sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Brasil tem 193.946.886 habitantes e a economia também cresce...


31/08/2012 07h37- Atualizado em 31/08/2012 08h36

Brasil tem 193.946.886 habitantes, aponta estimativa do IBGE

Números, divulgados no Diário Oficial, são referentes a 1º de julho de 2012.
Estado mais populoso é São Paulo, com 41.901.219 pessoas.


Do G1, em São Paulo


Estimativa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicada nesta sexta-feira (31) no Diário Oficial da União aponta que o Brasil tem uma população de 193.946.886 de habitantes. Os dados foram calculados para o dia 1º de julho de 2012.
O estado mais populoso, segundo o IBGE, é São Paulo, com 41.901.219 habitantes. Em seguida está Minas Gerais, com 19.855.332. Rio de Janeiro aparece em terceiro lugar, com 16.231.365 habitantes, e a Bahia vem em quarto, com 14.175.341 moradores.
Já o estado menos populoso é Roraima, com 469.524 habitantes.

A estimativa foi feita com base na que foi elaborada em 2011 e também no Censo Demográfico de 2010. Como os dados do Censo 2010 ainda não foram totalmente trabalhados, não foi possível atualizar o Sistema de Projeções da População do Brasil, que atualmente tem dados de 2008. Ele será atualizado no próximo ano, com dados de referência para 2013.

Em 2010, segundo o Censo, o país tinha 190.732.694 de habitantes. Em 2011, a atualização elevou a marca para 190.755.799 habitantes.

Para 2013, o sistema de projeções do IBGE deverá incorporar novas informações referentes à dinâmica demográfica de cada município e incluir outras variáveis, como fatores econômicos e sociais locais. A projeção é feita anualmente a pedido do Tribunal de Contas da União (TCU) e é usada como base para o repasse de recursos do orçamento.

Confira abaixo a estimativa da população para todos os estados em 2012:

ESTADO POPULAÇÃO
Região Sudeste
São Paulo 41.901.219
Minas Gerais19.855.332
Rio de Janeiro16.231.365
Espírito Santo3.578.067
Região Nordeste
Bahia14.175.341
Pernambuco8.931.028
Ceará8.606.005
Maranhão6.714.314
Paraíba3.815.171
Rio Grande do Norte3.228.198
Alagoas3.165.472
Piauí3.160.748
Sergipe2.110.867
Região Sul
Rio Grande do Sul10.770.603
Paraná10.577.755
Santa Catarina6.383.286
Região Norte
Pará7.792.561
Amazonas3.590.985
Rondônia1.590.011
Tocantins1.417.694
Acre758.786
Amapá698.602
Roraima469.524
Região Centro-Oeste
Goiás6.154.996
Mato Grosso3.115.336
Distrito Federal2.648.532
Mato Grosso do Sul2.505.088




31/08/2012 09h01- Atualizado em 31/08/2012 09h07

Economia brasileira cresce 0,4% no 2º trimestre de 2012, mostra IBGE

Em valores correntes, o PIB atingiu R$ 1,1 trilhão.
Entre os setores analisados, a agropecuária apresentou o maior aumento.



PIB do Brasil sobe 0,4% no 2º trimestre (Editoria de Arte/G1)


A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre (de abril a junho) de 2012 em relação aos três primeiros meses de 2012, segundo informou, nesta sexta-feira (31) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas pela economia no período alcançou R$ 1,10 trilhão.
A previsão do Banco Central era de que o crescimento da economia no primeiro trimestre, em relação ao imediatamente anterior, fosse de 0,38%, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br – um indicador criado pela autoridade monetária para tentar antecipar o resultado do PIB.
Entre os setores analisados pelo IBGE, a maior alta foi da agropecuária, que teve crescimento de 4,9%. O setor de serviços também registrou alta, porém, mais leve, de 0,7%. Já a indústria recuou 2,5%.

Gabiões com entulhos de construção civil: É possível?

MONTAGEM DE GABIÃO

http://www.equipedeobra.com.br//construcao-reforma/51/passo-a-passo-montagem-de-gabiao-266095-1.asp






Montagem de gabião
Veja quais são as melhores práticas de construção desse tipo de contenção feita com pedras




Montagem de gabião



Embora tenham execução simples, muros de arrimo feitos com gabiões demandam atenção dos operários na disposição das pedras dentro das gaiolas

http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/51/montagem-de-gabiao-embora-tenham-execucao-simples-muros-de-265484-1.asp

Reportagem: Juliana Martins


Estruturas feitas com gabiões são, em geral, contenções. Logo, sua função é criar resistência ao deslocamento de terra. Enquanto alguns sistemas de contenção de taludes atuam por atirantamento ou por meio de reforço do solo, os gabiões atuam por gravidade. Ou seja, é o peso deles que impede o terreno de desmoronar.
Gabiões são, portanto, telas organizadas como gaiolas e preenchidas com pedras, o que garante que a estrutura seja drenante e deformável. Dessa maneira, o sistema conta com outra vantagem, que é a possibilidade de se adaptar a qualquer solo.

O desempenho da estrutura depende diretamente do cuidado dos operários em organizar as pedras no interior da gaiola. Se as mesmas não forem dispostas com critério, a quantidade de vazios entre elas pode ser muito grande e tornar o muro mais leve e, portanto, comprometer seu desempenho.

A estrutura resultante é monolítica, flexível, permeável e autodrenante, além de ser durável. O processo de montagem é simples, mas se não for seguido à risca, diminui a capacidade de contenção da estrutura. Conheça as melhores práticas para montar gabiões.

Fotos: Marcelo Scandaroli

PREPARAÇÃO

Passo 1

Fotos: Marcelo Scandaroli
Os fardos de gabiões são entregues na obra dobrados. O arame necessário para as operações de montagem e união dos gabiões pode ser enviado dentro do mesmo fardo ou separado. O armazenamento deve ser feito, sempre que possível, em lugar próximo ao da montagem.

DICA

Fotos: Marcelo Scandaroli

O tamanho das peças é indicado por meio de cores. Neste caso, o azul.

MONTAGEM

Passo 2
Fotos: Marcelo Scandaroli
A montagem começa com o transporte das gaiolas, ainda dobradas, até o lugar da instalação.

Passo 3
Fotos: Marcelo Scandaroli
Próximo ao local de destino, as telas devem ser totalmente desdobradas sobre uma superfície firme e plana. As irregularidades das telas devem ser eliminadas, o que pode ser feito com os pés. Ou seja, com os operários pisando nas saliências.

Passo 4

Fotos: Marcelo Scandaroli
O rachão também deve ser depositado próximo ao local onde será montado o gabião. Para o preenchimento, devem ser usadas pedras limpas, compactas, não friáveis e não solúveis em água. Somente com essas características é que elas vão garantir o comportamento e a resistência esperados para a estrutura.

