A coordenadora executiva do Comitê Paulista da Copa do Mundo de 2014, Raquel Verdenacci, divulgou ontem (30), durante o "Road Show - Vitrine ou Vidraça", realizado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), o vídeo com o plano operacional da arena do Corinthians durante a Copa do Mundo. Segundo o governo, 82% dos torcedores deverão utilizar transporte público para chegar aos jogos do Mundial na capital paulista.
A ideia é criar um perímetro de segurança com bolsões de estacionamento e acessos diferentes para cada setor do estádio, com o objetivo de controlar o acesso dos torcedores. Somente pessoas com ingressos poderão acessar esse espaço. Apenas vips e torcedores com ingressos diferenciados poderão estacionar perto do estádio.
O restante do público usará a estação de metrô Artur Alvim, além de linhas de ônibus específicas com ponto final na estação de metrô Corinthians-Itaquera. Também será criado um trajeto específico da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) chamado Expresso da Copa, que ligará a Estação da Luz, no centro da cidade, a Itaquera em aproximadamente 20 minutos.
Dentro do terreno do estádio, ficarão concentradas as vilas comerciais e de hospitalidade para os patrocinadores da Fifa, além de estacionamento para caminhões de TV.
Obras da Copa
O Sinaenco divulgou ontem também um panorama atualizado da situação de cada estádio que está sendo construído para a Copa de 2014. Segundo o estudo, a arena mais avançada é o Castelão, em Fortaleza, com 50% das obras já realizadas. A obra que está mais atrasada é a da Arena das Dunas, em Natal, que completou somente 11% das obras. A Arena do Corinthians já está com 19% das obras finalizadas.
Confira, abaixo, mais informações sobre todas as obras:
Belo Horizonte - 40%
Estádio Magalhães Pinto/Mineirão (público-privado)
Consórcio: Egesa, Hap e Construcap
Capacidade: 64,5 mil lugares
Custo: R$ 654 milhões (R$ 666 milhões, segundo a CGU)
O canteiro do Mineirão conta com 1,5 mil operários em três turnos de obras. No pico, a previsão é que sejam dois mil. Em novembro, teve início a montagem da esplanada de 80 mil m² no entorno do estádio, com a utilização de cinco mil peças de concreto pré-moldado. A cobertura já está sendo preparada para a instalação da estrutura metálica. Aproximadamente 70% das fundações externas e 65% das internas estão prontas. As construtoras informam ainda que o processo de fixação dos blocos de apoio para a nova arquibancada inferior está 60% concluído. Os amortecedores já foram instalados.
Brasília - 42%
Estádio Nacional de Brasília/Mané Garrincha (público)
Consórcio: Andrade Gutierrez e Via Engenharia
Capacidade: 71 mil lugares
Custo: R$ 696 milhões (R$ 745,3 milhões, segundo a CGU)
Segundo o consórcio, terraplanagem, fundações e instalação dos pilares e blocos que sustentarão as arquibancadas estão finalizados. Os tubulões, blocos e pilares da esplanada já foram instalados. Até o momento, 82% da arquibancada inferior está pronta e já foi iniciada a construção do anel intermediário. A laje do segundo pavimento da esplanada tem 92% de execução, de acordo com as construtoras. A obra do Estádio Nacional está em sua primeira fase, que contempla a construção de uma esplanada no entorno e da arquibancada inferior. Em seguida, começa a construção da arquibancada superior e da cobertura.
Cuiabá - 35%
Arena Pantanal (público)
Consórcio: Santa Bárbara e Mendes Júnior
Capacidade: 43,6 mil (30% removíveis)
Custo: R$ 580 milhões (estádio e acessos)
Mais de 650 operários trabalham na construção da arena, número que deve chegar a mil até o fim do ano. A construção das arquibancadas inferiores teve início no mês passado, com a instalação das vigas, degraus e pilares. Além deste setor, outras estruturas da arena são visíveis, como as torres e rampas que dão acesso às arquibancadas. No canteiro está sendo formado estoque com peças pré-moldadas de concreto. As peças de metal das arquibancadas desmontáveis também chegam aos poucos aos estoques do canteiro.
Curitiba - 55%
Arena da Baixada (privado)
Construtora: Engevix
Capacidade: 42 mil
Custo: R$ 180 milhões
A construção do estacionamento teve início em 4 de outubro, sem interromper as atividades do estádio. As obras internas deverão ser iniciadas somente em janeiro de 2012.
Fortaleza - 50%
Estádio Governador Plácido Castelo/Castelão (público-privado)
Consórcio: Galvão, Serveng e BWA
Capacidade: 66,5 mil
Custo: R$ 474,8 milhões
A primeira etapa da obra já foi finalizada, com a entrega do novo prédio da Secretaria do Esporte do Estado e de parte do estacionamento coberto. A segunda fase, que inclui a segunda parte do estacionamento coberto, foi finalizada em 11 de novembro. Iniciada em junho com a implosão de parte do anel superior, a terceira etapa engloba as obras mais importantes do Castelão. No chamado "edifício central" funcionará o sistema de inteligência, as áreas vips, o centro de mídia, o setor de monitoramento e os vestiários. Neste momento, a fase avançou mais de 30,22%, especialmente com obras de fundação.
