quarta-feira, 8 de maio de 2013

O avanço tecnológico superou nossa capacidade de controlar as possíveis consequências...


A tecnologia pode destruir a raça humana?

Com informações da BBC - 25/04/2013

SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. A tecnologia pode destruir a raça humana?. 25/04/2013. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=tecnologia-destruir-raca-humana. Capturado em 04/05/2013. 
A tecnologia pode destruir a raça humana?
Nos chamados "apocalipses científicos", o mal é sempre encarnado nas próprias criações humanas.[Imagem: Kevin Warwick]



Instituto do Futuro da Humanidade - este é o nome escolhido por uma equipe internacional de cientistas, matemáticos e filósofos que decidiu investigar quais são os maiores perigos contra a humanidade.
E, segundo seu primeiro relatório, chamado Riscos Existenciais como Prioridade Global, os autores de políticas públicas deveriam atentar para os riscos que podem contribuir para o fim da espécie humana.
Seguindo uma onde crescente dos cada vez mais comuns apocalipses científicos, os pesquisadores se espantam que, no ano passado, tenham sido publicados mais textos acadêmicos a respeito desnowboarding do que sobre a extinção humana.
O diretor da organização, o sueco Nick Bostrom, eventualmente preocupado em buscar recursos para manter seu nascente instituto, montado na Universidade de Oxford, afirma que existe uma possibilidade plausível de que este venha a ser o último século da humanidade.
Ele precisa de argumentos, já que compete com o também fatalistaCentro para o Estudo do Risco Existencial, da Universidade de Cambridge, atualmente mais preocupado com uma "singularidade tecnológica" e uma revolução dos robôs.
Apocalipses descartados
Mas primeiro as boas notícias. Pandemias e desastres naturais podem causar uma perda de vida colossal e catastrófica, mas Bostrom acredita que a humanidade estaria propensa a sobreviver.
Isso porque nossa espécie já sobreviveu a milhares de anos de doenças, fome, enchentes, predadores, perseguições, terremotos e mudanças ambientais. Por isso, as chances ainda estão a nosso favor.
E ao longo do espaço de um século, ele afirma que o risco de extinção em decorrência do impacto de asteroides e super erupções vulcânicas permanece sendo "extremamente pequeno".
Até mesmo as perdas sem precedentes do século 20, com duas guerras mundiais e a epidemia de gripe espanhola, não foram capazes de impedir o crescimento da população humana global.
Uma guerra nuclear poderia causar destruição sem precedentes, mas um número suficiente de indivíduos poderia sobreviver e, assim, permitir, que a espécie continue.
Apocalipses da vez
Mas se existem todos esses atenuantes, com o que deveríamos estar preocupados?
Bostrom acredita que entramos em uma nova era tecnológica capaz de ameaçar nosso futuro de uma forma nunca vista antes.
Estas são "ameaças que não temos qualquer registro de haver sobrevivido", diz ele - uma constatação um tanto óbvia, já que a atual onda tecnológica é inédita na história.
O diretor do instituto compara as ameaças existentes a uma arma perigosa nas mãos de uma criança. Ele diz que o avanço tecnológico superou nossa capacidade de controlar as possíveis consequências.
Experimentos em áreas como biologia sintética, nanotecnologia e inteligência artificial estão avançando para dentro do território do não intencional e do imprevisível.
A biologia sintética, onde a biologia se encontra com a engenharia, promete grandes benefícios médicos, mas Bostrom teme efeitos não previstos na manipulação da biologia humana.
Muitos concordam com ele, já que, recentemente, nada menos do que 111 entidades pediram uma moratória nas pesquisas com a Biologia Sintética.
A nanotecnologia, se realizada a nível atômico ou molecular, poderia também ser altamente destrutiva ao ser usada para fins bélicos. Segundo o pesquisador, os governos futuros terão um grande desafio para controlar e restringir usos inapropriados.
Há também temores em relação à forma como a inteligência artificial ou inteligência de máquina, possa interagir com o mundo externo.
Esse tipo de inteligência orientada por computadores pode ser uma poderosa ferramenta na indústria, na medicina, na agricultura ou para gerenciar a economia, mas enfrenta também o risco de ser completamente indiferente a qualquer dano incidental.
Sean O'Heigeartaigh, um geneticista do instituto, traça uma analogia com o uso de algoritmos usados no mercado de ações.
Da mesma forma que essas manipulações matemáticas, podem ter efeitos diretos e destrutivos sobre economias reais e pessoas de verdade, argumenta ele, tais sistemas computacionais podem "manipular o mundo verdadeiro".
Em termos de riscos biológicos, ele se preocupa com boas intenções mal aplicadas, como experimentos visando promover modificações genéticas e desmantelar e reconstruir estruturas genéticas.
Um tema recorrente entre o eclético grupo de pesquisadores é sobre a habilidade de criar computadores cada vez mais poderosos.
O pesquisador Daniel Dewey fala de uma "explosão de inteligência", em que o poder de aceleração de computadores se torna menos previsível e menos controlável.
"A inteligência artificial é uma das tecnologias que deposita mais e mais poder em pacotes cada vez menores", afirma.
Nick Bostrom finaliza afirmando que o risco existencial enfrentado pela humanidade "não está no radar de todo mundo". Mas ele argumenta que os riscos virão, caso estejamos ou não preparados.
"Existe um gargalo na história da humanidade. A condição humana irá mudar. Pode ser que terminemos em uma catástrofe ou que sejamos transformados ao assumir mais controle sobre a nossa biologia. Não é ficção científica, doutrina religiosa ou conversa de bar," vaticina ele.
Para acalmar o tão preocupado cientista, talvez seja recomendável não esquecer que uma única tempestade solar forte o bastante, com a que aconteceu em 1859, poderia desligar todo o nosso "amedrontador" parque tecnológico. E então nossas preocupações seriam bem outras - como não voltar à barbárie, por exemplo.