Passo 5

Fotos: Marcelo Scandaroli
Para formar as gaiolas a partir das telas, dobre a face frontal e a tampa. Levante-as até a posição vertical, repetindo o processo na face posterior.

Passo 6

Fotos: Marcelo Scandaroli
Repetindo o procedimento para as faces laterais e os diafragmas, o resultado é uma caixa com o formato de um paralelepípedo aberto.

Passo 7

Fotos: Marcelo Scandaroli
Uma vez formada a caixa, os fios de borda que sobressaem nos cantos dos panos de tela precisam ser unidos. Para tanto, basta torcê-los entre si.


DICA

Fotos: Marcelo Scandaroli

Para cada aresta de 1 m de comprimento, é necessário aproximadamente 1,4 m de arame. A tampa, nesta etapa, deve ser dobrada sem ser amarrada.

Passo 8
Fotos: Marcelo Scandaroli
Usando o arame, amarra-se continuamente as arestas verticais que estão em contato. Desta forma, o gabião ficará separado em células iguais de aproximadamente 1 m² cada.

Passo 9
Fotos: Marcelo Scandaroli
A amarração deve ser realizada passando-se o arame através de todas as malhas que formam as bordas, alternando uma volta simples com uma dupla. Desta forma, estará assegurada a união resistente entre os gabiões, suficiente para resistir aos esforços de tração aos quais serão submetidos.

Passo 10
Fotos: Marcelo Scandaroli
As bordas deverão estar em contato de tal maneira que esforços de tração não causem movimentos relativos. Ou seja, uma caixa não pode se movimentar enquanto a outra permanece estática. Eventuais movimentações precisam afetar a estrutura como um todo. É essa amarração que garante o comportamento monolítico da estrutura.

Passo 11
Fotos: Marcelo Scandaroli
O elemento, já montado, é transportado até o lugar definido no projeto e posicionado apropriadamente.

DICA

O local de apoio deve ser previamente preparado e nivelado. Então, é essencial assegurar que as características de resistência do terreno sejam as consideradas no projeto. Caso contrário, a camada superior do terreno deve ser substituída por material granular de boas características. Resistência menor que a prevista pode colocar em risco a estabilidade da obra.

Passo 12

Fotos: Marcelo Scandaroli








Os elementos, então, são amarrados, ainda vazios, uns aos outros ao longo de todas as arestas de contato (menos as das tampas), formando a primeira camada da estrutura.







DICA

As tampas devem ser dobradas em direção à face externa e dispostas de tal maneira que o enchimento com pedras seja facilitado.

Passo 13

Fotos: Marcelo Scandaroli








Para garantir que a estrutura apresente a estética esperada, um bom acabamento para a face frontal deve ser garantido. Para isso, é utilizado o gabarito de madeira.











Fotos: Marcelo Scandaroli

Passo 14
A função do gabarito, que será removido depois, é manter a face plana durante o enchimento das gaiolas. O gabarito pode ser formado por três tábuas de madeira de aproximadamente 2 cm a 3 cm de espessura, 4 m a 5 m de comprimento e 0,20 m de largura. Mantidas paralelas a uma distância de 0,20 m umas das outras por tábuas transversais menores, formam uma grelha. O gabarito deve ser fixado firmemente à face externa, usando o mesmo arame de amarração.

Passo 15

Fotos: Marcelo Scandaroli
A primeira camada de pedras deve ser depositada pela escavadeira dentro das gaiolas. Em gabiões com 1 m de altura, essa camada deve ter 0,30 m de espessura. Já a primeira camada de gabiões com 0,50 m de altura tem 0,25 m de espessura.

Passo 16

Fotos: Marcelo Scandaroli
Em seguida, essas pedras devem ser rearranjadas manualmente pelos operários, visando reduzir os vazios conforme previsto no projeto.

Passo 17

Fotos: Marcelo Scandaroli
Concluída a arrumação da primeira camada, devem ser colocados dois tirantes (tensores) horizontalmente em cada célula. Eles precisam ser amarrados a duas torções da face frontal, aproveitando o espaço existente entre as tábuas do gabarito, e a duas da face posterior de cada caixa.

Passo 18

Fotos: Marcelo Scandaroli
Os tensores devem ser dispostos nos dois sentidos, formando uma malha de tensores.



Fotos: Marcelo Scandaroli

Passo 19
Após esta etapa inicial do enchimento, outra camada, com a mesma espessura, deve ser preenchida. Novamente, deve ser feito o rearranjo manual das pedras seguido da instalação dos tensores nos dois sentidos. Cuidado para que a diferença entre o nível das pedras de duas células vizinhas não ultrapasse 0,30 m, para evitar a deformação do diafragma ou das faces laterais. Problemas de deformação dificultam o preenchimento e posterior fechamento da tampa.

Passo 20

Fotos: Marcelo Scandaroli
Ao completar cada camada, é recomendável verificar se o preenchimento está sendo feito por igual ao longo da estrutura, o que pode ser testado com uso de mangueira de pedreiro.

Passo 21

Fotos: Marcelo Scandaroli
Por fim, completa-se o preenchimento de cada célula até exceder sua altura em aproximadamente 3 cm a 5 cm. Superar este limite pode gerar dificuldades na hora do fechamento dos gabiões.

FINALIZAÇÃO

Passo 22

Fotos: Marcelo Scandaroli
Preenchidas as células, a tampa, que havia ficado dobrada, é então desdobrada e posicionada sobre a caixa para fechar o gabião, sendo amarrada ao longo de seu perímetro livre a todas as bordas superiores dos painéis verticais. A amarração deve, sempre que possível, unir também a borda em contato com o gabião vizinho.

Passo 23

Fotos: Marcelo Scandaroli
As estruturas em gabiões são sempre montadas em camadas sobrepostas, iniciando da base para o topo, de modo a alcançar a geometria prevista em projeto. As camadas devem também ser unidas entre si por meio da mesma amarração feita anteriormente.

Passo 24

Fotos: Marcelo Scandaroli
No tardoz da estrutura, ou seja, na parte de trás, que ficará em contato com o talude, é preciso colocar manta geotêxtil não tecido. Esta manta permite a passagem da água, mas evita que o solo seja transportado por entre as pedras, ocasionando a erosão do talude num fenômeno conhecido como carreamento dos finos do solo.

Passo 25

Fotos: Marcelo Scandaroli
Ao final dos trabalhos, é assim que a estrutura ficará. Esse tipo de contenção é indicado também para a canalização de córregos, como no caso deste passo a passo.



Apoio técnico: Maccaferri.

Uma boa idéia para o replantio de árvores

Há advogados e economistas de sobra, mas faltam dramaticamente engenheiros!



27/08/2012-04h30

Onde estão nossos engenheiros?

