Novas bicicletas públicas de Copenhague, na Dinamarca, vêm com tablets embutidos
Aparelhos ligam e desligam o motor elétrico da bicicleta e trazem GPS, com indicações de pontos turísticos e restaurantes
Por Fernanda Dutra
Em 2012, Copenhague encerrou seu sistema de bicicletas públicas. Depois de ter sido pioneira no conceito, lançando um modelo de aluguéis por moedinhas ainda nos anos 1990, a capital da Dinamarca parecia estar regredindo enquanto grandes cidades como Nova York, São Francisco, São Paulo e Rio lançavam seus programas. Pois, neste ano, Copenhague deu passos largos à frente ao inaugurar as 20 primeiras estações da GoBike, sistema de bicicletas públicas elétricas com tablets embutidos.
Os tablets - com cabos escondidos no guidão para evitar roubos e vandalismo - têm função de computador de bordo. Neles, o passageiro pode escolher se utilizará a bicicleta na função manual ou elétrica; conferir os horários de trens e metrôs; reservar uma segunda bicicleta para outra pessoa; e calcular as rotas mais rápidas entre os destinos.
Para os ciclistas-turistas, além de ser possível escolher a função em inglês (mais universal que o dinamarquês), há dicas de pontos de interesse, restaurantes e serviços. Por enquanto, não houve registros de roubos dos tablets nem das bicicletas.
O programa é financiado pela empresa que controla os trens do país, Danske Statsbaner (DSB), e as prefeituras de Copenhague e a vizinha Frederiksberg. Até o final do verão europeu, a cidade espera aprovar a expansão do programa, chegando a 1860 bicicletas no final do ano.
As bicicletas são feitas de alumínio. O banco é ajustado com um sistema de pressão a gás e, uma vez que o assento é adaptado, o guidão se ajusta automaticamente para garantir a ergonomia. Os pneus são à prova de rupturas e duram até 15 mil quilômetros. O aluguel da bicicleta sai por 25 coroas dinamarquesas (quase R$ 10) por hora. No caso da assinatura mensal, o valor cai para 6 coroas ou R$ 2,45.
Apesar de impressionar muita gente pela tecnologia, o sistema gerou críticas em Copenhague. Se a capital da Dinamarca já tem mais bicicletas (650 mil) que habitantes (550 mil) e carros (125 mil), por que precisaria de mais bikes? Segundo Andreas Røhl, que coordena a gerência de Mobilidade e Espaço Urbano, disse que as bicicletas são voltadas a não-residentes: turistas e moradores do subúrbio, que não levam suas bikes na jornada até Copenhague, daí a importância da ligação com os trens.
Matéria originalmente publicada no jornal O Globo