quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Embrapa usa imagens de satélite para avaliar arborização urbana de Campinas

Embrapa usa imagens de satélite para avaliar arborização urbana de Campinas

Por Alexandre Scussel

10h41, 08 de Outubro de 2012

http://mundogeo.com/blog/2012/10/08/embrapa-usa-imagens-de-satelite-para-avaliar-arborizacao-urbana-de-campinas/


Um levantamento sobre a arborização urbana viária em Campinas (SP), realizado pela Embrapa Monitoramento por Satélite, verificou que o município tem hoje cerca de 120 mil árvores em suas ruas e avenidas. Com base em imagens de satélite de alta resolução espacial, geoprocessamento e verificações em campo, foi possível estimar e espacializar esse número, verificando a distribuição da arborização na cidade, bairro a bairro.

Coordenado pelo pesquisador Ivan André Alvarez, o levantamento contempla árvores, arbustos, palmeiras e mudas. Condomínios fechados, praças, parques e remanescentes florestais, como matas, não foram contabilizados, somente arborização com responsabilidade de manejo da gestão pública. O método utilizado é inédito e o estudo deverá ter continuidade, proporcionando análises qualitativas a partir da base de dados gerada. Segundo Alvarez, a iniciativa representa um importante instrumento para apoiar a gestão e a elaboração de políticas públicas para o município, visando a melhoria da qualidade de vida da população. “Instrumentos como esse são fundamentais para estabelecer um convívio sustentável entre urbanização e vegetação”, completa.

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Arborização urbana de Campinas. Clique na imagem para ampliar. Fonte: Embrapa

Os resultados mostram a distribuição irregular da arborização viária na cidade, destacando regiões em que a prioridade para a recuperação é alta, como o sul e o centro da cidade onde é bastante esparsa a presença de árvores. Na situação oposta, há bairros como a Cidade Universitária, no Distrito de Barão Geraldo, que são exemplos de localidades com uma boa taxa de árvores por quilômetro. Nestes casos, a atenção deve voltar-se para o tratamento e manejo adequados para que essa realidade mantenha-se estável ou mesmo para torná-la ainda melhor.



Tomando como base o Guia de Arborização Urbana de Campinas (GAUC), o déficit de árvores para todo o município é alto. Campinas deveria ter uma árvore a cada 10 metros de calçada, mas para alcançar esse número ideal seria necessário plantar 365 mil novas árvores. Do número total de árvores registradas pelo estudo da Embrapa, 24% são palmeiras e arbustos, espécies que trazem benefícios limitados. Segundo o GAUC, a recomendação é que sejam utilizadas árvores de porte médio e grande. Além das 120 mil árvores contabilizadas, outras 7 mil foram registradas como mudas recém implantadas. Em números globais, o município tem hoje uma árvore para cada nove pessoas.



Para o pesquisador, o sistema de arborização urbana de uma cidade é eficiente à medida que cumpre os papéis referentes aos seus benefícios. “Um desses benefícios, facilmente percebido em dias quentes e secos, tem relação com o microclima gerado pela vegetação, melhorando as taxas de umidade relativa do ar, amenizando os riscos para a saúde e contribuindo para o bem estar das pessoas”, lembra Alvarez.



Fonte: Empraba Monitoramento por Satélite





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First Care Without Harm: Uma ideia saudável!


Hospitais criam rede por práticas 'verdes'

Ações sustentáveis incluem tratamento de resíduos e redução do consumo de energia

07 de outubro de 2012 | 3h 07


CLARISSA THOMÉ / RIO - O Estado de S.Paulo
Uma rede de hospitais "saudáveis e verdes" está sendo construída no Brasil. Iniciativa da organização internacional First Care Without Harm (Saúde sem Dano), a ideia é reunir as instituições que se comprometem a tratar resíduos, reduzir consumo de água e energia, substituir substâncias químicas perigosas e construir prédios sustentáveis, entre outras ações.
Hospital São Vicente de Paulo, no Rio: projeto sustentável inclui 'telhado verde' - Tasso Marcelo/AE
Tasso Marcelo/AE
Hospital São Vicente de Paulo, no Rio: projeto sustentável inclui 'telhado verde'
Vinte e cinco hospitais, entre eles o Sírio-Libanês, e redes de assistência, como Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), Amil, Santa Casa de São Paulo e Pró Saúde aderiram à rede, fundada no mês passado.
Essas instituições se comprometem a cumprir metas sustentáveis. A expectativa é alcançar 700 dos 7 mil hospitais brasileiros em dois anos.
"Nós não certificamos o hospital, o que exige um rigoroso sistema de auditoria. Para entrar na rede, as instituições têm de cumprir ao menos dois dos dez objetivos e assumir o compromisso de forma séria de ampliar a atuação para se tornar um hospital sustentável", afirma o coordenador do conselho consultivo do Projeto Hospitais Saudáveis, Vital Ribeiro.
A proposta da rede é que as instituições - públicas e particulares - troquem experiências e encontrem soluções locais para problemas comuns.
O Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) será o primeiro hospital federal a ingressar na rede. Entre as metas cumpridas está o banimento de mercúrio. Termômetros e instrumentos para medir pressão que utilizavam o metal pesado foram substituídos por aparelhos digitais.
Outros objetivos foram alcançados: mais de 20 toneladas de lixo foram recicladas em 6 meses, o resíduo biológico, que chegava a 30% do lixo, foi reduzido para 11%, o consumo de energia e água baixou. "Há um esforço mundial para termos hospitais saudáveis e verdes. Para ingressar na rede, precisávamos cumprir dois objetivos; alcançamos quatro", diz o gerente de resíduos de saúde, Robson Monteiro.
Tendência. Cresce no setor de saúde iniciativas de hospitais sustentáveis. Reaproveitamento de água e iluminação natural já são corriqueiros nas novas obras. Mesmo os mais antigos se adaptam. No Hospital São Vicente de Paulo, na zona norte do Rio, erguido no fim dos anos 1970, a solução foi criar tetos verdes, que reduzem a temperatura interna entre 6°C e 8°C. Nas reformas, árvores nativas foram mantidas e incorporadas ao projeto arquitetônico.
Em dezembro, será inaugurado no Rio o primeiro hospital certificado pelo Green Building Council, organização que atesta se prédios são sustentáveis, desde a construção à operação. O Hospital Unimed-Rio, na zona oeste, custou R$ 100 milhões - entre 15% a 20% empregados em materiais e equipamentos com suficiência energética.
"Há uma questão de consciência pela sustentabilidade, mas também uma redução nos custos de operação", afirma Flávio Kelner, sócio diretor da RAF Arquitetura, que desenvolveu projetos de prédios verdes no Rio e em São Paulo.