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/luizcarlosbresserpereira/1143639-onde-estao-nossos-engenheiros.shtml

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Dada a necessidade premente de investimentos na infraestrutura, o governo Dilma decidiu conceder à iniciativa privada os principais aeroportos brasileiros, e, em seguida, estradas de rodagem e ferrovias.
Não há garantia de que os serviços passem agora a ser realizados com mais eficiência. O mais provável é que custarão mais caro, porque as empresas terão condições de transferir para os usuários suas ineficiências e garantir seus lucros.
Por que, então, a presidente Dilma Rousseff tomou essa decisão? Não foi porque faltem recursos financeiros ao Estado, já que caberá ao BNDES financiar grande parte dos investimentos. Nem porque acredite na "verdade" de que a iniciativa privada é sempre mais eficiente.
Não obstante, foi uma decisão correta, porque falta capacidade de formulação e de gestão de projetos ao governo federal. Ou, em outras palavras, porque faltam engenheiros no Estado brasileiro.
Há advogados e economistas de sobra, mas faltam dramaticamente engenheiros. Enquanto mais de 80% da alta burocracia chinesa é formada por engenheiros, no Brasil não devem somar nem mesmo 10%.
Ora, se há uma profissão que é fundamental para o desenvolvimento, tanto no setor privado quanto no governo, é a engenharia. Nos setores que o mercado não tem capacidade de coordenar são necessários planos de investimento, e, em seguida, engenheiros que formulem os projetos de investimento e depois se encarreguem da gestão da execução.
Mas isto foi esquecido no Brasil. Nos anos neoliberais do capitalismo não havia necessidade de engenheiros. Contava-se que os investimentos acontecessem por obra e graça do mercado. Bastava privatizar tudo, e aguardar.
A crise da engenharia brasileira começou na grande crise financeira da dívida externa dos anos 1980. No início dos anos 1990, no governo Collor, o desmonte do setor de engenharia do Estado acelerou-se. Dizia-se então que estava havendo o desmonte de todo o governo federal, mas não foi bem assim.
Há quatro setores no governo: jurídico, econômico, social e de engenharia. Ninguém tem força para desmontar os dois primeiros; seria possível desmontar o setor social, mas, com a transição democrática e a Constituição de 1988, ele passara a ser prioritário. Restava o setor de engenharia --foi esse o setor que se desmontou enquanto se privatizavam as empresas.
Quando fui ministro da Administração Federal (1995-98) isso não estava claro para mim como está hoje. Eu tinha uma intuição do problema e, por isso, planejei realizar concursos parciais para a carreira de gestores públicos que seriam destinados a engenheiros na medida em que as questões seriam de engenharia, mas acabei não levando a cabo o projeto.
Quando o governo Lula formulou o PAC, reconheceu que os setores monopolistas necessitavam de planejamento, mas não tratou de equipar o Estado para que os projetos fossem realizados. Agora o problema está claro. Fortalecer a engenharia brasileira nos três níveis do Estado é prioridade.
A criação da empresa estatal de logística é um passo nessa direção. O Brasil e seu Estado precisam de engenheiros. De muitos. Vamos tratar de formá-los e prestigiá-los.


Luiz Carlos Bresser-Pereira
Luiz Carlos Bresser-Pereira é professor emérito da Fundação Getúlio Vargas, onde ensina economia, teoria política e teoria social. É presidente do Centro de Economia Política e editor da "Revista de Economia Política" desde 2001. Foi ministro da Fazenda, da Administração e Reforma do Estado, e da Ciência e Tecnologia. Escreve a cada duas semanas, aos domingos, na versão impressa de "Mundo".

Unicamp cria 60 vagas para curso noturno de engenharia ambiental

fonte: http://www.ie.org.br/site/noticias/exibe/id_sessao/4/id_noticia/6919/Unicamp-cria-Faculdade-de-Enfermagem-e-novos-cursos

Unicamp cria Faculdade de Enfermagem e novos cursos

Engenharia de Telecomunicações, Sistemas de Informação, Engenharia Ambiental e Engenharia Física são os cursos que passam a ser oferecidos

POR EXAME.COM

Publicado em 9 de agosto de 2012
O Conselho Universitário (Consu) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou por unanimidade no dia 7 de agosto a criação de quatro novos cursos de graduação. 

Os cursos são: Engenharia de Telecomunicações, com 50 vagas em período integral; Sistemas de Informação, que oferecerá 45 vagas, integral; Engenharia Ambiental, 60 vagas em período noturno; e Engenharia Física, com 15 vagas, período integral. 

Na mesma sessão, o Consu também decidiu pela criação da Faculdade de Enfermagem, que atualmente funciona como departamento da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). O conselho também extinguiu os cursos de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. 

De acordo com a Unicamp, a criação e a extinção dos cursos não alterarão o número de vagas oferecidas atualmente pelo vestibular da universidade. 

Os cursos de Engenharia de Telecomunicações e de Sistemas de Informação absorverão, respectivamente, as vagas oferecidas pelos cursos de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que serão extintos. 

Já as vagas a serem oferecidas pelo curso de Engenharia Ambiental serão provenientes dos cursos de Tecnologia em Construção de Edifícios (30 vagas) e Tecnologia em Controle Ambiental (30 vagas). Estes dois últimos serão mantidos, agora com 50 vagas cada um. 

As vagas da Engenharia Física, por sua vez, serão oriundas do chamado curso que integrava Física, Matemática e Matemática Aplicada e Computacional, chamado "Cursão", que segue mantido com 140 vagas. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sacolas Oxibiodegradáveis: Alternativa da Aces diminui custos para comerciantes


Em 25 de agosto de 2012 as 13h33
A entidade mostrou como alternativa, para empresas que se encaixam no Simples Nacional, o uso de sacolas oxibiodegradáveis brancas, sem a logomarca “Recicla Sinop”.
Fonte: Assessoria

Crédito: Divulgação
A Aces Sinop (Associação Comercial e Empresarial) continua debatendo com o Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Sinop, Rogério Rodrigues, o decreto que torna obrigatório o uso de sacolas oxibiodegradáveis pelo comércio. O objetivo é buscar uma alternativa para que as novas condições não onerem o orçamento das empresas.

“Somos a favor da preservação do meio ambiente, mas acreditamos que é possível flexibilizar para que os valores não sobrecarreguem a receita da empresa”, afirma o presidente da Aces, Mauro Muller.

A entidade mostrou como alternativa, para empresas que se encaixam no Simples Nacional, o uso de sacolas oxibiodegradáveis brancas, sem a logomarca “Recicla Sinop”. “Assim, as pequenas e médias empresas da cidade não vão sentir um grande impacto com a nova norma”, explica Muller.

