segunda-feira, 25 de junho de 2012

Madureira ganha parque sustentável com ciclovia, circuito de skate e quadras


http://www.rj.gov.br/web/imprensa/exibeconteudo?article-id=981148

23/06/2012 - 13:59h - Atualizado em 23/06/2012 - 13:59h
» Julia de Brito

Área de lazer trará mais qualidade de vida para os moradores da Zona Norte


O bairro de Madureira, na Zona Norte, ganhou neste sábado (23/6) a terceira maior área verde da cidade. O Parque de Madureira é menor apenas que o Aterro do Flamengo, na Zona Sul, e a Quinta da Boa Vista, na Zona Norte. O equipamento público é obra da prefeitura do Rio e conta com sistema de irrigação para consumo controlado de água, equipamentos com teto e paredes verdes, com controle térmico e de resíduos sólidos, reúso de água e iluminação de baixo consumo (LED).

A inauguração do parque, com 93 mil metros quadrados, rodeados por mais de 1.200 árvores, contou com a presença do governador Sérgio Cabral e do secretário geral da conferência Rio+20, Sha Zukang. A mais nova área de lazer do subúrbio carioca possui ciclovia, academia, circuito de skate e quadras de vôlei e futebol.

- Este parque de Madureira é o resumo do momento que o Rio de Janeiro está vivendo. Madureira precisava de um espaço como este, antenado com o desenvolvimento sustentável, onde as pessoas podem caminhar, passear, curtir. Esta é uma região da cidade que nos últimos 30 anos sofreu pela incompetência de gestores que a abandonaram – disse o governador Sérgio Cabral.

Responsável pela construção do equipamento, o prefeito Eduardo Paes disse que a área não será a única construída em benefício da população da Zona Norte.

- Fico muito feliz que o legado da Rio+20 aconteça aqui com este parque. É um sinal claro de que acabou esta conversa de cidade partida. Este local tem um simbolismo, já que o Rio acaba de realizar a maior conferência da história da ONU – comemorou. 


Autoridades percorreram todo o parque





Ao chegarem na área de lazer, o governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes e o secretário geral da conferência Rio+20, Sha Zukang, foram recebidos pela Velha Guarda da Portela. Em seguida, cumprimentaram funcionários que trabalharam na construção da área e plantaram mudas de espécies nativas. Logo após, seguiram para o Centro de Educação Ambiental onde descerraram placa comemorativa. A estrutura, com parede verde e teto solar, abarca uma estação meteorológica para o controle de irrigação do parque. A intenção da prefeitura é que o espaço posso ajudar a conscientizar jovens e adultos a cuidar do meio ambiente.

- Este parque vai ajudar a disseminar a economia verde e o desenvolvimento sustentável. Desejo que este local possa carregar o espírito do cumprimento da conferência realizada – destacou o secretário geral da conferência Rio+20, Sha Zukang.


Festa contou com artistas e muito samba


O encerramento da inauguração do Parque de Madureira contou com show que aconteceu no Palco do Samba, amplo espaço que servirá para apresentações. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes subiram ao palco e cantaram o samba “Madureira” com os compositores Arlindo Cruz e Mauro Diniz. O cantor e compositor Arlindo Cruz definiu a obra como sendo a chegada ‘da cidadania’.


- Nosso povo está muito feliz com esta obra. Viva Madureira - disse o cantor.

O Parque Madureira vai abrigar ainda duas estruturas culturais que serão entregues ainda este ano: A Nave do Conhecimento (espaço de educação) e a Arena Carioca (área para atividades culturais), ambas estão em construção.

Resultados práticos ficam para 2015


Resultados práticos ficam para 2015

Esse é o prazo para ONU definir as metas de desenvolvimento sustentável dos países

