domingo, 17 de abril de 2011

Dia 14 de abril - Dia Internacional do Café






Dia Internacional do Café: Cooperação internacional está presente nas pesquisas em café




Qui, 14 de Abril de 2011 15:23

Autoria e fonte: http://www.sapc.embrapa.br/index.php/principal/dia-internacional-do-cafe-cooperacao-internacional-esta-presente-nas-pesquisas-em-cafe



Dia 14 de abril é o Dia Internacional do Café. A Embrapa Café, coordenadora do Programa de Pesquisa Café, comemora a data fazendo um apanhado dos principais projetos em andamento que têm parcerias estratégicas com países em todo o mundo.



“O Programa Pesquisa Café, executado pelo Consórcio Pesquisa Café que reúne instituições de pesquisa, desenvolvimento, ensino e extensão brasileiras, nasceu genuinamente brasileiro. Intacta em sua natureza nacional, o programa hoje possui vários trabalhos em colaboração com instituições na África, Europa e América Latina. Além disso, os pesquisadores de café brasileiros têm visitado e recebido delegações de vários países, como Timor Leste, Zimbábue, Equador, El Salvador e Angola, para troca de conhecimentos mútuo e agregação de valor à cafeicultura”, informa a gerente geral da Embrapa Café, Mirian Eira.



Esse é o caso do projeto da Embrapa Café de cooperação internacional com a Venezuela. Já foram realizadas ações de prospecção e diagnóstico da cafeicultura local prevista no projeto “Produção de Mudas e Beneficiamento Ecológico de Café”. O projeto é parte do Acordo Básico de Cooperação Técnica entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Bolivariana da Venezuela, assinado em 2007, que contempla ainda outras culturas. A coordenação é da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa – SRI e o financiamento da Agência Brasileira de Cooperação – ABC. O objetivo é contribuir para a organização de comunidades cafeicultoras por meio do uso de tecnologias agroecológicas para a produção de mudas de variedades melhoradas e do beneficiamento ecológico em pequena escala.



Entre as primeiras ações previstas, estão a transferência de material genético e a capacitação de multiplicadores em propagação e técnicas de boas práticas agroecológicas para manejo da lavoura e pós-colheita, tratos culturais e controle de pragas e doenças. A Embrapa Café também vai auxiliar no planejamento experimental para verificar quais variedades são mais adequadas para gerar alternativas tecnológicas que melhorem o quadro da cafeicultura local. Outra ação prevista é a sensibilização de produtores e técnicos para percepção da qualidade em café, um bem precioso hoje em dia para a sustentabilidade do negócio café em qualquer lugar do mundo.



Para a Embrapa, o projeto traz como benefícios o fortalecimento das relações internacionais Brasil-Venezuela e a troca de material genético, variedades de café adaptadas ao sistema produtivo sombreado orgânico/agroecológico. Segundo Paulo César Afonso Junior, gerente adjunto técnico da Embrapa Café, essa troca poderá contribuir para o desenvolvimento de novas cultivares tolerantes a temperaturas mais elevadas e à deficiência hídrica.



Ainda são exemplos de pesquisas realizadas em parcerias internacionais no âmbito do Programa Pesquisa Café o projeto em conjunto com Portugal e França, países com trabalhos reconhecidos na área do café.



O pesquisador da Embrapa Café, Carlos Henrique de Carvalho, participou de um projeto de pesquisa em conjunto com o Centro Internacional da Ferrugem do Cafeeiro (CIFC). Foram estudadas as raças de ferrugem que vinham atacando plantações de café no sul de Minas. Segundo o pesquisador, “o trabalho trouxe muitas contribuições para a pesquisa brasileira, uma vez que a instituição portuguesa é especialista na pesquisa da doença”.



Em Portugal, a pesquisa da ferrugem enfrenta menos dificuldades, pois a região não é produtora, portanto, o estudo da doença não representa riscos para o País, como representaria para o Brasil, com vastas plantações em diferentes estados. “Nós coletávamos o material contaminado e mandávamos para que eles fizessem a análise, identificando as raças de ferrugem, se eram as já existentes ou novas espécies. As descobertas ajudaram bastante na geração de mais conhecimento sobre a doença. Essa parceria da Embrapa Café pode ser um trabalho contínuo, aproveitando a especialidade dos portugueses na área e a necessidade de cuidado constante com as plantações brasileiras”, detalha Carlos Henrique.