Segundo o presidente, a entidade orçou valores com empresas revendedoras de embalagens e constatou que o uso de sacolas oxibiodegradáveis brancas, sem a logomarca, é 21% mais barata do que a sacola exigida na lei. “Conversamos com empresários, associados e chegamos a essa proposta. Inicialmente não vai impactar no bolso nem do empresário e nem do cliente e ajuda a prefeitura com o projeto de coleta seletiva”.

O secretário explica que essa é uma situação que deve ser estudada, mas ressalta que não é descartada. “Vamos trabalhar em conjunto com a Aces para encontrar a melhor alternativa”, afirma Rodrigues.

Para o secretário, o uso das cores branca e cinza tem que ser levado em consideração, pois irá auxiliar na separação do lixo orgânico e reciclado. “As impressões da sacola, como a logomarca, podem ser discutidas, mas é preciso pensar nas cores”.

O “Recicla Sinop” da Prefeitura Municipal, pela Secretária de Meio Ambiente, é o incentivo a coleta seletiva como maneira de preservar o meio ambiente. O objetivo é ensinar à população a separação adequada do lixo orgânico e reciclado. “Queremos induzir a população a fazer essa separação que vai auxiliar muito na coleta seletiva”.

O decreto nº 099/2012, de 09 de maio de 2012, que regulamenta a Lei Municipal nº 1164, de 12 de agosto de 2009, é que torna obrigatório uso de embalagens plásticas oxibiodegradáveis (OBP’s) com a logomarca colorida do programa Recicla Sinop.

Cientistas fazem balanço dos resultados da Rio+20



24 de agosto de 2012 11h16


A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) mobilizou a comunidade científica e foi palco de discussões que revelaram avanços sem precedentes no conhecimento sobre os limites do planeta - conceito indispensável para determinar uma agenda dedicada à sustentabilidade global.
No entanto, nada disso se refletiu no documento final da conferência, intitulado "O Futuro que queremos", que teve até mesmo o termo "ciência" cortado do único tópico onde aparecia com destaque, de acordo com cientistas reunidos no dia 23 de agosto no 2º Workshop Conjunto BIOTA-BIOEN-Mudanças Climáticas: o futuro que não queremos - uma reflexão sobre a Rio+20.
O evento reuniu pesquisadores envolvidos com os três grandes programas da Fapesp sobre temas relacionados ao meio ambiente - biodiversidade (Biota-Fapesp), bioenergia (Bieon) e mudanças climáticas globais (PFPMCG) - com a finalidade de fazer uma avaliação crítica dos resultados da RIO+20, especialmente no que diz respeito às perspectivas de participação da comunidade científica nas discussões internacionais nos próximos anos.
De acordo com Carlos Alfredo Joly, coordenador do Programa Biota-Fapesp, a comunidade científica brasileira e internacional se mobilizou intensamente durante a Rio+20 e chegou à conferência preparada para fornecer subsídios capazes de influenciar a agenda de implementação do desenvolvimento sustentável. "Nada disso se refletiu na declaração final. Chegou-se a um documento genérico, que não determina metas e prazos e não estabelece uma agenda de transição para uma economia mais verde ou uma sustentabilidade maior da economia", disse Joly.
A maior esperança dos cientistas para que a conferência tivesse um resultado concreto, de acordo com Joly, era que o texto final reconhecesse, já em sua introdução, o conceito de limites planetários, proposto em 2009 por Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo. A expectativa, porém, foi frustrada. "De 1992 até hoje, tivemos um grande avanço no conhecimento em relação aos limites planetários e o trabalho de Rockström já se tornou um clássico. Destacar isso no texto final poderia contribuir para uma mudança de paradigmas que definiria uma nova trajetória para o planeta. Mas isso não foi feito", disse.
Rockström, do Stockholm Resilience Centre Planetary, participou do workshop por meio de videoconferência, e apresentou palestra sobre o tema "Planetary boundaries are valuable for policy".
O fato do avanço do conhecimento científico não estar refletido no documento, entretanto, não deve ser usado como argumento para desestimular a comunidade científica que trabalha nessa área ambiental, segundo Joly. "Para nós que trabalhamos com a biodiversidade, a prioridade agora volta a ser a discussão sobre o veto às mudanças no código florestal, uma questão que ainda está em aberto", disse.
O tema da biodiversidade, segundo Joly, recebeu muito pouca atenção no documento final da Rio+20, embora seja uma das áreas em que os limites planetários de segurança já foram extrapolados. "Praticamente todas as referências à biodiversidade foram cortadas do texto. O documento zero, que foi o ponto de partida para a declaração, tinha seis parágrafos sobre a biodiversidade nos oceanos, por exemplo. Não sobrou nenhum", afirmou Joly, que é titular do Departamento de Políticas e Programas Temáticos (DEPPT) da Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).


Conteúdo vago
Paulo Artaxo, membro da coordenação do PFPMCG, destacou que as menções à questão das mudanças climáticas também foram quase nulas. "O texto final da Rio+20 tem 53 páginas, divididas em 283 tópicos. Desse total, apenas três tópicos mencionam a questão do clima. Para se ter uma ideia, há seis tópicos sobre igualdade de gênero e dez sobre lixo químico - que são temas importantes, mas não envolvem a mesma escala e urgência do problema do clima", disse.

