Pirituba quer parque e não cemitério na região
Ambientalistas afirmam que empresa desmatou sem licença área de proteção para construir cemitério na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães. Obra está embargada pela Justiça
fontehttp://www.diariosp.com.br/_conteudo/2011/07/100744-pirituba+quer+parque+e+nao+cemiterio+na+regiao.html
"Acordei com o grito dos pássaros. Era a natureza avisando que estava sendo destruída. Abri a janela e vi máquinas arrancando as árvores da área verde em frente ao meu prédio", disse a fisioterapeuta e ambientalista Regina Jasa. A cena ocorreu em 2005. Desde esta época, Regina e um grupo de ambientalistas vêm tentando impedir a abertura de um cemitério em um terreno dentro de uma área de preservação ambiental, na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, no cruzamento da Marginal Tietê com a Rodovia dos Bandeirantes, em Pirituba, na Zona Norte.
O dono /O terreno é de Garzal Zarzur, que comprou a área em 1959. De acordo com a filha dele, a advogada Carla Zarzur, Garzal tem todas as licenças ambientais e autorizações para a construção do cemitério. "Mas vamos acatar qualquer que seja a decisão da Justiça", afirmou a advogada.O deputado Diogo disse que não agiu errado e vai se defender na Justiça. "Não há crime nenhum em aprovar autorizações de corte de árvores nos últimos dias de mandato", afirmou.
Guerreira
Defensora de causas ambientais desde criança, Regina Jasa acionou o Ministério Público para verificar a regularidade da obra do cemitério. "Só temos um planeta. Um cemitério aqui afeta não só o entorno, e por várias gerações. O que está em jogo aqui é a herança que vamos deixar para nossos filhos e netos."
Tristeza
O historiador Wilson Alves de Castro, de 78 anos, nadou e pescou com seu pai no riacho que foi canalizado durante a construção do cemitério. "Esse lugar me traz muitas lembranças. Foi a fazenda de Anastásio Capuava, e depois foi do Frigorífico Armour. Triste ver como ficou sem árvores", lamenta Wilson.