A parceria com o CIFC vem trazendo excelentes resultados também para os trabalhos de melhoramento genético e biotecnologia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), de acordo com os pesquisadores da Embrapa Café Antonio Carlos Baião de Oliveira e Eveline Teixeira. Os estudos da interação entre o patógeno causador da ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastratrix) e a planta de café levaram ao desenvolvimento de cultivares resistentes a essa doença.



A Embrapa Café mantém parceria estabelecida há três anos com a Fundação Procafé e com o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França, trata do desenvolvimento de um protocolo para produção em larga escala de mudas clonais do Coffea arabica. O pesquisador Carlos Henrique Carvalho ressalta os bons resultados alcançados. “O protocolo desenvolvido já vem sendo testado com sucesso”.



Em parceria com o Cirad da França, o pesquisador Luiz Filipe Protásio Pereira inicia, este ano, outro projeto de pesquisa. O pesquisador conta que esta não é a primeira vez que uma parceria entre a Embrapa Café, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), instituição participante do Consórcio Pesquisa Café, e o Cirad ocorre. “Vários projetos e publicações nos últimos dez anos foram frutos dessa parceria”, diz. Só Luiz Filipe já contabiliza cerca de sete publicações científicas de relevância na área resultado dessa parceria com o centro de pesquisa francês. “São trabalhos técnicos e científicos que geram conhecimento e tecnologias para o agronegócio café brasileiro”, enfatiza.



O novo projeto, iniciado este ano, prevê viagens de cooperação técnica e envio de bolsistas entre Brasil e França com o objetivo de promover esforços para analisar a diversidade e a estrutura de recursos genéticos de Coffea arabica oriundos da Etiópia, para fornecer subsídios aos programas de melhoramento do cafeeiro.



Já o projeto dos pesquisadores da Embrapa Café Aymbiré Fonseca e Maria Amélia Ferrão, realizado em parceria com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e com a Nestlé, desde 2004, se concentra na análise da qualidade de variedades clonais do café conilon no Espírito Santo. Em sua segunda fase, está buscando aumentar a qualidade das variedades utilizadas pela indústria de café solúvel.



A partir de cinco variedades clonais, foram definidos os materiais de melhor qualidade para a produção de café solúvel. Dessa forma, a produção de conilon no estado teria quantidade agregada à qualidade do produto. “A pesquisa começou a partir de dúvidas sobre a qualidade do café conilon. Hoje sabemos que todas as variedades têm qualidade, mas observamos que umas variedades continham alguns materiais mais interessantes para a produção do que outros”, explica o pesquisador Aymbiré Fonseca. Um dos resultados dessa pesquisa, segundo ele, é demonstrado pelo aumento de mais de 200% da produtividade do conilon no estado desde 1993.



A maior integração com países produtores e consumidores de café no âmbito da Organização Internacional do Café – OIC, também tem aberto novas oportunidades de pesquisa integrada. “A perspectiva do mundo atual é de ajuda mútua entre as regiões e países do globo, o que só tende a aumentar nos próximos anos. Percebemos que a parceria é a melhor forma de convívio para garantir a sustentabilidade do planeta e das relações entre as pessoas, além da construção coletiva do conhecimento e a qualidade de vida para a maior parte da população”, conclui Mirian Eira.





Área de Comunicação & Negócios da Embrapa Café

Texto: Flávia Bessa (MTb 4469/DF) e Cristiane Vasconcelos (MTb 1639/CE)

Site: http://www.embrapa.br/cafe

Fone: (61) 3448-4566

Serviço de Atendimento ao Cidadão: http://sac.sapc.embrapa.br/




Casca do café também é fonte de energia




Com informações do CNPq - 13/04/2011



SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Casca do café também é fonte de energia. 13/04/2011. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=casca-cafe-fonte-energia-biomassa. Capturado em 17/04/2011.