Além da escassez, o conteúdo das menções à questão do clima é muito vago, segundo Artaxo. "O texto se limita a afirmar que as mudanças climáticas estão entre os maiores desafios do nosso tempo e que o tema gera preocupação, por exemplo", disse.
Para o pesquisador, no entanto, seria ingenuidade acreditar que a conferência poderia trazer soluções imediatas para a questão da sustentabilidade global. A oportunidade perdida na conferência foi a de contribuir para acelerar as decisões necessárias. "O problema é enorme e envolve todo o sistema de produção que roda a economia e a política de todo o nosso planeta. Uma questão desse porte não pode ser resolvida em uma única reunião, ou mesmo em uma década. O equacionamento vai demorar pelo menos mais 10 anos - o nosso problema é que não temos todo esse tempo", disse.
Para Artaxo, a Rio+20 evidenciou que o mundo se ressente da falta de governança para lidar com a questão do clima global. "Não temos entidades que possam implementar políticas globais com impacto importante na economia do planeta para enfrentar os desafios do clima. Se é difícil reduzir emissões de CO², poderíamos tentar reduzir as emissões de metano e ozônio, por exemplo. Mas isso exige um sistema de governança que a RIO+20 mostrou claramente não existir", afirmou.
Fábio Feldman, do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas, apontou que a falta de liderança pode ter comprometido os resultados da Rio+20. Segundo ele, a RIO92 (ou ECO-92), por exemplo, obteve mais sucesso porque na época o interlocutor brasileiro com os chefes de estado foi o físico José Goldemberg. "Se perguntarmos aos diplomatas brasileiros, dirão que Rio+20 foi um grande sucesso, porque para eles o importante era chegar a um documento final, mesmo que inócuo. O fato do professor Goldemberg não ser um diplomata foi um fator importante para o sucesso da ECO-92", afirmou.
Feldman afirmou que, apesar de tudo, fora da reunião de alto nível, a Rio+20 contou com iniciativas importantes, como a participação ativa do setor empresarial e a mobilização da comunidade científica para criar o programa Future of Earth. Alice Abreu, coordenadora da Iniciativa Rio+20 do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU, na sigla em inglês), fez um balanço das atividades do "Forum on Science, Technology and Innovation for Sustainable Development" - o principal evento científico realizado em paralelo à conferência.
"O evento teve mais de mil participantes, além de outros mil que acompanharam pela internet. Foram 11 sessões temáticas, onde 110 cientistas de 75 países discutiram temas centrais para o desenvolvimento sustentável. Houve ainda 24 eventos paralelos que congregaram cerca de 100 palestrantes. Tivemos duas sessões de política científica e a sessão de encerramento foi um diálogo de alto nível entre representantes da ciência e da política", contou.
O fórum foi o palco do lançamento do Future Earth, uma iniciativa internacional de pesquisa interdisciplinar do sistema terrestre para a sustentabilidade global. "O objetivo é prover, nos próximos dez anos, o conhecimento necessário para que as sociedades possam enfrentar os riscos das mudanças ambientais e desenvolver transições adequadas para uma sustentabilidade global", disse.
Segundo Abreu, além da iniciativa concreta do programa Future Earth, o fórum contou com debates entre os cientistas, que geraram recomendações importantes para a agenda mundial da sustentabilidade global. "Duas recomendações foram centrais: uma maior colaboração entre as ciências naturais e as ciências sociais - tema debatido em praticamente todas as sessões - e uma política científica mais integrada com outros atores, de forma a estabelecer um novo contrato entre ciência e sociedade", afirmou.
Com informações da Agência Fapesp

Sr. Spock: O que queremos de Marte?



O que queremos desse planeta vermelho?


São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2012Ilustrada

REINALDO JOSÉ LOPES
EDITOR DE “CIÊNCIA+SAÚDE”


Quem diria? A velha e dilapidada Nasa, que nem possui mais meios próprios de mandar pessoas para o espaço, acaba de mostrar que ainda tem espírito épico.
A prova é o pouso perfeito do jipe-robô Curiosity numa cratera de Marte no começo deste mês. Muito podia dar errado: grandalhão -do tamanho de um bugue de praia-, ele não tinha como descer pelo método usual da Nasa, que envolve recobrir as pobres sondas com airbags e deixá-las quicar pelos pedregulhos extraterrestres.
Em vez disso, numa operação complicadíssima, o Cu-riosity foi depositado no solo de Marte com uma espécie de guindaste voador, sem nenhum arranhão no processo.
A saga de verdade começa agora, contudo. O Curiosity é, disparado, o artefato mais complexo que terráqueos já conseguiram botar no chão de outro planeta. Com 17 câmeras, é a primeira sonda interplanetária capaz de fazer imagens em HD. Pode percorrer dois quilômetros por dia.
Trata-se de um laboratório sobre rodas, equipado, entre outras coisas, com canhão laser para pulverizar pedaços de rocha e sistemas que medem parâmetros do clima marciano, como velocidade do vento, temperatura e umidade... A lista é grande. Tudo para tentar determinar se, afinal de contas, Marte já foi hospitaleiro para formas de vida -ou quem sabe até ainda o seja.

TEM ALGUÉM POR AÍ?

Esta, claro, é a pergunta de US$ 2,5 bilhões (R$ 5 bilhões, valor do investimento na missão MSL, ou Laboratório de Ciência de Marte, como a jornada foi batizada).
Outros jipes-robôs mais modestos, como o Sojourner e os gêmeos Spirit e Opportunity, deram passos gigantes no sentido de demonstrar que Marte já foi mais "molhado", com água corrente pela superfície bilhões de anos atrás.
Hoje também se sabe que o subsolo marciano, em especial nas calotas polares, abriga enorme quantidade de água congelada. E há pistas de que água salgada pode escorrer pela superfície do planeta durante o verão marciano, quando, em certos lugares, a temperatura fica entre -25o C e 25o C.
Mesmo na melhor das hipóteses, são condições não muito amigáveis para a vida como a conhecemos. Mas os cientistas têm motivos para não serem tão pessimistas, ambos baseados no que se conhece a respeito dos seres vivos na própria Terra.
O primeiro é que a vida parece ser um fenômeno tão teimoso, ao menos na sua forma microscópica, que aguenta todo tipo de ambiente inóspito, das pressões esmagadoras do leito marinho ao calor e às substâncias tóxicas dos gêiseres.
Além disso, se o nosso planeta for um exemplo representativo da evolução da vida Cosmos afora, isso significa que a vida aparece relativamente rápido quando um planeta se forma -mais ou menos meio bilhão de anos depois que a Terra surgiu (hoje ela tem cerca de 4,5 bilhões de anos).
Ou seja, teria havido tempo, na fase "molhada" do passado de Marte, para que ao menos alguns micróbios aparecessem antes de serem destruídos pela deterioração do ambiente marciano. Será que algum deles não deu um jeito de se esconder no subsolo e ainda está lá, segurando as pontas?
E, se a coisa aconteceu duas vezes neste quintal cósmico, quantas vezes não terá ocorrido Via Láctea afora?

Inspiração de clássicos de ficção, Marte pode ser visto em fotos de alta definição


26/08/2012 - 03h00

IVAN FINOTTI
DE SÃO PAULO



2012: O jipe-robô Curiosity pousa em Marte.
1877: Um minuto antes, Marte era só um planeta vermelho. Em seguida, o astrônomo italiano Giovanni Schiaparelli (1835-1910) avistou recortes na superfície marciana que se assemelhavam a cursos de água. A histeria dos canais. Sabia-se que Marte possuía calotas polares com gelo. De repente, em 1895, o cientista inglês Percival Lowell (1855-1916) deu um salto mental: são canais de irrigação construídos por marcianos para trazer a água dos polos para os desertos vermelhos. A histeria dos canais ("canal craze", em inglês).

Missão: Marte

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Maior inspiração dos clássicos de ficção científica, Marte, o planeta vermelho, agora pode ser visto em fotos de alta definição que lembram mais um grande deserto do que uma grande ameaça
E os extraterrestres eram, além de tudo, avançadíssimos. Afinal, os humanos haviam demorado dez anos para concluir, em 1865, o canal de Suez, no Egito, ligando os mares Mediterrâneo e Vermelho. E as trincheiras marcianas pipocavam a cada nova observação. Canais estavam sendo mapeados e nomeados às dezenas; logo seriam 200.

