terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Cachorro quente...

6/01/2015 16h15 - Atualizado em 06/01/2015 16h18

Cães que virariam comida na Coreia do Sul chegam aos EUA para adoção

Cães foram resgatados de fazenda que os criava para consumo humano.
Fazendeiro sul-coreano recebeu compensação e passará a cultivar mirtilos.


Da France Presse
 Cachorro chamado Snowball (bola de neve, em inglês), que era criado para consumo humano, foi resgatado na Coreia do Sul e será adotado nos EUA (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)Cachorro chamado Snowball (bola de neve, em inglês), que era criado para consumo humano, foi resgatado na Coreia do Sul e será adotado nos EUA (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)
Uma dúzia de cachorros que seriam abatidos para virarem comida na Coreia do Sul chegaram esta semana à região de Washington, nos Estados Unidos, para serem adotados como bichos de estimação.
Eles foram os primeiros de um total de 23 cachorros que serão levados para o território americano esta semana, como parte de uma campanha para combater o uso de carne de cachorro no leste asiático.
A Sociedade Humanitária Internacional (HSI, na sigla em inglês), com sede em Washington, localizou os cachorros em uma fazenda de Ilsan, que fica perto de Seul, onde eles estavam sendo criados especificamente para o consumo humano.
 Cachorro recém-chegado da Coréia do Sul é fotografado em abrigo nos EUA AFP (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)
Cachorro recém-chegado da Coreia do Sul é
fotografado em abrigo nos EUA AFP
(Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)
O fazendeiro - que declarou ter um carinho especial por cachorros - concordou em abrir mão dos animais e aceitar uma oferta de compensação, passando a cultivar mirtilos como sustento, segundo a diretora do HSI Kelly O'Meara.
Depois de um longo voo de Seul, os cães foram acolhidos em canis, nesta segunda-feira (5), na Liga pelo Bem-Estar Animal de Alexandria, cidade americana do estado da Virgínia.
A HSI tem trabalhado com grupos locais na China, Filipinas, Tailândia e Vietnã para sensibilizar o público sobre a questão do comércio da carne de cachorro. "Mas a Coreia do Sul é incomum porque lá os cães são criados em fazendas para suprir a demanda", diz Kelly, enquanto outros países matam cães selvagens para o consumo de carne.
Cachorro sul-coreano que viraria comida tem chance de vida nova nos EUA (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)
Cachorro sul-coreano que viraria comida tem chance
de ser adotado e ter vida nova nos EUA
(Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)
Todo ano, entre 1,2 milhões e 2 milhões de cachorros são consumidos no país, segundo ela. A demanda é suprida por centenas de fazendas que criam os animais.
Kelly diz que é a primeira vez que cachorros da Coreia do Sul destinados para o consumo humano foram resgatados e trazidos para os Estados Unidos, onde existe uma demanda grande por cães para adoção.
Todos os 23 cachorros sul-coreados - a segunda leva chegará nesta terça-feira - passarão por exames veterinários em Alexandria, antes de serem distribuídos entre cinco abrigos para adoção.
"Ao ajudar esses 23 cachorros, estaremos ajudando muitos outros na Coreia do Sul", ao sensibilizar o público sobre o consumo desse tipo de carne, diz Megan Webb, diretora exexutiva da Liga pelo Bem-Estar Animal de Alexandria, que promove a adoção de cerca de mil cães por ano.
Cachorro resgatado bebe água dentro de gaiola, ao chegar nos EUA nesta segunda-feira (5) (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)Cachorro resgatado bebe água dentro de gaiola, ao chegar nos EUA nesta segunda-feira (5) (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)
Cachorro chega aos Estados Unidos depois de ser resgatado na Coreia do Sul, onde viraria comida (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)Cachorro chega aos Estados Unidos depois de ser resgatado na Coreia do Sul, onde viraria comida (Foto: AFP Photo/Robert MacPherson)

Como treinar seu cérebro para torná-lo fluente em Matemática


Como treinei meu cérebro para me tornar fluente em Matemática

EDIGLEY ALEXANDRE
Sabiamente Galileu Galilei escreveu em seu livro, Il Saggiatore:
A Filosofia [Ciência] está escrita neste grande livro, o Universo, que está permanentemente aberto e ao alcance do nosso olhar. Mas o livro não pode ser compreendido sem antes aprendermos a linguagem e os caracteres em que está escrito. A linguagem é a Matemática, e os caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas, sem as quais é humanamente impossível compreender uma única palavra.