Há mais no café do que o seu sabor, famoso mundialmente: o processamento dos grãos gera um resíduo que pode ser utilizado como fonte de energia, diminuindo custos e reduzindo a poluição ambiental.



Potencial energético do café



Durante o cultivo do café, aproximadamente dois milhões de toneladas de cascas de grãos são produzidas por ano no Brasil.



Esse subproduto normalmente vai para o lixo ou é usado para a forração dos terrenos dos cafezais, restituindo parte dos fertilizantes retirados pela planta.



Mas a casca do café tem um potencial energético que pode, em alguns casos, torná-la substituta da lenha, sendo uma opção mais barata e ecologicamente correta para empresas que usam a madeira na geração de energia.



Suprir as necessidades desse mercado significa cortar menos árvores e contribuir para a redução do desmatamento.



Eletricidade da biomassa



Para otimizar esse potencial, pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), liderados pelo engenheiro florestal Ailton Teixeira do Vale, fizeram um estudo para demonstrar a importância dos resíduos agroflorestais como fonte de energia, tanto para indústrias quanto em comunidades rurais.



"A casca do café, assim como outras biomassas, pode gerar eletricidade em termoelétricas, a partir da combustão em fornalhas, gerando energia na forma de calor, utilizado para a produção de vapor, que por sua vez é utilizado para a produção de energia elétrica e, em cogeração, outras energias como a mecânica", explica Vale.



Quando usada como combustível, a casca do café, assim como outros resíduos agroflorestais, tem inúmeras vantagens em relação aos combustíveis fósseis.



"Em primeiro lugar, é um combustível renovável, e os compostos liberados na sua combustão são sequestrados pelos novos plantios, fechando o ciclo do carbono, e, portanto, não contribuindo com o efeito estufa. Outra vantagem é a possibilidade de agregar valor a um resíduo que geralmente é descartado e, com isso, gerar emprego, renda e desenvolvimento social nas regiões onde a cultura do café é uma prática", explica o pesquisador.



Combustão, gaseificação e carvão



Espera-se que os dados obtidos a partir desse estudo possam ser utilizados para melhorar a gestão dos resíduos provenientes de biomassa e que isso possa abrir a possibilidade de uso na produção de energia em pequenas comunidades rurais e nas agroindústrias, a partir da combustão, da gaseificação ou da transformação em carvão vegetal, assim aumentando sua participação na Matriz Energética Brasileira.



A agregação de valor ao resíduo, gerando um novo produto, é bem-vinda ao diminuir a poluição do meio ambiente e possibilitar uma qualidade de vida melhor para as pessoas envolvidas no processo ou moradoras da região



"Além de agregar valor ao resíduo, [o uso dessa biomassa] demandará mão-de-obra, equipamentos, capitais, empresas de serviços e toda uma infraestrutura administrativa, industrial e comercial, elevando o nível econômico e beneficiando a sociedade", afirma Vale.



Substituição do petróleo por biomassa



O Brasil é referência internacional na substituição do petróleo por biomassa, embora o assunto esteja repleto de controvérsias.



O maior exemplo é o uso do etanol como combustível para veículos de passeio e de carga - que tem impactos sobre as terras agricultáveis e desbalanceamento do ciclo de nitrogênio, além de consumir água demais.



Na siderurgia, o uso de carvão vegetal na produção de ferro gusa é uma realidade há décadas - com constantes denúncias de uso de vegetação não-plantada, principalmente do cerrado.



Outra frente que tem crescido é a produção de energia elétrica em termoelétricas, principalmente nas usinas de açúcar e álcool e nas fábricas de celulose e papel, a partir de resíduos, com unidades movidas a bagaço de cana-de-açúcar, licor negro, restos de madeira, casca de arroz, biogás e carvão vegetal.



Cascas de café secas foram avaliadas como potenciais adsorventes para remoção de metais pesados em solução aquosa.
 
 
 
Autoria e fonte: http://www.feq.unicamp.br/~cobeqic/tEa04.pdf
 
 
 
 
Borra de café e alevinos de lambari no combate à dengue em Brasília




16 de abril de 2011 // 15h36 (Agência Brasil)

Autoria e fonte: http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=316477&modulo=964




Uma parceria entre moradores, administradores e comerciantes de um bairro da capital federal permitiu hoje (16) a aplicação de borra de café em focos potenciais do mosquito Aedes aegypti. A estratégia tem o aval de pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) para o combate à dengue.