24 de junho de 2012 | 3h 06


MARTA SALOMON, ENVIADA ESPECIAL / RIO - O Estado de S.Paulo
O resultado mais concreto da Rio+20 só vai começar a aparecer em 2015, depois do fim do mandato da presidente Dilma Rousseff. Daqui a três anos, as Nações Unidas deverão apresentar metas de desenvolvimento sustentável a serem perseguidas por todos os países, assim como a origem do dinheiro para ajudar os países mais pobres a cumprirem os chamados Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
"A estrada será longa e difícil", comentou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre o dever de casa estabelecido pela declaração final de chefes de Estado e de governo. Encerrada a Rio+20, Ban tem agora a tarefa de formar grupo de trabalho para discutir metas para o aumento do consumo de energia renováveis, reduzir a pobreza e as emissões de carbono para uma nova rodada de negociações.
Consenso. Negociadores brasileiros reconheceram que se frustraram pela Rio+20 não ter conseguido obter pelo menos a indicação dos temas a serem tratados pelas futuras metas. Faltou consenso em relação a isso, sobretudo pela dificuldade em discutir compromissos em relação à redução das emissões de gases de efeito estufa.
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), apontados como principal resultado da Rio+20, partiu de uma proposta brasileira lançada no ano passado. Se inspira nos Objetivos do Milênio, que países em desenvolvimento perseguem até 2015 na área social e de meio ambiente.
A expectativa dos negociadores brasileiros é que os ODS organizem a nova etapa da agenda para reduzir a pobreza e o impacto do crescimento sobre o meio ambiente.
As Nações Unidas defendem o desenvolvimento sustentável desde o início dos anos 80. Mas pesquisa contratada pelo Ministério do Meio Ambiente mostra que mais da metade da população brasileira (53%) não sabia do que se tratava às vésperas da Rio+20. Muitos dos compromissos assumidos na agenda internacional continuavam no papel.
O dever de casa definido durante a conferência prevê um "processo intergovernamental transparente" para definir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Mas a futura adesão será voluntária. Países que não cumprirem as metas não serão punidos. Um dos parágrafos da declaração final da Rio+20 diz que o cumprimento dos Objetivos levará em conta as realidades nacionais.
O primeiro passo é a criação de um grupo de trabalho até o final deste ano. Esse grupo será formado por 30 integrantes nomeados pelos países membros da ONU. O resultado do debate será submetido à Assembleia-Geral da ONU de 2013.
Um segundo comitê composto igualmente por 30 especialistas indicados pelos grupos regionais ficará encarregado de discutir meios de ajudar os países mais pobres a cumprirem as metas. O trabalho deverá ser concluído até 2014.

Hillary defende direitos reprodutivos


Hillary defende direitos reprodutivos

AFP | 22.06.2012

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, lamentou nesta sexta-feira que o texto da Rio+20 não tenha feito menção ao direito de cada mulher decidir se quer ou não ter filhos






..."a civilização já ultrapassou 3 de 9 barreiras planetárias cujo rompimento pode levar a pontos de virada no sistema terrestre e a potenciais catástrofes"...


25/06/2012 - 05h00

Inação está levando o planeta ao limite, afirma cientista sueco

CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1109956-inacao-esta-levando-o-planeta-ao-limite-afirma-cientista-sueco.shtml


O hidrólogo sueco Johan Rockström chegou ao Rio de Janeiro na semana retrasada com uma certeza: a Terra está no limiar de um futuro no qual o risco de colapso ambiental é inédito. E saiu na semana passada com outra: os governos não escutam.
Diretor do Centro de Resiliência de Estocolmo, Rockström tornou-se uma espécie de celebridade na academia ao propor, em 2009, o conceito de "espaço de operação seguro" para a humanidade.
Creative Commons
Johan Rockstrom, cientista do Instituto Ambiental de Estocolmo
Johan Rockstrom, cientista do Instituto Ambiental de Estocolmo
O grupo de 28 cientistas liderado por ele mostrou, num estudo seminal no periódico "Nature", que a civilização já ultrapassou 3 de 9 barreiras planetárias cujo rompimento pode levar a pontos de virada no sistema terrestre -- e a potenciais catástrofes.
A pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, Rockström coordenou um grupo de Prêmios Nobel que produziu uma carta com recomendações sobre sustentabilidade global para dar subsídios às decisões da Rio+20.
Dois dos conceitos-chave da carta, porém, ficaram de fora da declaração final da conferência, "O Futuro que Queremos": o empoderamento das mulheres e o próprio reconhecimento dos limites planetários.
"Não é uma mensagem que muita gente goste de ouvir, mas nós não temos mais nenhum grau de liberdade" para operar no planeta, afirma o cientista. "Se não acertarmos agora, será tarde demais: a Rio+30 não vai resolver."
Leia a entrevista que Rockström concedeu à Folha no Riocentro.
Folha - O sr. disse que havia ainda muitas incertezas sobre os limites planetários quando publicou seu artigo em 2009. Como tem evoluído o conhecimento sobre eles?
Johan Rockström - No artigo original, nós quantificamos sete de nove limites, e estava claro para nós que os limites de água, biodiversidade e terra eram aproximações. Quatro de sete eram razoavelmente robustos: clima, ozônio, nitrogênio e oceanos. O que aconteceu desde então foi que nós aprendemos mais sobre o limite do fósforo, e descobrimos que já o transgredimos. A situação é mais grave. Há um grande esforço para quantificar as duas barreiras que não foram quantificadas ainda, as de produtos químicos e de poluição do ar. Há um grupo de trabalho formado para analisar a barreira da biodiversidade. Nosso indicador foi a perda de espécies, mas não é muito bom, porque não é a biodiversidade total, e sim suas funções, o que determina se um ecossistema vai colapsar. Estamos trabalhando na versão 2.0 dos limites planetários.

