terça-feira, 9 de abril de 2013

Mais quente, mais risco...


09/04/2013 - 03h41

Aquecimento global vai intensificar turbulência em voos


GIULIANA MIRANDA
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO


Apertem os cintos: o aquecimento global deve dobrar a ocorrência de turbulência de céu claro nas viagens aéreas.
Além de mais frequentes, esses sacolejos causados por variação de velocidade de correntes de ar --menos comuns do que a turbulência ligada a tempestades-- devem ficar mais intensos até a metade deste século.
Um trabalho, publicado na revista "Nature Climate Change", usou um supercomputador para simular a ocorrência de eventos atmosféricos em diferentes cenários climáticos e, assim, estimar o impacto das temperaturas elevadas sobre as turbulências.
O grupo identificou que o incremento na frequência pode ficar entre 40% e 170%. Mas o cenário mais provável é que a quantidade de tremores aéreos dobre até a metade deste século --quando, de acordo com projeções, a temperatura terá se elevado em até 2º C e a concentração de CO2 na atmosfera será duas vezes maior do que a do período pré-industrial.
"As variações de temperatura causadas pelo CO2 estão aumentando a velocidade das correntes de ar atmosférico", explica o climatologista Paul Williams, principal autor do trabalho. "As mudanças climáticas estão acelerando as correntes de ar e levando a mais instabilidade nos voos."
O trabalho se concentrou na região do Atlântico Norte, mas seus resultados podem valer para outras partes do globo, apesar de haver ainda muitas incertezas.
"O trabalho tem o mérito de chamar a atenção para os efeitos das mudanças climáticas nas turbulências, que não têm sido muito estudados pelos climatologistas", diz José Marengo, climatologista do Inpe membro do IPCC (painel de mudanças climáticas da ONU).
O tipo de tremor no qual o trabalho se concentrou --as turbulências de céu claro-- é o mais problemático para as companhias aéreas.
"Elas são invisíveis para pilotos e satélites e se intensificam no inverno", explica Manoj Joshi, professor da Universidade de East Anglia e autor do trabalho.
O sacolejo aéreo danifica as aeronaves, atrasa voos, aumenta os custos de manutenção e pode ferir a tripulação e os viajantes. A pesquisa estima o custo anual disso em US$ 150 milhões (cerca de R$ 300 milhões).
A boa notícia é que, nas próximas décadas, muita coisa pode evoluir na tecnologia aeroespacial. "Até a metade do século já será possível detectar esse tipo de turbulência [de céu claro]", conta Ronaldo Jenkins, coordenador da comissão de segurança de voo do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias.
Editoria de Arte/Folhapress

Trabalhava na SVMA...ainda no período probatório! "Estou com um gosto amargo na boca"...


Pente fino

06.abril.2013 | 1:06
Sonia Racy


Ricardo Teixeira, secretário do Verde, decidiu: vai reavaliar os processos de fiscalização do departamento onde Renato José Paes– preso por pedir propina – trabalhava. Designou seis técnicos para tanto.
Terão dois meses para concluir o trabalho. “Estou com um gosto amargo na boca”, desabafou Teixeira.



JORNAL NACIONAL

Servidor pediu R$ 30 mil de propina

Valor foi cobrado para não aplicar uma multa de até R$ 120 mil ao dono de uma empresa que recolhe entulho em Pirituba

05 de abril de 2013 | 2h 03


TIAGO DANTAS - O Estado de S.Paulo
O funcionário público Renato José Paes, de 36 anos, que trabalha na Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, foi preso em flagrante ontem, acusado de corrupção. Ele pediu R$ 30 mil de propina para não dar uma multa ao dono de uma empresa que recolhe entulho em Pirituba, na zona norte da capital. Investigações de casos semelhantes levaram outros três servidores municipais para a cadeia nos últimos 20 dias.
O caso foi denunciado à Controladoria Geral do Município em 18 de março. A vítima foi orientada a filmar as negociações do pagamento da propina. Ontem, por volta das 11h, guardas-civis e policiais civis armaram um flagrante. Quando saía da empresa, logo após receber um envelope com R$ 8 mil do empresário, Paes foi detido e levado, algemado, para a 1.ª Delegacia de Crimes contra a Administração Pública.
Registrado como especialista em Meio Ambiente do Departamento de Gestão Descentralizada da Secretaria do Verde, Paes está no serviço público desde 21 de junho de 2010. Atualmente, recebia cerca de R$ 4.600 de salário bruto, segundo a Prefeitura, que abriu um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta de Paes. Ao fim da análise, que, em geral, dura 60 dias, o funcionário público pode ser demitido. Segundo a polícia, ele ficaria detido ontem.
A vítima relatou que a primeira visita de Paes à empresa aconteceu em 6 de março, sob o pretexto de uma vistoria. O funcionário público fez um auto de inspeção, na qual apontou irregularidades na armazenagem de resíduos, que são contestadas pelo dono da empresa, e solicitou a apresentação de documentos em 48 horas. O empresário afirma que entregou todos os papéis no dia 8. Quatro dias depois, Paes voltou ao local. Dessa vez, disse que o empresário poderia ser multado em um valor entre R$ 90 mil e R$ 120 mil.
A autuação, porém, poderia ser esquecida caso o dono da empresa pagasse R$ 30 mil de propina. Após procurar a Controladoria, a vítima foi orientada a marcar uma reunião com Paes para negociar o valor do suborno.
Na mochila. Ficou acertado que o empresário entregaria R$ 12 mil, em duas parcelas: de R$ 8 mil e R$ 4 mil. A negociação foi gravada. "Beleza, então. Doze (mil), vai. E aí eu vou fazer assim: 'Nunca existiu essa fiscalização'", afirmou o acusado, sem saber que estava sendo gravado pela vítima. Na sequência, o vídeo mostra ele guardando o pacote com o dinheiro dentro de uma mochila.