Consumidor brasileiro valoriza mais a sustentabilidade que o consumismo



Akatu: consumidor brasileiro valoriza mais a sustentabilidade que o consumismo





Do Instiuto Akatu
O Instituto Akatu lançou no dia 25 de abril a Pesquisa Akatu 2012: Rumo à Sociedade do Bem-Estar. Trata-se da oitava edição da série de publicações sobre Responsabilidade Social Empresarial – Percepção pelo consumidor brasileiro, realizada desde 2000. O levantamento retrata um consumidor brasileiro que, mesmo em um clima econômico de mais consumo, mantém inalterados seus comportamentos cotidianos de consumo consciente, tem mais interesse e maior conhecimento sobre sustentabilidade e sobre Responsabilidade Social Empresarial e está mais crítico e exigente sobre as práticas das empresas nestas áreas. A pesquisa, que contou com patrocínio do Grupo Pão de Açúcar, Natura, Nestlé e Unilever, entrevistou 800 pessoas com mais de 16 anos, de todas as classes sociais e de 12 capitais e/ou regiões metropolitanas de todo o País.
Apesar de o levantamento indicar uma estabilidade do número de consumidores classificados como “Conscientes” – em torno de 5% da população – , houve crescimento na adesão a práticas de consumo consciente, ainda que, nesse momento, apenas de maneira eventual e não contínua. De 11 comportamentos considerados indicativos de consumo consciente, quando se adiciona aos consumidores que aderem “sempre” a esses comportamentos aqueles que aderem “às vezes”, oito comportamentos apresentaram aumento em relação a 2010, entre eles: planejar a compra de alimentos e roupas, desligar lâmpadas, fechar torneiras, usar o verso do papel, e ler rótulos de produtos.
Esta tendência é reforçada por outro importante resultado da pesquisa: solicitados a priorizar seus desejos, os entrevistados optaram, em uma significativa maioria, por soluções mais sustentáveis. Em cinco dos oito temas propostos (afetividade, alimentos, água, mobilidade, durabilidade, energia, resíduos e saúde), eles deram preferência a alternativas mais ligadas ao “caminho da sustentabilidade” do que as relacionadas ao “do consumismo”. Um exemplo é o tema da afetividade, que possui a maior diferença entre os consumidores que preferem o cenário mais sustentável (passar tempo com amigos e família – com índice de prioridade de 8,3 em uma escala de 0 a 10) ao invés do consumista (comprar presentes – com índice de 2,6). Vale destacar que apreferência pelo “caminho da sustentabilidade” ocorre em todas as classes sociais, faixas etárias e em todos os segmentos socioeconômicos e geográficos.
Para os brasileiros, o conceito de felicidade está relacionado à preferência pelos caminhos mais sustentáveis. Quando questionados sobre o que consideram ser felicidade, dois terços dos entrevistados indicaram que estar saudável e/ou ter sua família saudável é um fator essencial. Para 60% do público que respondeu à pesquisa, conviver bem com a família e os amigos também os aproxima mais da felicidade. Apenas três em cada 10 brasileiros indicaram a tranquilidade financeira em suas respostas sobre “o que é felicidade para você?”. “O estudo mostra que grande parte da sociedade brasileira já compartilha, mesmo que de forma difusa e pouco consciente, a noção de que, uma vez satisfeitas as necessidades básicas, a busca da felicidade implica em tomar o caminho da sustentabilidade e não o do consumismo”, afirma Helio Mattar, Diretor-presidente do Instituto Akatu.
