terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Na prática, a sustentabilidade...


Centrais de triagem da cidade também estão lotadas

Secretaria afirma que há 'problemas pontuais' na coleta


11 de fevereiro de 2012 | 3h 01


O Estado de S.Paulo

A montanha de sacos de lixo vai até o teto do galpão. A central de triagem da Coopervivabem, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, uma das 21 da cidade, chega a processar 230 toneladas de material reciclado por mês e está no limite. "Tem dias que tenho de barrar o caminhão da Loga. A gente não consegue atender toda a demanda", contou a presidente da cooperativa, Elma de Oliveira Miranda.

Segundo Elma, no fim de ano há uma grande remessa de materiais, como papelão, latas, garrafas e isopor - a unidade é a única que recebe esse último material. "Isso acaba lotando as centrais. A gente precisa fazer um rodízio com os caminhões para não ficar com tudo. Vamos precisar de outras centrais para dar conta de tudo que é produzido." Sua cooperativa também faz a coleta com caminhões-gaiola. "Mas temos só quatro. Não dá para atender todo mundo."
Ela espera aumentar a produtividade da central para até 300 toneladas por mês. "Recebemos mais três caminhões e vamos poder ampliar o atendimento."
Para Carlos Silva Filho, diretor executivo da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), existem dois gargalos no processo. "A capital ainda não está bem estruturada com as centrais nem a indústria que recicla consegue atender a demanda. É preciso resolver essa equação para ampliar a coleta."
A Agenda 2012, plano de metas da Prefeitura, prevê a instalação de mais cinco centrais até o fim do ano.
"O ideal era uma para cada um dos seus 96 distritos", calcula Delaine Romano, coordenadora de projeto com catadores da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). / F.N.
A Secretaria Municipal de Serviços, responsável pelo Departamento de Limpeza Urbana (Limpurb), disse que houve uma falha na coleta do Edifício Saint Moritz, em Moema, e por isso a Ecourbis foi notificada e pode receber multa. Já no caso do Edifício Rio Sena, a Limpurb explicou que o local não tinha coleta seletiva porta a porta, mas que agora o endereço foi incluído no roteiro.
Segundo a Ecourbis, estão ocorrendo atrasos pontuais porque muitas das centrais de triagem estão trabalhando no limite de sua capacidade. A Loga disse que também tem problemas em descartar os materiais nas centrais, mas explicou que tem um projeto para uma central de triagem e está projetando mais quatro unidades na zona norte. / F.N.

MAMÃE EU QUERO


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09.02.2012 | Texto por Caio Ferretti



Ardilles Rante/ Barcrof Media/ Getty Images
O bebê fumante
O bebê fumante

Aldi Suganda Rizal é famoso. Se o nome não soa familiar, talvez o apelido ajude: o bebê fumante. Falamos com a mãe do pequeno para saber como ele está dois anos após o vídeo que o deixou mundialmente conhecido

O vídeo é rápido, dura pouco mais de um minuto. Nele, um bebê bem gordinho fuma cigarros bem maiores do que as próprias mãos. Faz isso com estilo, brincando com a fumaça que solta pela boca. Diante dos olhos dos pais, acende um cigarro no outro e segue fumando sem intervalo. Foi o suficiente pra tornar o pequeno indonésio Aldi Suganda Rizal, na época com 2 anos de idade, famoso no mundo todo. Afinal, eram até quatro maços por dia sendo tragados por um bebê.
Resultado: rehab aos 2 anos. Aldi recebeu do governo da Indonésia um tratamento de três meses em uma clínica na capital, Jacarta. “Ele teve sorte de conseguir ajuda profissional de um psicólogo infantil muito conhecido no país, que inclusive apresentou um programa para crianças por muitos anos na televisão”, conta Diana, mãe de Aldi, por telefone. E funcionou? “Ele não deixou de fumar totalmente, mas graças à terapia o número de cigarros diminuiu muito. Aldi diz que sente a boca amarga quando não fuma. Não consigo acalmar meu próprio filho, já não sei o que fazer.”
Segundo a mãe, Aldi ainda não consegue controlar a vontade de fumar. “Ele chega a se machucar quando está pedindo um cigarro. Às vezes dá cabeçadas na parede.” Isso aos 4 anos de idade. Se vê outra pessoa fumando, desespera-se. “Uma vez, estávamos na nossa casa, em um píer à beira-mar, e Aldi começou a pedir cigarros. Eu estava ocupada e não dei muita atenção. Ele começou a chorar muito e ameaçou se jogar na água se não ganhasse um cigarro. Não levei a sério e continuei a fazer minhas coisas. A cena seguinte foi de um barulho de uma pessoa caindo no mar. Ele tinha pulado”, lembra a mãe.
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Agora são 12 biciclotecas em SP




13 de fevereiro de 2012 | 3h 08

O Estado de S.Paulo

No dia 4, em evento ocorrido no Museu da Casa Brasileira, o Projeto Bicicloteca - que leva livros sobre duas rodas para moradores de rua e comunidades periféricas - recebeu a doação de 10 novas bicicletas, que se somam às duas já em funcionamento. Uma delas, que circula desde o ano passado, é equipada com computador de bordo e consegue compartilhar internet Wi-Fi com todos ao redor. 