Como conciliar o sentido de urgência que a ciência traz com o ritmo dos avanços nas salas de negociação aqui?
Não é uma mensagem que muita gente goste de ouvir, mas nós não temos mais nenhum grau de liberdade. Estamos chegando ao teto do que o planeta é capaz de suportar sem gerar nenhuma surpresa. Até muito recentemente, você podia usar o planeta como uma lata de lixo. E o planeta tem sido uma mãe muito compreensiva, absorvendo, absorvendo todos os choques. Mas hoje nós vemos que essa era chegou ao fim. E nós não sabíamos disso em 2005, não sabíamos disso em 2002, certamente não sabíamos disso em 1992. É uma situação tão nova que nós perdemos qualquer liberdade. Não podemos dizer, "OK, nós não conseguimos nos manter em [um aumento da temperatura de] 2°C, então vamos ser realistas e ficar em 3°C". A ciência diz que você não tem essa escolha. Porque é a escolha entre um desafio, 2°C, com muita, muita, muita perturbação e adaptação, e um desastre. A ciência precisa entrar nas negociações, hoje ela está fora.

Quão frustrado o sr. ficou quando a conferência de Durban adiou a ação para 2020?
Do ponto de vista científico, é uma irresponsabilidade total. Se não chegarmos ao pico em 2015 não teremos chance de reduzir as emissões de gás carbônico rápido o suficiente para ficarmos num orçamento de carbono seguro. Então, a data de 2015 serve apenas para nos dar algum espaço para uma transição. Se você adiar para 2020, o ritmo da redução terá de ser de 7% a 8% por ano, mas para fazer 200 países no mundo reduzirem emissões de 7% a 8% por ano não é viável, não consigo enxergar a revolução tecnológica que permitiria que isso acontecesse.

Aonde a Rio +20 nos leva?
Não muito longe. O texto não reflete a urgência que enfrentamos. É o encontro de uma geração; nós só nos encontramos assim a cada 20 anos. É uma responsabilidade enorme, um investimento e uma enorme encruzilhada para a humanidade. Se não acertarmos agora, será tarde demais: a Rio +30 não vai resolver. Então há razão para ficarmos bem preocupados. A luz no fim do túnel são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, abrindo imediatamente um processo para defini-los, e adotá-los imediatamente por todos os Estados-membros da ONU, você pode começar a administrar o Antropoceno [a era geológica dominada pela humanidade, conceito adotado por muitos cientistas].

A carta dos Prêmios Nobel fixa 2015 como uma data crítica para a sustentabilidade, mas muita gente tem dito que 2015 é tarde demais.
Certamente. O Rio não resolve isso, eles não querem resolver isso, deferiram tudo para as convenções do clima e da biodiversidade. Só existe uma maneira de abaixar a curva de emissões em 2015, que é combinar um preço global do carbono de pelo menos US$ 50 a tonelada e uma trajetória quantitativa para todos os países do mundo.

