles, temporariamente, funcionassem como um "amortecedor" do clima.
Outro possível amortecedor são os aerossóis, como as partículas de enxofre liberadas pela poluição industrial. Amargo paradoxo: tornar o ar das cidades mais respirável pode engatar a quinta marcha do aquecimento.
"Há inúmeros tipos de aerossóis e nuvens, que podem se comportar de um jeito no nível do mar, de outro a 1.000 m de altitude e de outro na estratosfera", diz Artaxo.
É por causa dessa complexidade que a incerteza dos modelos cresce. Mas, como a proverbial faca, ela corta dos dois lados: pode muito bem revelar um risco ainda maior da mudança climática.

1º Seminário de Educação para Sustentabilidade na UnC: Diálogos e Desafios


http://www.unc.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1566:1o-seminario-de-educacao-para-sustentabilidade-na-unc-dialogos-e-desafios&catid=42:noticias-campus-curitibanos
Ter, 08 de Maio de 2012 16:44

O campus Universitário de Curitibanos, através dos cursos de Geografia, Artes Visuais e Ciências da Religião, estará realizando nos dias 24, 25 e 26 de maio o 1º Seminário de Educação para Sustentabilidade na UnC: Diálogos e Desafios.


Programação:



Dia 24/05/2012 – Quinta- feira

19h00 – 19h30min – Credenciamento. 

19h30min – 20h00 - Abertura Oficial do Seminário com a presença do Reitor da Universidade do Contestado e autoridades convidadas.

20h00 – 21h30min - Palestra de Abertura: Abordagens múltiplas dos conflitos socioambientais e a educação para a sustentabilidade - Palestrante: Prof. Dr. Aloisio Ruscheinsky, doutor em Sociologia.

21h30min – 22h00 - Exposição de livros e diálogo com autores


Dia 25/05/2012 – Sexta- feira

14h00 – 17h00 - Oficina pedagógica: EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE - Profa. Dra. Mara Lúcia Figueiredo e Prof. Dr. Antonio Fernando S. Guerra. 

19h00 – 21h00 - Mesa redonda: Dialogando sobre as dimensões da Sustentabilidade
- A Carta da Terra e Santa Catarina - Prof. Msc Juarez José Vanni Muller, pesquisador da Estação Experimental de Itajaí da Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – EPAGR.

- Sustentabilidade: de Estocolmo à Rio+20 - Profa. Dra. Mara Lúcia Figueiredo, doutora em Zootecnia.
- Educação Ambiental e Sustentabilidade: a ambientalização curricular nas práticas docentes 
- Prof. Dr. Antonio Fernando S. Guerra, doutor em Engenharia de Produção - Mídia e Conhecimento.

21h00 – 22h00 - Exposição de livros e diálogo com autores.



Dia 26/05/2012 – Sábado

9h00 – 11h00 - Projetos de Educação Ambiental – Prof. Dra. Lucia Ceccato de Lima, doutora em Engenharia Ambiental.

Mais informações podem ser obtidas na Coordenação de extensão e Cultura do campus pelo fone (49) 3245-4127.

Campus Curitibanos
Av. Leoberto Leal, 1904, Bairro Universitário
Curitibanos - SC - CEP 89.520-000
Fone: (49) 3245-4100
Fax: (49) 3245-4125            

Não basta apenas o planejamento familiar...