Parques das zonas leste e sul continuam sem seguranças


11/02/2012

http://www.agora.uol.com.br/saopaulo/ult10103u1047318.shtml

Fabiana Cambricoli, Tatiana Santiago e Rafael Italiani
do Agora

Mais de três meses após suspender o contrato com a empresa de vigilância que fazia a segurança em 36 parques municipais, a prefeitura ainda não repôs os profissionais em 16 parques das zonas leste e sul, que, desde então, sofrem com a falta de segurança e o uso de drogas em suas dependências.
No final de outubro, com o rompimento do contrato, a administração municipal prometeu realizar licitação para a contratação de uma nova empresa na semana seguinte.
Enquanto o pregão não fosse concluído, a GCM preservaria os locais.
A concorrência foi aberta, porém, só os parques das zonas oeste, norte e central receberam os vigilantes.
Nos das zonas leste e sul, os seguranças terceirizados não foram repostos e, na maioria deles, a presença da GCM não é permanente, o que deixa as unidades abandonadas.

Resposta

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou que a contratação de segurança nos parques das zonas sul e leste dependia de liberação do Tribunal de Contas do Município, o que ocorreu apenas no dia 2.
A pasta diz que, agora, "tomará as providências para realizar a licitação".
Segundo a secretaria, até que a contratação seja finalizada, a GCM continuará atuando com efetivo fixo, rondas ou bases comunitárias móveis.
A pasta não disse quando os novos vigilantes começarão a trabalhar.
Questionado sobre as razões de a liberação da contratação ter sido mais lenta em alguns parques, o TCM disse que tratam-se de "processos separados, com características distintas, que, por sua diversidade, necessitam de análises específicas".

Um homem muito inteligente, mas incapaz de deixar de inalar substâncias tóxicas


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08.02.2012 | Texto por Paulo Anis Lima Ilustração Arthur Carvalho





Arthur Carvalho


Um amigo querido está lutando contra um câncer de pulmão. Ele fumou durante os últimos 55 de seus 69 anos. Hoje, exatamente no dia em que escrevo este editorial, está completando 70. Vai ter um bolinho, mas é provável que ele não consiga ver o doce. Não sei se permitem a entrada de alimentos vindos de fora na UTI. Se abrirem uma exceção no hospital, talvez ele experimente um pouquinho.

Até alguns dias atrás não conseguia ingerir alimentos sólidos, mas nas últimas horas voltou a mastigar coisas macias, sempre em pedaços pequenos de fácil digestão. As velinhas provavelmente serão dispensadas. Há três meses e meio ele se sentia bem, curtia uma fase nova em sua vida, com mais tempo para andar por aí, para trabalhar com o que gosta e estudar fenômenos inexplicados, como o mistério dos “crop circles”, por exemplo, aqueles desenhos geométricos e enormes que aparecem vez por outra em campos de trigo e em plantações pelo mundo e que são atribuídos por muita gente boa a visitantes de outras galáxias. Esse é um dos seus hobbies. O outro é espalhar positividade e palavras de estímulo para quem encontra pela frente. Desconhecidos, amigos íntimos, gente que acaba de cruzar, não importa quem.

Em cerca de cem dias, a doença andou rápido. De uma dor na perna ao diagnóstico e dele a uma complicação depois da outra. Ossos enfraquecidos, massa muscular reduzida, locomoção e fala prejudicadas, intestino, rins, sangue... No Natal, ainda bem menos afetado pelos sintomas, ele pintou com carvão dois traços pretos e largos sob os olhos. Disse que estava usando a pintura dos guerreiros e que estava pronto para a luta. Era verdade. A forma como vem encarando a briga deixaria nosso lutador convidado desta edição, Anderson Silva, e seus amigos guerreiros camaiurá impressionados (veja a reportagem aqui). Dizem os estudiosos da alma e da natureza humanas que o medo tem muitas chances de imperar enquanto apenas imaginamos o obstáculo. Mas, quando de fato o estamos enfrentando, nossa natureza lhe dá a devida dimensão. Nem menor e, principalmente, nem maior, como tendemos a projetar antes de estar de verdade frente a frente com ele.

Meu amigo vem lutando muito elegante e bravamente. E conseguindo algumas vitórias aqui e ali, baseado na sua capacidade de amar, na sua vontade de viver mais, ao lado da mulher, das filhas, dos netos, dos amigos da vida inteira e dos parentes. Tem sido capaz de feitos impensáveis. Só não conseguiu uma coisa: parar de fumar.

Um homem de inteligência privilegiada, com uma vida interessante e plena, consciente do que está enfrentando, mas absolutamente incapaz de fazer o que sua mente lhe diz para fazer: deixar de inalar os milhares de substâncias tóxicas que destruíram suas defesas lenta e ininterruptamente.