Não há citação mais adequada para iniciar uma breve história, sobre como treinei meu cérebro para me tornar fluente em Matemática. Neste post, contarei um pouco como foi o meu processo de aprendizado durante curso de Matemática concluído em 2007, no DME-UERN.
Como treinei meu cérebro para me tornar fluente em Matemática
Imagem: Nautil.us
Ouço muitos comentários dizendo que "saber" ou "entender" Matemática é um dom ou alguma palavra semelhante. Será? A Ciência que investiga o cérebro humano é tão ansiosa por respostas quanto a Ciência que procura respostas na imensidão do Universo.

Alguns estudos mostram que crianças podem nascer com habilidades matemáticas. São habilidades cognitivas incomuns que com o passar de sua idade ficarão em evidência. Mesmo assim, é um futuro incerto que depende de outros fatores que podem influenciar no avanço de suas altas habilidades.

No meu caso, não fui diagnosticado com nenhuma habilidade especial em Matemática na minha infância. Talvez se tivesse sofrido uma influência maior do meio que vivia, teria desenvolvido uma habilidade maior para tocar bateria, o que exige muito uma coordenação motora para uma criança de 8 anos.

O meu despertar para a Matemática foi tardio se comparado aos meus colegas professores que começaram a gostar de Matemática, desde crianças, e que se tornaram professores de Matemática. O meu prazer pela Matemática surgiu na 8ª série (hoje 9º ano), quando ainda nem sabia o que era realmente Matemática, apenas era um garoto que adorada resolver equações quadráticas e biquadradas.
 Duas páginas do meu caderno que usei na 8ª série (1170 x 1600)


Naquele época eu nunca abri a boca para reclamar dizendo: a fórmula de Bhaskara não serve pra nada. Não tinha nem noção do que era aplicações matemáticas.


Mas, antes de chegar a esse ponto sofri um pouco. Serei breve. Acompanhe.

Já fui reprovado

Fui reprovado duas vezes (não riam). Na 2ª série (hoje 3º ano) e na 4 série (5º ano). Não escrevo isso com prazer, porém tive motivos inacreditáveis que levaram a este ponto e que lembro-me muito bem. Não citarei um deles para não alongar mais ainda o texto.

O segundo fator, era minha deficiência visual que começava a se agravar naquela época. A miopia forte me impedia de acompanhar as tarefas realizadas no quadro. Não tinha óculos e não podia comprar um. Sempre introspectivo, me escondia em algum lugar na escola e não assistia as aulas. Resultado: reprovado. Na 5ª série não sabia as quatro operações básicas.

Somente no ano seguinte, que a equipe pedagógica e meus pais detectaram o problema e assim continuei normalmente minha vida escolar.

Bons professores

A consequência de ter bons professores comprometidos com o ensino, faz toda a diferença, principalmente, durante o Ensino Fundamental onde estudamos as principais teorias para obter uma boa base matemática. Dizemos que uma pessoa é dotada de base matemática, quando ela detém de um conjunto de conhecimentos específicos que possibilitam:
  • Identificar a linguagem matemática (símbolos e nomenclaturas padrões);
  • Interpretar a linguagem matemática em diferentes contextos;
  • Dominar operações aritméticas e algébricas;
  • Identificar, interpretar e dominar a Geometria no contexto aritmético e algébrico.
E assim consegui concluir o Ensino Fundamental.

Tudo deu errado

Durante o Ensino Médio aconteceu tudo de errado. Falta de professores. Professores descompromissados com o ensino. Foram os 3 anos mais longos da minha vida.