Isso não está sobre a mesa.
Eu acho interessantíssimo que economias fortes como os EUA e a UE, o Canadá não comecem a reconhecer, no nível de seus ministérios de Finanças e Relações Exteriores, que o fracasso em mitigar a mudança climática e de entrar numa economia de baixo carbono vai bater nesses dois ministérios, porque vai criar tanta instabilidade no mundo que você vai ter refugiados, guerras.

James Lovelock, criador da hipótese Gaia, segundo a qual a Terra é um superorganismo, deu uma entrevista recentemente dizendo que exagerou em seus prognósticos, e isso virou uma espécie de mantra para negar a mudança climática. Por que o negacionismo voltou à moda?
James Lovelock foi mal interpretado. Ele não é negacionista da mudança climática. O que ele está dizendo é que ele acredita que o sistema terrestre tem uma resiliência maior do que ele achava. Ele assumiu que o mundo simplesmente, irreversivelmente, chegaria a uma elevação de temperatura de 6°C e chegou a sugerir que a população seria reduzida a 2 bilhões, tipo apocalipse. Então, ele passa dessa posição extrema para uma posição mais "mainstream" [consensual] e é interpretado como sendo um negacionista. É absurdo. O negacionismo nunca esteve tão em baixa. Ele parece estar em alta hoje por uma única razão: os jornalistas não estão fazendo seu trabalho. A culpa é toda dos jornalistas. Porque os jornalistas simplesmente não conseguem distinguir o que 99% dos cientistas dizem do que diz um punhado de homens provocadores, empolgantes, excêntricos e idosos. Não é culpa de qualquer jornalista, é de jornalistas que não acompanham a área ambiental. De editores de páginas de opinião, de política, da liderança do "Wall Street Journal". Eles simplesmente deixaram essas pessoas entrar e lhes deram o mesmo peso, então as pessoas ficam confusas.

Conferência da ONU levou 110 mil pessoas ao Rio, segundo prefeitura


Hospedagens, transporte e alimentação renderam à cidade R$ 274 milhões

24 de junho de 2012 | 19h 05


Agência Brasil
RIO - Cerca de 110 mil pessoas foram ao Rio de Janeiro, na semana passada, para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, gerando para a cidade um rendimento extra de R$ 274 milhões em hospedagem, transporte e alimentação. O dado consta do balanço operacional da Rio+20, divulgado neste domingo, 24, pela prefeitura carioca.
Veja também:

Dilma durante o encerramento da Rio+20 - Marcos de Paula/AE
Marcos de Paula/AE
Dilma durante o encerramento da Rio+20
Aproximadamente 45 mil pessoas estiveram presentes no Riocentro, local que sediou a conferência da ONU, e mais de 1 milhão de participantes estiveram nos eventos paralelos, com destaque para a Cúpula dos Povos, no Parque do Flamengo, que reuniu 300 mil pessoas, e para o Espaço Humanidade 2012, no Forte de Copacabana, que teve 210 mil visitantes.
De acordo com a prefeitura do Rio, foram registradas 23 manifestações durante o período da conferência, entre os dias 13 e 22, mas oito delas não causaram impacto ao trânsito. O protesto que reuniu maior número de pessoas foi o realizado no dia 20, quando ativistas, indígenas e estudantes ocuparam as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, no centro da cidade.
De modo geral, no entanto, a prefeitura considerou que, apesar do grande movimento, o trânsito na cidade funcionou bem durante o período, inclusive entre os dias 19 e 22, quando houve a chegada e a partida das delegações internacionais. Nesses dias, a redução do fluxo de veículos na cidade ficou em 21%, em média, e o tempo de deslocamento nos principais corredores viários diminuiu em até 27%, de acordo com os dados da Companhia de Engenharia de Tráfego do município (CET-Rio).
A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) recolheu, entre os dias 13 e 22, um total de 144 toneladas de lixo nos eventos oficiais e paralelos da Rio+20, assim como no Sambódromo e na Quinta da Boa Vista, locais disponibilizados pela prefeitura para acampamentos de participantes da conferência. Desse total, quase um terço (42 toneladas) foi material reciclável, separado por meio de coleta seletiva.
A rede hoteleira da cidade registrou uma ocupação de 95% durante a Rio+20, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis. Mais de 130 mil passageiros foram transportados em ônibus especiais dos hotéis da zona sul e da Barra para o Riocentro, nos dias de realização da conferência.