DELÍRIO
Terreno fértil para a ficção. Já em 1880, um astronauta visitava anõezinhos em Marte no livro "Across the Zodiac" (Através do Zodíaco), do inglês Percy Greg (1836-1889).
Em 1898, o inglês H.G. Wells (1866-1946) publicou "A Guerra dos Mundos", com uma invasão marciana à Inglaterra. Os extraterrestres de Wells eram parecidos com polvos, e seus tentáculos não demonstravam qualquer respeito à vida vitoriana.
A primeira metade do século 20 foi pródiga em marcianos, inclusive no cinema. Para testar seu cinetógrafo (câmera de cinema rudimentar), o cientista norte-americano Thomas Edison (1847-1931, o inventor da lâmpada) produziu um filme de ficção científica cheio de efeitos especiais, em 1910. Nele, um cientista descobre como anular a gravidade e voa até Marte, onde se depara com criaturas gigantes que parecem árvores. O curta, mudo, está no YouTube (www.goo.gl/e85Nb ).

1910 A Trip To Mars - Thomas Edison

Enviado por  em 21/03/2011
This film was produced by Thomas Edison for his Home Kinetoscope in 1910, Many have confused this film with Melies "A Trip To The Moon" and claimed that it is a pirated version of Melies work. But nothing could be more wrong - it is totally original and represents The First American Science fiction movie. We scanned 10,000 frames from the original print in our collection and reconstructed it. We also added a period sound track. As far as we can determine we hold the only existing copy,

Já a nascente União Soviética (1922-1991) fez política no longa "Aelita: Rainha de Marte" (1924), baseado em livro de Alexei Tolstói (1883-1945). Nele, um cosmonauta viaja de foguete e lidera as massas marcianas na derrubada do governo das elites. É ajudado pela rainha Aelita, que se apaixona pelo comunista ao vê-lo através de um telescópio.

HOMENZINHOS VERDES
A possibilidade de existência dos ETs ganhou ares de delírio em 1938, quando um rapaz de 23 anos chamado Orson Welles (1915-1985) aterrorizou os Estados Unidos ao ler no rádio uma adaptação da história de H.G. Wells. Descrevendo uma invasão em Nova York como se fizesse transmissões jornalísticas, o futuro cineasta Welles dizia que as forças terrestres estavam aniquiladas e que os nova-iorquinos estavam em rota de fuga pelas estradas. Como consequência, moradores da vizinha Nova Jersey fizeram o mesmo -mas de verdade.
"Estou falando do teto do prédio da rádio, em Nova York. Os sinos que você ouve estão avisando que os marcianos se aproximam. Estima-se que 3 milhões de pessoas pegaram a estrada para o Norte. Evite as pontes para Long Island. Todas as comunicações com Nova Jersey pararam há 10 minutos. Não há mais defesas. Nosso exército foi aniquilado. Esta deve ser minha última transmissão."


Orson Welles, em sua adaptação radiofônica de "A Guerra dos Mundos", 1938

O imaginário norte-americano passou por diversas outras provações, além da arquitetada por Orson Welles. Nos anos 1950, notícias de discos voadores sobrevoando fazendas e abduzindo moradores começaram a aparecer em jornais locais.
É dessa época a popularização do termo "little green men", homenzinhos verdes, para designar os marcianos. A expressão, que já era usada ironicamente no século 19 para descrever alucinações, foi incorporada pelos autores de ficção científica. Tornou-se o estereótipo de pequenos alienígenas, muitas vezes com antenas na cabeça.
Os sonhos de civilizações em Marte foram desmoronando aos poucos, com o avanço da tecnologia de observação. Os canais, afinal, não passavam de uma ilusão de ótica, resultado de telescópios pouco acurados e da tendência inconsciente de conectar pontos indistintos, como crateras e cadeias de montanhas, para criar algo compreensível, como uma linha.

CRÔNICAS
Grandes autores como os norte-americanos Edgar Rice Burroughs (1875-1950), Isaac Asimov (1920-1992) e Philip K. Dick (1928-1982) escreveram aventuras passadas no planeta, muitas delas no futuro, quando os humanos assumem o papel de colonizadores. Uma dessas histórias, "O Vingador do Futuro", baseado em obra de K. Dick, estreou em agosto no Brasil.
"Marte tem apenas um pingo de água porque é muito pequeno. (...) Então a Terra tem que suprir não só para os colonos beberem e tomarem banho, para as indústrias e fábricas hidropônicas, como também para jogar fora às toneladas. Qual é a força propulsiva das espaçonaves? O que elas jogam para trás para que possam acelerar para a frente? (...) Qual o mais barato e mais abundante líquido disponível? Água, é claro."


Isaac Asimov, em "O Jeito Marciano", 1955

Mas, com o fim da ideia de civilizações nativas, a expressão "marciano" foi sendo abandonada. Coube ao cinema apontar novos caminhos. "Alien, o Oitavo Passageiro" (1979), de Ridley Scott, popularizou bastante o termo "alienígena", enquanto Steven Spielberg escreveu a palavra "extraterrestre" na cultura mundial com seu filme "E.T.", de 1982.
Na primeira de suas 26 "Crônicas Marcianas" (1950), o escritor americano Ray Bradbury (1920-2012) narra os efeitos da saída da primeira nave terráquea para a conquista da civilização de forma delicadíssima: "Um minuto antes, era inverno em Ohio (...). Em seguida, uma onda de calor cruzou a cidadezinha. O verão do foguete. O ar quente redesenhou os cristais de gelo nas janelas. De repente, os esquis e trenós tornaram-se inúteis. A neve que caía do céu gelado sobre a cidade transformou-se em chuva quente antes de tocar o solo. O verão do foguete (...)".
A respeito das crônicas de Bradbury, o grande escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) anotou: "Como podem tocar-me essas fantasias, e de modo tão íntimo? Toda literatura (atrevo-me a responder) é simbólica; há poucas experiências fundamentais, e é indiferente que um escritor, para transmiti-las, recorra ao 'fantástico' ou ao 'real', à invasão da Bélgica em agosto de 1914 ou a uma invasão a Marte. (...) Bradbury colocou seus longos domingos vazios, seu tédio americano, sua solidão". Como discordar do mestre argentino?

