segunda-feira, 17 de junho de 2013

Parque Gezi: O parque que é pivô dos protestos na Turquia


Atualizado em  6 de junho, 2013 - 18:19 (Brasília) 21:19 GMT
Os planos para transformar o Parque Gezi, em Istambul, em um complexo com uma nova mesquita e um shopping desencadearam uma onda de protestos que se espalhou pela Turquia.
O que começou como um manifestação contra um projeto de desenvolvimento urbano se transformou em uma expressão mais ampla de insatisfação contra as políticas do governo, o qual os manifestantes dizem estar se tornando cada vez mais autoritário.
O uso excessivo da força pela tropa de choque da polícia ─ que usou gás lacrimogêneo e canhões d’água para dispersar um protesto pacífico, deixando vários feridos ─ aumentou ainda mais a tensão.
Também há questões relativas à escolha do Grupo Kalyon como a principal empreiteira do projeto. O grupo teria uma ligação muito próxima com o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AK), do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Mas há também um aspecto político mais profundo. Para alguns turcos, a proposta de reconstruir no local um quartel militar do tempo do Império Otomano tem um significado simbólico.
A BBC mostra abaixo como a área onde a onda de protestos teve sua origem está agora e como deverá ficar caso os planos do governo sejam colocados em prática.
Crédito: BBC
O Parque Gezi, uma área cheia de árvores dentro da Praça Taksim, é um dos poucos espaços verdes que ainda resistem no centro de Istambul.
Ele foi comparado à Praça Tahrir, no Cairo, Egito, o ponto central das manifestações que derrubaram o presidente Hosni Mubarak em 2011.
Faixas carregadas pelos manifestantes alegam que o plano para o parque pode ser comparado a uma hipotética proposta de transformar o Central Park, em Nova York, ou o Hyde Park, de Londres, em uma área comercial.
Os críticos afirmam que a decisão de seguir com os planos foi tomada muito rapidamente e sem o debate público e na mídia, que seria apropriado para decidir se vale a pena mudar a praça e o parque.
A Praça Taksim já foi palco de vários outros protestos em 2013, incluindo no dia 1º de maio, na qual a polícia também disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes.