Manaus - 30%
Estádio Vivaldo Lima/Arena Amazônia (público)
Construtora: Andrade Gutierrez
Capacidade: 44,3 mil
Custo: R$ 499,5 milhões
Começou em 18 de agosto a construção das arquibancadas do estádio, sendo que, no momento, 299 degraus já foram instalados. Já estão fabricados 36% dos degraus restantes. As vigas inclinadas da arquibancada inferior leste foram instaladas. No setor leste, a construtora também começou a executar instalações hidráulicas, sanitárias, lajes de piso, pilares e paredes do túnel técnico. A previsão é que a terraplanagem termine ainda em dezembro. A obra conta com 920 operários.
Natal - 11%
Estádio das Dunas (público-privado)
Construtora: OAS
Capacidade: 45 mil (10 mil removíveis)
Custo: R$ 400 milhões
A Arena das Dunas começou a sair do papel dois anos e cinco meses depois de Natal ter sido anunciada como sede da Copa. A terraplanagem (atualmente 80% concluída) deverá ser finalizada ainda em 2011. A demolição do ginásio Machadinho e do estádio Machadão foi finalizada. Juntos, os edifícios ocupavam 30% da área onde será construída a Arena das Dunas. As fundações devem começar ainda este ano.
Porto Alegre - percentual de conclusão não divulgado
Estádio Beira-Rio (privado)
Construtora: Andrade Gutierrez
Capacidade: 60,8 mil
Custo: R$ 290 milhões
Desde que o Internacional definiu uma parceria com a Andrade Gutierrez para a reforma do Beira-Rio, em maio de 2011, as obras estão paradas. O conselho do clube recebeu minuta do contrato em 26 de agosto, mas ainda negocia alterações.
Recife - 22%
Arena Pernambuco (público-privado)
Construtora: Odebrecht
Capacidade: 46 mil
Custo: R$ 532 milhões
Apesar de a estrutura da Arena Pernambuco não ter tomado forma, a terraplanagem foi concluída e as fundações deverão ser finalizadas ainda em 2011. Cerca de 15% das estruturas de concreto já foram executadas, com a instalação de pilares, vigas e lajes. As vigas e degraus de concreto pré-moldado das arquibancadas já começaram a ser fabricados. A montagem do anel inferior deve ser iniciada em janeiro.
Rio de Janeiro - 30%
Estádio Jornalista Mário Filho/Maracanã (público)
Consórcio Maracanã Rio 2014: Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta
Capacidade: 76 mil (70 mil para a Copa)
Custo: R$ 860 milhões
Escolhido para receber a final da Copa, o Maracanã enfrentou duas greves em agosto e setembro que paralisaram a reforma do estádio por 18 dias úteis. Depois de terminada a demolição integral do anel inferior, em junho, o setor começou a ser elevado em cinco metros para adequar a inclinação da nova arquibancada. Segundo o consórcio, a terraplanagem e a demolição dos anéis inferior e superior estão praticamente concluídas.
As peças pré-moldadas das arquibancadas inferiores também são fabricadas na medida em que avançam as fundações. As lajes da arquibancada superior devem começar a ser instaladas em novembro, mesmo mês em que está previsto o fim da demolição da marquise para a construção da nova cobertura. No momento, também está em fase final a construção de quatro novas rampas e torres de acesso.
Salvador - 35%
Arena Fonte Nova (público-privado)
Consórcio Fonte Nova Negócios e Participações: Odebrecht e OAS
Capacidade: 50,2 mil
Custo: R$ 591 milhões (R$ 786 milhões, segundo o Portal da Transparência)
A obra já está na fase de montagem da supersetrutura com a colocação das peças pré-moldadas e moldadas in loco. Após demolição e reciclagem de entulhos, a terraplanagem também está concluída. No momento, 1,4 mil operários trabalham no canteiro de obras, número que deve chegar a 2 mil até 2013.
São Paulo - 19%
Estádio: Arena Corinthians (privado, com recursos públicos)
Construtora: Odebrecht
Capacidade: 48 mil (68 mil com arquibancadas removíveis)
Custo total: até R$ 920 milhões - R$ 820 mi (para 48 mil); entre R$ 50 mi e R$ 70 mi (assentos móveis); até R$ 30 mi (remoção de dutos).
Em julho, as primeiras estacas foram cravadas, e no dia 1º de setembro, a instalação de três pilares de um total de 500 marcou a comemoração do centenário do Corinthians. Atualmente, a terraplanagem avançou 68%. Neste momento, está sendo executada a cravação de estacas (alicerces) de fundação dos prédios oeste e leste, onde ficarão as arquibancadas principais. Em novembro teve início a remoção dos dutos da Petrobras que atravessava o subsolo do terreno.