CORTINA DE FUMAÇA

É exatamente esse um dos maiores absurdos, entre tantos outros, relacionados à indústria tabagista na época em que estamos. Corporações (e governos coniventes) responsáveis por genocídios em massa ao longo de décadas – vendendo um produto criado para sequestrar em pouquíssimo tempo a capacidade de escolha de suas vítimas (um dos indicadores da dependência química é justamente o fim da capacidade de discernir do indivíduo) – se arvoram agora a condição de defensores supremos da liberdade de escolha do cidadão, numa atitude cafajeste e que subestima de forma radical a inteligência das pessoas.

Uma estratégia tão nojenta e letal quanto o produto que desgraçadamente dedicam suas vidas a produzir e comercializar. Há cerca de 14 anos, quando a internet comercial ainda engatinhava no Brasil, a Trip produziu uma pesquisa e uma edição especial na qual não apenas declarou que não mais aceitaria publicidade de cigarros em suas páginas, mas que serviu também para informar melhor a quem fuma e a quem não fuma e para provocar um amplo e vigoroso debate em canais de televisão, jornais e outros meios. Na pauta, as mentiras escancaradas da indústria tabagista veiculadas especialmente através da propaganda sedutora e impecavelmente produzida com orçamentos ilimitados, focada especialmente nos públicos infantil e jovem.

Agora, quando o comando organizado da indústria cigarreira recorre a estratégias ainda mais maquiavélicas para defender seus lucros e sua licença para matar, entendemos que se trata de uma excelente hora para voltar ao tema. Esperamos que esta edição possa trazer mais conhecimento aos fumantes e aos não fumantes e que venha novamente ajudar a produzir reflexão relevante sobre um assunto de saúde pública muitas vezes esquecido atrás da cortina de fumaça erguida e mantida pelos interessados em defender a produção e a venda de um produto que assassina mais de
6 milhões de pessoas por ano no mundo.

P.S.: para falar de algo infinitamente mais leve e positivo, nesta mesma edição você verá também a festa de 25 anos da Trip em Nova York, que aconteceu em dezembro na galeria Espasso. Nela, lançamos uma edição da revista com capa e encarte especial com as principais matérias em inglês. Foram 5 mil exemplares direcionados para formadores de opinião de Nova York e da Califórnia. Enquanto isso, sai este mês nas bancas da Alemanha e de outros países europeus de língua germânica a quinta edição daTrip em alemão. Nossa maneira de ver o mundo vai aos poucos abrindo as fronteiras. Graças a sua força. Obrigado e um 2012 generoso para todos nós.

Paulo Lima, editor

Que tal investir em marketing sem botar a mão no bolso?


13 de fevereiro de 2012, às 16h05min

http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/que-tal-investir-em-marketing-sem-botar-a-mao-no-bolso-parte-2/61546/

Como o fomento à cultura, ao audiovisual e ao esporte pode contribuir significativamente para a imagem e a lembrança da sua marca. Melhor: muitas ações podem sair rigorosamente de graça, se bem utilizadas as leis de incentivo. Vai ficar de fora, ADMINISTRADOR?


