Parceria verde
22/06/2011
Fonte:  http://agencia.fapesp.br/14074
autoria: Por Fábio de Castro
Governador de São Paulo, vice-primeiro-ministro do Reino Unido e  presidente da FAPESP debatem possibilidades de cooperação entre  brasileiros e britânicos para desenvolver economia verde (GSP)
Agência FAPESP – As possibilidades de cooperação entre  brasileiros e britânicos em atividades de pesquisa e negócios  relacionados à construção de sociedades sustentáveis foram o tema  central do Seminário Reino Unido e Brasil: Parceria para Desenvolver  Negócios Verdes, realizado nesta terça-feira (21/6), no Palácio dos  Bandeirantes, sede do governo paulista.
O evento teve a participação do governador Geraldo Alckmin, do vice-  primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, do presidente da FAPESP, Celso  Lafer, e de outras autoridades e empresários dos dois países.
O objetivo da visita de Clegg ao Brasil é encontrar representantes do  governo e do setor privado para discutir a cooperação entre Reino Unido  e Brasil nos setores de ciência, tecnologia e ensino superior.
A programação do evento também incluiu uma reunião de trabalho,  organizada pela FAPESP e pelo Consulado Britânico com o objetivo de  discutir a cooperação entre Brasil e Reino Unido na área científica e  anunciar uma chamada de propostas de pesquisa com foco no setor de  segurança alimentar, bioenergia e biotecnologia industrial.
A reunião teve a participação do diretor científico da FAPESP, Carlos  Henrique de Brito Cruz, do ministro do Ensino Superior e Ciência do  Reino Unido, David Willetts, e do vice-reitor da Universidade de Exeter,  Steve Smith.
De acordo com Alckmin, o Brasil – e em particular o Estado de São  Paulo – é uma referência na área de economia verde, por possuir imensos  recursos ambientais e uma matriz energética essencialmente limpa, graças  ao uso da hidreletricidade e potencial eólico, além de ser o maior  produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, usado como biocombustível  em grande escala.
“São Paulo quer juntar forças com aqueles que têm a intenção de  trabalhar por uma economia mais verde. E nessa área temos uma  colaboração histórica com o Reino Unido. Estamos aqui para promover  acordos que tragam objetividade à aliança entre a o desenvolvimento e a  melhora da qualidade ambiental de São Paulo, com empregos, investimentos  e indústrias mais verdes”, disse.
Clegg destacou que as parcerias entre Brasil e Reino Unido remontam  ao século 19 e que agora é o momento de direcionar essa parceria para a  construção do modelo de economia verde do século 21. Segundo ele, a  visita é um passo concreto na renovação de laços com a América Latina.
“Há uma grande diversidade de relações e uma imensa complementaridade  entre o Brasil e o Reino Unido. O Brasil possui vastos recursos  naturais, tem uma matriz energética limpa, gera cada vez mais  conhecimento científico e tem se tornado mais importante para a produção  global. Enquanto isso, o Reino Unido tem uma tradição científica de  excelência, um setor financeiro muito inovativo e investimentos cada vez  maiores em energia sustentável”, disse.
Lafer apresentou detalhes da história e da missão da FAPESP e  comentou os grandes programas da Fundação que têm relação direta com a  construção da economia verde: o Programa FAPESP de Pesquisa sobre  Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG), o Programa Biota-FAPESP e o  Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN).
“O PFPMCG investiga os processos críticos envolvidos com as mudanças  climáticas e procura orientar políticas públicas efetivas para redução e  mitigação de emissões de gases de efeito estufa. As pesquisas feitas  pelo BIOTA-FAPESP, desde 1999, resultaram em um mapeamento sem  precedentes da biodiversidade paulista, com grande impacto nas políticas  públicas de conservação. Além disso, o programa formou mais de 150  mestres e 90 doutores, produzindo 130 projetos de pesquisa. O BIOEN  contribui para o avanço do conhecimento na área de biocombustíveis, que é  fundamental para o crescimento econômico sustentável”, destacou.
Willetts demonstrou interesse no aprofundamento da colaboração entre o  Brasil e o Reino Unido, especialmente em áreas como o ensino superior.  "O Brasil é um grande gerador de conhecimento científico e é cada vez  mais importante para a produção global. O Reino Unido tem uma relação  tecnológica importante com o Brasil e somos os segundos maiores  parceiros em ciência", disse.
Brito Cruz afirmou que a busca de um maior impacto mundial para o  conhecimento criado no Brasil é um dos mais importantes desafios da  ciência nacional nesta década.
“A produção de ciência de maior qualidade requer a colaboração entre  os cientistas mais capazes e por isso, em muitos casos, é importante  ultrapassar as fronteiras nacionais”, disse.
Luciano Almeida, presidente da Agência Paulista de Promoção de  Investimentos e Competitividade (Investe SP), afirmou que a agência tem  potencial de investimentos de US$ 22 bilhões e investe em diversos  projetos ligados à busca da sustentabilidade econômica e ambiental.
“O Estado de São Paulo possui diversas oportunidades de investimento  em economia verde. Já temos diversas parcerias com órgão e entidade do  Reino Unido e esperamos ampliar esse contato com as empresas  britânicas”, disse.
O seminário contou ainda com exposições de empresas e universidades  que têm contribuições importantes em áreas ligadas à economia verde no  Brasil e do Reino.
Participaram da exposição George Gillespie, presidente da empresa  britânica Mira, James Pessoa, presidente da Vale Soluções em Energia,  Américo de Oliveira Sampaio, superintendente de Pesquisa,  Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da Sabesp, Margarida de Ordaz  Caldeira, diretora-geral da Brodway Malyan, Mark Spearing, vice-reitor  da Universidade Southampton, e Glaucia Mendes de Souza, professora do  Instituto de Química da Universidade de São Paulo e membro da  coordenação do BIOEN-FAPESP.
No mesmo dia, a FAPESP e o Biotechnology and Biological Sciences  Research Council (BBSRC), um dos Conselhos de Pesquisa do Reino Unido,  lançaram 
chamada de propostas.
O objetivo da chamada é apoiar o desenvolvimento de parcerias entre  grupos de pesquisa do Estado de São Paulo, financiados pela FAPESP, e  grupos de pesquisa patrocinados pelo BBSRC no Reino Unido.