sábado, 6 de abril de 2013

Cidades de São Paulo decidem queimar lixo domiciliar


06/04/2013 - 03h30

Cidades de São Paulo decidem queimar lixo domiciliar


EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Sem espaço para aterrar o lixo que produzem, Barueri e Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, decidiram queimar o lixo coletado nas ruas e deixaram em alerta especialistas ambientais.
As duas cidades serão as primeiras do país a adotar a medida, que é polêmica.
Estudos internacionais apontam relação entre usinas de queima de lixo e casos de câncer detectados em moradores de suas imediações.
As prefeituras alegam que seus projetos estão sendo feitos de forma a evitar problemas ao ambiente e à saúde.
O plano mais adiantado e que deve ser concluído em três anos é o de Barueri.
A cidade montou uma parceria com uma empresa que vai importar uma tecnologia francesa. O grupo que venceu a licitação será responsável pela usina por 30 anos.
Marcelo Justo/Folhapress
Operação de descarte de lixo no aterro sanitario de Barueri (na Grande São Paulo) já opera com capacidade no limite
Operação de descarte de lixo no aterro sanitario de Barueri (na Grande São Paulo) já opera com capacidade no limite
A construção da planta de incineração deve custar por volta de R$ 160 milhões --e mais R$ 44,6 milhões por ano para a usina funcionar.
"É a melhor solução possível. Não existe mais espaço para aterros. Hoje, gastamos muito com transporte de lixo. Os caminhões percorrem 30 quilômetros até o destino", diz Francisco Pugliesi, diretor de limpeza urbana da Prefeitura de Barueri.
Estimativa da prefeitura aponta para a redução de 90% do volume de lixo que vai para o aterro.
O projeto da usina, que vai queimar o lixo a 800º C, ganhou o primeiro aval da Cetesb, a agência ambiental paulista, no fim de 2012.
Segundo Pugliesi, a usina é fechada e os gases da incineração do lixo estão dentro dos padrões considerados seguros pelos órgãos ambientais.
A energia gerada com a queima do lixo deve produzir também parte da eletricidade consumida em Barueri.
PARCERIA
Também na Grande São Paulo, Mogi das Cruzes e mais cinco municípios (Salesópolis, Biritiba-Mirim, Guararema, Arujá e Suzano) montaram um projeto conjunto com características gerais semelhantes ao de Barueri.
"Nós temos um acordo inicial com a Sabesp. Ela está interessada em fazer uma usina de pirólise [tratamento de lixo com fogo] na região", afirma Marco Bertaiolli (PSD), prefeito de Mogi das Cruzes.
Para ele, o consórcio entre os seis municípios é a única saída para viabilizar o destino final de pelo menos 500 toneladas de lixo por dia.
"Mesmo que a Sabesp saia do acordo, o consórcio de municípios vai tocar a construção da usina", diz.
Bertaiolli afirma que não há mais lugar para a construção de aterros na região.

Parque do Chuvisco


05/04/2013 17h12 - Atualizado em 05/04/2013 17h43

Ex-clube de funcionários da Varig vai virar parque municipal em SP

Concluída licitação para parque no Campo Belo que custará R$ 17 milhões.
Área verde ficará na Avenida Jornalista Roberto Marinho, na Zona Sul.




Márcio PinhoDo G1 São Paulo



Área antes frequentada por funcionários da Varig (Foto: Divulgação/Prefeitura de São Paulo)Área antes frequentada por funcionários da Varig (Foto: Divulgação/Prefeitura de São Paulo)
A Prefeitura de São Paulo concluiu a licitação para a implantação do Parque do Chuvisco, no Campo Belo, Zona Sul de São Paulo, e as obras deverão começar em até 90 dias. A empresa Lemam Construções e Comércio foi homologada a vencedora em publicação no Diário Oficial da quinta-feira (4) e terá 12 meses para concluir a instalação do parque a partir do início das obras.
O terreno tem 35 mil metros quadrados, o equivalente a mais de quatro campos de futebol, e fica na beira da Avenida Jornalista Roberto Marinho. A área verde abrigava anteriormente o Clube do Chuvisco, que era frequentado por funcionários da extinta empresa aérea Varig e foi doada à prefeitura.
Os espaços remanescentes serão reformados para a construção de um núcleo de vivência que abrigará uma gibiteca, brinquedoteca, sala de jogos, área de estar, sala de computadores, café e varandas, além de um auditório para 60 pessoas. Os visitantes terão ainda uma pista de patinação, parede de escalada para crianças, quadras poliesportivas, praças, quiosques, ciclovia e equipamentos para idosos, entre outras estruturas.
Segundo a SPObras, empresa da Prefeitura responsável por intervenções de infra-estrutura na cidade, a implantação do parque acontece por meio de recursos advindos da Operação Urbana Água Espraiada. O custo estimado é de R$ 17 milhões. Caso não haja recursos administrativos de empresas contestando o resultado da licitação, o parque deverá estar funcionando no meio de 2014.
A nova área também integrará a Creche Jardim Aeroporto, situada na Avenida Dr. Lino de Moraes Leme e terá um playground de apoio à creche. Todo o quarteirão situado nessa avenida, entre a Rua Ipiranga e a Avenida Jornalista Roberto Marinho, será anexado ao projeto do novo parque.
Túnel
A criação do Parque do Chuvisco é uma das intervenções que a área irá receber. Atualmente o governo do Estado constrói na Avenida Jornalista Roberto Marinho a linha 17-Ouro do Metrô, que funcionará em sistema de monotrilho. A linha vai interligar as regiões do Morumbi, Jabaquara e o aeroporto de Congonhas.
A Prefeitura também tem outros projetos para a região. Entre eles está a construção de um túnel ligando a Avenida Jornalista Roberto Marinho à Rodovia dos Imigrantes e um parque linear que ficará sobre o túnel. A obra terá forte impacto social, já que milhares de famílias que moram em favelas na região terão de sair do local.