Conforme prometido eis a 2ª parte deste artigo, que dá sentido ao seu título e que ainda é, na minha opinião, a parte boa do assunto: como investir em comunicação sem gastar nada ou quase nada.
A 1º parte deste texto está publicada aqui, no Administradores, em http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/que-tal-investir-em-marketing-sem-botar-a-mao-no-bolso-parte-1/61385/ e versa sobre as questões mais conceituais das leis de incentivo, em especial as que contribuem para as ações de marketing.
Marketing é, muito simplificadamente, criar, entregar e comunicar valor, segundo a American Marketing Association (além de "trocar ofertas que tenham valor aos públicos de interesse", ainda de acordo com a leitura conceitual de marketing em 2007, daquela associação. Em tempo: eu preferia a descrição anterior de 2005 que englobava o conceito de administração do relacionamento com clientes, beneficiando a organização e seu público interessado...). Adicionalmente, podemos afirmar que sem COMUNICAÇÃO aquele triunvirato (criar, entregar e comunicar valor) não governa nenhuma ação de marketing. E para conquistar o cliente, fidelizando-o com um bom pós-vendas e oferecendo sempre novas soluções, comunicar-se BEM é imperativo. Segundo Kotler, marketing é identificar e satisfazer as necessidades humanas e sociais. E, vamos combinar, sem comunicação, nem uma (a demanda!) nem outra parte (a oferta!) hão de se falar/conhecer/interagir..., enfim, c.o.m.u.n.i.c.a.r-se!!!
E uma das maneiras de se comunicar (bem!) é a utilização da imagem da organização (marca + seus produtos/serviços oferecidos + serviços de relacionamento pré-durante-pós-venda) e as associações que os clientes fazem dela. Chegamos aonde interessa: comunicar-se bem através das leis de incentivo à cultura, ao audiovisual e ao esporte, utilizando renúncia fiscal. Essa comunicação será PLANEJADA na medida em que É VOCÊ quem escolherá os projetos a que quer associar sua organização. Por outro lado, também será NÃO-PLANEJADA na medida que, dependendo do sucesso (ou não) que a ação fizer, vai ecoar por tantos outros canais, que este tiro de marketing acaba se amplificando muito mais, isto é, você vê sua imagem se multiplicando sem parar. E melhor: sem gastar um centavo extra por esse "a mais"!
Sempre que uma companhia se associa a uma iniciativa bacana – seja arte ou esporte – tendemos a olhar para ela com novas lentes: "Puxa, que legal, a empresa XYZ bancou esta ação...". Essa frase NÃO tem preço e é impossível de se mensurar (na verdade, até é, mas isso é outra história, o inovador Balanced Scorecard Social!). Quando o seu cliente enxerga sua organização com essa admiração, não há orçamento publicitário que cause benefício comparável. Fácil de explicar: toda atitude arquitetada para convencer o cliente através das ferramentas tradicionais de marketing (comunicação!) são reconhecidas pelo destinatário como ações promocionais e, como tais, ensina-nos a psicologia popular, com "valor descontado", isto é, todo mundo sabe que a empresa faz o comercial de milhões para falar bem de si mesma e para tanto bastam bons marketeiros (comunicadores, publicitários etc.). Agora, quando a atitude arquitetada é se mostrar através de terceiros, ou melhor, através de ações bacanas (responsabilidade social corporativa, cultura, meio ambiente, esportes, audiovisual etc.), o seu cliente deixa de vê-lo como top of mind para vê-lo como top of soul. É transformar o seu cliente/consumidor em admirador, senhor ADMINISTRADOR. Aí está o tão (batido e) desejado diferencial. Muito melhor do que falar bem de si é deixar os outros falarem bem de você, não acha?
É claro que este texto não tem a pretensão de achar que associar a marca a projetos de qualidade será a panaceia da comunicação da sua companhia. Afinal, antes de tudo, é necessário um mix de marketing consistente (produto, preço, praça, serviço, processos, pessoas, promoção etc.). O que este artigo defende é "a importância da importância" da lembrança da marca (para os anglicistas de plantão: brand recall ou brand awareness). Isso é que não tem valor: o sujeito sair encantado de um concerto musical e associar esta experiência à marca do seu empreendimento. Se toda vez que saísse na imprensa o nome de Tony Ramos, viesse colado o meuzinho, eu não reclamaria, não, nem tampouco se fosse seguido do nome do Raí... É um prestígio, para mim, estar próximo a personalidades relevantes em seus segmentos. A mesma coisa o patrocínio cultural através (mas não exclusivamente) de leis de incentivo: um projeto de arte SEMPRE vai emocionar pessoas e estar associado a este sentimento é indiscutivelmente uma ação muito eficiente e eficaz.
Ainda tem a onda poderosa do tripé da sustentabilidade (amantes do estrangeirismo: triple bottom line). Não dá para pensar mais o desenvolvimento sem viabilizar o social, o ambiental e o econômico, sem que um favoreça o outro e um não prejudique o outro! Nesse sentido, a empresa que sai na frente e monta seu balanço social (consistente, ok, vamos combinar!), acaba valorizando suas ações (os títulos) nos balcões de negociação, como por exemplo, o "NYSE ARCA Environmental Services Index", da Bolsa de NY, e "Índice de Sustentabilidade Empresarial", da nossa Bovespa. Aqui vale a palavra do indiano Amartya Sem, Nobel de Economia por suas contribuições sobre a "economia do bem-estar", que "valoriza o desenvolvimento social para a busca da liberdade econômica". Isso é posicionamento. Isso é marketing na veia. Isso é se comunicar com seu público de interesse objetivando maximizar o valor da sua companhia.
Soma-se isso à vantagem da força do patrocínio. Ou melhor, do patrocinador. É muito comum o patrocinado oferecer muito mais benefícios ao patrocinador do que aquilo então pactuado. Isso acontece porque já é tão difícil convencer o empresário em patrocinar, que quando consegue, o beneficiário acaba (quase sempre) proporcionando um leve 2 e pague 1 (pague no sentido figurado, já que não há efetivo dispêndio por parte do patrocinador, na maior parte das vezes, quando se usa a Lei Rouanet). Ou, minimamente, o patrocinador acaba conseguindo vantagens na contratação de outros serviços, quando não for possível ao favorecido ir além de sua musculatura e boa vontade! Exemplo? Imagina um espetáculo teatral patrocinado pela sua empresa. Agora imagine que o RH da sua companhia deseja sessões internas para seu corpo de funcionários em várias cidades do país, mas que a cota de 10% do produto artístico já se esgotou, isto é, a produção não tem mais obrigação de fornecer nada pelo patrocínio. Ora, é CLARO que esta mesma produção vai fazer de tudo para viabilizar o desejo do RH, inclusive negociando com seus artistas e técnicos o menor valor possível para atendê-lo. Ou seja, o que sairia por 100 reais no mercado, sairá por 50, 70 reais numa ação junto ao seu patrocinado.
Imagina poder oferecer para seu público interno - naquela convenção de motivação, por exemplo - um trecho de um filme, uma versão miniaturizada de um espetáculo ou a presença de um jogador de futebol com um cabelo moicano. Ou, mostrar ao seu cliente – naquela tão esperada e importante bienal de negócios, por exemplo – a apresentação de um vídeo institucional com o ator que brilhou naquela peça famosa ou imagens daquele técnico de vôlei baixinho, invocado e dublê de líder, apresentando sua empresa para o seu cliente, apenas para citar alguns exemplos de ações em que a negociação entre um patrocinado e seu patrocinador ainda gera grandes vantagens para ambos.
Finalmente, não posso deixar de falar das associações emocionais. Quando o consumidor – ou quem o valha – associa sua organização a um empreendimento de sucesso, sua imagem é tão bem avaliada quanto aquela iniciativa apoiada. Além disso, no caso do patrocínio, o beneficiário (agora neste caso o público que recebe a ação: plateia, visitantes de um museu, usuários de uma obra restaurada, espectador, torcida etc.) ainda enxerga o patrocinador como uma empresa forte, capaz de compartilhar uma experiência tão bacana com a sociedade. Novamente, forte na acepção mais ampla da palavra!
Imaginou o efeito que isso tem para sua marca, ADMINISTRADOR: então abra a cabeça e busque oportunidades de ações que poderão dar boa impressão à sua imagem. Você vai diferenciar a sua marca, vai maximizar o mix de comunicação empregado e, de quebra, ainda sair bonito na foto. E não se esqueça, muitas (na maioria) das vezes, sem gastar um centavo sequer!
Quando a sociedade ganhar em cultura, lazer, esportes, arte etc. e o patrocinador ganhar em reconhecimento, a criação, entrega e comunicação de valor se estabeleceu com louvor: isto é, o marketing foi (bem) feito!
A derradeira parte deste artigo será sobre os porquês dos entraves que impossibilitam que nosso Brasil seja uma potência na cultura, esportes, responsabilidade social e ambiental. Até lá.

