terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sacolas de jornal


22/01/2012 - 09h14

Com fim da sacola plástica, aprenda como fazer um saco com jornal

DE SÃO PAULO


Fazer as compras no supermercado envolverá uma logística mais complexa a partir de quarta-feira (25), quando as sacolinhas plásticas deixarão de ser distribuídas gratuitamente em São Paulo.
Quem não quiser sair do estabelecimento com os produtos na mão terá de se "lembrar" de levar a sua própria ecobag ou carrinho de feira. Existem tamanhos, modelos e materiais --papel, pano, lona, juta, plástico etc.-- para todos os gostos, bolsos e exigências de uso. É o que mostra a reportagem de Toni Sciarretta publicada na Folhadeste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
No vídeo abaixo, o jornalista comenta a mudança e, na sequência, Rita Mismetti ensina a produzir sacolas alternativas usando jornal.
Na melhor das hipóteses, o consumidor vai ganhar do supermercado uma caixa de papelão usada (há risco de contaminação) ou, novidade, terá de comprar uma sacolinha biodegradável por R$ 0,19 --alvo das mais ferozes críticas e resistências, respondidas pelos supermercado por um simples "não compre e leve sua ecobag".
No vídeo acima, o jornalista ainda lembra que os críticos dizem que essa sacola não resolve o problema porque não há compostagem, capaz de degradar lixo orgânico, no país.
Mas a sacola compostável é a que melhor se adequa à realidade de lixões e de aterros sanitários, onde elas se degradam em dois anos.

Faltou cultura de paz...planejamento...


24/01/2012 - 08h06

Reintegração no interior de SP leva famílias a abrigos precários

DOS ENVIADOS ESPECIAIS A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


Uma tragédia humanitária. Assim a dona de casa Luiza dos Reis Salatiel, 77, definiu a situação vivida ontem pelos expulsos da invasão Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP). Na escola Dom Pedro de Alcântara, transformada em abrigo para 2.500 pessoas, a Folha viu pelo menos três doentes com pneumonia, um com tuberculose e uma pessoa com sequelas de AVC jogados em colchões no pátio de esportes.
Crianças e bebês brincavam em meio a restos de comida e a fezes de pombos espalhados. Um animal morto estava preso na rede da quadra. Apenas quatro banheiros imundos serviam às mulheres. Os homens tinham de se contentar com três.
A situação sanitária era tão grave que dois vestiários, no fundo da quadra --sem vaso sanitário ou água encanada-- foram improvisados como banheiros também. "Eles querem nos degradar como seres humanos", disse o motorista Assis David Monteiro, 62.
A maioria dos antigos moradores do Pinheirinho, expulsos de suas casas a partir das 6h do domingo, não teve tempo nem sequer para pegar os próprios documentos. Sem casa, sem documentos, muitos têm apenas uma muda de roupas. E pulseirinhas coloridas, que identificam quem pode entrar nos abrigos da prefeitura. Na escola Dom Pedro, a cor é azul.
Vários desabrigados disseram à Folha que as pulseirinhas estão servindo para discriminá-los. "É como se fosse uma coleira que nos colocaram para nos identificar quando andamos na rua. Vizinhos nos chamam de cachorros do governo", disse Rogério Mendes Furtado, 28, catador de sucata.
Na igreja de Nossa Senhora do Socorro, improvisada em abrigo extraoficial, cerca de 1.500 pessoas dormem em bancos, corredores e debaixo das marquises. Há apenas oito vasos sanitários. Banheiros não têm chuveiro.
Segundo Shirley Albino de Faria, 45, funcionária da paróquia, os alimentos foram obtidos de doações. "A prefeitura não está contribuindo com nada aqui, diz que os ex-moradores devem procurar os abrigos oficiais", disse.
Bichos também foram deixados para trás. Andréia, 23, doméstica, largou 20 galinhas, cinco cachorros, três gatos e três pássaros.
Apu Gomes/Folhapress
Casal observado por PM procura documentos pessoais no meio da rua ao lado da comunidade Pinheirinho
Casal observado por PM procura documentos pessoais no meio da rua ao lado da comunidade Pinheirinho
BAIRRO SITIADO
Sitiado, o Pinheirinho virou um bairro fantasma.
A PM diz que a previsão é que até a noite de hoje todos os moradores tenham retirado móveis e objetos. A demolição das mais de mil casas deve começar a seguir.
Ontem, um caminhão foi queimado e uma creche e uma padaria foram atingidas por coquetéis molotov.
O clima de tensão também atingiu o centro da cidade. De manhã, dezenas de lojas abaixaram as portas total ou parcialmente durante protesto de cerca de 200 pessoas contra a desocupação.
O fórum da cidade completa hoje duas semanas de restrição de acesso por temor de invasão. Só podem entrar juízes, funcionários, promotores, defensores e cidadãos que vão para audiências.
Editoria de arte/Folhapress
O prefeito Eduardo Cury (PSDB) disse que o cadastramento apontou 925 famílias na área (2.856 pessoas).
Segundo ele, 250 famílias foram acolhidas nos abrigos da prefeitura (760 pessoas) e, destas, 147 pediram alojamento por tempo indeterminado -não têm para onde ir.
Segundo ele, as famílias passarão por triagem dos assistentes sociais.
O TJ disse, em nota, que a mobilização da PM e o comando dos policiais estiveram sob responsabilidade da presidência do tribunal.
O coronel Carlos Messias Mello, comandante da operação, afirmou que a PM não cometeu excessos. "Foi uma operação que deu certo", disse.

