Reciclagem aliada
Reaproveitamento dos resíduos gerados em canteiro diminui o volume de entulho e ainda ajuda a reduzir custos. Projeto estrutural também contribui para reduzir descarte de madeira
Reportagem: Juliana Martins
Edição 57 - Março/2013
Entre abril e dezembro de 2012, 70% dos resíduos gerados em um dos canteiros da WTorre foram reciclados, percentual que chegou a 75% em dezembro de 2012 e que, estima Demetrius de Feo, gerente de projetos, atingirá 95% até março. Ele conta que a empresa promove a reciclagem de madeira, sucata de ferro, entulho limpo e plástico.
Uma das ações foi não descartar o resíduo, mas utilizá-lo como bica corrida ou para estabilização do solo. De Feo conta que cerca de 60% do entulho limpo é aproveitado. "Britamos no canteiro e usamos em aterros de sapata ou rampa ou mandamos para reciclagem", conta. A esse material, são incorporados também os corpos de prova de concreto já rompidos.
Os resíduos de agregados - incluindo os corpos de prova já rompidos - são processados no próprio canteiro e reaproveitados em aterros de sapatas ou em acessos temporários |
Destino da sucata
A sucata gerada é pesada e vendida. O valor obtido retorna em dinheiro para a obra. No caso da madeira e do plástico, uma empresa é contratada para dar o destino adequado. Já o papelão, o PVC e o papel são doados para uma instituição de caridade, que os vende para reciclagem.
Ponto principal da redução de custos com resíduos está na separação para destinação adequada de cada material, seja por meio de doação, venda ou descarte |
Decisão do projetista de usar cubetas para concretagem das lajes diminuiu o descarte de madeira que seria utilizada para as fôrmas |
De Feo afirma que, para que todos esses processos sejam viabilizados, é preciso contar com equipe bem preparada. "A todo pessoal que entra na obra, quando passa pela integração, explicamos o que é sustentabilidade e o que pode e o que não pode ser feito, como a importância de segregar resíduos", diz.
Ações adicionais
O uso de cubetas na concretagem das lajes, embora tenha origem no projeto estrutural, é fundamental para a redução da quantidade de resíduos gerados na obra. Isso implica redução de custos. "Quando usamos fôrmas tradicionais, de madeira, reutilizamos determinada quantidade de vezes. Depois disso, é inutilizada, gerando um volume muito grande de resíduo. Com a cubeta, não. Apesar de ainda utilizarmos o assoalho de madeira, o volume de material descartado diminui consideravelmente", compara De Feo.
As cubetas são de plástico e só são descartadas quando quebram, tendo vida útil indefinida. A madeira só é usada, explica ele, em algumas vigas e na junção da parede-diafragma com as lajes. "Gastamos menos com mão de obra, pois o processo é mais rápido e dispensa o trabalho do carpinteiro, já que ela é encaixada. Ganho na mão de obra, no resíduo e na velocidade", pontua.
Apoio técnico: Demetrius de Feo, gerente de projetos da WTorre Engenharia, e Eduardo Straub, do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE).