| Veja quais são as melhores práticas de construção desse tipo de contenção feita com pedras 
 
 
 
 
 
Montagem de gabião
 
 
Embora tenham execução simples, muros de arrimo feitos com gabiões demandam 
atenção dos operários na disposição das pedras dentro das 
gaiolashttp://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/51/montagem-de-gabiao-embora-tenham-execucao-simples-muros-de-265484-1.asp
 Reportagem: Juliana 
Martins
 
 
 Estruturas feitas com gabiões são, em geral, contenções. Logo, sua função é 
criar resistência ao deslocamento de terra. Enquanto alguns sistemas de 
contenção de taludes atuam por atirantamento ou por meio de reforço do solo, os 
gabiões atuam por gravidade. Ou seja, é o peso deles que impede o terreno de 
desmoronar.
 Gabiões são, portanto, telas organizadas como gaiolas e preenchidas com 
pedras, o que garante que a estrutura seja drenante e deformável. Dessa maneira, 
o sistema conta com outra vantagem, que é a possibilidade de se adaptar a 
qualquer solo.
 
 O desempenho da estrutura depende diretamente do cuidado dos operários em 
organizar as pedras no interior da gaiola. Se as mesmas não forem dispostas com 
critério, a quantidade de vazios entre elas pode ser muito grande e tornar o 
muro mais leve e, portanto, comprometer seu desempenho.
 
 A estrutura resultante é monolítica, flexível, permeável e autodrenante, além 
de ser durável. O processo de montagem é simples, mas se não for seguido à 
risca, diminui a capacidade de contenção da estrutura. Conheça as melhores 
práticas para montar gabiões.
 
 
 PREPARAÇÃO
 
 Passo 1
 
 
  Os fardos de gabiões são entregues na obra dobrados. O arame 
necessário para as operações de montagem e união dos gabiões pode ser enviado 
dentro do mesmo fardo ou separado. O armazenamento deve ser feito, sempre que 
possível, em lugar próximo ao da montagem.
 
 
 
 
 
O tamanho das peças é indicado por meio de cores. Neste 
caso, o azul. MONTAGEM
 
 Passo 2
 
  A montagem começa com o 
transporte das gaiolas, ainda dobradas, até o lugar da instalação.
 
 Passo 3
 
  Próximo ao local de destino, 
as telas devem ser totalmente desdobradas sobre uma superfície firme e plana. As 
irregularidades das telas devem ser eliminadas, o que pode ser feito com os pés. 
Ou seja, com os operários pisando nas saliências.
 
 Passo 4
 
 
  O rachão também deve ser depositado próximo ao local onde será 
montado o gabião. Para o preenchimento, devem ser usadas pedras limpas, 
compactas, não friáveis e não solúveis em água. Somente com essas 
características é que elas vão garantir o comportamento e a resistência 
esperados para a estrutura.
 
 Passo 5
 
 
  Para formar as gaiolas a partir das telas, dobre a face frontal e 
a tampa. Levante-as até a posição vertical, repetindo o processo na face 
posterior.
 
 Passo 6
 
 
  Repetindo o procedimento para as faces laterais e os diafragmas, 
o resultado é uma caixa com o formato de um paralelepípedo aberto.
 
 Passo 7
 
 
  Uma vez formada a caixa, os fios de borda que sobressaem nos 
cantos dos panos de tela precisam ser unidos. Para tanto, basta torcê-los entre 
si.
 
 
 
 
 
 
Para cada aresta de 1 m de comprimento, é necessário 
aproximadamente 1,4 m de arame. A tampa, nesta etapa, deve ser dobrada sem ser 
amarrada. Passo 8
 
  Usando o arame, amarra-se 
continuamente as arestas verticais que estão em contato. Desta forma, o gabião 
ficará separado em células iguais de aproximadamente 1 m² cada.
 
 Passo 9
 
  A amarração deve ser 
realizada passando-se o arame através de todas as malhas que formam as bordas, 
alternando uma volta simples com uma dupla. Desta forma, estará assegurada a 
união resistente entre os gabiões, suficiente para resistir aos esforços de 
tração aos quais serão submetidos.
 
 Passo 10
 
  As bordas deverão estar em 
contato de tal maneira que esforços de tração não causem movimentos relativos. 
Ou seja, uma caixa não pode se movimentar enquanto a outra permanece estática. 
Eventuais movimentações precisam afetar a estrutura como um todo. É essa 
amarração que garante o comportamento monolítico da estrutura.
 
 Passo 11
 
  O elemento, já montado, é 
transportado até o lugar definido no projeto e posicionado apropriadamente.
 