13/05/2012 - 15h46

Japão enfrentará "extinção populacional" em mil anos



Pesquisadores japoneses revelaram um "relógio populacional", para mostrando que a nação pode teoricamente ser extinta em um milênio, por causa da baixa taxa de natalidade.
Os cientistas da cidade de Sendai afirmaram que a quantidade de crianças e adolescentes até 14 anos, que são agora 16,6 milhões, está encolhendo a uma taxa de uma a cada cem segundos.
"Se a taxa continuar diminuindo, nós poderemos celebrar o feriado do dia das crianças em cinco de maio de 3011, pois haverá somente uma criança, disse Hiroshi Yoshida, professor de economia da Universidade Tohoku e criador do relógio populacional.
"Mas, cem segundos depois, não haverá mais criança", completa. "A tendência é rumo à extinção, que começou em 1975 quando a taxa de natalidade caiu para menos que dois (filhos por casal)."
O pesquisador teve a ideia do relógio para para encorajar "urgentemente" a discussão sobre o assunto.
Um outro estudo divulgado este ano mostrou que a população japonesa será reduzida a um terço de seus 127,7 milhões de habitantes ao longo do próximo século.
Projeções do governo mostram que a taxa de natalidade irá atingir 1,35 criança por casal nos próximos 50 anos, bem abaixo da taxa de substituição da população.
Enquanto isso, é esperado que a expectativa de vida, uma das maiores do mundo, suba de 86 anos em 2010 para quase 91 em 2060 para mulheres e de 80 anos para 84, no caso dos homens. Mais de 20% da população japonesa tem mais de 65 anos.
A situação acaba se tornando um problema para os governantes, que tentam encontrar soluções para garantir um diminuto grupo de trabalhadores para pagar o número crescente de pensões.
Algumas companhias japonesas, porém, estão lucrando com a inversão da pirâmide populacional. O representante da fabricante de fraldas Unicharm, Kazuya Kondo, disse que as vendas para o mercado adulto superaram as do mercado de bebês este ano.

Bairro que mais recicla em SP reaproveita menos de 5%


Vila Mariana é o bairro campeão de reciclagem na capital paulista

11 de maio de 2012 | 9h 17


Artur Rodrigues, Camila Brunelli, Adriana Ferraz - Agência Estado
SÃO PAULO - Moradores da Vila Mariana, na zona sul, são os mais engajados na coleta seletiva em São Paulo. No bairro, 4,95% dos resíduos coletados vão parar nas centrais de triagem da Prefeitura. O índice é mais de quatro vezes maior do que a média da capital, de 1,2%, considerada baixíssima por especialistas.
Veja também:

Paulo Liebert/AE
Letícia até já parou caminhão da Ecourbis - Paulo Liebert/AE
Letícia até já parou caminhão da Ecourbis
Embora 22% do lixo seja reciclável, o desempenho da Vila Mariana quase chega à meta do governo federal para o Brasil: reciclar 5% do lixo em 2014, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Logo atrás, vêm Santo Amaro (4%), Pinheiros (3,5%) e Lapa (2,4%).
O resultado um pouco acima da média pode ser creditado a iniciativas individuais, como a da advogada Letícia Oliveira Cunha, de 33 anos, que já teve de correr atrás do caminhão do lixo para obter informações sobre reciclagem. "Um dia eu parei o caminhão da Ecourbis e perguntei quando eles passavam, porque ninguém informou nada", disse. Descobriu que o veículo passa às quartas-feiras.
O analista de Comunicação Cassius Guimarães, de 29 anos, se adaptou ao horário do catador de lixo que passa pela Vila Mariana, sempre entre as 18h e as 19h. "Já adquiri o hábito de levar o lixo para a rua nesse horário."
Demanda

Em São Paulo, o fato de um caminhão fazer a coleta do material reciclável não quer dizer que a reciclagem vai ocorrer. As centrais já não conseguem absorver a demanda. Faltam espaço, estrutura e mão de obra às cooperativas, que chegam a desprezar lixo separado.
Segundo as próprias concessionárias, cerca de 60% da coleta seletiva vai para o lixo comum. Além disso, por falta de informação, parte da população separa mal o lixo. Apenas 6,3% do coletado é passível de reciclagem.
O diretor da Coleta Seletiva da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), Valdecir Papazissis, afirmou que a Prefeitura pretende negociar com as concessionárias a expansão da coleta seletiva para toda a cidade. Também está prevista a criação de mais 11 centrais de triagem, ainda sem prazo de inauguração. Hoje, são 21. "Temos quatro em processo de licitação. E sete terrenos estão sendo desapropriados para mais sete", afirmou. 