Indústria sente efeitos do 'fim' das sacolinhas plásticas em SP


23/01/2012 - 03h32


A indústria de embalagens já sente o impacto do fim da distribuição das sacolas plásticas pelos supermercados do Estado de São Paulo a partir do próximo dia 25: as encomendas despencaram.
A informação é de Érica de Fraga, em reportagem publicada na Folha (disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
"O varejo já cortou pedidos, e isso começa a gerar demissões e cortes de gastos pelas empresas do setor", diz Miguel Bahiense, presidente do Instituto Socioambiental dos Plásticos, entidade que representa a indústria.
Segundo um empresário que pediu para não ter o nome revelado, "a maioria dos clientes de São Paulo não renovou os pedidos".
Bahiense diz que ainda não é possível estimar o prejuízo inicial do acordo firmado entre o governo de São Paulo e a entidade que representa os supermercados para o banimento das sacolas.
MUDANÇA
A partir de quarta-feira (25), as sacolinhas plásticas deixarão de ser distribuídas gratuitamente em São Paulo. Quem não quiser sair do estabelecimento com as coisas na mão terá de levar a sua própria ecobag ou carrinho de feira.
Na melhor das hipóteses, o consumidor vai ganhar do supermercado uma caixa de papelão usada (há risco de contaminação) ou, novidade, terá de comprar uma sacolinha biodegradável por R$ 0,19 --alvo das mais ferozes críticas e resistências, respondidas pelos supermercado por um simples "não compre e leve sua ecobag".
Os críticos dizem que essa sacola não resolve o problema porque não há compostagem, capaz de degradar lixo orgânico, no país.
Mas a sacola compostável é a que melhor se adapta à realidade de lixões e de aterros sanitários, onde elas se degradam em dois anos.
Sem coleta seletiva, o plástico vai para o mesmo lugar e demora mais de cem anos para se decompor.
A mudança é fruto de um acordo dos supermercadistas; não tem força de lei, participa quem quer. Se algum furar não acontece nada, é um acordo.
Por que os supermercados? Porque eles despejam 90% dessas embalagens no país, daí a iniciativa setorial de "cuidar" desse assunto.
Será assim com todas as cadeias produtivas. O novo marco regulatório dos resíduos sólidos prevê que cada uma defina como retirar de circulação resíduos que produzirem --como os mercados farão com as sacolinhas.
Leia a reportagem completa na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.
editoria de Arte/Folhapress

Proprietários de terra serão intimados por abrir crateras em Goiás


23/01/2012 - 15h03


FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO


A Delegacia do Meio Ambiente de Goiás vai intimar proprietários de terra para conter o aumento das voçorocas, crateras provocadas por desmatamento e por más práticas agrícolas que atingem o lençol freático e "engolem" o que está ao redor.
Só no sudoeste do Estado, a polícia encontrou 50 novas voçorocas no ano passado, durante monitoramento feito via satélite e em sobrevoos na região. A maioria está em áreas particulares, no meio de pastagens ou em produções de soja, cana e milho.
Se os donos das terras não adotarem medidas como permitir a regeneração natural da área, serão indiciados sob suspeita de crime ambiental.
O delegado Luziano de Carvalho diz que eles não podem ser responsabilizados por provocar as voçorocas, mas responderão por impedir ou dificultar a regeneração do solo. A pena é de multa e até um ano de prisão.