Decisão de compra
Ao valorizar mais o consumo consciente e as opções mais sustentáveis, o consumidor brasileiro também passou a ser mais exigente em relação à atuação das empresas. O levantamento do Akatu revela que o comportamento das empresas impacta diretamente na decisão de compra dos consumidores, que destacam cinco aspectos como motivadores de preferência ou admiração por determinadas empresas: “Não maltratar animais” (52%), “Ter boas relações com a comunidade” (46%), “Ter selos de proteção ambiental” (46%), “Ajudar na redução do consumo de energia” (44%) e “Ter selo de garantia de boas condições de trabalho” (43%). As duas práticas que mais negativamente impactam a disposição do consumidor para comprar produtos de uma empresa ou falar bem dela continuam as mesmas de 2010 e de anos anteriores: “Ter produtos que podem causar danos à integridade física dos seus consumidores” (72%) e “Fazer propaganda enganosa” (71%).
“Saber que o potencial de adesão ao consumo consciente e à sustentabilidade já se expressa nos desejos dos consumidores é um sinal de alerta para empresas e lideranças em geral, que deveriam avaliar mais profundamente suas estratégias de explorar mais ainda um modelo esgotado, insustentável e conflitante com as aspirações dos consumidores e com suas concepções de felicidade”, indica Mattar. “Sustentabilidade e responsabilidade social são e continuarão a ser pilares fundamentais para apoiar a transição civilizatória em que estamos todos envolvidos. Por isso mesmo, estes pilares devem ser incorporados às práticas reais das empresas”, complementa.
Por outro lado, a pesquisa indica que houve um aumento do ceticismo dos brasileiros com relação às empresas: o percentual de consumidores, já baixo em 2010, que acreditava incondicionalmente no que as empresas divulgam sobre suas práticas de Responsabilidade Social Empresarial caiu de 13% para 8%.
O aumento do ceticismo se relaciona possivelmente com o crescimento da compreensão sobre sustentabilidade e do interesse por informações. O contingente de brasileiros que “ouviram falar” do termo sustentabilidade aumentou de 44% para 60% em dois anos, bem como o interesse de buscar informações sobre o tema (de 14% para 24%). Quando comparado a diversos outros, os dois únicos temas que tiveram expressivo crescimento no nível de interesse do consumidor foram justamente o da Responsabilidade Social Empresarial e o da Sustentabilidade: em 2010, ambos estavam em um patamar inferior a todos os demais e, em 2012, 24% apontaram seu interesse no tema Sustentabilidade e 25% em Responsabilidade Social Empresarial, praticamente ao mesmo nível de temas tradicionais, como Empresas/Negócios (26%) e Política (30%).
Refletindo sobre o papel das empresas, Mattar apontou que “certamente há papéis fundamentais a serem desempenhados por todos os atores sociais. Mas, também é certo que as empresas têm um papel fundamental no processo, fomentando e dando concretude ao trajeto rumo a uma sociedade mais sustentável, de forma a incluir os bilhões de seres humanos ainda privados das condições básicas para a promoção de seu bem-estar e segurança material, respeitados os limites do planeta”.
Confira:
Relatório completo da Pesquisa Akatu 2012: http://bit.ly/Pesquisa2012
Sumário de conclusões da Pesquisa Akatu 2012: http://bit.ly/SUM2012