Para você ter uma ideia, concluí o Ensino Médio sem dominar conteúdos básicos, como por exemplo, Intervalos. Sim, aqueles segmentos de reta com círculos abertos ou fechados, para resolver sistemas de inequações ou simplesmente representar uma inequação. Sem falar na Geometria.

O jeito era colocar em prática o famoso "se vire sozinho!".

Estudar sem um orientador (assim defino um professor) é como tentar acessar páginas na internet sem ter um browser instalado no computador (que comparação tosca). É se sentir perdido.

Ingresso na universidade

Não cursar um bom Ensino Médio e não poder se preparar pagando por um cursinho, deixaram tudo mais complicado. Como já citei anteriormente, tive que me virar sozinho.

Dedicava 10 horas do dia para estudar todas as matérias e ler os quatro livros exigidos para o Processo Seletivo Vocacionado (PSV), que aliás, paguei R$ 50,00 pela inscrição. Naquela época o ENEM estava começando.

Me locomovia 5 km a pé até a biblioteca no centro da cidade para estudar e pegar os livros emprestados.

Estes pequenos esforços foram suficientes para ser aprovado no meu primeiro vestibular. 26ª colocação de 45 vagas.

O "sofrimento" inicial na faculdade

Foi durante o 1º período do curso de Matemática (modalidade licenciatura, mas com grade de bacharelado rsrs), que senti o baque. Um curso de Matemática é muito "puxado". Não há muito tempo para se tirar dúvidas. O ideal é que comece o curso com a base matemática completa, caso contrário terá que repetir a cadeira no semestre seguinte. E assim aconteceu.

É a partir daqui que começou o treinamento pessoal para me tornar fluente em Matemática.

Como treinei meu cérebro para me tornar fluente em Matemática

Escrever e falar fluentemente em um idioma qualquer exige, obviamente, que domine o idioma. Dominar a grafia e todas as características de um idioma, permitem entender o que se escreve e ler. Com a Matemática não é diferente. Leia novamente a citação de Galileu.

Quando me deparei pela primeira vez com a figura de um intervalo numérico, não tinha a menor noção do que aquilo significava. Calcular uniões, interseções e demais operações com intervalos era algo que eu odiava. Por que? Porque não entendia. E, geralmente, é assim: quando não conseguimos absorver um determinado conteúdo, não gostamos dele.

Mas não posso generalizar. Nem sempre o entendimento constrói fluência, pelo contrário, a fluência que constrói o entendimento.


Segue abaixo os 3 passos que segui para recuperar, aprender e aperfeiçoar o meu conhecimento teórico em Matemática.

1º passo: Força de vontade

Antes de querer recuperar aquilo que havia deixado passar ou perdido, tive que reconhecer que também tenho minha parcela de culpa. Fiz uma auto avaliação e consegui identificar as minhas principais deficiências matemáticas, que me impediam dominar os conceitos e definições sequentes.

Desta auto avaliação, identifiquei:

  • Matemática básica (5º ano) estava ok. Não tinha problemas com os conteúdos básicos.
  • Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano: ok.
  • Por mais que tenha me saído bem no Ensino Fundamental, isso não garantiu que me sairia bem no Ensino Médio. O conteúdo do Ensino Médio é gigantesco e nunca dava tempo de estudar todo o conteúdo dado pelo professor, que, na maioria das vezes, foi negligente.


2º passo: Planejamento de estudos

Visitei a biblioteca da faculdade e peguei emprestado (e renovava a cada semana), uma coleção completa de Matemática (principalmente os de Gelson Iezzi). Sozinho, me dedicava horas e horas por dia, estudando cada volume da coleção, naquele silêncio gostoso da biblioteca.

Montei um cronograma de estudos intensivo com 2 anos de duração. Cada volume era estudado e nunca adiantado sem entender o conteúdo anterior. Não tinha internet, vídeo aulas ou colegas pra me ajudar. Tive que me virar sozinho. Não foi nada fácil, mas depois de 2 anos e meio, terminei de estudar os principais volumes que seriam importantes para o entendimento de cadeiras como: Cálculo Diferencial e Integral, Álgebra Linear, etc. Estas duas as mais temidas.