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As opiniões veiculadas nos artigos de colunistas e membros não refletem necessariamente a opinião do Administradores.com.br.

Chamada Pública para premiação "Boas práticas em Sustentabilidade Ambiental Urbana"


http://www.creasp.org.br/noticia/tecnologia/2012/02/10/chamada-publica-para-premiacao-boas-praticas-em-sustentabilidade-ambiental-urbana/341

Municípios participantes devem apresentar experiências bem sucedidas até 16 de março

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), por intermédio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), convida cada município brasileiro a participar da CHAMADA PÚBLICA e apresentar suas experiências bem sucedidas para concorrer à premiação de BOAS PRÁTICAS EM SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL URBANA.
O objetivo da iniciativa é dar visibilidade e promover o intercâmbio de experiências exitosas relacionadas com a gestão ambiental urbana, valorizando e estimulando avanços no desenvolvimento dos municípios em bases socialmente justas e ambientalmente sustentáveis.

A premiação acontece durante o 1º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e apoiado pelo MMA, de 27 a 29 de março de 2012, no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília. Todas as experiências enviadas ficarão expostas durante o Encontro.

As Boas Práticas premiadas serão publicadas e divulgadas pelo MMA, contribuindo com novas referências para os debates sobre a sustentabilidade ambiental urbana que terão lugar durante a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que vai acontecer no Rio de Janeiro, em junho próximo.

Poderão participar da CHAMADA PÚBLICA todos os municípios brasileiros, com experiências efetivamente implantadas e com resultados aferíveis, respeitando-se o máximo de 8 experiências por município e o enquadramento nos eixos temáticos definidos.

O prazo de inscrição se encerra às 17h do dia 16 de março de 2012, impreterivelmente. Informações estão disponíveis nos sites www.cnrh.gov.br/sustentabilidadeurbana e www.mma.gov.br/sustentabilidadeurbana ou diretamente no Departamento de Gestão Ambiental Urbana - SRHU/MMA, pelo e-mail dgau.srhu@mma.gov.br e telefone: (61) 2028-2125.
Para ver o arquivo completo da Chamada Pública, clique aqui.