O local escolhido foi um canteiro de obras no Lago Norte, área nobre de Brasília. Weymer Quintas, moradora do bairro há mais de 20 anos, conseguiu recolher, com a ajuda de parentes e amigos, entre 5 e 6 quilos de borra de café.



“Como cidadãos, a gente tem que dividir e aprender, um com o outro, a se preocupar com o vizinho, com o próximo. Todo mundo fala que é uma obrigação [combater a dengue], mas eu acho que é uma conscientização de cada um, para evitar que o problema se agrave”, explicou.



Weymer Quintas não conhece ninguém que tenha sido vítima do mosquito, mas teme que a situação, grave em estados como o Rio de Janeiro, possa se estender para outras partes do país. “É um engano achar que não acontece comigo”, disse.



Para o administrador do Lago Norte, Marcos Woortmann, o morador deve estar consciente de que precisa não apenas abrir as portas de casa para os agentes de vigilância ambiental, mas, também, agir por conta própria.



“A solução do café tem amparo científico, foi testada e precisa ser divulgada. Uma vez por semana, se a pessoa colocar a borra no vaso de planta, ela resolve o problema da dengue na casa dela”, ressaltou. “É algo que não tem custo algum – pelo contrário, é uma solução extremamente prática.”



Outra estratégia adotada pela administração do bairro é a soltura de alevinos de lambaris em lagoas artificiais formadas em decorrência de construções ilegais. Os locais sobrevivem à seca e são potenciais focos do mosquito transmissor da dengue, em razão da ausência de peixes que comem as larvas. Ao todo, 2 mil alevinos foram soltos hoje em três lagoas artificiais na região.



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Não é impossível: Cidade suéca não tem resíduos sólidos

 Cidade suéca não tem resíduos sólidos

Autoria e fonte: http://eco4planet.uol.com.br/blog/2011/04/cidade-sueca-nao-tem-residuos-solidos/





A cidade de Boras, Suécia, recicla a maior parte dos resíduos sólidos gerados pela poluição dos seus 64 mil habitantes. A poluição é tratada biologicamente ou transformada em biogás, para abastecer casas, estabelecimentos comerciais e uma frota de 59 ônibus da frota municipal.





Boras consegue ter o descarte de lixo quase nulo por conta de seus avanços na área de biogás.



“Produzimos 3 milhões de metros cúbicos de biogás a partir de resíduos sólidos. Para atender à demanda por energia, pesquisamos resíduos que possam ser incinerados e importamos lixo de outros países para alimentar o gaseificador”, explicou o professor de biotecnologia da Universidade de Boras, Mohammad Taherzadeh, num encontro internacional de acadêmicos na cidade de São Paulo.



O professor contou que o modelo atual de gestão de resíduos sólidos começou a ser adotado em meados de 1995 e ganhou mais força em 2002 com o estabelecimento de uma legislação que baniu a existência de lixões nos países da União Europeia.



“Começamos o projeto em escala pequena, que talvez possa ser replicada em regiões metropolitanas como a de São Paulo. Outras metrópoles mundiais, como Berlim e Estocolmo, obtiveram sucesso na eliminação de lixões. O Brasil poderia aprender com a experiência europeia para desenvolver seu próprio modelo de gestão de resíduos”, afirma o otimista professor.



Aqui, em dezembro de 2010, foi regulamentado o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos brasileiro. Sua meta é erradicar os lixões do país até 2015. Sabemos que metas não são o forte de nosso país, mas a gente espera um comprometimento ainda maior para o caso dos lixões.



Relatório de Sustentabilidade 2010 foi o tema da 26ª Audiência de Sustentabilidade da SABESP




Acesse RS2009 da SABESP: http://site.sabesp.com.br/uploads/file/sociedade_meioamb/RS_2009_Portugues.pdf


26ª Audiência de Sustentabilidade

"Painel de Engajamento com a Sociedade para Discussão do Novo Relatório de Sustentabilidade"


Foto: Parques Sustentáveis


No dia 15 de abril, sexta-feira, a Sabesp realizou mais uma audiência para abordar estratégias com a sociedade para o novo relatório de sustentabilidade RS2010.