 
 O local de apoio deve ser previamente preparado e nivelado. Então, é 
essencial assegurar que as características de resistência do terreno sejam as 
consideradas no projeto. Caso contrário, a camada superior do terreno deve ser 
substituída por material granular de boas características. Resistência menor que 
a prevista pode colocar em risco a estabilidade da obra.
 
 Passo 12
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os elementos, então, são amarrados, ainda vazios, uns aos outros ao longo de 
todas as arestas de contato (menos as das tampas), formando a primeira camada da 
estrutura.
 
 
 
 
 
 
 
 
 As tampas devem ser dobradas em direção à face externa e dispostas de 
tal maneira que o enchimento com pedras seja facilitado.
 
 Passo 13
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para garantir que a estrutura apresente a estética esperada, um bom 
acabamento para a face frontal deve ser garantido. Para isso, é utilizado o 
gabarito de madeira.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Passo 14
 A função do gabarito, 
que será removido depois, é manter a face plana durante o enchimento das 
gaiolas. O gabarito pode ser formado por três tábuas de madeira de 
aproximadamente 2 cm a 3 cm de espessura, 4 m a 5 m de comprimento e 0,20 m de 
largura. Mantidas paralelas a uma distância de 0,20 m umas das outras por tábuas 
transversais menores, formam uma grelha. O gabarito deve ser fixado firmemente à 
face externa, usando o mesmo arame de amarração.
 
 Passo 15
 
 
  A primeira camada de pedras deve ser depositada pela escavadeira 
dentro das gaiolas. Em gabiões com 1 m de altura, essa camada deve ter 0,30 m de 
espessura. Já a primeira camada de gabiões com 0,50 m de altura tem 0,25 m de 
espessura.
 
 Passo 16
 
 
  Em seguida, essas pedras devem ser rearranjadas manualmente pelos 
operários, visando reduzir os vazios conforme previsto no projeto.
 
 Passo 17
 
 
  Concluída a arrumação da primeira camada, devem ser colocados 
dois tirantes (tensores) horizontalmente em cada célula. Eles precisam ser 
amarrados a duas torções da face frontal, aproveitando o espaço existente entre 
as tábuas do gabarito, e a duas da face posterior de cada caixa.
 
 Passo 18
 
 
  Os tensores devem ser dispostos nos dois sentidos, formando uma 
malha de tensores.
 
 
 
 
 Passo 19
 Após esta etapa 
inicial do enchimento, outra camada, com a mesma espessura, deve ser preenchida. 
Novamente, deve ser feito o rearranjo manual das pedras seguido da instalação 
dos tensores nos dois sentidos. Cuidado para que a diferença entre o nível das 
pedras de duas células vizinhas não ultrapasse 0,30 m, para evitar a deformação 
do diafragma ou das faces laterais. Problemas de deformação dificultam o 
preenchimento e posterior fechamento da tampa.
 
 Passo 20
 
 
  Ao completar cada camada, é recomendável verificar se o 
preenchimento está sendo feito por igual ao longo da estrutura, o que pode ser 
testado com uso de mangueira de pedreiro.
 
 Passo 21
 
 
  Por fim, completa-se o preenchimento de cada célula até exceder 
sua altura em aproximadamente 3 cm a 5 cm. Superar este limite pode gerar 
dificuldades na hora do fechamento dos gabiões.
 
 FINALIZAÇÃO
 
 Passo 22
 
 
  Preenchidas as células, a tampa, que havia ficado dobrada, é 
então desdobrada e posicionada sobre a caixa para fechar o gabião, sendo 
amarrada ao longo de seu perímetro livre a todas as bordas superiores dos 
painéis verticais. A amarração deve, sempre que possível, unir também a borda em 
contato com o gabião vizinho.
 
 Passo 23
 
 
  As estruturas em gabiões são sempre montadas em camadas 
sobrepostas, iniciando da base para o topo, de modo a alcançar a geometria 
prevista em projeto. As camadas devem também ser unidas entre si por meio da 
mesma amarração feita anteriormente.
 
 Passo 24
 
 
  No tardoz da estrutura, ou seja, na parte de trás, que ficará em 
contato com o talude, é preciso colocar manta geotêxtil não tecido. Esta manta 
permite a passagem da água, mas evita que o solo seja transportado por entre as 
pedras, ocasionando a erosão do talude num fenômeno conhecido como carreamento 
dos finos do solo.
 
 Passo 25
 
 
  Ao final dos trabalhos, é assim que a estrutura ficará. Esse tipo 
de contenção é indicado também para a canalização de córregos, como no caso 
deste passo a passo.
 
 
 
 Apoio técnico: Maccaferri.
 |