Barco solar de Paraty navega com o equivalente a 500 baterias comuns


12/05/2012 - 15h52

http://www1.folha.uol.com.br/tec/1089546-barco-solar-de-paraty-navega-com-o-equivalente-a-500-baterias-comuns.shtml

YURI GONZAGA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


O barco VDC2, que nasceu de uma parceria entre INP (Instituto Náutico de Paraty) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), tem duas baterias alimentadas somente por energia solar e que somam 1 kWh, o equivalente a mais de 500 baterias comuns.
Yuri Gonzaga/Folhapress
As baterias do barco VDC2, que se move com motor elétrico movido a energia solar
As baterias do barco VDC2, que se move com motor elétrico
"Fizemos um cálculo e constatamos que nossas baterias equivalem a 520 baterias de 9 volts", diz o diretor do projeto solar do INP, Allan Reid, ao mostrar o par de módulos que fica escondido no casco direito do catamarã.
A função de tais baterias é armazenar a energia luminosa que vem do sol e que é convertida pelas placas fotovoltaicas. "A capacidade [das baterias] desta embarcação é limitada por regras de competição, mas o VDC1, nosso outro barco solar, chega a navegar por quatro horas em escuro total", diz.
O VDC2 ficou em segundo lugar durante a primeira etapa de 2012 do DSB (Desafio Solar Brasil), que aconteceu entre 17 e 24 de março em Florianópolis e teve a participação de 14 equipes.
Responsável por pilotar o barco durante a competição, Nayan Victor Silva de Souza, 18, afirma que o time do INP já está se preparando para a próxima etapa, que acontece em Paraty no mês de outubro. "Vamos mudar bastante coisa no barco. Somos a melhor equipe; vamos ganhar com certeza", diz.
Souza integra há oito anos a equipe do INP, projeto que tem como objetivo oferecer formação técnica aos moradores da cidade. "Comecei como aluno de vela e, hoje, sou instrutor", conta. Mas seus colegas afirmam que não é pela experiência que ele é o piloto: seu baixo peso (57 kg, segundo ele) representa uma vantagem competitiva.
Yuri Gonzaga/Folhapress
Nayan Victor Silva de Souza, 18, que pilota o VDC2 do INP (Instituto Nautico de Paraty)
Nayan Victor Silva de Souza, 18, que pilota o VDC2 do INP (Instituto Nautico de Paraty)
Segundo Reid, que também é professor do Núcleo Náutico da UFRJ, o custo do barco foi de R$ 15 mil, excluindo-se o valor dos painéis voltaicos, que foram financiados pela FINEP, um fundo do Ministério da Ciência. O docente conta que cada uma das seis placas solares que tem o VDC2 vale R$ 800.
O barco está exposto na Virada Digital, evento que ocorre entre os dias 10 e 13 deste mês, em Paraty (RJ).
TÁXI SOLAR
Um projeto de barco para transporte humano com motor totalmente alimentado por energia solar estará pronto entre dezembro deste ano e março do ano que vem, segundo Reid.
"Estamos investindo bem mais [que nos barcos de competição], mas, como criar uma empresa e regularizar uma embarcação com fim comercial leva muito tempo, ainda vai demorar", diz. Reid não quis divulgar quanto o novo projeto está custando.
Yuri Gonzaga/Folhapress
O barco VDC2, feito pelo INP (Instituto Nautico de Paraty), UFRJ e UFSC e que se move com motor eletrico movido a energia solar.
O barco VDC2, feito pelo INP, UFRJ e UFSC, que usa uma motor elétrico movido a energia solar.
O professor acredita na viabilidade comercial do transporte hidroviário baseado em energia solar. "[Transporte sustentável] é uma necessidade para que a raça humana sobreviva", diz.