O evento aconteceu no auditório Tauzer Quinderé - Rua Nicolau Gagliardi, 313 - Pinheiros.



Dentre as discussões estão o Programa de Responsabilidade Social da Sabesp, a Evolução da Gestão Ambiental, Dimensão Econômico - Financeira, Governança e Sustentabilidade além de um debate sobre o próximo relatório de sustentabilidade.





A hora de relatar






Respostas concretas são o aspecto essencial do relatório




O relatório de sustentabilidade é a principal ferramenta voluntária de comunicação do desempenho ambiental e social, complementados as informações econômicas, normalmente apresentadas no Relatório Anual, das organizações, sejam elas privadas, públicas ou não-governamentais (ONG). O Relatórios também servem como divulgação dos princípios de boa governança. A maioria das empresas que optam pela produção desses relatórios optam pelos critérios da Global Reporting Initiative (GRI), Organização Não Governamental Internacional, com sede em Amsterdã, na Holanda, que trabalha em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente na validação de projetos de sustentabilidade. O trabalho da GRI também está alinhado ao Pacto Global das Nações Unidas, iniciativa da ONU que procura fomentar boas práticas de sustentabilidade em organizações privadas, o Relatório de Sustentabilidade com base nas diretrizes da GRI é considerado compatível com os princípios do Pacto e exclui a necessidade de elaboração de outras ferramentas para Comunicação de Progresso, obrigatória as empresas signatárias.



Criado com o objetivo de elevá-los ao nível dos relatórios financeiros em importância estratégica para as empresas, o modelo GRI transformou-se na principal referência mundial para se avaliar e comparar o desempenho social, ambiental e econômico das organizações, ao conferir periodicidade e legitimidade às informações.



Na prática, porém, poucas organizações compreendem que o relatório de sustentabilidade é um testemunho da gestão e um mecanismo de transparência , dos critérios de sustentabilidade incorporados à estratégia organizacional. Ou seja, as empresas coletam dados, investem na impressão de relatórios, mas nem sempre conseguem perceber que possuem uma ferramenta de gestão em suas, na prática, é gerenciar riscos e oportunidades de forma adequada – um conjunto de tarefas que precisam ser adequadamente comunicadas ao público.



Após a definição dos indicadores, deve-se estruturar o método de coleta, acompanhamento e mensuração dos dados para tornar efetiva a real função de um relatório de sustentabilidade: contribuir não apenas como ferramenta de comunicação, mas para a evolução das práticas de gestão. Caso esses objetivos sejam frustrados, o relatório será apenas mais uma publicação a descansar na prateleira dos escritórios.



Poucas empresas analisam os dados compilados, observando, por exemplo, que suas taxas de acidentes são as maiores do setor ou que, ano após ano, as taxas crescem, sem exercitar a comparabilidade que os indicadores da GRI fornecem, e muito menos o exercício de reflexão que a coleta dos dados oferecem. Em resumo: dados são coletados, gasta-se com a impressão de relatórios e, tudo posto, não percebem os problemas de gestão a serem resolvidos. Sustentabilidade, na prática, é gerenciar riscos e oportunidades de forma adequada, sendo o relatório um instrumento fundamental nesta missão.



A elaboração de relatórios tendo como objetivo melhorar a imagem da corporação perante o público interno e aos stakeholders, ocasionam uma peça de comunicação e não de gestão, pressionadas por áreas preocupadas apenas com a imagem e não a sua reputação as empresas decidem por esse caminho, optando pela elaboração dos textos sem ter em mãos dados consistentes e compilados em conformidade com as diretrizes do GRI. Além disso, as empresas não contam com maturidade e autocrítica para interpretar os resultados apresentados no documento, bem como os recursos e a determinação para enfrentar os dilemas neles indicados. Exemplo: ao produzir o relatório, uma empresa X pode ter a indicação, em números, do quanto suas ações socioambientais estão aquém dos padrões estabelecidos pelo Benchmark do setor. Por isso essa postura é fundamental para que as ações concretas sejam desenhadas para superar a situação, mas nem sempre as empresas levam adiante essa etapa do processo.



