terça-feira, 14 de agosto de 2012

Bioenergia não compensa na Alemanha, dizem cientistas



http://www.dw.de/dw/article/0,,16143787,00.html

Autor: Michael Gessat (lpf)
Revisão: Augusto Valente

Num país como o Brasil, o uso de biocombustíveis vale a pena. Mas na Alemanha, com pequenas áreas agriculturáveis, o saldo ambiental é negativo. Pesquisadores apontam limites no uso de energias renováveis no país.
"O rendimento sugerido pelos políticos para a bioenergia – supostamente capaz de cobrir 23%, às vezes até 30% da nossa necessidade energética – é completamente ilusório a partir da perspectiva atual." É o que afirma Berharnd Schink, professor da Universidade de Constança, e um dos coordenadores do estudo Bioenergia: possibilidades e limites, publicado em julho pela Academia Nacional de Ciências Leopoldina, na Alemanha.
Mais de 20 cientistas trabalharam durante quase dois anos na pesquisa. E os químicos, biólogos, ecologistas e climatologistas envolvidos vêem mais limites do que possibilidades para o uso de energias renováveis na Alemanha.
Enquanto isso, como parte da chamada "revolução energética", o governo alemão aposta no biogás, biodiesel e etanol. Carros alemães utilizam hoje uma gasolina à qual são adicionados de 5 a 10% de etanol, por exemplo.

Difícil equilíbrio
Há dois argumentos básicos a favor do uso de bioenergia. Em primeiro lugar, as reservas de combustíveis fosses, como petróleo e carvão, são limitadas. E a necessidade de importá-los cria dependência política e econômica. Além disso, técnicas de extração cada vez mais sofisticadas – como a utilizada para areia betuminosa – colocam o meio ambiente em risco.


Produtores desconhecem alternativas para biodiesel e bioetanol no setor de transportes
Produtores desconhecem alternativas para biodiesel e bioetanol no setor de transportes

Mas o principal problema dos combustíveis fósseis é que eles liberam gás carbônico, associado ao efeito estufa e ao aquecimento global. Em contraste, com o uso de bioenergia, seria liberada na atmosfera exatamente a mesma quantidade de gás carbônico que fora antes absorvida pelas plantas – aparentemente, um equilíbrio.
Mas todos os aspectos da produção de biomassa relevantes para o clima devem ser levados em conta. E é justamente essa a abordagem do estudo da Academia Leopoldina. O balanço geral deve abarcar o uso de fertilizantes, que provoca a liberação de gases do efeito estufa à base de nitrogênio. Deve incluir também as emissões de tratores durante o plantio, aragem e colheita e as emissões durante a produção e o transporte desses tratores até as plantações.
Outra questão complexa é quanta energia realmente se "ganha" a partir de um litro de bioetanol, por exemplo. É preciso considerar todo o consumo de energia durante a cadeia de produção.

Falta de terreno
O cenário na Alemanha é bem diferente do Brasil, por exemplo, país com uma área enorme e produtor de cana de açúcar. "Na Alemanha, nossa superfície é limitada e hoje importamos um terço da nossa produção total de biomassa, principalmente como ração animal", dizem os cientistas. Nesse contexto, é "difícil defender que cultivemos plantas energéticas em nosso próprio solo enquanto importamos alimentos de outros países".
Para o pesquisador Schink, a agricultura que a Alemanha movimenta fora do país precisaria ser incluída no balanço. Os autores do estudo consideram dignas de incentivos apenas as formas de bioenergia que "não levem à escassez de alimentos nem elevem seus preços por conta da disputa por terra e água".
Para os cientistas da Academia Leopoldina, existe apenas um cenário razoável para a utilização de bioenergia na Alemanha: a reciclagem de resíduos agrícolas e domiciliares – ou seja, produção de biogás a partir de matérias-primas que acabariam num aterro.
Ao invés de adicionar uma parcela de biocombustível à gasolina, a Alemanha deveria explorar outras fontes renováveis, sugerem os pesquisadores. Energia solar e eólica são muito mais eficientes e, no balanço geral, mais sustentáveis, afirmam.

Relatório equivocado?

Alemanha poderia produzir bioenergia a partir de resíduos agrícolas e domiciliares
Alemanha poderia produzir bioenergia a partir de resíduos agrícolas e domiciliares