Felicidade, consumo e sustentabilidade

Felicidade, consumo e sustentabilidade



Interessante como a felicidade entrou em cheio nas discussões não apenas das pessoas, mas também dos economistas, das empresas e dos governos.
Por Paulo Itacarambi*
Uma grande rede de supermercados lançou um comercial baseado numa trilha sonora que pergunta: “O que você faz para ser feliz?”. E, enquanto rola a música, aparecem imagens de almoços em família, encontros de namorados, brincadeiras de crianças etc. E a letra lembrando que pra ser feliz é só começar.
Interessante como a felicidade entrou em cheio nas discussões não apenas das pessoas, mas também dos economistas, das empresas e dos governos. Esta semana mesmo, tanto no Facebook quanto na mídia, apareceram matérias dando conta de como jovens e mais velhos estão optando por estilos de vida mais simples e como essas opções já estão virando tendências que entram nos cálculos das indústrias.
Chamou a atenção o relato de uma jornalista brasileira que mora em Barcelona, cujos pais, em São Paulo, considerados de alta classe média, optaram por um estilo de vida mais simples depois de visitarem a filha na Espanha. Ao voltarem à capital paulista, mudaram-se para um apartamento menor e mais central, venderam carros, móveis, roupas e estão vivendo com bem menos e muito melhor. O estilo de vida baseado no “ter” acaba sendo uma escravidão, concluiu a jornalista, na matéria em que descreve a transformação dos pais.
Um caso que demonstra a tendência já adotada por algumas centenas de milhares de pessoas na Europa e nos Estados Unidos e que aos poucos se espalha pelo Brasil.
Não são poucos a se perguntar se essa transformação ocorre por necessidade ou por convicção. Algumas pesquisas divulgadas recentemente indicam que a mudança é pra valer.
Felicidade é…
Um recente artigo no jornal The New York Times mostrou que os jovens entre 18 e 24 anos estão se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem, superando antigos valores e necessidades de consumo que já não os satisfazem. Um exemplo é o carro, que já não representa mais o ideal de liberdade. Esse ideal de liberdade hoje é representado pela capacidade de se relacionar com os outros.
Essa tendência de valorizar os relacionamentos pode ser verificada também no Brasil. A mais recente pesquisa do Instituto Akatu – Rumo à Sociedade do Bem-Estar – mostra que o brasileiro relaciona o bem-estar muito mais ao convívio social do que ao consumo. Ser feliz é: estar com a família; ter amigos e relacionar-se bem com eles; e ter saúde. A tranquilidade financeira é entendida como atendimento às necessidades básicas para uma vida decente: boa alimentação, educação, saúde, lazer. Acima disso, o dinheiro e as posses materiais, para o brasileiro, não trazem felicidade.
Um exemplo é o tema “afetividade”. Para a maioria dos que responderam a pesquisa, ela representa “passar mais tempo com a família e os amigos” do que “comprar presentes”. Essa preferência ocorreu em todas as classes sociais.
Então, será que as pessoas comuns já têm aberta a visão para uma profunda redistribuição de riquezas que permita acabar com a desigualdade?
É difícil saber. Porque a desigualdade não se manifesta apenas no nível de consumo, mas na educação, na cultura, no acesso às oportunidades e aos recursos, que são finitos e escassos.
Como fazer essa redistribuição?
Tradicionalmente, os países que lograram alcançar níveis mais igualitários entre seus cidadãos usaram de políticas públicas de incentivo ao consumo e de ampliação de acesso aos serviços públicos, com a inclusão de milhões de pessoas nas redes de educação, saúde e seguridade social, entre outras. Assim, surgiram cidadãos que exigem boas condições de trabalho e de vida. E bons produtos e serviços para consumir.
Esse modelo entrou em colapso no momento em que o consumo se sobrepôs ao bem-estar e o individualismo começou a falar mais alto que o sentido do coletivo. Chegamos ao ponto atual, com bilhões de excluídos para que poucos consumam muito e levem à exaustão os recursos finitos do planeta.
É preciso inventar outra forma de distribuir riquezas sem exaurir o planeta, mas garantindo a cada ser humano o necessário para uma vida digna, sem prejudicar a vida na Terra.
Isso é possível?
É o que a sustentabilidade está buscando provar. Sustentabilidade não é uma ciência exata nem um conceito acabado. Podemos considerar que é tudo o que dá sustentação à vida, mas a solução encontrada para um caso pode não servir para outro.
Deixar de andar de carro pode ser bom em Barcelona, que tem bom transporte público para todas as classes sociais, mas, em São Paulo, não será sustentável para o morador da Zona Leste, que perde quatro horas em ônibus, enquanto de carro faz o trajeto em duas horas.
O custo de vida é mais baixo nos países em que os serviços públicos funcionam melhor. Mas é nesses países que os salários são maiores.
Encontrar o equilíbrio entre renda, serviços públicos e sensação de bem-estar (que é individual) talvez seja o pulo do gato para o modelo de sustentabilidade que se busca construir.
As dicas podem ser garimpadas em todos os movimentos que envolvam a cidadania, como a Virada Sustentável, que se realiza em São Paulo.
A Virada Sustentável cria, sobretudo durante os dias em que é realizada, uma oportunidade para cidadãos se informarem e se engajarem sobre os temas da sustentabilidade e colocá-los em prática nos demais dias do ano. A abordagem positiva com que a Virada trata o assunto é fundamental para gerar o envolvimento das pessoas. É desse envolvimento que surgirá a criatividade e a ousadia para se construir o novo mundo de que precisamos.
Ontem (6/6), tivemos a primeira roda de conversa da série “Conta Aí”, com personalidades que atuam para transformar São Paulo numa cidade mais sustentável. O objetivo é promover bate-papos descontraídos com essas pessoas, que vão compartilhar sua trajetória de vida e sua atuação profissional com os espectadores e, dessa maneira intimista e informal, alertá-los sobre a sustentabilidade e o quanto podem contribuir.
Nesse primeiro bate-papo, Caco de Paula, do Planeta Sustentável, José Bueno, do Rios e Ruas, Wellington Nogueira, da Doutores da Alegria, e eu compartilhamos nossas histórias e refletimos sobre a sustentabilidade nos dias de hoje. Por meio dos nossos relatos tivemos a oportunidade de pensar sobre a questão de rios urbanos e a maneira como tratamos esses rios.
Também fomos levados a refletir sobre a maneira como as crianças enxergam a modernidade (com cidades cheias de prédios e carros), o que nos leva ao seguinte questionamento: as pessoas vão criar no futuro o que elas projetam em suas mentes hoje; então, como ensinar nossas crianças a ter uma visão mais sustentável sobre o futuro? Refletimos ainda sobre a felicidade em si e sobre o quanto nos perdemos em tarefas cotidianas e, com essa correria, acabamos desperdiçando nossa saúde e o papel da educação e da cultura, dentro e fora dos muros escolares.
Com diálogos descontraídos assim, tivemos a oportunidade de enxergar a sustentabilidade como um todo e pensar no nosso papel em tudo isso. Uma importante atividade para termos a virada sustentável de que tanto precisamos.
Paulo Itacarambi é vice-presidente executivo do Instituto Ethos.
7/6/2013