De nada adianta seguir o protocolo da GRI para definir os indicadores materiais e determinar o equilíbrio da informação se a empresa não consegue olhar para esse relatório e interpretá-lo de acordo com suas práticas internas, com os interesses estratégicos e as necessidades de seus stakeholders. Assim, o primeiro passo para uma empresa que deseja fazer um relatório de sustentabilidade efetivo é definir quais são os principais temas a partir de seu corebusiness e de suas práticas de gestão. A partir daí, surgem os principais dilemas realmente materiais e a busca por ações para solucioná-los. Respostas concretas são o aspecto essencial dos relatórios de sustentabilidade efetivos.



Acompanhando esse processo de evolução e percebendo que as empresas estão mais preocupadas com o Marketing do que efetivamente com a melhoria da gestão, a GRI, a partir desse ano, adotou algumas mudanças no processo para utilização do selo com o nível de aplicação da GRI.

Agora, as empresas podem declarar que o relatório equivale a um relatório A, B ou C, mas não utilizar os famosos selos, que são visualmente bonitos e chamam atenção como um troféu ou uma premiação.



Para utilizar os selos, as empresas devem obrigatoriamente encaminhar o relatório para verificação da GRI e determinação do nível de aplicação. Essa mudança ocorre principalmente para forçar as empresas a utilizar as diretrizes da GRI em sua plena essência, como uma ferramenta de gestão e não como uma peça de Marketing e auto promoção.



Outra recomendação significativa é a declaração dos indicadores respondidos parcialmente, muitas empresas continuam respondendo por vários anos alguns indicadores de forma parcial e não demonstram o seu compromisso com a evolução do processo de gestão. Ao submeter o relatório para a GRI as empresas precisam agora, demonstrar esse compromisso, assumindo prazos para relatar os indicadores parciais de forma integral. Criando assim um histórico do relato e conseqüentemente de seus compromissos.



Um relatório de Sustentabilidade cumprirá efetivamente sua real função, no momento em que a alta direção das organizações fará dele uma ferramenta estratégica de dialogo procurando dessa maneira, observar os principais riscos e oportunidades a serem enfrentados assim como a definição clara do seu posicionamento perante aos seus diferentes públicos.



*Marcos Torres é consultor da Unidade de Negócios de Sustentabilidade da Keyassociados (mtorres@keyassociados.com.br).



(Keyassociados)

Desativar uma usina nuclear é mais difícil do que se previa

Desativar uma usina nuclear é mais difícil do que se previa


Com informações da Swissinfo - 15/04/2011

SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Desativar uma usina nuclear é mais difícil do que se previa. 15/04/2011. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=desativar-usina-nuclear. Capturado em 17/04/2011.






A usina nuclear de Beznau I, a mais antiga da Suíça, está se aproximando do momento de sua desmontagem, mas nem tudo está saindo como previsto.[Imagem: SFNSI]




 
Teoricamente, ao atingir o fim de sua vida útil, uma usina nuclear deverá ser desmontada como qualquer outro equipamento inservível.



Na prática, porém, autoridades e técnicos suíços e alemães estão vendo que a coisa não é tão fácil como se prevê nos estudos teóricos.



A experiência dos dois países mostra que fatores inesperados podem surgir na questão do desmantelamento dos equipamentos nucleares e que o planejamento financeiro não responde às necessidades reais.



Desativação de usinas nucleares



A demolição das usinas nucleares desativadas na Suíça já está planejada desde que elas foram projetadas. Porém, desde que entraram em funcionamento, nunca o destino dessas centrais esteve tão politicamente incerto como agora.



Oficialmente a indústria atômica e o governo consideram que as usinas nucleares têm um período útil de vida de cinquenta anos.



Durante esse tempo, os consumidores de energia pagam um acréscimo na conta de energia de 0,8 centavo de franco suíço por Kilowatt/hora. Os recursos captados alimentam dois fundos: um fundo para o desligamento das centrais e um fundo para financiar a eliminação dos dejetos radioativos.