Consumo de açúcar deve ser regulado, afirmam cientistas


Cientistas destacam na Nature o impacto do principal responsável pelo aumento nas mortes promovidas por doenças crônicas não transmissíveis, além do cigarro e do álcool (Wikipedia)
02/02/2012

Agência FAPESP – Doenças infecciosas foram ultrapassadas, pela primeira vez na história, por doenças não infecciosas. De acordo com as Nações Unidas, doenças crônicas não transmissíveis como câncer, diabetes e problemas no coração são responsáveis por cerca de 35 milhões de mortes ao ano.
Em comentário publicado na edição desta quinta-feira (02/02) da revista Nature, três cientistas da Universidade da Califórnia em San Francisco destacam outro responsável pela mudança na saúde pública mundial, além do cigarro e do álcool: o açúcar.
Os autores afirmam que os efeitos danosos do açúcar no organismo humano são semelhantes aos promovidos pelo álcool e que seu consumo também deveria ser regulado.
O consumo mundial de açúcar, apontam, triplicou nos últimos 50 anos. E, apesar de os Estados Unidos liderarem o ranking mundial do consumo per capita do produto, o problema não se restringe a esse ou a outros países desenvolvidos.
“Todo país que adotou uma dieta ocidental, dominada por alimentos de baixo custo e altamente processados, teve um aumento em suas taxas de obesidade e de doenças relacionadas a esse problema. Há hoje 30% mais pessoas obesas do que desnutridas”, destacaram os autores.
Mas eles destacam que a obesidade não é o principal problema neste caso. “Muitos acham que a obesidade está na raiz de todas essas doenças, mas 20% das pessoas obesas têm metabolismo normal e terão uma expectativa de vida também normal. Ao mesmo tempo, cerca de 40% das pessoas com pesos considerados normais desenvolverão doenças no coração e no fígado, diabetes e hipertensão”, disseram. Eles destacam que a disfunção metabólica é mais prevalente do que a obesidade.
No fim das contas, o problema é maior nos países menos ricos. Segundo o estudo, 80% das mortes devidas a doenças não transmissíveis ocorrem nos países de rendas média ou baixa.
De acordo com os autores do artigo, o cenário chegou a tal ponto que os países deveriam começar a controlar o consumo de açúcar. A regulação poderia incluir, sugerem, a taxação de produtos industrializados açucarados, a limitação da venda de tais produtos em escolas e a definição de uma idade mínima para a compra de refrigerantes.
Mas, diferentemente do álcool ou do cigarro, que são produtos consumíveis não essenciais, o açúcar está em alimentos, o que dificulta a sua regulação. “Regular o consumo de açúcar não será fácil, especialmente nos ‘mercados emergentes’ de países em desenvolvimento, nos quais refrigerantes são frequentemente mais baratos do que leite ou mesmo água”, destacaram.
O comentário The toxic truth about sugar, de Robert H. Lustig, Laura A. Schmidt e Claire D. Brindis, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com

Quem licenciou o empreendimento?


13/02/2012 - 21h30

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1048308-construcao-de-condominio-em-bertioga-e-barrada-pela-justica.shtml

GIBA BERGAMIN JR.
DE SÃO PAULO


A Justiça barrou a construção de um resort de luxo na praia de Guaratuba, em Bertioga, no litoral norte paulista. O juiz Fábio Ivens de Pauli, da 2ª Vara Federal atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), que acusa a construtora Eztec Empreendimentos e Participações e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) por crimes ambientais.
Em 2008, outro juiz já havia impedido a construção do imóvel. Agora, os procuradores querem que tanto a construtora como o Senai sejam punidos com multa e que promovam o reflorestamento da área degradada.
Um ano antes, o Senai havia vendido o terreno onde seria construído o condomínio residencial à construtora.
Caso descumpram a ordem, as empresas Eztec, Camila Empreendimentos Imobiliários Ltda e Avignon Incorporadora Ltda terão que pagar multa diária de R$ 50 mil.
Segundo o procurador da República Luís Eduardo Marrocos de Araújo, as empresas são responsáveis pela recuperação e preservação da área "pelo simples fato de exercerem a posse e propriedade do bem". "O uso do terreno no estado em que se encontra perpetua o ilícito", diz ele.
Na nova ação, ele pede à Justiça que as proprietárias e o Senai sejam condenados a promover o reflorestamento de toda a área com espécies originárias. Também quer que o Senai seja condenado a pagar R$ 26,5 milhões ao Fundo Federal de Direitos Difusos --metade para restituição do valor que teria obtido com o que os procuradores classificam como "enriquecimento por conta da área degrada pela Eztec" e metade como pagamento de indenização por danos ambientais. A Justiça ainda analisa o pedido.
DESMATAMENTO
A Promotoria diz que, entre 1994 e 1999, o Senai desmatou a área de 40 mil metros quadrados de Mata Atlântica --de proteção permanente-- na praia para construir uma colônia de férias de luxo. Essa mesma área foi vendida depois às construtoras.
A última avaliação apresentada à Justiça do imóvel, de 2007, diz que ele valia à época R$ 17, 2 milhões.
Em nota, a Eztec afirmou que as obras do Guaratuba Residence Resort não foram retomadas desde 2008. "A Eztec optou por não lançar e, portanto, não vender e não realizar obras no empreendimento", informa. A empresa diz que ainda não foi notificada sobre a nova ação.
O Senai afirmou que respeitou as legislações ambientais vigentes quando era dona do terreno e que questionará na Justiça as informações do MPF.

Quase 1/4 do solo do planeta já sofreu alguma deterioração!