A ideia é frear o crescimento das crateras que existem, já que não é possível recuperar as áreas erodidas.
Alan Marques/Folhapress
A voçoroca é uma cratera provocada por desmate e por más práticas agrícolas que atingem o lençol freático
A voçoroca é uma cratera provocada por desmate e por más práticas agrícolas que atingem o lençol freático
TAMANHO NÃO É DOCUMENTO
A área dos buracos varia. A maior voçoroca conhecida --a Urtiga ou Urtigão-- tem 80 m de profundidade e 800 m de largura em alguns pontos, segundo o delegado.
A cratera fica no município de Mineiros e tem três quilômetros de extensão.
Uma das mais conhecidas é a Chitolina, no mesmo município, com 20 m de profundidade e 800 m de comprimento.
Originada nos anos 1980 e hoje sob controle, a cratera surgiu após chuvas intensas, segundo a pesquisadora Heloísa Filizola, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Meio Ambiente.
O buraco surgiu com 120 m de comprimento, tamanho que dobrou no ano seguinte.
As voçorocas são mais comuns em locais de solo arenoso e surgem quando chove muito e a água não consegue se infiltrar no solo.
Enquanto não atingem os lençóis freáticos, são chamadas de ravinas.
São formados então fios de água que escoam de forma concentrada e transportam o solo junto com eles.
É possível encontrá-las também em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e na região Sul.
Mas para Filizola, Goiás deve ser hoje o Estado com mais voçorocas ativas (que podem aumentar) do país.
Segundo a Semarh (Secretaria do Meio Ambiente de Goiás), as chapadas também facilitam sua formação.
O Parque Nacional das Emas, na divisa com MT e MS, já sente os impactos de três incômodas vizinhas.
O trio de voçorocas leva solo e areia ao leito do rio Jacuba. Isso altera a qualidade da água e atinge animais que vivem ali, diz o diretor da unidade, Marcos da Silva Cunha.
A responsabilidade por multar os proprietários que permitem o avanço de voçorocas é do Ibama e da Semarh, que não souberam informar se fizeram esse tipo de autuação nos últimos anos.

A parationa metílica e o forato banidos da Comunidade Europeia ainda circulando por aqui...


23/01/2012 - 19h04

Anvisa quer banir do país mais dois agrotóxicos


JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

Considerando estudos científicos que apontam para problemas de saúde, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou, nesta segunda-feira, consultas públicas com o objetivo de banir dois agrotóxicos registrados no país: a parationa metílica e o forato.
A primeira substância tem uso autorizado em culturas de algodão, alho, arroz, batata, cebola, feijão, milho, soja e trigo, segundo a agência. Estão ligados a problemas neurotóxicos, imunotóxicos, mutagênicos e provocam toxicidade para os sistemas endócrino e reprodutor e para o desenvolvimento de embriões e fetos, além de gerar desordens psiquiátricas, informa a Anvisa.
Já o forato --usado no cultivo do algodão, amendoim, batata, café, feijão, milho, tomate e trigo-- "pode provocar letalidade em doses baixas, por diferentes vias de exposição, e está associado com diabetesmellitus na gravidez, toxicidade reprodutiva e para o sistema respiratório, nefrotoxicidade e neurotoxicidade", relata a agência.
Segundo o Ministério da Agricultura, as duas substâncias estão em "descontinuidade natural há muitos anos no Brasil", e o forato, especificamente, não é mais comercializado no país, segundo estatísticas do ministério.
Os dois agrotóxicos já foram banidos da Comunidade Europeia, diz a Anvisa.
O forato e a parationa metílica constam de uma lista de 14 agrotóxicos em reavaliação pela agência desde 2008.
Procuradas, a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal) e o Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola) disseram que não se posicionariam sobre os impactos práticos da consulta, porque elas podem levar a diferentes decisões: da permanência do produto no mercado ao seu banimento total.
As consultas ficam no ar por 60 dias no site da Anvisa.