Os dois fundos são controlados pelo governo federal. Assim como os fundos de pensão, esses recursos são aplicados nos mercados financeiros. A meta é um retorno de capital na base de 5% ao ano. Atualmente a soma de capital dos dois fundos é de 4,15 bilhões de francos.



O custo oficial planejado para a eliminação dos dejetos radioativos durante o período de funcionamento das centrais (eliminação e transporte do lixo nuclear), e da demolição consequente das estruturas, é de 15,5 bilhões.



Desse valor, as operadoras das centrais assumem 7 bilhões. Os restantes 8,5 bilhões deveriam vir dos fundos - mas os fundos têm menos da metade disso.



Falta capital para o risco



Assim fica claro: mesmo se a central nuclear não for retirada prematuramente da rede elétrica, o financiamento do desmantelamento não está 100% garantido. A questão é se os mercados de capitais podem dar realmente um retorno anual de 5%. Em todo caso, especialistas consideram essa meta bastante ambiciosa.



Além disso, ainda é preciso levar em conta complicações possíveis no caso de trabalhos complexos e dispendiosos no desmantelamento. No caso de desativação prematura, o fundo não é mais financiado.



Caso haja necessidade de capital, a Lei atualmente em vigor na Suíça sobre o uso da energia nuclear prevê que as operadoras das centrais nucleares cubram a parte em falta, caso os recursos disponíveis nos fundos não sejam suficientes. Porém, especialistas duvidam que a quota de capital próprio responda a essa necessidade.



O especialista em mercados financeiros, Kaspar Müller, escreve no seu estudo publicado em 2008 - "Risco e rendimentos das centrais nucleares" - que falta "em grande ordem às centrais nucleares capital para assumir responsabilidade em caso de riscos e a estabilidade financeira é questionável".



Desmantelamento problemático na Alemanha



A experiência, até então, com o desmantelamento de uma usina nuclear na Alemanha, mostra que esse processo complexo não apenas pode durar mais do que vinte anos, mas também provocar surpresas desagradáveis na forma de locais que estão contaminados radioativamente. Esse fator aumenta o trabalho e também os custos.



"Nos últimos anos as empresas especializadas no desmantelamento ganharam bastante experiência. Foi possível aperfeiçoar e melhorar os métodos utilizados,", declara Philipp Hänggi, da Swissnuclear, o grupo de interesse das empresas do setor.



"Contudo, os custos e o tempo de desmantelamento da primeira dúzia de centrais desativadas não são diretamente transferíveis aos novos projetos de desmantelamento As etapas individuais podem ser padronizadas, mas o desmantelamento de todo o sistema será sempre um projeto individual," diz o representante da indústria.



Hänggi considera o prazo de 15 anos para desmontar completamente uma central nuclear como realista. A questão, de saber se o terreno utilizado poderá abrigar posteriormente um parque infantil, é respondida por ele com um "sim".



Herança nuclear



Na desmontagem, em primeiro lugar são removidos os bastões de combustível nuclear e o edifício do reator. A descarga das barras de combustível "não é um processo extraordinário", declara Michael Schorer, chefe de comunicação no Fórum Nuclear. "Os bastões de combustível são trocados regularmente durante o funcionamento normal das centrais e levados para depósitos provisórios."



As autoridades suíças estimam que o simples desmantelamento de todas as centrais nucleares do país e a manutenção do depósito provisório de lixo nuclear em Würenlingen custaria 2,2 bilhões de francos.



Os custos de eliminação durante o período de funcionamento das centrais são de 13,3 bilhões. No valor está incluído o reprocessamento dos bastões, o depósito provisório e o depósito geológico final.



A cada cinco anos os custos são checados e reavaliados. Um estudo mais recente deverá ser publicado em 2012.



A partir da catástrofe no Japão, a pressão para o desligamento antecipado das mais antigas usinas - Mühleberg e Beznau - não vem mais só dos grupos de esquerda e os ecológicos, mas também de uma parte dos partidos de centro.



Por outro lado, o lobby atômico resiste: a desativação prematura teria não apenas consequências a curto prazo, mas também afetariam o planejamento do período subsequente, incluindo também o financiamento para a demolição das estruturas criadas.