Elmar Baumann, diretor da Associação da Indústria Alemã de Biocombustíveis (VDB, na sigla em alemão), classifica o estudo como equivocado. "São dados que já foram publicados de maneira semelhante em outros lugares e questões que já foram antes levantadas. Então, pergunta-se: para que serve o estudo?", indaga.
Baumann ressalta que produzir biocombustível a partir da canola alemã, por exemplo, faz sentido. E isso já é regulamentado e certificado no país. De acordo com a Portaria de Sustentabilidade, os produtores precisam provar uma redução da emissão de gases de efeito estufa de 35% com relação aos combustíveis fósseis.
Segundo Baumann, o relatório da Leopoldina desconsidera também o fato de que não há alternativas para o biodiesel e o bioetanol no setor de transportes. "Do ponto de vista objetivo, isso está totalmente correto: não oferecemos nenhuma alternativa nesse sentido", reconhece Schink.
Entretanto, o cientista considera possível poupar combustíveis fósseis em outros âmbitos, e, assim, reservar o petróleo e seus subprodutos gasolina e diesel para motores de combustão interna. Isso até que veículos elétricos tomarem conta das ruas.
O estudo da Academia Leopoldina cita, porém, um exemplo concreto de como se poderia produzir bioetanol de maneira econômica e ecológica na Alemanha. Utilizando um novo procedimento, desenvolvido por pesquisadores alemães da Universidade de Hohenheim, é possível produzir biocombustível e biogás simultaneamente – o que, segundo Schink, melhora o balanço energético.
Contudo, até agora tal modelo combinado funciona apenas em pequena escala. "Uma expansão para o uso industrial certamente exigiria melhoras no processo", afirma o cientista.


Autor: Michael Gessat (lpf)
Revisão: Augusto Valente

Água...


09/08/2012

Falta de água dará desconto na fatura

A falta de água poderá gerar desconto na conta para os consumidores de 259 cidades do Estado de São Paulo.
No dia 8 de novembro começa a valer a norma da Arsesp (agência reguladora) que dá desconto de 3% a 25% para quem tiver problemas.
Na ponta do lápis, o problema do serviço daria desconto de até R$ 25 em uma conta de R$ 100.
O valor do desconto será calculado conforme o número de horas em que o cliente ficou sem água.
Se houver falta de força na chegada de água na torneira também deverá haver redução na conta.

11/08/2012

Conta de água subirá a partir de setembro

http://www.agora.uol.com.br/grana/ult10105u1135638.shtml

Paula Cabrera e Viviam Nunes
do Agora

A conta de água ficará mais cara a partir de 11 de setembro, em 361 municípios atendidos pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP).
O reajuste será de 5,15% na tarifa de 23 milhões de consumidores.
O aumento vale para a capital, cidades da Grande SP e para a Baixada Santista.
Somente na capital paulista, são 11 milhões de pessoas atendidas pela companhia.
A tarifa para residências com consumo de até 10 metros cúbicos por mês passará de R$ 30,32, para R$ 31,88, alta de R$ 1,56 na conta.

"Os efeitos são os mesmos do cigarro"


14/08/2012-06h00

Aumento de queimadas ameaça Pantanal


NATÁLIA CANCIAN
REYNALDO TUROLLO JR.
DE SÃO PAULO


Há cerca de 50 dias sem chuvas, o Pantanal registra uma explosão de casos de queimadas. Apenas em agosto, foram 1.104 focos, metade do total deste ano (2.214).


Na cidade mais afetada, Corumbá (a 420 km de Campo Grande), o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 94 novos focos de incêndio no fim de semana.
Segundo o Inpe, as queimadas no Pantanal aumentaram 525% neste ano em relação a 2011 (até 13 de agosto).
Foi o maior aumento entre os seis biomas (principais tipos de vegetação) que costumam ter incêndios no país.
Em todo o Brasil, os focos cresceram 63,8% na comparação com o ano passado -foram 43.891 casos, ante 26.769.
Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Fogo, as queimadas já destruíram no país, neste ano, uma área de florestas equivalente a 67% do território de Sergipe.
Não há previsão de chuva no Pantanal para as próximas três semanas, segundo a Somar Meteorologia.
A umidade relativa do ar está abaixo de 20% em 15 municípios de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, o que caracteriza estado de alerta.
Se a umidade cair abaixo de 12%, cidades como Aquidauana (MS) e Cuiabá (MT) entrarão em estado de emergência para a saúde.
O Prevfogo, centro do Ibama que combate e previne queimadas, enviou 40 brigadistas para apagar incêndios em Mato Grosso do Sul.
As queimadas têm causas humanas e também naturais. "Conforme passam os anos e há pouca queima, a matéria orgânica vai se acumulando e sobra para queimar no ano seguinte", diz Gabriel Zacharias, do Prevfogo.
Mas a maior parte dos incêndios, diz o Ibama, ocorre devido à agropecuária, para manutenção de pastagens e áreas de cultivo ou para abrir novos pastos -o que é crime.
O produtor Lucas Paludo, 32, de Sapezal (MT), teve mil hectares de terras atingidos. "Vai levar cinco anos para recompor tudo."

Editoria de arte/Folhapress
DANOS
Além de prejuízos econômicos, há danos à saúde. "Os efeitos são os mesmos do cigarro", diz Paulo Saldiva, especialista em poluição da USP.
Rogério Takaki Bento, diretor-técnico do Pronto Socorro de Corumbá, diz que os atendimentos por queixas de problemas respiratórios aumentaram 20% desde junho.