3º passo: Aplicando Matemática em Matemática

Além de cumprir o cronograma que montei para estudar a Matemática correspondente ao Ensino Médio, cursava paralelamente cadeiras como: Física Teórica, Geometria Plana, Estatística, etc., que deixava as coisas ainda mais complicadas.

A parte boa era que tudo se encaixava quando assistia as aulas, cujo conteúdo tinha pré-requisitos, que havia estudado e aprendido há algumas semanas.

Resultado: aquele inexperiente acadêmico de Matemática, reprovado em Matemática 1, alguns anos depois, é aluno destaque em Álgebra Linear 1 e 2. Não conto isso com muito orgulho, pois da minha turma, só pagaram a cadeira de Álgebra Linear, eu e mais dois colegas.

4º passo: Aprendendo ensinando

Participei de muitos grupos de estudos quando cursava Matemática na faculdade, mas na época não conseguia acompanhar o ritmo, pelos motivos que já leram neste post. Depois de muitos esforços consegui dominar o que antes nunca tinha estudado ou tinha dificuldade para aprender.

Algum tempo depois, mediante a muitos estudos, me tornei monitor de Matemática 1, 2 e 3, Geometria Plana, Geometria Analítica, Desenho Geométrico e Álgebra Linear 1 e 2. E este foi o período em que mais aprendi e desenvolvi minha fluência em Matemática, compartilhando aquilo que com muita luta consegui adquirir.

A compreensão da Matemática por meio da discussão ativa é o talismã do aprendizado. Se você pode explicar para os outros o que você aprendeu, talvez, você deve entendê-los. [Barbara Oakley]

Diferentemente de outros colegas, eu sempre gostei de ajudar quem me procurava. Nunca me senti, por exemplo, o expert em Álgebra Linear, pois apenas detinha um pequeno conhecimento adquirido durante alguns meses de estudos, com um excelente professor cearense.

Mas confesso que meu ego se sentia massageado, quando colegas com dificuldades me procuravam pedindo uma ajudinha. E meu ego explodia quando, os que criticavam, os que faziam questão de ver as notas baixas postadas na parede ao lado da sala, as notas da prova de uma determinada disciplina; ficarem de piadinhas. Infelizmente há os que só criticam em vez de ajudar.

Lembro-me de uma pergunta de uma amiga da faculdade: o que você fez para aprender tudo isso e agora está sendo monitor? Respondi que apenas batalhei por uma coisa que realmente gostava, não apenas pelo desafio.

Aos sábados e domingos montei um grupo de estudos na faculdade, para Álgebra Linear. Caminhava 4 km até o ponto aonde esperava uma carona, para poder ir à universidade. Não guardo nada que aprendi para mim mesmo. Sempre senti um desejo em querer ajudar. É por esse motivo que mantenho esse blog há 7 anos.

Concluindo

Acredito fervorosamente que qualquer pessoa pode ser fluente em Matemática, desde que não sofra de nenhuma patologia que impeça isso. Porém, é necessário que se tenha o mínimo de consciência intelectual para identificar suas prioridades e tenha também muita força de vontade para estudar, sem desanimar.

Até mesmo grandes gênios da Matemática, como Andrew Wiles, passaram por desafios, cuja a própria Matemática e uma nova linguagem teve que ser "adaptada", com ajuda de outros matemáticos, afim de demonstrar o Último Teorema de Fermat.

Este texto não serve como um modelo que talvez funcione com você, é apenas um pouco das minhas experiências que me ajudaram a me tornar fluente em Matemática. Não imagine que sou um expert da Matemática, pois não sou. Lembre-se: nem sempre o entendimento constrói a fluência, pelo contrário, a fluência que constrói o entendimento.

Caso contrário não seria um professor hoje. Não me atreveria a ensinar Matemática sem dominar aquilo que irei ensinar, como vejo muitos a agirem assim. O que me faz ter sucesso como professor, é me colocar no lugar dos meus alunos e mostrar que eles também podem aprender Matemática.

