sábado, 25 de julho de 2015

Sepultamos 4 mil km de riachos e córregos

São Paulo escondeu seus rios para que os carros pudessem passar



Beco do Grafitti (ou Beco do Batman), na Vila Madalena, em São Paulo. Em dias de chuva muito forte, o rio reaparece em seu curso original. Imagem: Reprodução
Quem mora em São Paulo já deve ter visto, principalmente durante o verão, ruas e avenidas alagando e provocando enchentes em regiões específicas da cidade. A cada chuva um pouco mais forte, a cidade entra em estado de atenção, causando transtornos e prejuízos incalculáveis.
Há muitos motivos pelos quais a natureza reage dessa forma e um deles está bem embaixo dos nossos pés: são os rios, córregos e riachos canalizados sob o asfalto, que sofreram com a urbanização desenfreada, ocupação indevida e impermeabilização do solo, para dar lugar principalmente a ruas e avenidas.
Durante o processo de desenvolvimento, os rios que cortavam as cidades passaram de áreas super valorizadas e grandes aliados para serem vistos como obstáculos ao crescimento – já que o processo rodoviarista, do qual somos vítimas, precisava de cada vez mais espaço para justificar sua existência e manutenção.

Sepultamos 4 mil km de riachos e córregos

As áreas fluviais, perfeitas para atravessar a cidade a pé ou de bicicleta devido à sua topografia praticamente plana, foram transformadas nas pistas das famosas Marginais Pinheiros e Tietê (que têm esse nome justamente por seguirem às margens desses rios), além de avenidas como a Nove de Julho (construída sobre o córrego Saracura) e a 23 de Maio (sobre o Itororó).
Segundo o arquiteto e urbanista Alexandre Delijaicov, da FAU/USP, um dos grandes responsáveis pela mudança de paradigma que transformou São Paulo veio da gestão do prefeito Prestes Maia, que governou de 1938 a 1945, e eliminou 4 mil quilômetros de riachos, córregos e suas margens – essas consideradas ótimas opções de lazer em metrópoles como Paris e Londres.

Bambu filtra impureza da água e gera economia

Bambu filtra impureza da água e gera economia




Empresa produtora de tomates adota sistema que usa o vegetal para sugar impurezas da água e deixá-la útil para o reuso

26 DE JUNHO DE 2013
PUBLICADO POR
Ingrid Araújo
O mau cheiro do esgoto e a poluição do solo por uma empresa produtora de tomates em Mogi Guaçu incomodou os vizinhos e fez a fábrica repensar na sua responsabilidade ambiental. Para solucionar o problema foram instalados três filtros biológicos que usam o bambu para absorver as impurezas e microorganismos da água. Dessa forma, a água usada para lavar os tomates pode ser reutilizada e gerar a economia de 30% na conta.
Há dois meses o projeto foi desenvolvido pela parceria entre o biólogo Fábio Cesar Braga, professor do Centro Guaçuano de Educação Profissional (Cegep) e o engenheiro agrônomo Alexandro Batista Ricci. “Percebemos que os donos da empresa tinham a vontade de melhorar o sistema, mas não sabiam como. Busquei, junto com outro professor, uma solução para o caso e encontramos um estudo da Unicamp sobre o uso de bambu. Resolvemos colocar em prática, de forma experimental”, explica Fraga em entrevista para o G1, que na época trabalhava na prefeitura de Mogi.
DBO (Demanda Bioquimica de Oxigênio), índice que mede o nível de oxigênio na água constatou que o uso do bambu neste processo reduz a absorção deste elemento em 90%, ou seja, ao contrário das algas e outros microorganismos, o bambu consegue filtrar a água e sugar uma pequena porcentagem de oxigênio. De 218mg/l, o número foi para 29mg/l. A proposta do filtro biológico pretende reduzir ainda mais este índice.
“A água é apenas estocada atualmente, já que o sistema entrou em operação em abril e ainda precisa se adequar. Além de deixar a empresa alinhada com os processos ecológicos, é vantajoso economicamente. Em poucos meses se paga o investimento, por conta deste reaproveitamento da água”, explica o técnico em segurança da empresa, Anderson Luiz dos Santos.
O investimento que custou por volta de R$ 20 mil é metade do valor do tratamento de esgoto convencional. Além de evitar multas, o projeto trata a água que servirá para a irrigação de áreas verdes e sanitários da empresa.
Com informações do G1.