13/02/2012 - 19h22

Quase 25% do solo do planeta já sofreu alguma deterioração


SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

O problema ambiental não está apenas na água ou no ar. De acordo com um relatório da Nações Unidas, 24% do solo do planeta já sofreu algum tipo de deterioração.
A informação é do relatório anual do Unep (Programa de Ambiente das Nações Unidas), divulgado ontem.
O texto mostra que práticas recentes (nos últimos 25 anos) especialmente na atividade agrícola têm estragado e poluído o solo em diversas partes do planeta.
De acordo com o documento, a erosão provocada pela agricultura é até cem vezes mais intensa do que o processo erosivo "natural" do solo.
O problema disso é que o solo com erosão perde uma quantidade significativa de carbono para atmosfera -componente importante para o crescimento vegetal.
O Unep manifestou ainda uma preocupação com as usinas nucleares que estão sendo desativadas desde o acidente em uma usina nuclear de Fukushima, no Japão.
Em março de 2011, a usina foi atingida por um terremoto seguido de um tsunami e houve vazamento nuclear. Desde então, vários países declararam que fechariam suas usinas nucleares.
De acordo com o documento das Nações Unidas, 138 reatores foram fechados apenas neste ano, em 19 países.
Os desmantelamento dos reatores -que tem alto risco de contaminação do solo e custa cerca de 10% a 15% da implantação da usina- só foi concluída em 17 deles.

Erosão do solo eleva ameaça do aquecimento global, alerta ONU


De acordo com estudo do Pnuma, faixa mais superficial do solo armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono


Reuters | 13/02/2012 15:31


Foto: Getty Images
Erosão do solo: cerca de 24% das terras do planeta já sofreram declínio na produtividade ao longo dos últimos 25 anos
O aquecimento global ficará pior à medida que a agricultura acelerar a taxa de erosão do solo, reduzindo a quantidade de carbono que o solo é capaz de armazenar, informou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) nesta segunda-feira.
O solo contém quantidades enormes de carbono na forma de matéria orgânica, que fornece os nutrientes para o crescimento das plantas e melhora a fertilidade da terra e o movimento da água.
A faixa mais superficial do solo sozinha armazena cerca de 2,2 trilhões de toneladas de carbono - três vezes mais que o nível atualmente contido na atmosfera, informou o Livro do Ano 2012 do Pnuma.

"O carbono do solo é facilmente perdido, mas difícil de ser reposto", diz o relatório.

Leia mais:

"Os estoques de carbono no solo são altamente vulneráveis às atividades humanas. Eles diminuem de forma significativa (e em geral rapidamente) em resposta às mudanças na cobertura do solo e no uso da terra, tais como desmatamento, desenvolvimento urbano e o aumento das culturas, e como resultado de práticas agrícolas e florestais insustentáveis.
Tais atividades podem decompor a matéria orgânica. Quando isso ocorre, parte do carbono é convertido em dióxido de carbono -- gás do efeito estufa que é um dos principais responsáveis pelo aquecimento global - e ele é perdido do solo.
Cerca de 24 por cento das terras do planeta já sofreram declínio na saúde e na produtividade ao longo dos últimos 25 anos em razão do uso insustentável do solo, disse o Pnuma.
Desde o século 19, aproximadamente 60 por cento do carbono armazenado nos solos e na vegetação foi perdido como resultado das mudanças no uso da terra, tais como limpar a terra para a agricultura e para as cidades.
À medida que a demanda global por alimentos, água e energia aumente drasticamente, como se prevê, o solo ficará sob uma pressão cada vez maior.

Desafios para conservar as florestas brasileiras


Os primeiros parques nacionais foram criados entre 1889 e 1930, período conhecido como República Velha. O Parque Estadual de São Paulo, hoje conhecido como Parque Estadual Horto Florestal, foi criado em 1896, e em 1911 foram mais dois parques nacionais no Acre. Em 1937 foi a vez do Parque Nacional de Itatiaia e, em 1939, do Parque Nacional do Iguaçu.

A lógica para a criação de áreas protegidas era conservar a biodiversidade, a paisagem, proteger espécies da flora e da fauna e manter áreas intactas para as futuras gerações. O artigo 225 da Constituição de 1988 contemplou essa proteção do meio ambiente como bem de uso comum e fundamental para a vida, enfatizando a importância de sua conservação para o futuro.

Essa é a tônica que passou a fundamentar as leis ambientais criadas no Brasil, levando à adoção do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), em 2000. O SNUC prevê duas categorias de áreas protegidas: i) as áreas de proteção integral (divididas em cinco subcategorias); e ii) as áreas de uso sustentável (divididas em sete subcategorias). Desde então, a política nacional de criação de Unidades de Conservação (UCs) se tornou o principal instrumento de proteção de áreas de vegetação nativa.