"Marte era uma praia distante. E os homens chegavam a ela em ondas. Cada onda diferente, e uma mais forte que a outra. A primeira trouxe homens acostumados a espaços amplos, ao frio e à solidão, os homens do deserto e do campo (...). Marte não poderia atingi-los porque haviam sido criados para planícies e pradarias tão amplas quanto os campos marcianos. Foram os primeiros homens. Todo mundo sabia quem seriam as primeiras mulheres."
Ray Bradbury, em "Crônicas Marcianas", 1950




07/08/2012 - 19h05

Curiosity fará viagem no tempo para ajudar a entender nossas raízes

JOHN GROTZINGER
ESPECIAL PARA O "NEW YORK TIMES"

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1133313-curiosity-fara-viagem-no-tempo-para-ajudar-a-entender-nossas-raizes.shtml


O jipe Curiosity finalmente pousou em Marte, depois de uma longa jornada e de uma descida complicada. Com isso, abre uma nova janela de alta tecnologia para a exploração à distância do planeta vermelho.
As missões que precederam o nosso MSL (Laboratório de Ciências de Marte) fizeram um trabalho incrível abrindo caminho para nós. Esses pioneiros foram "aonde nenhum jipe jamais tinha ido antes" e descobriram muitas coisas novas sem o benefício de saber de antemão o que elas seriam.

Jipe-robô Curiosity pousa em Marte

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Nasa/Reuters
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Foto da sonda Mars Reconnaissance Orbiter mostra momento em que o jipe-robô Curiosity se aproxima do solo de Marte preso a um paraquedas
Mas nunca antes de agora havíamos chegado a Marte com uma sonda projetada para alcançar uma meta tão desafiadora quanto a avaliação das possibilidades de futuras missões que vão procurar vida. A missão MSL se baseia na suposição de que Marte, em algum ponto de sua história, foi habitável. Contudo, não estamos procurando a vida propriamente: queremos encontrar ambientes habitáveis.
Como cientista-chefe da missão MSL, normalmente fico tão envolvido com o planejamento da viagem que tendo a ficar imerso nos detalhes específicos do aprendizado da operação do jipe na superfície de Marte. Imagine comprar um carro de US$ 2,5 bilhões com um manual do proprietário de 10 mil páginas, o qual você não apenas tem der ler, mas também precisa escrever, porque é o primeiro e único carro do tipo que será construído.
Editoria de Arte/Folhapress
O passo que vamos dar agora é fantástico. Vamos viajar numa espécie de máquina do tempo, criada para reconstruir como era a superfície de Marte há bilhões de anos. Podemos ter vislumbres de um tempo tão remoto que é equivalente à época em que a vida microbiana estava evoluindo na Terra. A história primitiva de Marte está mais bem preservada lá do que seu equivalente na Terra, e por isso temos a chance de entender o desenvolvimento do nosso próprio planeta estudando outro.
Os ingredientes essenciais para um ambiente habitável são água, energia e carbono. Missões anteriores determinaram que Marte tinha água líquida em seu passado -- e ocasionalmente também tem no presente. Essas missões também indicaram locais onde processos químicos naturais poderiam ter gerado energia para o metabolismo de seres vivos. Mas onde está o carbono orgânico que torna esse metabolismo possível?
É aí que nós entramos. Voltar bilhões de anos no tempo geológico não é brincadeira, mas o Curiosity está bem equipado para fazer isso por causa de duas de suas mais importantes qualidades.
Primeiro, ele é um laboratório completo, com funis, tubos de ensaio, lupas, espectrômetros de massa [usados para "pesar" moléculas], analisadores de gases, fornos, e um sistema de obtenção de amostras com uma bronca forte o suficiente para raspar concreto. Isso para não falar de suas 17 câmeras, várias delas coloridas, com captação de vídeo e resolução em HD [alta definição]. Em segundo lugar, é um jipe movido a plutônio, o que permite levar seu laboratório para a estrada durante anos a fio.
Essa mobilidade é muito importante porque a busca por carbono orgânico pode ser um jogo de esconde-esconde. O Curiosity é capaz de vasculhar o terreno em busca do local mais promissor e ir até ele, onde seu laboratório portátil pode ser colocado à prova.
E isso me leva ao lugar onde o Curiosity vai praticar sua vocação de geológo. A cratera Gale foi escolhida depois de estudos de cinco anos de duração. Dentro dessa antiga bacia de impacto [criada pela queda de um meteorito] encontra-se um leito de rio igualmente antigo, que possui registros de água corrente superficial e terrenos fraturados ricos em minerais.No meio dessa cratera de 150 quilômetros de diâmetro ergue-se uma montanha na qual o Curiosity vai passar a maior parte de sua vida ativa.
Batizado de monte Sharp pela equipe científica, esse pico de 5.000 m de altitude é feito de camadas sedimentares que representam centenas de milhões, se não bilhões, de anos dos princípios da história ambiental de Marte. São essas camadas que a nossa equipe científica quer conhecer na intimidade, e é nesse tipo de tarefa que o Curiosity pode se dar muito bem. Em breve, poderemos obter as imagens com a mais bela resolução e a maior quantidade de detalhes já obtidas na superfície de outro planeta.
Se tivermos sucesso, teremos em nossas mãos um tesouro nacional de valor incalculável. Estes dias, semanas e meses após o pouso verão nossa equipe científica e de engenheiros trabalhando juntos para extrair cada grama de desempenho do Curiosity e cada grama de ciência do nosso local de pouso. Todos os que estão trabalhando nessa missão estão prontos para fazer essa viagem no tempo geológico, para tentar entender que segredos estão preservados no monte Sharp, que panoramas do tempo em que Marte era tão diferente do que hoje vamos conseguir reconstruir, e se alguma vez houve ambientes nos quais micróbios poderiam ter prosperado.
O escritor Marcel Proust (1871-1922) nos lembra que a verdadeira viagem de descoberta consiste não apenas em buscar paisagens novas, mas novos olhos. A perspectiva extraordinária que o Curiosity vai trazer poderá, algum dia, nos permitir entender por que um planeta que no começo pode não ter sido tão diferente do nosso começou seu declínio inexorável, enquanto a Terra floresceu. E, ao fazer isso, pode nos dizer algo sobre nós e sobre onde estão nossas raízes mais profundas.
John Grotzinger é o cientista-chefe da missão MSL

21/11/2011 - 10h00

Nasa lança neste sábado jipe para procurar vida em Marte


Neste sábado-feira (26), a Nasa tenta iniciar uma nova investida até o planeta vermelho. O objetivo: achar os ingredientes da vida em Marte.
O encarregado de realizar a tarefa é o jipe Curiosity, um grandalhão que tem quase o tamanho de um automóvel (três metros de comprimento e quatro toneladas).
O projeto custou US$ 2,5 bilhões, e a missão deve durar pelo menos um ano marciano (687 dias).
Movido a energia nuclear, o jipe terá mais eletricidade que qualquer outro dispositivo em Marte, sem depender de painéis solares. Poderá trabalhar dia e noite.
Divulgação/Nasa
Ilustração do jipe Curiosity em solo marciano; missão no planeta vermelho começa com lançamento nesta semana
Ilustração do jipe Curiosity em solo marciano; missão no planeta vermelho começa com lançamento nesta semana