Fiscal de SP é preso acusado de cobrar propina de R$ 12 mil
Geógrafo é o quarto servidor municipal preso em flagrante por suspeita de corrupção desde o dia 15
Negociação foi gravada por empresário; dinheiro rastreado antes foi apreendido ontem com funcionário
DE SÃO PAULO

Um funcionário da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente foi preso em flagrante ontem pela manhã acusado de receber R$ 8.000 como pagamento de propina para que uma fiscalização não fosse realizada.
O geógrafo Renato José Paes é o quarto servidor municipal preso em flagrante por suspeita de corrupção em cerca de 20 dias em três operações conjuntas da recém-criada Corregedoria-Geral do Município e da Polícia Civil.
Folha não localizou o advogado do geógrafo.
Nos três casos anteriores, os empresários que estariam sendo extorquidos denunciaram os casos à prefeitura.
Na operação de ontem, o servidor preso alegava que havia aparentes irregularidades no armazenamento de resíduos industriais da empresa e que a multa seria de R$ 90 mil a R$ 120 mil.
Para não multar, ele teria pedido R$ 30 mil de propina, segundo o empresário disse à CGM e à polícia. Em um novo encontro na sede da empresa, desta vez gravado, ele reduz o valor para R$ 12 mil em duas parcelas. A primeira, paga ontem, de R$ 8 mil.
A polícia identificou as notas que seriam entregues. O servidor foi até a sede da empresa e recebeu o envelope com o dinheiro. A ação foi filmada. Na saída, ele foi preso em flagrante e responderá a processo por concussão (extorsão praticada por funcionário público). Paes também responderá a processo disciplinar na prefeitura.
O servidor era concursado e assumiu o cargo em junho de 2010. Ele tinha salário bruto de R$ 4.616,94.
Em janeiro, já na gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), Paes assumiu interinamente a direção da divisão em que trabalha, na zona norte, durante as férias do titular do cargo. Ele já havia assumido a função antes.
Em 19 de março, o engenheiro Eduardo Tadayoshi Kawai, foi preso em flagrante acusado de receber R$ 4.000 de propina do dono de um imóvel da zona norte.
No dia 15, Sheila Maria Rodrigues Adell Caramico, e Nicola Caramico, ambos fiscais da Subprefeitura de Santo Amaro, foram detidos sob a acusação de receberem R$ 40 mil do responsável pela obra de um hospital.
A pena para o crime de concussão é de dois a oito anos de prisão.

Caça raios....


09/04/2013 - 03h38

Projeto do Inpe protege rede elétrica de raios




O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) lançará neste mês mais uma etapa do ClimaGrid, projeto de proteção da rede elétrica desenvolvido em parceria com empresa EDP, distribuidora de energia da região do Vale do Paraíba e Espírito Santo.
O projeto, que começou há cerca de dois anos, tem como objetivo usar as informações meteorológicas para a otimização das redes de distribuição de energia elétrica.
"Na primeira etapa do projeto foram desenvolvidas todas as ferramentas de previsão climática. Agora, estamos implementando e avaliando sua eficácia", diz Osmar Pinto Júnior, do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe.
Segundo o pesquisador, antes a previsão meteorológica era dada com 24h de antecedência, mas com pouca precisão espaço-temporal.
"Hoje, conseguimos prever com 24h de antecedência a ocorrência de descargas elétricas com uma margem de erro de 5 km. Com isso, a empresa pode direcionar sua equipe de prevenção para a área designada."
Apenas quatro instituições no mundo, além do Inpe, possuem tecnologia similar de previsão de raios com tamanha antecipação e precisão.
O sistema foi implantado para testes em outubro de 2012 e permitiu uma comparação com o ano de 2011.
Segundo dados do Inpe na área de concessão da EDP no Estado de São Paulo, no verão entre 2011 e 2012 foram registrados quase 55 mil raios; no mesmo período de 2012 e 2013, o número de raios foi de quase 100 mil.
O projeto Climagrid, que é de uso exclusivo da EDP, deve terminar ainda neste ano. O grupo de pesquisadores está avaliando o comportamento da rede. "Até o final do ano o sistema deve estar operando de forma plena."