Dados de novembro de 2011 do Ministério do Meio Ambiente indicam que existem 52 milhões de hectares de áreas de proteção integral e 55,8 milhões de hectares de áreas de uso sustentável. Isso dá um total de 107,8 milhões de hectares ou 13% do total da área do País, sem contar 43,5 milhões de Áreas de Proteção Ambiental, uma categoria de uso sustentável instituída sobre áreas privadas. A maioria dessas áreas está localizada na Amazônia, no Cerrado e na Mata Atlântica.

Em 2006 foi aprovado o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (PNAP), como forma de dar força à política de criação de unidades de conservação, considerando compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção sobre Diversidade Biológica. Até 2010, o Brasil tinha como meta conservar 10% de suas áreas nativas, e a meta para 2020 é manter no mínimo 17% das áreas de cada bioma.

O PNAP incluiu as terras indígenas e territórios quilombolas no âmbito das áreas protegidas brasileiras. Dessa forma, é válido destacar que existem 103,5 milhões de hectares de terras indígenas regularizadas, que somadas as UCs situadas somente em áreas públicas representam 24,8% da área do Brasil.

Adicionalmente, é essencial lembrar que existem ao menos 57 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e 194 milhões de hectares de áreas de Reserva Legal situadas em propriedades privadas. Apesar de não serem áreas protegidas no âmbito do SNUC e da PNAP, são protegidas no âmbito do Código Florestal, que devem ser conservadas por conta de suas funções ambientais e do seu potencial para preservar a biodiversidade. Só essas áreas conservadas nas propriedades agrícolas representam 29% da área do País.

Esses números impõem refletir sobre a política de criação de áreas protegidas por unidades de conservação, uma vez que a falta de gestão e estrutura para gerir e garantir a proteção dessas áreas, autorizar pesquisa e visitação onde isso é permitido e fomentar a exploração sustentável de algumas categorias de UCs deixam essas áreas desprotegidas. Na teoria, esse imenso ativo ambiental é protegido por lei, mas na prática, acaba desprotegido em grande parte pela ausência do estado.

A lei prevê que todas as áreas protegidas precisam ter conselho gestor e planos de manejo. Sem essas ferramentas, que pressupõem recursos humanos e financeiros concretos, não é possível criar uma estrutura que permita gerir, monitorar, estabelecer regras para o uso sustentável quando for o caso, autorizar pesquisas científicas e visitação com fins turísticos e educativos nas categorias de UCs, onde isso deveria ser permitido.

Um estudo publicado pela WWF-Brasil em 2007, utilizando um método de avaliação do manejo de áreas protegidas conhecido como Rapid Assessment and Prioritization of Protected Area Management (Rappam) avaliou 246 UCs federais, e apontou que apenas 13% apresentaram alta efetividade de gestão, 36% ficaram na média e 51% foram consideradas de baixa efetividade. Os parques nacionais, que devem ser abertos para visitação e pesquisa, ficaram em terceiro lugar na análise.

Estudo publicado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e pelo Instituto Socioambiental (ISA) em 2011 aponta que na Amazônia Legal, 50% das Unidades de Conservação não possuem plano de manejo aprovado e 45% não têm conselho gestor. A média de funcionários é de uma pessoa para cada 187 mil hectares!

Nesse cenário, o desmatamento ilegal e a degradação florestal, a grilagem de terras, as estradas ilegais e a exploração ilegal de madeira (principalmente no Pará e no Mato Grosso), funcionam como vetores que ameaçam as unidades de conservação e, consequentemente, o cumprimento de seus objetivos como áreas protegidas.

Criar UCs, desapropriar áreas privadas sem regularizá-las e não criar estruturas de gestão funcionais não parece uma estratégia que vise à conservação efetiva dessas áreas. O Brasil discute suas metas de conservação para a biodiversidade até 2020, e a preocupação com a falta de gestão das UCs é um dos temas. No entanto, existem propostas para criar milhões e milhões de hectares de novas áreas.

Sem atacar os vetores do desmatamento, inclusive dentre de UCs, de nada adiantará criar mais e mais áreas protegidas. É válido lembrar que as UCs são criadas por ato do poder executivo, o que significa que é razoavelmente fácil aumentar a extensão de áreas protegidas no papel. No entanto, a realidade brasileira mostra que de nada adiantará expandir essas áreas sem que os vetores do desmatamento sejam atacados com seriedade: a pobreza, a expansão irregular da agricultura, a falta de estrutura e de regularização de terras indígenas e de assentamentos da reforma agrária, a exploração ilegal de madeira, a insegurança fundiária, entre outros fatores.

Quando esses elementos deixarem de ser ameaça para as florestas, e as UCs tiverem estruturas de gestão eficientes, os parques forem explorados de forma sustentável por meio do turismo ecológico, que gere renda e conscientização da população sobre a relevância dessas áreas, a pesquisa científica seja incentivada e autorizada em áreas próprias, as florestas brasileiras, que hoje representam 61% do território nacional, estarão verdadeiramente protegidas.

Rodrigo C. A. Lima, gerente-geral do Ícone, é pesquisador da Rede Agro.