VIVENDO E APRENDENDO
Em 1976, duas espaçonaves, Viking-1 e 2, levaram ao solo marciano experimentos dedicados à detecção de vida. A ideia era misturar nutrientes ao solo. Se desse reação positiva, pronto: bactérias extraterrestres.
Quando o experimento foi conduzido na prática, ocorreu o inesperado.
A superfície marciana parecia estar cheia de uma substância capaz de degradar a solução nutritiva enviada nas naves. Resultado: muitos bilhões de dólares para um teste inconclusivo.
Desde então, a Nasa tem sido cautelosa. A estratégia foi quebrada em três etapas, e o novo jipe que está prestes a decolar representa uma transição para a segunda.
Primeiro, os cientistas decidiram se pautar pelo mote: "siga a água". Foi com base nele que as sondas Mars Global Surveyor e Mars Reconnaissance Orbiter buscaram sinais de fluxos de água (passados, recentes e presentes).
A sonda Mars Odyssey mapeou a presença de gelo no subsolo, e a sonda Phoenix confirmou o achado.
Finalmente, os jipes Spirit e Opportunity buscaram sinais minerais de interação da água com as rochas, indicando que no passado Marte já foi mais quente e teve atmosfera mais densa.
Além da água, há outras duas coisas de que a vida precisa para prosperar. Uma delas é energia, que o Sol pode fornecer em Marte, a despeito da maior distância que o planeta guarda da estrela, em comparação com a Terra.
A outra é a presença de compostos orgânicos, os tijolos da vida. Por isso, o foco agora não é mais a água (que já existiu na cratera Gale, onde o novo jipe deve pousar), e sim o carbono.
"Entre 2010 e 2020 mudamos o foco, queremos procurar os chamados ambientes habitáveis", disse à Folha o engenheiro brasileiro Ramon de Paula, executivo de programa no quartel-general da Nasa envolvido com missões marcianas.
"Entre 2020 e 2030, a última etapa: o retorno de amostras de Marte, em busca de sinais de vida", afirma.
O Curiosity está equipado com dez instrumentos científicos. Ele vai perfurar o solo para análise, buscar compostos orgânicos e medir o nível de radiação solar e cósmica.
Para descer o "jipão" até o solo, a Nasa usará uma técnica inédita: um sistema de propulsores que executará a parte final do pouso e descerá o jipe por um cabo, para depois soltá-lo e voltar a voar, caindo mais adiante. Nada de airbags, como os jipes anteriores enviados a Marte.
"Isso foi testado na Terra, mas podemos ter imprevistos lá", diz Ramon de Paula.
O teste final será na madrugada do dia 6 de agosto de 2012, quando o Curiosity deve tocar o solo marciano.

04/11/2011 - 10h09

Tripulantes deixam simulação de missão à Marte depois de 520 dias

DA BBC BRASIL



Seis homens que ficaram isolados do mundo por mais de 500 dias para simular uma missão para Marte voltaram à vida normal nesta sexta-feira.




http://www.bbc.co.uk/worldservice/emp/pop.shtml?l=pt&t=video&p=/portuguese/meta/dps/2011/11/emp/111104_marte_500_fim_fn.emp.xml


BBC
Seis homens ficaram isolados do mundo por mais de 500 dias para simular missão a Marte
Seis homens ficaram isolados do mundo por mais de 500 dias para simular missão a Marte
Desde junho de 2010 a rotina dos seis participantes do projeto Marte 500 simulou a dos tripulantes de uma espaçonave real.
Na verdade, eles ficaram trancados em um galpão nos arredores de Moscou, vivendo em isolamento total durante 520 dias.
Eles fingiam percorrer milhões de quilômetros pelo espaço e o objetivo era verificar se o corpo e a mente destes homens aguentaria uma jornada tão longa.
"Felizmente não ocorreram brigas entre os tripulantes e, mesmo depois de um ano, ainda queremos participar da missão", disse Romain Charles, um dos participantes do projeto Marte 500.
Em alguns momentos eles só conseguiam se comunicar com o mundo exterior com um atraso de 20 minutos, como em uma missão real para Marte e houve até simulações de caminhadas pelo planeta vermelho.
A conclusão da missão mostrou que os astronautas até poderiam aguentar um período tão longo em um espaço fechado.
Mas, os idealizadores da experiência admitem que, sem os perigos de uma missão espacial real, a Marte Quinhentos foi uma experiência menos estressante.



15/11/2010 - 09h48

Para baratear custo, cientistas propõem colonização e viagem a Marte sem volta

DA ASSOCIATED PRESS

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/830752-para-baratear-custo-cientistas-propoem-colonizacao-e-viagem-a-marte-sem-volta.shtml


Uma viagem a Marte com um único bilhete de viagem: o de ida. Essa é a basicamente a ideia defendida por dois cientistas no artigo "To Boldly Go" (algo como "viagem audaciosa"). A dupla diz que as viagens com tripulação humana para Marte seriam mais rápidas e econômicas se as missões não incluíssem o retorno dos astronautas.
"O principal ponto é fazer com que a exploração de Marte continue", disse Dirk Schulze-Makuch, da Universidade Estadual de Washington (EUA), autor do texto publicado no "Journal da Cosmologia" em parceria com Paul Davies, da Universidade Estadual do Arizona (EUA).
Segundo eles, os seres humanos deveriam começar a colonização de outros planetas como meio de se precaverem contra uma catástrofe na Terra.
Marte possui gravidade na superfície, atmosfera, água abundante, dióxido de carbono e minerais essenciais, o que facilitaria a colonização.
Eles propõem que as missões comecem com o envio de duas equipes, formadas por duas pessoas cada, em voos separados, a Marte.
Depois, navios de abastecimento regular e mais colonizadores poderiam participar da segunda fase da missão. A tecnologia já existe, ou é de fácil acesso, afirmam.
ESQUECERAM DE MIM
Um funcionário da Nasa (agência espacial americana) comentou que missões tripuladas para Marte devem ocorrer nas próximas décadas, mas o planejamento envolve decididamente a ida e a volta da tripulação.
O porta-voz da Nasa, Michael Braukus, disse que o presidente dos EUA, Barack Obama, acredita que essa missão poderia ser realizada por volta de 2030, mas não houve qualquer menção a que os astronautas poderiam ser deixados para trás. "Queremos nosso povo de volta", disse Braukus.
O astronauta aposentado da Apollo 14 Ed Mitchell, que caminhou na Lua, também criticou a proposta. "É prematuro", escreveu em um e-mail. "Nós não estamos prontos para isso ainda."
Davies e Schulze-Makuch salientam que não estão propondo uma "missão suicida". "Os astronautas iriam para Marte, com a intenção de ficar para o resto de suas vidas, como pioneiros de uma colônia humana permanente em Marte", escreveram eles, embora reconheçam que a proposta encontraria reações de oposição dentro da Nasa.
Os dois acreditam que o setor privado aceitaria melhor a ideia.