É impossível compreender a Física dos movimentos, a Biologia dos seres vivos, a Química que nos compõem, a Informática que facilita nossas vidas, a Astronomia que todos os dias desvenda os mistérios da nossa própria existência, as engenharias e qualquer outra área, sem dominar a linguagem que é comum a todas elas - a Matemática. Todas caminham lado a lado e já revolucionaram o mundo como o conhecemos, seja para o bem ou para o mal.

Cartilha de Proteção contra Raios




A cada 50 mortes por raios no mundo, uma é no Brasil, o país campeão mundial em incidência do fenômeno. São 130 mortes, mais de 200 feridos por ano e prejuízos anuais da ordem de um bilhão de reais no país.
Portanto, é preciso saber o que fazer e o que evitar quando se escuta o barulho característico de um raio, o trovão!
80% das circunstâncias em que acontecem mortes por raios podem ser evitadas se as pessoas souberem como se proteger. E por isso o ELAT criou e está disponibilizando uma Cartilha de Proteção contra Raios, elaborada de forma simples e didática. (clique aqui para visualizar a cartilha)
Se você faz parte de alguma instituição (escolas, defesa civil) e tem interesse em receber a cartilha em alta resolução, por favor, envie um email para elat@inpe.br solicitando o arquivo.








Edição do dia 04/01/201504/01/2015 21h19 - Atualizado em 05/01/2015 16h03

Temporal em São Paulo registra 359 raios e 3.913 relâmpagos
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/temporal-em-sao-paulo-registra-359-raios-e-3913-relampagos.html
Ventos de até 96 km/h arrancaram 326 árvores em um violento temporal.

Especialistas explicam o que você precisa saber para se proteger de raios.