Papel reciclado português "floresce" depois de usado


Terça-feira, 02 de Abril de 2013

Papel reciclado português "floresce" depois de usado


Papel reciclado português "floresce" depois de usado
Fotos © Papel Florescente
A "causa ambiental" e a "preocupação com a sustentabilidade" sempre estiveram presentes no dia-a-dia de Nuno Bernardes e Mónica Oliveira. Foi com estes ideais como pano de fundo que nasceu, o ano passado, a Papel Florescente, uma empresa portuguesa que produz folhas de papel reciclado especiais: depois de usadas, podem ser semeadas e dão origem às mais variadas flores e plantas.
por Catarina Ferreira
Se a ideia de utilizar, por exemplo, o papel de uma carta recebida pelo correio como "matéria-prima" para cultivar, em casa, folhas de chá de camomila, agrião ou cravos franceses pode parecer remota à primeira vista, está agora mais perto graças ao trabalho destes dois portugueses, com formação em Economia e Marketing, que decidiram contribuir para tornar a vida na Terra mais ecológica.
"Sempre admirámos as iniciativas que iam surgindo em prol da sustentabilidade do planeta e sempre ambicionámos poder vir, um dia, a explorar áreas ou os recursos que ele nos oferece sem grandes impactos negativos", conta Nuno Bernardes, de 35 anos, em entrevista ao Boas Notícias.
Foi por esta razão que, quando, em conversa com a sócia Mónica Oliveira, de 34, a ideia de criar folhas de papel reciclado com sementes incorporadas surgiu, ambos se entusiasmaram de imediato com a possibilidade, já utilizada em tempos passados. "A ideia era tão desafiadora, tão excitante e inovadora que era impossível não avançar", confessa o empreendedor português.
Mas, afinal, o que distingue estas folhas? Em suma, a principal novidade está na utilização das sementes, que são "aplicadas no papel na altura em que a folha está a ser produzida". A folha final é o resultado de uma folha dupla e, no meio, estão as sementes que vão dar vida ao papel que, de outra forma, acabaria no lixo, esclarece Nuno Bernardes. 


Produção é "totalmente" artesanal e amiga do ambiente
A produção é feita de modo "totalmente ecológico e artesanal": primeiro, "o papel é selecionado e moído em água até formar uma pasta"; depois, "acrescenta-se ainda uma espécie de cola, desenvolvida especialmente para este papel para não ferir as sementes" e estas são inseridas entre as duas "camadas".
"De um modo geral escolhemos sementes, devidamente selecionadas e certificadas, que sejam pequenas, que facilitem o processo de impressão e que ofereçam maior garantia de germinação", explicam os responsáveis da Papel Florescente.

As folhas produzidas pela empresa "possuem uma variedade vasta de escolhas entre flores, 'gourmet' ou chás" - que permitem cultivar cravo francês, boca de leão, cosmea, chá de camomila, agrião, rúcula, salsinha, manjericão e pimenta - mas, segundo Nuno Bernardes, "as sementes maiores não podem ser utilizadas para impressão".
De qualquer das formas, garante, a empresa está sempre disponível para trabalhar "com outras sementes que sejam sugeridas pelos clientes", embora seja necessária uma análise prévia do que será possível fazer.
Para já, estas folhas de papel que "florescem" depois de usadas estão apenas à venda nas cores branca e parda, mas brevemente estará disponível a oferta "de papel com outras cores e padrões diferenciados", desvenda Nuno ao Boas Notícias.
No que toca a preços, uma folha A4, sem qualquer impressão, tem, em média, o custo de 1,90€, "independentemente da gramagem, da cor (branca ou parda) e da semente", sendo as folhas vendidas em pacotes de 10 unidades.
"Comercializamos também noutros tamanhos, como, por exemplo, A5 e A6, pelos valores de 0,95€ e 0,65€, respetivamente", adianta o empresário, acrescentando que "o preço das restantes peças varia conforme os trabalhos, formas, quantidades pedidas e impressão - simples ou dupla".


Os primeiros sinais das plantas começam a brotar das folhas de papel depois de rasgadas e regadas regularmente



Adesão ao produto está a superar as expetativas
Embora o projeto tenha apenas arrancado em Novembro de 2012, Nuno e Mónica mostram-se satisfeitos com os resultados obtidos até ao momento, reconhecendo que "os portugueses, tanto em termos individuais como a nível empresarial, estão cada vez mais conscientes da necessidade de um mundo sustentável", estando, portanto, "bastante recetivos a este tipo de produto".
"Acreditamos que fizemos uma boa avaliação do mercado português e que existe lugar para o nosso produto", destacam os fundadores da Papel Florescente, sublinhando a existência de "um número interessante de empresas com projetos focados na área da sustentabilidade e que procuram diminuir o impacto ambiental que causam", algo que também "já é uma preocupação nos governos corporativos". 
De acordo com Nuno Bernardes, "as empresas têm reconhecido a vantagem" deste "papel ecológico e artesanal como instrumento primordial, de comunicação corporativa, em termos sociais e ambientais" e as reações têm sido "mais que positivas" desde o início da comercialização destas folhas de papel com sementes. 
O próximo passo será continuar "a fazer a divulgação do produto e a alertar para a necessidade da utilização de materiais sustentáveis", com o objetivo de ampliar a utilização do Papel Florescente, cujo sucesso inicial está já "bastante acima" das expetativas, concluem.


Clique AQUI para aceder ao site da Papel Florescente e AQUI para visitar a página oficial da empresa no Facebook.