Emissão de gases-estufa no Brasil cai 38,4% em cinco anos

05/06/2013 - 18h21

Emissão de gases-estufa no Brasil cai 38,4% em cinco anos

DE BRASÍLIA

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2013/06/1290378-emissao-de-gases-estufa-no-brasil-cai-384-em-cinco-anos.shtml

Puxado pela queda significativa no desmatamento na região amazônica, o Brasil conseguiu reduzir em 38,4% a emissão de gases do efeito estufa entre 2005 e 2010, segundo estimativa divulgada nesta quarta-feira (5) pelo governo federal.
Os números são imprecisos, pela dificuldade natural de medição, em escala nacional, da quantidade de gases emitidos por indústrias e pelo setor agropecuário, por exemplo.
Por isso, oficialmente o governo nem chama os dados de "índice", mas de "estimativa". A margem de erro pode chegar a 15%, dependendo do tipo de fonte emissora dos gases do efeito estufa.
Os últimos dados do tipo, divulgados pelo governo, eram de 2005. Em 2009, o Brasil assumiu o compromisso voluntário de reduzir, até 2020, em até 38,9% o projetado para aquele ano em relação à emissão de gases causadores do efeito estufa.
Apesar do estado "muito avançado" do Brasil, como definiu o secretário de Políticas e Programas de Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, os números indicam que as reduções se limitaram ao universo das florestas.
Nas emissões geradas pela queima de combústiveis fósseis e pela indústria do petróleo e gás natural, por exemplo, houve um aumento de 21,4% na quantidade de gases na atmosfera - dobrando sua participação no total de emissões brasileiras.
Na agropecuária, setor que vem puxando pra cima o PIB brasileiro, houve aumento de 5,2% --índice quase igual aos 5,3% de outros setores industriais, como siderurgia e mineração.
O governo, no entanto, afirma que, apesar dos aumentos, eles cresceram menos do que vinha sendo projetado.

DESMATAMENTO
Mais cedo, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) confirmou indicação dada em novembro, de que o desmatamento na Amazônia, em 2012, foi o menor desde que o governo começou a medi-lo.
O dado consolidado, medido pelo sistema Prodes, com satélites de alta resolução, aponta um desmatamento de 4.571 km² (equivalente a três cidades de São Paulo).
No ano anterior, o índice era de 6.418 km² --uma redução de 28,8%.