Baixada Santista, litoral sul de São Paulo. Sol de rachar e quase nenhum espaço na areia. Um dia normal de verão, com grandes chances de terminar com um temporal.
E os bombeiros precisaram ser rápidos: "Pessoal, vocês sabem que tem uma tempestade de raios e que é perigoso ficar aqui?”, orienta a tenente Karoline Burunsizian, Corpo de Bombeiros de Guarujá - SP.
“Estou saindo para evitar o pior”, diz um frequentador da praia.
“Eu acho que só por causa desses óbitos que deu esses dias que o pessoal saiu. Porque senão, eles não respeitariam. Eles ficaram com medo”, diz a tenente.
As mortes que assustaram os banhistas foram na última segunda-feira (29) em Praia Grande, a 50 quilômetros do Guarujá. Quatro pessoas da mesma família foram atingidas por um raio: Zenildo, coronel aposentado da Polícia Militar; a mulher dele, Andrea, a sobrinha do casal, Kátia, e o marido dela, Luciano.
Era um dia de sol e praia lotada. No meio da tarde, começou a ventar muito e o tempo mudou. As pessoas começaram a sair da praia, mas a família do coronel aposentado ainda estava na areia e tentou se abrigar debaixo do guarda-sol. Foi nesse momento que o raio caiu. As vítimas estavam a 100 metros dos prédios da orla, que tem para-raios.
O irmão de Zenildo também estava na praia: “Não escutei nada. Não vi clarão nenhum e os quatro caíram. Eu pensei que eles estavam brincando comigo”, lembra Zacarias Peixoto, irmão de Zenildo.
Outras pessoas correram para ajudar, até a chegada do resgate, mas não havia o que fazer.
“Isso que foi o mais assustador. Você está aqui para passar o Ano Novo, para se divertir e não sei o que, e você morre”, diz Ira Costa, testemunha.
A tragédia poderia ter sido ainda maior. “Nós estávamos separados por uns quatro, mais ou menos, dessa família”, conta a dona de casa Jovanete Souza.
Jovanete e a família estavam na praia desde cedo e não queriam ir embora. “Quando chovia a gente continuava na praia. Porque eu, pessoalmente, prefiro. É muito melhor na praia sem aquele calorão”, diz Milena Garrido Souza, de 14 anos.
Só que naquele dia tinha alguma coisa estranha: “O temporal que fechou foi muito diferente do que a gente já estava acostumado a ver”, lembra Jovanete.
Começou a chover dentro do guarda-sol e a família resolveu ir para casa. O pai ainda esperou a mãe e as meninas irem até o mar tirar a areia do corpo. “Foi nesse momento que o raio caiu, um barulho ensurdecedor, coisa absurda. E a sensação que eu tive é que desceu um risco de fogo neles”, conta o pai Lázaro Aparecido de Souza.
“Eu apaguei, eu não ouvi barulho, não ouvi clarão, não ouvi nada”, diz Jovanete.
A mãe e as duas meninas foram atingidas pelo raio. Escaparam por pouco. Só tiveram ferimentos no rosto ou maxilar. “2014 pra mim, vai ser um ano a ser celebrado eternamente. Enquanto vida eu tiver, vai ser um ano em que Deus me deu a condição de reviver”, destaca Jovanete.
Na madrugada daquela segunda-feira, um violento temporal já tinha causado destruição em São Paulo. Ventos de até 96 km/h arrancaram 326 árvores. Foram 359 raios e 3.913 relâmpagos riscando os céus, como mostram imagens inéditas do temporal que você vê no vídeo acima.
“São cerca de 50 milhões de raios por ano, o que coloca nosso país no primeiro lugar do mundo na quantidade de raios. Então, as pessoas têm que estar atentas, principalmente, no verão”, alerta Osmar Pinto Junior, coordenador ELAT - Grupo de Eletricidade Atmosférica/Inpe.
Na praia, a tenente do Corpo de Bombeiros diz o que fazer quando o tempo fecha: “Saia da praia, saia do mar. Não só da água, mas saia da praia também e procure um lugar seguro”, diz ela.
Nunca debaixo de um guarda-sol, como fez a família que morreu em Praia Grande.
“O guarda-sol é uma coisa pontiaguda e que tem uma estrutura metálica em geral. Então, o raio vinha caindo próximo ao local e desviou em relação ao guarda-sol. Outra coisa também importante nesse caso é: por que aconteceu uma tragédia? Porque as pessoas estavam agrupadas. Evite de ficar em grupos”, orienta Osmar.
Alexandre Piantini, professor da Universidade de São Paulo, explica por que os para-raios da orla não protegeram as famílias. “O objetivo dos para-raios é proteger as instalações onde eles estão instalados. Não é que o para-raios falhou, a função dele não é proteger o que está fora”, avalia o professor de Engenharia Elétrica - POLI/USP.
Mas então, qual é o jeito mais seguro de se proteger dos raios? “Buscar abrigo em um lugar seguro, um shopping center, um prédio grande, escola”, ele diz.
Ficar dentro do carro é seguro? “Sim, as pessoas devem ficar com os vidros fechados e sem tocar nas partes metálicas do carro”, ensina Piantini.
E calçado de borracha, protege mesmo? “Se a pessoa estiver de chinelo, ou sapato de borracha, a corrente que vai passar através do corpo, vai ser menor. Ou seja, vai diminuir o risco de um acidente mais grave”, explica o professor.
E dentro de casa? “Dentro de uma residência ainda existem riscos. Não fale ao telefone com fio, não fique conectado ou tocando nenhum objeto ligado à rede elétrica.”, explica Osmar Pinto Junior. 
“Evitar ficar próximo a janelas, tomadas, lâmpadas, torneiras, não lavar prato quando está chovendo. São dicas para diminuir o número de acidentes”, orienta Piantini.
Saiba o que fazer para se proteger dos raios (Foto: Rede Globo)

“O problema é que a gente escuta todo tipo de graça, inclusive: ‘se eu tiver que morrer vou morrer, e eu não vou sair daqui’", diz a tenente do Corpo de Bombeiros.

“Antes de começar a chover a gente não vai sair não”, avisou o jovem Bruno à tenente na praia.
Era o que pensavam mãe e filhas atingidas pelo raio na segunda-feira.
“Isso mesmo que a gente pensa, fala: ‘um raio pode atingir qualquer lugar, imagina que vai cair em cima de mim?’ Então hoje a gente já pensa diferente: um raio pode cair em cima de mim, como pode cair em cima de qualquer uma pessoa”, diz Jovanete.