segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Vereadores de Camaçari repudiam envio de lixo tóxico para o município


Órgãos ambientais autorizaram a transferência de 5 mil toneladas de material para incineração na BA

23 de novembro de 2012 | 17h 23


Agência Brasil
BRASÍLIA - A Câmara de Vereadores de Camaçari, na Bahia, aprovou nesta quinta-feira, 22, uma moção de repúdio contra o envio de cerca de 5 mil toneladas de material contaminado por resíduos industriais tóxicos de Cubatão, São Paulo, para ser incinerado no município baiano.
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O texto de autoria do vereador José Marcelino de Jesus Filho (PT) destaca o risco de transportar, por 1,5 mil quilômetros, o resíduo tóxico da empresa multinacional Rhodia. A moção também cita a ameaça de que a queima do material contaminado libere no ar substâncias tóxicas como as dioxinas - risco descartado pelos órgãos ambientais paulista e baiano que autorizaram a operação.
Conforme a Agência Brasil noticiou com exclusividade na terça-feira, 20, os órgãos ambientais paulista e baiano autorizaram a Rhodia a transferir para Camaçari 760 toneladas por ano, de material contaminado por substâncias organocloradas como o pentaclorofenato de sódio (pó da china) e o hexaclorobenzeno para serem queimadas pela empresa de soluções ambientais Cetrel Lumina, que tem incinerador instalado no Polo Petroquímico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
Segundo o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb), testes de queima de amostras do material enviado pela Rhodia à Cetrel Lumina comprovaram a eficácia do incinerador para eliminar integralmente qualquer resíduo que ofereça risco à população ou ao meio ambiente.
Na moção aprovada pela Câmara municipal, Marcelino lembra que, ainda na década de 1990, outras 33 mil toneladas de solo contaminado por resíduos da Rhodia foram armazenadas em outro município paulista da Baixada Santista, São Vicente. A solução deveria ser temporária, até que todo o material fosse queimado pela própria empresa, em um incinerador instalado na fábrica da multinacional, em Cubatão. Em 1993, contudo, a Justiça determinou a interrupção da queima e a interdição de toda a fábrica que colocava em risco a saúde dos trabalhadores.
Desde então, todo o material recolhido na Baixada Santista aguarda por uma solução definitiva. Na área onde funcionava a fábrica em Cubatão, estão as cerca de 5 mil toneladas recolhidas de três locais da cidade. Já as cerca de 33 mil toneladas que estão em São Vicente são provenientes de cinco terrenos vicentinos e de outros três de Itanhaém, município do litoral paulista a cerca de 80 quilômetros de Cubatão, origem dos resíduos irregularmente descartados a partir de meados da década de 1970. O eventual envio do material de São Vicente para Camaçari depende da obtenção de novas autorizações mas, por enquanto, Rhodia, Cetesb e Secretaria de Meio Ambiente de São Vicente não discutem essa possibilidade.
A Associação de Combate aos Poluentes (ACPO) - formada por funcionários da Rhodia contaminados pelo contato com substâncias tóxicas, divulgou nota pedindo explicações sobre a destinação das cinzas resultantes da queima que, segundo a entidade, são consideradas perigosas.
"O relatório da Cetesb não esclarece para onde está sendo destinada a grande carga de cinzas tóxicas, uma vez que apenas 10% do material contendo resíduos tóxicos da Rhodia é passível de ser transformado em gases poluentes para "suposto" tratamento. Os 90% restantes [do material] permanecem [após a queima] como sólidos perigosos", diz a nota da ACPO, que promete recorrer à Justiça para tentar impedir a operação. 

Demissão na meia idade aumenta risco de enfarte, diz estudo Entre os que fumavam, as chances de ataque cardíaco cresceram quase pela metade (44%).


Demissão na meia idade aumenta risco de enfarte, diz estudo

Pessoas de 50 a 60 anos, quando demitidas, têm altas chances de sofrer parada cardíaca

21 de novembro de 2012 | 7h 12


Um estudo conduzido nos Estados Unidos revelou que pessoas entre 50 e 60 anos, quando demitidas, correm o risco de sofrer um ataque cardíaco da mesma magnitude que fumantes inveterados.

A pesquisa, feita com mais de 13 mil pessoas no país, indica que o risco de infarto cresce 25% durante o ano seguinte à perda do emprego e aumenta proporcionalmente caso o indivíduo seja demitido novamente após conseguir um novo trabalho. O levantamento foi publicado na revista científica Archives of Internal Medicine.
Especialistas acreditam que o estresse possa ser uma peça fundamental para entender o aumento do risco de parada cardíaca na meia idade. Eles acrescentam, entretanto, que são necessárias mais pesquisas para identificar o principal elo entre as demissões na meia idade e o aumento das chances de infarto.   Estudos realizados anteriormente já revelaram que um trabalho estressante pode elevar o risco de parada cardíaca. Por outro lado, a British Heart Foundation defende que o estresse em si não é uma causa direta de doença cardíaca, embora possa contribuir para aumentar as chances da fatalidade.
Tabagismo. No último estudo do gênero, que foi conduzido durante quase 20 anos, especialistas registraram mais de 1 mil enfartos entre os 13.451 participantes. Quando os pesquisadores analisaram especificamente quais indivíduos foram mais suscetíveis a sofrer a enfermidade, encontraram várias tendências distintas.
Homens e mulheres que fumavam, estavam com sobrepeso ou faziam pouca ou nenhuma atividade física eram mais propensos a sofrer um infarto. Os mais velhos ou aqueles com hipertensão ou diabetes também corriam maior risco de ter uma parada cardíaca.
Depois de analisar os fatores de risco, os pesquisadores descobriram que a perda de emprego também estava associada à doença. Infartos foram significativamente mais comuns (27%) entre os que tinham sido demitidos havia pouco tempo, independentemente do tipo de ocupação que realizavam.
O efeito também foi cumulativo: as chances de sofrer um infarto aumentou 63% entre aqueles que tinham perdido quatro ou mais empregos. Entre os que fumavam, as chances de ataque cardíaco cresceram quase pela metade (44%).
Linda George, da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, responsável pelo estudo, disse: "Este é um impacto significativo e semelhante a outros fatores de risco de infarto bem conhecidos e estabelecidos, incluindo o tabagismo e a obesidade." "Achamos que o estresse de enfrentar o desemprego poderia explicar esta associação", acrescentou  "E, provavelmente, a perda de um emprego tem um efeito mais forte do que um trabalho estressante."
Já a Donna Arnett, da Associação Americana do Coração, disse: "Isto confirma outros estudos que mostram que as pressões da vida podem aumentar o risco de um ataque cardíaco." "Estar fora do trabalho pode ser muito estressante.", acrescentou. "Mas não sabemos como o estresse afeta o risco cardiovascular. Esta é uma área que necessita de mais pesquisas."
A especialista afirmou, ainda, que existem formas de gerir o estresse de maneira a minimizar seus efeitos. "Exercitar-se é uma ótima maneira de reduzir os níveis de estresse", disse Arnett.   BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.